quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

F E L I Z - A N O - N O V O.

 


Inicia-se o tesouro de uma nova era, e eu  te desejo SERENIDADE.

Todo homem sábio é sereno.

A serenidade é conquista que se consegue com esforço pessoal, passo a passo.

Pequenos desafios que são superados; irritação que se faz controlada, desajustes emocionais corrigidos, vontade bem direcionada, ambição freada, são experiências para a aquisição da serenidade.

Um espírito sereno, já se encontrou consigo mesmo, sabendo o que, exatamente, deseja da vida.

A serenidade harmoniza, estendendo-se de forma agradável à sua volta, inspirando confiança, acalmando e propondo afeição.

Não te desgastes com os dissabores da vida, que constituem teste à tua paciência e serenidade, antes, exercita-te com essas situações para, mais seguro, enfrentares os grandes testemunhos e provações do processo evolutivo, sempre, porém, com serenidade.

São os votos do Jornal Mundo Maior a todos os nossos Irmãos de jornada evolutiva.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Virtudes para o ano novo.


Quando estamos próximos a um novo ano, muitos temos o hábito de fazer uma lista do que pretendemos alcançar nessa nova etapa de nossas vidas.

Pensando nisso, imaginamos que poderíamos elaborar uma lista de virtudes para desenvolvermos no novo ano.

Podemos começar com a benevolência.

A benevolência é a virtude daquele que demonstra afeto, que é bondoso, que pratica a caridade, que tem empatia para com o outro.

Podemos incluir também, a paciência.

Ser paciente significa ser sereno e tolerante com os demais, compreender que não podemos controlar tudo que acontece em nossas vidas.

Significa, em essência, fortalecer nosso autocontrole e nossa autoconfiança.

E o otimismo?

Essa virtude nos permite olhar para a vida com alegria, ampliando a confiança em Deus e em Sua justiça.

Podemos exercitar o otimismo em nossas ações, estimulando o trabalho, os bons pensamentos e a esperança.

Podemos acrescentar, em nossa lista, o contentamento, virtude que nos ensina a aproveitar as boas coisas que acontecem conosco e a ficarmos felizes nessas circunstâncias.

Algo que também podemos colocar em nossa lista é a reflexão.

Refletir significa aprofundar o pensamento, buscando analisar todas as conexões que conseguimos identificar sobre um fato ou um tema.

Para que possamos desenvolver a reflexão é preciso sabermos nos tranquilizar; é preciso destinar um tempo, para nos desligarmos da agitação do dia a dia.

A partir da reflexão podemos alcançar a harmonia, a sabedoria e o esclarecimento.

Algo mais que podemos integrar nas nossas propostas para o próximo ano é a generosidade.

Essa virtude está relacionada com o compartilhamento. Ser generoso é exercitar a doação ao próximo de tudo que tenhamos a ofertar: uma palavra amiga, um olhar carinhoso, um alimento para quem tem fome, a mão para quem precisa se reerguer.

Podemos ainda acrescentar a resiliência nesse planejamento.

Ser resiliente é compreender que situações ruins podem acontecer, mas que delas podemos extrair lições preciosas em vez de ficarmos presos ao sofrimento.

Por fim, podemos incluir a disciplina no rol das virtudes que pretendemos cultivar no próximo ano.

Essa é uma virtude que pode nos ajudar, e muito, na concretização de todas as demais pretensões.

Consiste nessa força interior que nos permite a alteração de velhos hábitos. Não se trata apenas de decidir melhorar, mudar, mas de colocar em prática o que decidimos.

Virtude fundamental para que as transformações possam ser alcançadas.

A disciplina está de mãos dadas com a perseverança e o progresso.

Nessa lista, necessário analisarmos o que seja mais importante para nossa vida e escrever em primeiro lugar, relacionando as demais, de forma sequencial.

Esmeremo-nos na relação das conquistas a serem empreendidas no ano que se esboça à frente.

Pensemos nisso. Façamos a nossa lista individual.

Depois, nos bastará sair do simples planejamento, e colocar nossa vontade em ação!

Redação do Momento Espírita. 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

F E L I Z - N A T A L

 


Na singeleza do seu berço, na noite estrelada e silenciosa, acompanhada por uma suave melodia de amor, que se espalhou por toda a terra e jamais despareceu dos ouvidos do mundo, nasceu Jesus, sinalizando a era da esperança para todos os homens de boa fé.

Vivendo a sublime experiência do amor, com sua mensagem toda tecida de sabedoria, ternura e paz, ele desenhou nos painéis espirituais da humanidade, a incomparável diretriz de segurança para a felicidade, ensinando que somente através dos sentimentos de misericórdia, bondade e de abnegação, a criatura atinge a meta para a qual se encontra na terra.

Tocado por essa melodia de amor, deixa-te dominar pelos sentimentos de fraternidade e converte os teus sentimentos em harpa delicada, espalhando a mensagem de solidariedade a todos os irmãos que se encontram pelo caminho, aguardando uma migalha que seja de misericórdia e carinho.

Homenageando-o, torna-te seu instrumento e amplia os horizontes do bem, que ele iniciou naquela noite inesquecível de Natal.

Que assim seja um Feliz Natal, o seu e de toda a sua família.

São os votos do Jornal Mundo Maior a todos os nossos amigos e leitores.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Quem era esse homem ?

 


Quem era Esse Homem? Desceu das estrelas e aninhou-se no seio de uma jovem mulher, a fim de vir à luz.

Teve por pai um carpinteiro e com ele aprendeu o ofício, embora Suas mãos já tivessem amoldado substâncias celestes, formando o próprio planeta em que veio habitar.

Habituado à harmonia celeste, deixou que o vento cantasse melodias em Sua cabeleira e que as areias lhe fustigassem a face.

Amou Sua mãe com devoção. Logo iniciado Seu Messianato, retornou ao lar para vê-la e a acompanhou às bodas a que fora convidada.

Obedeceu-lhe ao pedido e ofertou aos convivas o líquido especial para os despertar para a realidade.

Em agonia, recordou de a entregar aos cuidados de um jovem idealista, preocupando-se com o que lhe poderia suceder, após a Sua partida.

Quem era Esse Homem? Andou por estradas poeirentas, campos cultivados, às margens de um lago, lecionando o amor.

Viveu em uma época de desmandos, de corrupção dos costumes, de licenciosidades.

No entanto, manteve-se íntegro, embora movimentando-se entre pessoas consideradas de má conduta.

Estendeu Suas bênçãos aos pobres deserdados da sorte tanto quanto aos detentores de poder econômico e certa supremacia social, a uns e outros ofertando das Suas luzes.

Líder de um grupo que elegeu para assumir a preciosa missão de dar continuidade à Sua proposta, os incentivou a que deixassem fluir as suas qualidades interiores.

Vós sois deuses! - Afirmou. E podeis fazer tudo o que faço e muito mais.

Ensinou que todos os homens são herdeiros do Universo infinito, imensurável. Todos filhos do mesmo Pai, embora vivendo sob tetos diversos, em terras distantes uns dos outros e falando línguas estranhas.

Quem era Esse Homem a quem os Espíritos obedeciam e se rendiam? Senhor dos Espíritos - O chamavam.

Quem era Esse Homem que fazia cessar as dores, devolvia movimentos a corpos paralisados, a vista aos cegos e a palavra aos mudos?

Quem era Esse Homem que, em menos de três anos, revolucionou o mundo do pensamento sem nada ter escrito? Que reuniu ao Seu redor, nada menos de cinco centenas de trabalhadores para darem continuidade ao Seu legado?

Que, ao partir, deixou semeadura tão grande que até hoje, transcorridos mais de dois mil anos, ainda não se esgotou?

Quem era Esse Homem tão grande que não coube na História, dividindo-a entre antes e depois d'Ele?

Diziam que Ele era o filho de um carpinteiro de nome José e de uma mulher chamada Maria.

Nascido em Belém, viveu exilado no Egito. Depois, cresceu em Nazaré e morreu na capital religiosa da época, Jerusalém. Terra dos profetas.

Quem era Esse Homem?

                                                                    *   *   *

Um dia, um raio de luz deixou a amplidão dos céus e veio viver entre os homens.

Mais brilhante que o sol, escondeu Seu brilho nos trajos do mais simples carpinteiro.

Ele era Luz. Veio para as sombras e as sombras tentaram empanar-lhe o brilho.

Destruíram a ânfora onde se aninhava a Luz. Então, liberta, ela brilhou ainda mais intensamente e até hoje enche o infinito das nossas necessidades.

Seu nome é... Jesus.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Um ensino para o mundo.


O mundo sequer imaginava a surpresa que dele tomaria conta, em reduzido tempo.

Como uma nuvem que se forma no céu e vai cobrindo tudo e todos, a pandemia se espalhou, exigindo mudança de hábitos e costumes em toda parte.

O isolamento foi, talvez, a mais dura prova imposta. Reclusos nos lares, sem possibilidades das visitas habituais, dos encontros constantes com familiares e amigos, fomos acometidos de certos ares de desolação.

Para a luta insana contra o fantasma invisível e mortal, alguns profissionais foram chamados aos fronts de combate.

Médicos, enfermeiros, faxineiros, trabalhadores gerais da saúde nos postos de atendimento e nos hospitais, se tornariam os aplaudidos heróis da Humanidade.

Esses servidores se colocaram a serviço do próximo com esquecimento de si próprios, considerando a sua indispensável ação.

Dedicação, desapego, solidariedade, compaixão, empatia, carinho, amor.

Um coquetel de sentimentos é a receita dessas almas que se entregam a salvar vidas.

Deixam suas famílias para se dedicarem às famílias de desconhecidos.

Afastam-se de seus filhos para socorrer e salvar os filhos alheios.

Isolam-se de seus pais para que outros pais possam ter os cuidados que lhes são indispensáveis.

Esquecem-se de si mesmos para que os demais tenham assegurado o tratamento que se lhes faz devido.

São criaturas que exemplificam o ensinamento do Excelso Carpinteiro.

Não apenas memorizam os versículos dos Evangelhos, ou os recitam para os demais.

Demonstram, na totalidade de suas ações, que acreditam servir ao próprio Cristo, talvez recordando as palavras elucidativas d'Ele:

Tudo que fizerdes a um desses meus irmãos pequeninos, a mim o fazeis.

É chegada a hora, o momento certo, para revermos nossa posição frente à vida e ao mundo.

                                                                   *   *   *

A pandemia veio nos igualar em um patamar que merece ser analisado.

Não existe raça privilegiada. Ela alcança brancos, negros, amarelos.

Não distingue posição social, atingindo os considerados da mais alta sociedade aos que nem sabem se pertencem a certa comunidade.

Não distingue valores patrimoniais, reduzidas moedas ou cofres abarrotados. Ela os irmana considerando todos de uma única raça e uma única família: a humana.

E se algo devamos com ela aprender é a humildade. Ela nos diz, com toda a sua agressão, que podemos saber muito, mas não sabemos tudo.

Chegou e nos fez curvar a cabeça. A sua vinda entre nós determinou fechamento das nossas empresas e indústrias.

Estabeleceu que deveríamos replanejar a viagem, a festa. O aniversário do filho, o casamento sonhado tudo ficou para algum dia, quando ela nos permitir.

Ela nos disse, de forma veemente, que não somos donos de coisa alguma, que mesmo a saúde do corpo, de que possamos nos vangloriar, nos pode ser retirada a qualquer tempo.

Aproveitemos os momentos que se apresentam e aprendamos a lição para que, quando ela se for, levando consigo os seus males, já tenhamos nos tornado pessoas um pouco melhores.

Pessoas mais compreensivas, tolerantes, amigas. Pessoas que olham o entorno e não somente para si.

Pensemos a respeito.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Compartilhando.

 


Dona Libertina, uma índia Xakriabá, da região de Minas Gerais, foi convidada por uma Faculdade de Arquitetura para ensinar como se constroem as casas em sua tribo.

Ela iniciou explicando que o processo dura, em média, trinta dias.

Conforme suas palavras, a construção é feita através de duas mãos cheias de barro.

A surpresa para os alunos foi saber que a durabilidade da casa é curta, ou seja, em torno de quatro a cinco anos.

Se o barro for tirado em dia de lua boa, uns seis anos. - Finalizou ela.

Por que não construir uma casa que dure toda a vida? -Indagaram, curiosos.

Foi, então, que se manifestou a sabedoria de Dona Libertina: De forma alguma. Isso seria muito arriscado!

A casa precisa se desfazer, no máximo, em seis anos, para que eu possa continuar ensinando aos meus filhos e netos como se constrói um abrigo para a família.

O fato nos remete a um profundo ensinamento.

O conhecimento precisa ser constantemente compartilhado.

Dependemos do conhecimento que foi adquirido e construído pelas pessoas que nos precederam.

Sendo repassado de geração em geração, recebe aprimoramentos e, dessa forma, se processa o progresso da Humanidade.

Graças à dedicação de pesquisadores e estudiosos, a ciência produz saberes que vão se acrescentando aos anteriores, num constante crescendo.

Esse conhecimento científico é repassado nas escolas, nas universidades, pelos livros e devotados professores.

Mas, outra espécie de conhecimento é igualmente valiosa. É aquela produzida no dia a dia, pela observação atenta da natureza e do comportamento humano.

É a conhecida sabedoria popular.

Pensemos em quanto aprendizado adquirimos ao longo de nossas vidas, fruto da observação de nossos avós, de nossos pais, do zeloso agricultor que cuida da semente até se transformar em uma nova planta.

Para fazer girar essa roda do conhecimento é preciso a humildade de reconhecer que sempre é tempo de aprender algo mais. Também de ensinar, de oferecer o que tenhamos aprendido.

Acaso pensamos, algum dia, em quantas coisas sabemos e que podemos dividir com outras pessoas?

Contribuir nesse movimento de produção e divulgação do conhecimento é gratificante, gerando sentimentos de alegria e gratidão.

Jesus, nosso Modelo e Guia, veio até nós, tomou um corpo de carne para nos ensinar as grandiosas lições da vida que nunca morre, do Pai que a todos ama.

Em certo momento, disse aos Seus discípulos: Já não vos chamo servos, porque um servo não sabe o que faz o seu senhor.

Mas vos chamo amigos porque tudo que ouvi de meu pai, compartilhei convosco.

Falou das bem-aventuranças, da boa semeadura.

Muito antes que pensássemos em ecologia, Ele nos convidou a olhar a natureza e a respeitá-la.

Por isso, se serviu de figuras simples como o grão de mostarda para falar da fé; da erva do campo e das aves do céu para lecionar sobre a Providência Divina.

A sabedoria de compartilhar.

Pensemos nisso e aprendamos com o Mestre dos mestres.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Luzes do milênio.

 


Periodicamente a bondade de Deus remete à Terra focos de luz, que banham a Humanidade com suas presenças.

Não falamos de Jesus, desde que Ele é o próprio centro da História, dividindo as águas do pretérito de desacertos humanos da época das luzes dos Seus ensinos.

Mas nos recordamos do jovem de Tarso, de nome Paulo. Jovem e ardoroso pregador da lei de Moisés que, após o encontro com Jesus, na estrada de Damasco, torna-se o evangelizador dos gentios.

Graças às suas viagens, seu destemor, tornou o Evangelho conhecido em larga parte do mundo de então, chegando até à Macedônia, pregando na Roma dos Césares, colaborando eficazmente na propagação dos ensinos do Cristo.

Agostinho de Hipona que, após os anos desorientados da sua juventude, em que cometeu tolices, abraça o Evangelho e dá testemunho de sua fé, em um período de convulsão histórica.

Ele chegou a afirmar que estava convencido de que sua mãe, desencarnada, o viria visitar e revelar o que aguarda os homens para além dos portais do túmulo, numa antevisão do que viria mais tarde ensinar a Doutrina Espírita.

Francisco de Assis, na Idade Média, vem falar ao povo da doutrina clara e simples do Cristo, remetendo os homens de retorno às fontes primitivas do Cristianismo.

Ao seu lado, o suave vulto de Clara, jovem filha da nobreza de Assis, que se volta para os seus irmãos hansenianos, paupérrimos e abandonados pelo preconceito da ignorância então vigente.

No terreno da música, Mozart traduz as vozes dos céus em melodias de cristalina sonoridade, enquanto Leonardo da Vinci e Michelangelo imortalizam a beleza na pintura, na escultura, em versos de cores e formas perfeitas.

Na ciência e na filosofia despontam missionários da têmpera de Einstein, Pasteur, Voltaire.

Dos mais recentes recordamos Gandhi, o apóstolo da não violência, que provou com o sacrifício de sua vida o que demonstrou Jesus há mais de dois mil anos, ou seja, que o amor triunfa sobre a guerra e a morte.

Ante tantas bênçãos, é bom nos questionemos o que estamos delas fazendo e de que maneira temos retribuído o amor e a compaixão de Nosso Pai.

Permita Deus que saibamos merecer tantas dádivas, mostrando-nos dignos da Sua imensa bondade e sabedoria.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Três diretrizes.


O Sábio de Nazaré assinalou: Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei à porta e se vos abrirá.

Nestas frases, ao consolo que temos em saber que alguém nos ouve e nos atenderá em nossas necessidades, podemos acrescentar três diretrizes essenciais a fim de alcançar o de que precisamos.

Jesus nos aponta três condutas que podemos empreender e as três consequências atreladas a elas.

A primeira diretriz trata do Pedi e se vos dará.

O que é o pedir? Pedir é fazer uma solicitação, uma súplica.

Podemos pedir bens materiais, a solução de um problema, proteção... São infinitas as possibilidades do pedir...

E nosso pedido se faz através da oração.

A oração é ponte de ligação entre a Terra e o céu, entre o micro e macro, entre os filhos e o Pai.

A oração é momento de pausa em nossas vidas, momento em que podemos nos tranquilizar e recebermos boas inspirações para encontrarmos soluções a problemas que nos aflijam.

Também para nos refazermos, restaurarmos energias despendidas em nossa labuta, nos nossos quefazeres.

É momento em que dirigimos nossas súplicas à Fonte Suprema do Universo, como igual oportunidade de agradecer à essa Providência, que nos assiste e louvar Sua grandeza.

A segunda diretriz estabelece: Buscai e achareis.

Buscar significa esforçar-se por achar, procurar.

Afinal, o que buscamos? Quais os nossos desejos? Quais as nossas vontades? O que queremos para nossas vidas?

Isso nos remete a reflexões sobre a vida e nossos próprios propósitos.

Exitem objetivos para estarmos vivos, na Terra. É nos tornarmos melhores a cada dia. É progredirmos.

Dessa forma, orientar nossos esforços nesse sentido determinará achados maravilhosos.

Por exemplo, o descobrir o quanto podemos crescer em ética, moral, princípios cristãos.

O quanto podemos ser úteis ao próximo, à comunidade.

Tudo nos conduzindo à descoberta da felicidade pela prática do bem.

Por fim, a terceira diretriz: Batei à porta e se vos abrirá.

Bater à porta quer dizer agir, ter um movimento em direção ao que desejamos alcançar.

Quando uma porta se abre, significa que estamos tendo acesso a um novo ambiente, que podemos explorar essas novas possibilidades para nos tornarmos uma criatura melhor.

As possibilidades que se nos apresentarão poderão ser aquelas de ilustrar o nosso saber, de conquistar conhecimentos.

Oportunidades que não devemos desperdiçar porque nos são oferecidas exatamente para que subamos degraus no intelecto.

Mas, não desprezemos as chances de nos servirmos do que nos é ofertado, igualmente para colaboração ao outro.

O que aprendemos, podemos repassar a outrem, construindo algo melhor a benefício de muitos.

Portanto, tenhamos em mente que, a qualquer momento, podemos pedir, buscar e bater à porta.

Temos um Pai amoroso que nos ouvirá, entenderá e atenderá.

Esse o grande ensinamento que o Mestre de Nazaré nos legou, em três diretrizes, em três ações.

Aprendamos com Ele.

Redação do Momento Espírita. 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Palavra que salva.

 


O professor estava no portão da Universidade quando foi abordado por um dos seus alunos do último ano da Faculdade de Medicina.

De forma repentina, o jovem lhe disse: Professor, minha formatura será no dia 18 de dezembro. Quero que o senhor saiba de uma coisa.

Sempre gostei da forma como conduz com humanidade o seu ensino. Por isso, eu quero lhe confidenciar um projeto que acalento desde algum tempo.

Sabe, quando eu nasci, fui abandonado pelos meus pais. Fui criado pelos meus tios.

Nunca perdoei minha mãe e meu pai por me rejeitarem. Então, no dia da minha formatura, pretendo dar um presente para eles: vou me matar.

Vou deixar um bilhete muito bem escrito, culpando-os pelo meu gesto. Quero que eles sofram, que sintam remorso pelo que fizeram.

O professor tremeu. Esqueceu o compromisso que tinha, esqueceu de quem o esperava em algum lugar para o almoço.

Ali estava um jovem que iria destruir a sua vida, pensando em uma vingança. Dr. Laércio o chamou para um lugar mais reservado.

E a primeira pergunta que lhe dirigiu foi:

Meu filho, você diz que planejou se matar no dia da sua formatura, para castigar os seus pais porque eles o abandonaram.

Mas, você pensou nos seus tios? Pensou em como despedaçará os seus corações, eles que o acolheram desde o nascimento, que lhe deram carinho, que lhe ofereceram o regaço de pai e mãe?

Imaginou, por um minuto que seja, a dor que estraçalhará as suas vidas? Eles investiram amor em você, eles se sacrificaram para que você pudesse cursar a Faculdade.

Pensou em como eles devem estar aguardando, ansiosos, para assistirem a sua colação de grau? E você pensa em lhes oferecer o seu cadáver?

À medida que o professor falava, o rapaz foi se encostando na parede da sala e, devagarinho, foi arqueando as pernas, até se sentar no chão.

Lágrimas lhe corriam pela face. Soluços lhe sacudiam o corpo.

A conversa se estendeu e, quando foi concluída, o formando desistira da ideia suicida.

                                                                        *   *   *

Assim acontece, muitas vezes, com algumas almas infelizes. Arquitetam a própria morte por vingança, porque desejam ferir alguém.

De outras vezes, porque sentem tanta dor que pensam que destruindo a vida, acabarão com a dor.

Enfim, muitos motivos existem para a fuga enganosa pelo suicídio.

Porém, de modo geral, aquele que isso planeja não pensa no coração de mãe que se despedaçará ao ter o corpo do filho morto nos braços.

No coração do pai que sonhou tanta felicidade para aquele filho e agora lhe acompanha o corpo ao cemitério.

Irmãos, primos, tios, avós, amigos, colegas, todos são envolvidos na tragédia. E, para alguns deles, o abalo será tão grande que demorará muito para se restabelecerem psiquicamente.

                                                                       *   *   *

Bom, graças a um professor que se dispôs a ouvir e a conversar, passados dez anos, o reencontro de ambos foi emocionante.

Um era o velho mestre, à beira da aposentadoria, o outro um cirurgião cheio de planos, vigor e alegria de viver.

O abraço de ambos foi longo e, com a voz embargada, o ainda jovem segredou ao ouvido do seu salvador: Obrigado, professor, pela minha vida.

Obrigado, por me recordar da gratidão que eu devia e deverei sempre aos que me acolheram como filho.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

E se não houver amanhã.

 


Sabe, eu que costumava deixar muitas coisas para amanhã, resolvi lhe dizer, hoje, o quanto você é importante para mim, porque quando acordei pela manhã, uma pergunta ressoava na acústica de minha alma:

E se não houver amanhã?

Então, hoje eu quero me deter um pouco mais ao seu lado, ouvir suas ideias com mais atenção, observar seus gestos mais singelos, decorar o tom da sua voz, seu jeito de andar, de correr, de abraçar.

Porque... se não houver amanhã... eu quero saber qual é sua comida preferida, a música que você mais gosta, a sua cor predileta...

Hoje eu vou observar seu olhar, descobrir seus desejos, seus anseios, seus sonhos mais secretos e tentar realizá-los.

Porque, se não houver amanhã... eu quero ter gravada em minha retina o seu sorriso, seu jeito de ser, suas manias...

Hoje eu quero fazer uma prece ao seu lado, descobrir com você essa magia que traz tanta serenidade, quero subir aos céus com você, pelos fios invisíveis da oração.

Hoje eu vou me sentar com você na relva macia, ouvir a melodia dos pássaros e sentir a brisa acariciando meu rosto, colado ao seu, em silêncio... E sem pressa.

Hoje eu vou lhe pedir por favor, agradecer, me desculpar, pedir perdão, se for necessário.

Sabe, eu sempre deixei todas essas coisas para amanhã, mas o amanhã é apenas uma promessa... O hoje é presente.

Assim, se não houver amanhã, eu quero descobrir hoje qual é a flor que você mais gosta e lhe ofertar um belo ramalhete.

Quero conhecer seus receios, aconchegá-lo em meus braços e lhe transmitir confiança...

Hoje, quando você for se afastar de mim, vou segurar suas mãos e pedir para que fique um pouco mais ao meu lado.

Sabe, eu sempre costumo deixar as palavras gentis para dizer amanhã, carinhos para fazer amanhã, muita atenção para prestar amanhã, mas o amanhã talvez não nos encontre juntos.

Eu sei que muitas pessoas sofrem quando um ser amado embarca no trem da vida e parte sem que tenham chance de dizer o que sentem, e sei também que isso é motivo de muito remorso e sofrimento.

Por isso eu não quero deixar nada para amanhã, pois se o amanhã chegar e não nos encontrar juntos, você saberá tudo o que sinto por você e saberei também o que você sente por mim.

Nada ficará pendente...

Quero registrar na minha alma cada gesto seu.

Quero gravar em meu ser, para sempre, o seu sorriso, pois se a vida nos levar por caminhos diferentes eu terei você comigo, mesmo estando temporariamente separados.

Sabe, eu não sei se o amanhã chegará para nós, mas sei que hoje, hoje eu posso dizer a você o quanto você é importante para mim.

Seja você meu filho, minha filha, meu esposo ou esposa, um amigo talvez, você vai saber hoje, o quanto é importante para mim... Porque, se não houver amanhã...

                                                                     *    *    *

Amanhã o sol será o mesmo mensageiro da luz mas as circunstâncias, pessoas e coisas, poderão estar diferentes.

Hoje significa o seu momento de agir, semear, investir suas possibilidades afetivas em favor daqueles que convivem com você.

Hoje é o melhor período de tempo na direção do tempo sem fim...

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Para que nos foi dado o Brasil.

 


Todos os que temos a certeza de que não é a primeira vez que nos encontramos neste bendito planeta, guardamos igualmente a convicção de que motivos muito fortes nos levam a estarmos em solo brasileiro.

Cada nação tem seus próprios objetivos a alcançar e abriga os Espíritos em vestes humanas que devem contribuir para isso.

Ao mesmo tempo, empreender o próprio progresso.

Os que nascemos no Brasil ou o adotamos como pátria, em algum momento das nossas vidas, devemos ter em mente que o fato de aqui nos encontrarmos tem por objetivo o progresso, a marcha para a ventura, por meio das conquistas dos saberes de ordem intelectual e moral.

É o local mais adequado para as provas que tenhamos que enfrentar, o tempo mais apropriado para nos encontrarmos aqui, o momento certo.

Não é o acaso que aqui nos localizou. Enquanto nós mesmos crescemos, alcançando patamares mais elevados na evolução, convém analisarmos nossas responsabilidades.

Alguns de nós aqui nos situamos com missões mais específicas para com a nação.

Os que nos encontramos no âmbito da instrução, temos o dever de instruir as massas nas ciências, nas profissões, no entendimento dos textos lidos.

Importante que aprendam a se expressar com correção e elegância, a falar com segurança porque o progresso espiritual de um povo se pode identificar através do seu falar.

Os que trazemos o compromisso nos campos da arte, reflitamos a respeito do que escrevemos, do que dizemos, do que encenamos. Tudo forja, nas mentes alheias, imagens e anseios, provoca posturas diante da vida.

Portanto, que todas as nossas produções sejam no sentido de edificar, não nos permitindo expressões de destruição, de rebeldia ou desordem.

Os que tenhamos o compromisso com a área espiritual, falemos de Deus, da alma, da vida futura, sem pieguismos, sem mitologias.

Afinal, a mais elevada crença é aquela que não teme a razão e que não é desmentida pelos movimentos do progresso.

Nosso amado país nos merece todo empenho para seu crescimento. Pensemos menos em nós e mais na construção coletiva.

E nos indaguemos: que posso fazer por meu Brasil?

Se somos pais ou mães, eduquemos nossos filhos no respeito, na honra, exemplificando que o valor de um homem está na sua qualidade moral.

Se estamos guindados a altos cargos, utilizemos dessas nossas posições de relevância para benefício do povo em geral. Não nos preocupemos se nossos pares não o fazem.

Com nosso exemplo, poderemos arrastar outros a nos seguir, enquanto os que nada fazem ou somente se aproveitam de seus cargos, acabarão por se envergonhar.

O mal somente será alijado da nossa nação, quando o exemplo dos bons prevalecer, quando constituirmos a soma maior da população.

Sejamos os primeiros a demonstrar nosso verdadeiro amor a este torrão. Tenhamos orgulho de ser brasileiros, desejando que nos projetemos no mundo como a verdadeira Pátria do Evangelho, o Coração do Mundo.

Portemos as cores verde e amarela no coração, na mente e extravasemos o azul do amor e o branco da paz por nossas mãos.

Produzamos no bem! Demonstremos o amor à terra que nos é dada para nosso progresso e crescimento.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

As preces dos nossos irmãos.

 


Nos dias de tristeza, quando a alma se veste de luto e tudo parece desencanto, buscamos o Senhor da Vida.

Nossa rogativa se transforma em lamúrias porque há muita dor em nossa intimidade.

E, ainda assim, guardamos reservas para com o irmão que ora ao nosso lado.

Mesmo em meio ao cenário triste da pandemia que arrebata vidas, ao lado de outras tantas enfermidades que, há anos, vem retirando do mundo os seres humanos, alguns de nós olhamos de forma diferenciada os irmãos de outras crenças.

Esquecemos que Jesus nos afirmou que o Pai vê o que se passa em secreto, ou seja, no profundo da criatura, e recebe toda súplica, providenciando o socorro.

Os ensinos do Mestre de Nazaré prosseguem a nos esclarecer como O fez para a samaritana, no poço de Jacó.

Naquela época, a discussão era em torno do local em que deveriam ser proferidas as preces a Yaweh.

Seriam melhores as que fossem ditas no suntuoso templo de Jerusalém? Seriam essas as ouvidas pelo Pai Celeste?

Ou, aquelas pronunciadas no Monte Garizim, mesmo após a destruição do templo ali erguido, seriam ouvidas igualmente?

Qual delas revelaria, enfim, a verdadeira adoração?

Jesus, o Mestre Incondicional, com Seu pensamento universal e atraindo todas as Suas ovelhas para o mesmo redil, pronunciou-se, elucidando:

Está chegando a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Os verdadeiros adoradores, adorarão o Pai em espírito e verdade.

De fato, esses são os adoradores que o Pai procura. Deus é Espírito e aqueles que O adoram devem adorá-lO em espírito e verdade.

O ensino era para aqueles dias. Também para os do futuro. Para todos os homens. Deus é um só. Criador. Pai Celeste.

Infinitamente amoroso, acolhe as súplicas que lhe dirigem os Seus filhos, residam nas grandes metrópoles ou nas terras áridas.

Realizem as suas rogativas em suntuosos templos ou em plena natureza. Ou em um casebre, à beira da estrada.

O verdadeiro altar é o do coração. Por isso, o ensino crístico recomenda, quando orarmos, nos retirarmos para nosso quarto, fecharmos a porta e nos dirigirmos ao Pai em secreto.

Isso quer dizer, mergulharmos em nossa intimidade, cerrar os olhos e ouvidos a tudo que nos possa distrair do propósito de dialogarmos com Aquele que alimenta as aves, levanta as ondas do mar e veste a erva do campo.

Seja a prece esse encontro mais íntimo com Deus.

Como fazia o Mestre, que buscava o silêncio para se ligar mais intimamente ao Pai.

Servia a todos, horas e horas. Depois, refazia-se, unindo-se em prece Àquele cujo pensamento Ele interpretava na Terra.

Para isso, o silêncio. De fora. A tranquilidade de dentro.

Ante o sacrifício que logo mais lhe seria exigido, entregue às mãos dos homens que O temiam, ou não O desejavam entender, Ele ora.

E, outra lição de valor, pede aos amigos que estão com Ele, que O acompanhem na prece.

Isso nos diz da importância de, ante as provações que nos alcançam, pedirmos aos nossos amigos que se irmanem conosco na oração em nosso favor.

Oração. Hoje, amanhã, sempre. Verdadeira escada de Jacó que une a criatura aos céus.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Um recurso inigualável.

 


A prece é um matrimônio de amor.

A alma fala ao Criador, cantando sua alegria, chorando a sua dor ou, simplesmente desejando sintonizar com a linfa cristalina das energias superiores.

Ainda nos servimos muito pouco dela, por não termos consciência do quanto é poderosa.

Ao orarmos, movimentamos energias que nos envolvem, e a todos os que nos estão próximos.

Quando cultivamos o hábito da oração, criamos uma aura ao nosso redor, e a emitimos, de forma que beneficiamos a quem nos esteja próximo.

Nossa simples presença, em algum local, tem o condão de impregná-lo dessas benesses, graças a esse halo que criamos, com a oração constante.

A oração harmoniza o ambiente onde se manifesta e é exercida, criando uma psicosfera balsâmica, agradável, calmante.

Costumamos acionar os canais da prece quando a dor nos chega, o desespero toma conta de nós, ante problemas graves que tenhamos a enfrentar.

Nesses momentos, nossa mente em desequilíbrio não ora verdadeiramente. Mais reclamamos, exigimos, desconcertados pela ansiedade que deseja ver resolvida a problemática que nos ocorre.

Quase sempre, nessas horas, nos faltam a confiança, o amor e a submissão à Vontade Superior.

Deveríamos nos habituar a orar, utilizando-nos desse mecanismo que é ponte entre nós e nosso Pai Celeste. E valorizarmos muito a oração espontânea, aquela que brota generosa do coração, que se inflama de devoção.

São esses versos da espontaneidade que se dirigem à Entidade Máxima do Universo e nos retornam carregados de entusiasmo, revigoramento.

Por isso, podemos dizer que a prece nos sustenta. Orar é nos banharmos de luz. É nos inundarmos das forças poderosas do mundo invisível.

E a questão não é orarmos muito mas orarmos bem.

Não será a multiplicidade das palavras que conferirão maior valor à nossa oração. O que importa é o sentimento de que ela se reveste.

A prece também propicia resultados imunológicos e terapêuticos. Isso porque harmoniza o nosso tom vibratório.

Ela atua, revitalizando o nosso metabolismo, rearmonizando o campo das células, numa ação benfazeja.

Podemos nos eximir de alguns males, gerando essa aura de vibrações especiais.

Naturalmente, não nos desvincularemos de todos os cuidados com o corpo, buscando a orientação médica, a medicação apropriada, o diagnóstico preciso.

Contudo, poderemos evitar muitos mal-estares, enfermidades corriqueiras, sustentados pela prece, quando a tornamos constante em nosso cotidiano.

                                                                   *   *   *

Está no pensamento o poder da prece. Por isso, não depende de palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita.

Podemos orar em toda parte, a qualquer hora. A sós ou em conjunto.

A influência do lugar somente tem importância nas circunstâncias em que favoreçam o nosso recolhimento.

Habituemo-nos a orar. Recordemos que o Senhor Jesus nos disse: Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis e concedido vos será o que pedirdes.

Aprendamos a dinamizar a prece em nossas vidas.

Veremos que nos chegarão a coragem, a paciência, a resignação, o bom ânimo para tudo sofrer, tudo vencer, tudo superar.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Oremos sempre.

 


A oração pode ser considerada como um grito pedindo auxílio, um canto de gratidão, um ato de louvor, um poema de amor, dirigidos a Deus.

De um modo geral, pensamos que para orar precisamos assumir uma determinada postura, nos distanciar de tudo que acontece ao nosso redor. Isso também.

No entanto, a oração pode ser uma constante em nossas horas. Quando abrimos a janela e cumprimentamos o dia que surge, radioso, anunciando sol, calor, quem de nós não extravasa a alma, dizendo: Que dia maravilhoso!

Quantas vezes, admirados pela beleza das flores que, no jardim, disputam perfume, cor e encanto, exclamamos: Meu Deus, que maravilha!

São preces espontâneas que brotam do nosso coração.

Quando, depois de longa estiagem, as nuvens se avolumam e trazem a chuva generosa, junto com o clamor da terra, que sorve a água, com sofreguidão, dizemos: Graças a Deus!

São orações formuladas de forma espontânea. Clamores da alma que alcançam as alturas.

Quando nos empenhamos em atender o necessitado, em socorrer o caído, em oferecer nossos ouvidos para as lamentações de quem sofre, estamos orando.

Porque orar não é somente exteriorizar pensamentos pelos lábios. É também agir em nome do amor.

Amparar o animal abandonado, providenciar alimento às aves que visitam nosso jardim.

E quando cantamos, dizendo da alegria de viver, estamos igualmente orando.

A música tem o condão mágico de exteriorizar os mais excelsos sentimentos. Por isso, quando alguém canta versos que exaltam a Criação, a Divindade, está orando.

Enquanto canta, os que ouvimos, nos associamos à sua prece.

Algumas canções são de extrema sensibilidade e mais do que outras, nos elevam a alma, como a que diz:

Foi Deus que deu luz aos olhos, perfumou as rosas, deu ouro ao sol e prata ao luar.

Foi Deus que me pôs no peito um rosário de penas, que vou desfiando e choro a cantar.

Pôs as estrelas no céu e fez o espaço sem fim.

Deu o luto às andorinhas e deu-me esta voz a mim.

Se canto, não sei o que canto, misto de ventura, saudade, ternura. Talvez amor.

Mas sei que cantando sinto o mesmo quando se tem um desgosto e o pranto no rosto; nos deixa melhor.

Foi Deus que deu voz ao vento, luz ao firmamento e deu o azul às ondas do mar.

Fez poeta o rouxinol, pôs no campo o alecrim, deu as flores à primavera.

E deu-me esta voz a mim.

                                                               *   *   *

É uma oração de louvor, reconhecimento ao Criador, e profunda gratidão.

Enquanto a melodia e os versos nos envolvem, oramos juntos. Se repetimos a canção, vamos espalhando essas vibrações pelo mundo.

E, a cada vez, elas alcançarão outros corações e se elevarão aos céus.

Sim, há muitas formas de orar.

Quando somos filhos gratos pela vida que temos, neste planeta, pelos amigos, pela família, pelo lar, ou por coisa alguma, oramos sempre.

A oração é o canal desimpedido para falar com Deus e ouvi-lO.

Nunca será demasiado, no cotidiano de todos nós, orarmos para nos inspirarmos, a fim de agir bem.

Para agradecer as bênçãos recebidas.

Por amor, louvando o Excelso Criador.

Isso equivale a orarmos sempre que possível e mesmo quando as circunstâncias conspirarem contra.

Oremos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Poema Divino.

 


Pai nosso, que estás no céu, na terra, no fogo, na água e no ar. Pai nosso, que estás nas flores, no canto dos pássaros, no coração a pulsar; que estás na compaixão, na caridade, na paciência e no gesto de perdão.

Pai nosso, que estás em mim, que estás naquele que eu amo, naquele que me fere, naquele que busca a verdade. Pai nosso, que estás naquele que caminha comigo e naquele que já partiu, deixando-me a alma ferida pela saudade.

Santificado seja o Teu nome por tudo o que é belo, bom, justo e gracioso, por toda a harmonia da Criação. Sejas santificado por minha vida, pelas oportunidades tantas, por aquilo que sou, tenho e sinto e por me conduzir à perfeição.

Venha a nós o Teu reino de paz e justiça, fé e caridade, luz e amor. Reino que sou convocado a construir através da mansidão de espírito, reflexo da grandeza interior.

Seja feita a Tua vontade, ainda que minhas rogativas prezem mais o meu orgulho do que as minhas reais necessidades.

Ainda que muitas vezes eu não compreenda mais do que o silêncio em resposta às minhas preces, não Te ouvindo assim dizer: Filho aguarda, tua é toda a eternidade.

O pão nosso de cada dia me dá hoje e que eu possa dividi-lo com meu irmão. As condições materiais que ora tenho de nada servem se não me lembro de quem vive na aflição.

Pão do corpo, pão da alma, pão que é vida, verdade e luz. Pão que vem trazer alento e alegria: é o Evangelho de Jesus.

Perdoa as minhas ofensas, os meus erros, as minhas faltas. Perdoa quando se torna frio meu coração; quando permito que o mal se exteriorize na forma de agressão.

Que, mais do que falar, eu saiba ouvir. Que, ao invés de julgar, eu busque acolher. Que, não cultivando a violência, eu semeie a paz. Que, dizendo não às exigências em demasia, possa a todos agradecer.

Perdoa-me, assim como eu perdoar àqueles que me ofenderem, mesmo quando meu coração esteja ferido pelas amarguras e dissabores da ingratidão.

Possa eu, Senhor da Vida, lembrar de que nenhuma mágoa é eterna e de que o único caminho que me torna sublime é a humilde estrada da reconciliação.

Não me deixes cair nas tentações dos erros, vícios e egoísmo, que me tornam escravo de minha malevolência.

Antes, que Tua luz esteja sobre mim, iluminando-me, para que eu te encontre dentro de minh’alma, como parte que és de minha essência.

E livra-me de todo o mal, de toda violência, de todo infortúnio, de toda enfermidade. Livra-me de toda dor, de toda mágoa e de toda desilusão.

Mas ainda assim, quando tais dificuldades se fizerem necessárias, que eu tenha força e coragem de dizer: Obrigado, Pai, por mais esta lição!

                                                                        *  *   *

Tudo o que nos cerca é poesia Divina. Há um traço de Deus em cada ser da Criação.

Busquemos por Ele no desabrochar das flores, no correr das águas, no canto do vento, no cintilar das estrelas.

Mas, acima disso, busquemos por Ele em nosso interior. Basta que, por um instante, fechemos os olhos e O sintamos: lá Ele está, dando rima aos versos de nossas vidas...

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

A nossa maior conquista.

 


Foi em 1953, que Tenzing Norgay e Edmund Hillary fizeram a primeira subida oficial do Everest, usando a rota sudeste, ou seja, pelo Nepal.

Desde então, anualmente, entre os meses de abril e maio, as autoridades emitem licenças para alpinistas que desejam realizar a grande escalada.

Isso tem levado à superlotação da montanha mais alta do mundo.

Alpinistas aguardam horas, devido às filas que se formam para chegar ao topo.

Esse congestionamento é um grande perigo para os alpinistas e guias, desde que cada minuto é importante, quando dependem de cilindros de oxigênio para sobreviver.

Além disso, ficar muito tempo na zona da morte, como é chamada a região de altitude de oito mil metros, aumenta os riscos de queimaduras, doenças da altitude e da própria morte.

Há quem vença tudo isso, mas acaba sendo derrotado na descida, alcançado por alguma avalanche ou pela exaustão.

Nas últimas duas décadas, a taxa média anual de mortos tem sido de seis.

Pode parecer um número pequeno, considerando-se tantos que alcançam o cume.

No entanto, essa vontade de chegar ao pico da montanha mais alta do planeta, nos leva a pensar.

Fomos criados para grandes desafios. Não há limites para a nossa criatividade, para nossa tenacidade.

Faz parte da nossa natureza. Foi isso que nos fez sair das cavernas e chegar à era da tecnologia.

Olhamos para o passado e nos parecem quase uma miragem os registros da História, nos mostrando um mundo sem condições de higiene, sem conforto, sem as tantas comodidades e facilidades do presente.

Muitos de nós assistimos os passos dos dois primeiros homens na lua.

Acompanhamos as sondas espaciais e as imagens espetaculares enviadas, por elas, para a Terra.

Temos notícias das estações espaciais, nas quais vivem os astronautas por semanas, meses.

Sim, somos criaturas excepcionais.

Isso nos diz que não há nada que nos impeça de sermos seres melhores.

Se temos tanta garra e conseguimos proezas inimagináveis, se chegamos a colocar em risco a própria vida, para alcançar nossos propósitos, por que não investirmos os mesmos esforços na mudança de nós mesmos?

Há dois mil anos ouvimos a voz do Celeste Cantor com Seu convite irresistível.

O que nos falta para aderirmos, para nos transformarmos em homens de paz, promotores do bem, altruístas?

O que nos falta para transpormos os umbrais do comum e nos tornarmos homens que venceram a si mesmos?

Seria muito importante que o empenho que nos estimula a desejar alcançar as estrelas, fosse o mesmo para a viagem ao nosso cosmo interior.

Aos planetas da nossa intimidade, para explorarmos as grandes possibilidades do amor, da coragem. Da perseverança, da renúncia, da doação.

Então, nos tornaríamos homens portadores da fé que move a montanha, não somente heróis da escalada.

Homens que alcançam as cumeadas da glória do bem, iluminando mais do que sol de primeira grandeza.

Deixaríamos de ser homo technologicus e nos transformaríamos em homo amorosus.

Atenderíamos ao que nos exortou o Mestre Galileu: Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito.

Aceitaremos o desafio?

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Paradoxos do nosso tempo.

 


Desde as primeiras idades da Humanidade terrena até aos tempos atuais houve grandes progressos e isso é muito positivo.

O progresso tecnológico demonstra que o homem caminha a passos largos na direção de melhores condições de vida e conforto para toda gente.

Mas, apesar do progresso intelectual conquistado, muitas criaturas ainda se debatem nas sombras da miséria moral porque só levam em conta os empreendimentos materiais.

Construímos autoestradas amplas, mas não ampliamos os nossos pontos de vista.

Gastamos muito, consumimos mais e desfrutamos menos, porque nada nos satisfaz.

Temos casas maiores e famílias menores; mais ocupações e menos tempo para dedicar aos afetos.

Buscamos o conhecimento e nos permitimos um fraco poder de julgamento. A medicina está mais avançada, mas não conseguimos manter a saúde desejada.

Bebe-se demais, fuma-se demais, se gasta de forma perdulária e não se conquista a alegria verdadeira.

Dirigimos rápido demais, mas nos irritamos com facilidade.

Raramente lemos um livro. Ficamos muito tempo diante da TV e dificilmente oramos.

Multiplicamos as posses, mas diminuímos nossos valores. Falamos demais, amamos menos e odiamos com muita frequência.

Aprendemos como ganhar a vida, mas não sabemos aproveitá-la bem.

Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida à extensão de nossos anos.

Já fomos à lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua para encontrar nosso vizinho.

Conquistamos o espaço exterior, mas desconhecemos a nossa intimidade. Fazemos coisas em quantidade, e poucas vezes nos importamos com a qualidade.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos.

Salvamos o mico-leão dourado e abortamos nossas crianças.

Falamos muito, reclamamos em demasia, mas poucas vezes prestamos atenção nas próprias palavras e, raramente, ouvimos nosso próximo.

São tempos em que planejamos mais, e realizamos menos.

Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência. Temos tido excessivo cuidado com as coisas exteriores, e dado pouco valor ao padrão moral.

Temos ajuntado bens materiais, mas não logramos construir a paz íntima.

Possuímos computadores que nos permitem viajar pela aldeia global em poucos minutos, mas diminuímos a comunicação com as pessoas que nos cercam.

Temos nos permitido múltiplos relacionamentos, mas não nos preocupamos em cultivar afetos verdadeiros.

Estes são tempos em que se almeja a paz mundial, mas não se envidam esforços para acabar com a guerra nos lares.

São dias de duas fontes de renda familiar, e de mais divórcios; de residências mais belas, e lares destruídos.

Enfim, estes são tempos de alta tecnologia que nos permite levar estas palavras até você e que lhe dá total liberdade de escolha entre refletir sobre elas, ou simplesmente ignorar.

                                                                  *   *   *

A tecnologia é prova irrecusável da capacidade do ser humano.

Por essa razão, o homem já demonstrou que é dotado de imenso poder intelectual.

Só resta agora, descobrir sua realidade de ser imortal e cocriador com Deus e fazer brilhar, de vez por todas, a sua luz interior, conforme recomendou o Homem de Nazaré.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

A felicidade da oração.

 


Quando alguém enfrenta duras dificuldades e a convidamos a orar, por vezes, escutamos, de retorno: E isso vai resolver o meu problema?

      Acaso encherá meu prato de comida ou me dará um cobertor para eu suportar melhor o frio?

      Estamos ainda muito longe de termos a ideia exata do poder da prece. Santo Agostinho teve oportunidade de afirmar: Como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora.

      Avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. São as liras dos arcanjos.

      São as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos bosques.

      A vossa linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe.

      No recolhimento e na solidão, estais com Deus. Apóstolos do pensamento, é para vós a vida.

      Lembramos que Jesus, durante a sua estada entre nós, buscava a solidão para orar. Dirigia-se ao Pai, em muitas ocasiões.

      Num dos momentos mais cruciais de Sua vida, antevendo Sua prisão, suplício e morte, Ele ora, no Jardim das Oliveiras.

      Ora e pede aos amigos Pedro, Tiago e João que orem com Ele.

      Na cruz, em Sua agonia, Sua última frase foi uma profunda e sentida oração: Pai, em tuas mãos entrego meu Espírito.

      Desconhecemos sim, o poder da oração e não a vimos utilizando tanto quanto deveríamos.

      Além de nossas preces regulares da manhã e da noite, a prece deveria ser de todos os instantes, sem mesmo que tenhamos que interromper os nossos trabalhos.

      Ante as dores, pedir ao Senhor que nos abrevie as provas, que nos conceda alegria e bens de que necessitamos para nossa subsistência.

      Também que nos conceda os recursos preciosos da paciência, da resignação e da fé.

      Então, em momentos de tormenta, de caos, oremos. Busquemos esse amparo superior que, mesmo não nos fornecendo o alimento material, nos repletará a alma de bênçãos, abastecendo-nos de energias espirituais.

      E, com certeza, encaminhada aos mensageiros de Deus, que cumprem a Sua Vontade, na Terra, inspirarão alguém para nos socorrer a fome. Também o frio.

      Acionemos a prece pois ela é a filha primogênita da fé.

      Quando os ventos soprarem, inclementes, quando a tempestade nos alcançar, que poder senão o Divino, de imediato, nos poderá socorrer?

      A quem pediremos clemência, senão ao Pai de todos nós?

      Recordamos as palavras do Mestre, anotadas por Mateus: Porquanto haverá nessa época grande tribulação, como jamais aconteceu desde o início do mundo até agora, nem nunca mais haverá.

      E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne seria salva. Mas, por causa dos eleitos, aquele tempo será encurtado.

      Quem são os eleitos, senão os filhos do Deus bom, generoso, que levanta as ondas e aplaca os ventos?

      O Deus que nos sustenta a vida, oferecendo-nos diariamente Seu hálito, que absorvemos no ar que respiramos.

      Por isso, não nos esqueçamos igualmente de orar, louvando a generosidade Divina, agradecendo pelo dom da vida, a maravilha da Criação.

      Exercitemos a felicidade da oração. Oremos em pensamento, palavras e atos.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Meu Brasil de tantas dores.

 


Pátria amada, no dia em que evocamos a tua Independência dos laços portugueses, desejamos orar por ti.

      Por ti e por todos nós, os teus filhos, aqui nascidos ou adotados por tua grandeza.

      Vemos-te tão sofrida, tão aviltada, que somente podemos nos ajoelhar no altar do coração e rogar ao Governador Planetário por ti.

      Rogar a esse Jesus, todo amor, que se apiade de ti, nação amada.

      Cantamos os hinos que te exaltam e aspiramos a ver-te, verdadeiramente grande entre as demais nações.

      Grande em amor, em esperança, em trabalho e honra.

      Entristecemo-nos ao verificar, todos os dias, mesmo ante a pandemia que te castiga, prosseguir a corrupção e os interesses mesquinhos.

      Como é possível, Brasil, que não nos unamos todos para te tornar o maior dentre todos os países?

      Um país honrado, fraterno, pleno de paz. Por que não nos esmeramos em sermos honestos nas pequenas como nas grandes coisas?

      Por que nosso interesse deve suplantar o interesse comum? Por que não nos sentimos todos irmãos e nos auxiliamos?

      Quando tantos padecem fome, como podemos pensar em nosso próprio bolso?

      Quando o ciclone arrasa a paisagem e causa tantos prejuízos, como podemos prosseguir em nosso egoísmo, engendrando formas de lucrarmos com o caos?

      Quando a morte nos espreita, sorrateira, buscando o próximo alvo, por que ainda insistimos em ajuntar tesouros aqui, sem pensarmos que ela pode estar mirando em nós, para nos levar, logo mais?

      Brasil de todos nós, Brasil de todos os povos, pedimos a Jesus por ti, pelos filhos que ainda não entendemos que o teu propósito é ser o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho.

      Destino que somente será efetiva realidade se nós, os teus filhos, deixarmos pulsar os nossos corações irmanados.

      Amado Brasil, esperamos que nossa prece alcance as esferas superiores e que bênçãos jorrem do alto sobre ti.

      Energias espirituais elevadas nos alcancem, despertando-nos para esse futuro que podemos construir juntos, bastando que pensemos em nosso irmão.

      Que nos olhemos uns aos outros como filhos de um mesmo torrão e nos esforcemos por te tornar um país diferente.

      Que tenhamos responsabilidade para eleger homens públicos que se importem contigo, que honrem tua História de tantas glórias. Que tenham compromisso com a verdade, com o bem comum.

      Que nos empenhemos para que a justiça seja para todos, que haja pão nas mesas, que não falte o agasalho a quem padece frio.

      Que nos eduquemos para que nos lares existam pais e mães preocupados em conduzir seus filhos para o bem.

      Que a honestidade não seja uma nota dissonante, soando solitária, mas seja a sinfonia executada por todo o povo, todos os dias.

      Ao ver-te a bandeira tremulando ao vento, Brasil amado, que o verde signifique esperança de dias melhores.

      Que o amarelo nos diga das riquezas do teu solo, das tuas veias. Porém, muito mais, da prosperidade deste povo que abrigas.

      Que o azul nos fale de dias de céu de anil para todas as vidas.

      E que o branco seja nossa bandeira de paz. Paz nos lares. Paz nas escolas. Paz na sociedade. Paz em todo lugar.

      Que este dia, Brasil, possa assinalar o teu ingresso no caminho do teu verdadeiro destino.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

O valor do tempo.

 


É impressionante constatar como alguns de nós invertemos a escala de valores.

Uma dessas inversões é a que se refere ao tempo.

Costumamos afirmar que tempo é dinheiro.

Quando pensamos assim, corremos o risco de nos transformarmos em máquinas de produzir lucros. Cada minuto é importante para cumprir metas estabelecidas, visando apenas resultados financeiros.

Acabamos por nos dedicarmos ao trabalho em demasia, entendendo que feriados, férias, repouso são total e absoluta perda de tempo.

Consequentemente, de dinheiro.

É importante lembrar que somos gente, seres humanos. Somos pais, esposos, filhos, amigos.

A vida não deve se resumir em conseguir títulos, dinheiro, propriedades.

Existem outros valores mais preciosos que não podemos, de forma alguma, desprezar ou desconsiderar.

Muitos de nós somente nos damos conta da riqueza do casamento depois da separação, quando descobrimos que perdemos o grande amor da nossa vida por causa das muitas horas dedicadas exclusivamente ao trabalho.

Tempo também existe para ser investido na conquista e manutenção das amizades, que nos garantem um ombro amigo quando dele necessitamos.

Será que já paramos para aquilatar o valor de um amigo verdadeiro?

Precisamos avaliar, de fato, quais as metas pelas quais estamos lutando.

É importante pensar na conquista da felicidade, que nem sempre o dinheiro proporciona.

É importante repensar o valor do tempo.

A autorrealização é uma meta indispensável que pode ser alcançada com a boa utilização do tempo.

Trabalhar é importante e necessário para o progresso geral e individual. Contudo, imprescindível é sentir prazer no que fazemos.

Muitos de nós passamos a vida procurando nos sentir importantes para termos a sensação do sucesso.

Porém, sucesso sem qualidade de vida não é sucesso, é ilusão.

E qualidade de vida é ter a consciência tranquila por não violar as leis, por não trapacear, por não nos corrompermos nem corromper a ninguém.

Qualidade de vida é conviver em harmonia com a família, com os amigos, consigo mesmo.

Importante avaliarmos, com muita atenção, essa proposta enganosa de que tempo é dinheiro, que nos leva a programar formas de enriquecer os bolsos e engordar as contas bancárias.

Não caiamos nessa armadilha. Usemos o tempo que Deus nos empresta para construir a nossa verdadeira felicidade e a daqueles que nos rodeiam.

                                                                             *   *   *

A profissão é instrumento de progresso e realização do ser humano. Deve servir para a construção de algo bom e útil em prol da sociedade em que vivemos.

Nem sempre ganhar dinheiro proporciona essa realização.

O médico sanitarista Oswaldo Cruz não estava preocupado com o contracheque quando travou uma batalha com a febre amarela e descobriu sua vacina.

O compositor Villa Lobos não compôs suas melodias de olho na conta bancária.

E se Albert Einstein tivesse a ilusão de que tempo é dinheiro, jamais teria legado à Humanidade o fruto de suas pesquisas científicas.

Pensemos nisso e lembremos: Tempo é oportunidade.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Lições de vida para famílias.

Em seu livro "Lições de vida para famílias," Maria Tereza Maldonado elenca diversas sugestões que têm por objetivo auxiliar as pessoas a construírem uma família harmoniosa, saudável e feliz.

Entre elas podemos ressaltar as seguintes:

Primeira: Escute com atenção antes de falar; tente entender o que a pessoa realmente está dizendo, que pode ser muito diferente do que você acha que ela quer dizer.

Segunda: Gentileza e boas maneiras são essenciais para construir um bom convívio familiar.

Terceira: Aumente as opções de atividades prazerosas com seus familiares: conversar, brincar e jogar, ver bons filmes, passear.

Quarta: Demonstre seu interesse em saber o que seus familiares estão fazendo, experimentando ou descobrindo na vida.

Quinta: Para enviar mensagens fortes e eficazes para seus familiares, procure ter coerência entre palavras, gestos e atitudes.

Sexta: Se você diz não, com muita frequência, aprenda a dizer sim, com carinho.

Se você diz sim demais, aprenda a dizer não sem culpa.

Sétima: Tente criar, junto com seus familiares, maneiras eficazes de simplificar a vida para torná-la mais pacífica e prazerosa.

Oitava: Aprender a tolerar frustrações é essencial para desenvolver paciência, compaixão e compreensão.

Nona: Cada membro da família precisa descobrir meios eficazes e saudáveis de descarregar as tensões inevitáveis do dia a dia, sem maltratar os outros.

Décima: Os laços de sangue não garantem automaticamente a existência do amor, que precisa ser constantemente criado e bem cuidado ao longo da vida.

A oportunidade de estarmos inseridos em um determinado grupo familiar é uma abençoada oportunidade que nos é oferecida pelo Pai Criador.

Os laços familiares que hoje nos envolvem são aqueles que nos são necessários ao nosso crescimento e desenvolvimento moral e espiritual.

As dificuldades de relacionamentos, tão estranhas e inaceitáveis aos olhos do mundo, podem ter causa em fatos pretéritos que escapam às nossas lembranças.

Os filhos difíceis de hoje podem ser cúmplices ou vítimas de nosso passado equivocado.

Podemos ter sido seus algozes ou aqueles que, pensando agir por amor, os tenhamos desviado do bom caminho.

Encontrarmo-nos hoje nesse grupo familiar não é obra do acaso, nem da desdita.

Em tudo há sempre a mão e a autorização de Deus.

Eis aí uma nova chance de resgate e de reparação.

Aproveitemo-la.

Façamos a parte que nos cabe, nessa nobre tarefa que é viver em família.

Sejamos dignos, honrando os compromissos que assumimos perante Deus e perante os homens, educando os pequeninos e a nós próprios.

Vençamos os vícios que ainda azedam nossos dias e infelicitam nossos companheiros de jornada.

Abandonemos a reclamação vazia e inócua.

Superemos a preguiça e a omissão.

Abracemo-nos e unamo-nos em prol desse objetivo tão importante e básico que é viver bem em família, a fim de que possamos conviver do mesmo modo com toda a Humanidade.

Pensemos  nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Do que mais sentimos falta.

 

Quando a pandemia se instalou, de repente, a insegurança tentou se aninhar em nosso ser.

Confiantes, porém, de que tudo, neste imenso Universo de Deus, está certo, confiamos. Confiamos que isso, como tudo, nesta Terra, passará.

Talvez demore alguns meses. Meses que nem sabemos ainda como iremos superar. Desconhecemos o que nos reserva o amanhã.

Mas, confiamos. Confiamos em Deus, em Jesus, nosso Governador Planetário, nas leis divinas que tudo regem com sabedoria.

Isso passará, como passaram outras calamidades. Enfrentamos duas terríveis guerras mundiais, a explosão de bombas atômicas, os desastres das usinas nucleares.

Tudo nos parecia, quando ocorreu, que jamais superaríamos. Mas superamos. Crescemos em ciência, em tecnologia. Também em moralidade.

Na atual pandemia, que abraçou o mundo inteiro, sem exceção, sentimos o quanto somos frágeis.

E, mais uma vez, constatamos que, por mais que o queiramos, não podemos ter o controle de tudo.

Então, nos isolamos, como medida preventiva, para evitar ainda mais a disseminação da doença tão insidiosa.

Isolados, voltamo-nos para a tecnologia. E nos servimos das redes sociais para nos comunicarmos.

Utilizamos plataformas diversas para nos encontrarmos de forma virtual. As reuniões esparsas, de início, foram adquirindo um tom de cidadania diária.

Reuniões com amigos, com familiares, com companheiros da profissão, do trabalho voluntário. Passamos a tratar de quase tudo em reuniões virtuais.

Bate-papo informal, troca de receitas, sugestões para entreter as crianças que também ficaram em casa.

Acabaram-se nossas idas ao cinema, com pipoca e refrigerante. Acabaram-se nossos passeios nos bosques, agora fechados ao público.

Acabaram-se nossas idas ao shopping, o peregrinar pelas lojas, o comprar roupas e calçados novos.

Saídas de casa somente para as questões prioritárias: o trabalho profissional indispensável à sociedade, a aquisição do alimento, da medicação, do combustível.

Passados tantos dias, acabamos por nos dar conta de que o que temos de mais precioso, além da vida, é o amor.

Estamos sentindo falta do abraço forte, dos encontros com os amigos, todos juntos, sentindo o calor do outro.

Sentimos falta de ir ao templo religioso, sentimos falta daquela atmosfera de paz que nos envolvia, mal adentrávamos pela porta.

Sentimos falta dos almoços em família, com a criançada correndo para todo lado, o vozerio de todos falando quase ao mesmo tempo.

Sentimos falta do bate-bola com os amigos, na pracinha ao lado de casa.

Demo-nos conta, enfim, de que estamos aprendendo o que realmente importa para nossas vidas: o amor que partilhamos, a companhia do outro, o abraço amigo, o trabalho voluntário.

Descobrimos que podemos ficar sem tantas coisas. Mas, como nos faz falta a liberdade de ir e vir, de andar pelas ruas, com sol ou com chuva.

De convidar amigos para nossa casa, de promover encontros, simplesmente para nos abraçarmos e conversarmos sobre o que faz a nossa felicidade. 

Ah, quando passar esse flagelo mundial, haveremos de viver de forma diferente.

Aguardemos, confiantes, esses dias do amanhã.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

O mundo está melhorando.


Sempre ouvimos falar que, para o mundo melhorar, é preciso que as pessoas melhorem.

Embora seja um processo lento, é uma realidade da qual não se pode fugir.

Quanto mais pessoas se dispuserem a colaborar nessa melhoria, olhando com mais atenção ao seu redor, identificando situações onde possam agir em favor do bem, mais rápida se fará essa transformação.

Diariamente, temos exemplos de que a face do mundo está se modificando.

Basta ter olhos de ver. Como aquele rapaz que passava pela rua e se surpreendeu com o que viu. Parou, fotografou, compartilhando, posteriormente, em seu perfil, em rede social.

Explicou depois o que vira: uma enfermeira, moradora na cidade do México, saindo de seu plantão, viu um homem em uma cadeira de rodas.

Todos passavam e ninguém lhe prestava atenção. Talvez seja essa uma conduta de autodefesa. Se fingirmos não ver o problema, não temos compromisso com qualquer tentativa de solução.

Sabemos que as condições de pobreza, da falta de moradia, da fome e da saúde têm sido um grande desafio em quase todos os lugares.

Contudo, nada nos impede de colocarmos uma gota de bálsamo, de amor e atenção fraterna no coração daquele que sofre.

Não resolvemos o problema mas, se nos aproximarmos, quiçá possamos descobrir que a ajuda de que a pessoa necessita não é tão grande e que podemos oferecê-la.

Certamente, com essa disposição, Marycarmen se aproximou e verificou que aquele cadeirante sofria muito. Trazia os pés feridos.

Sem pensar em seu cansaço, depois das horas de trabalho, ela se prontificou, ali mesmo, a tratar dos ferimentos, com o material que trazia em sua maleta.

Não terá resolvido o problema da fome dele, da ausência de família, de abrigo. Mas, diminuiu-lhe a dor, o que ele mais precisava, naquele momento.

                                                                  *   *   *

Felizmente multiplicam-se as pessoas, de espírito nobre, capazes de sentir empatia.

São gestos dessa ordem que arrastam outros à solidariedade, na tentativa salutar de imitá-los.

Isso faz parte do mundo melhor, que estamos construindo. Um mundo que reflete fraternidade, semeadura de paz.

Essa paz que almejamos para nós, para nossos amores, para o mundo.

Buscar saber quem realmente somos, de onde viemos, porque estamos aqui, e para onde vamos, nos auxiliará a clarear o caminho para a instalação dessa paz tão falada, tão desejada.

O Evangelho de Jesus, como um processo educativo do ser espiritual que somos, nos auxilia a nos percebermos como construtores desse mundo almejado.

Pessoas espiritualizadas fazem a diferença em nossa sociedade, agindo conforme a lei de amor e promovendo o bem onde se encontrem.

O Mestre Jesus foi quem nos afirmou que o que fizermos a um faminto, a um doente, a um necessitado de qualquer ordem, a Ele mesmo o estaremos fazendo.

Que coisa grandiosa se assim pensarmos. Servir ao Rei dos reis na pessoa do mais humilde cidadão.

Isso mais nos deve incentivar à prática das boas ações, ao atendimento aos pequenos do mundo.

Será com o amor que trazemos em nós, que alimentaremos a chama do amor no mundo.

Pensemos: tudo começa em cada um de nós.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 8 de agosto de 2020

FELIZ DIA DOS PAIS.

Homenagem a um pai ausente.

Pai, você sempre zelou pela minha segurança, buscando pessoas e lugares que pudessem ajudá-lo a me fazer viver. Eu era seu filho e passei a ser a razão do seu viver. Do seu jeito, você me amou.

Nossos parentes que o admiravam tanto, pessoas que não o conheceram, meus amigos, alguns vizinhos, todos desejam que você faça uma boa viagem e que nos espere um dia, pois você tomou o ônibus da frente. O próximo talvez seja o nosso...

Você nunca demonstrou, mas se angustiava quando precisava ir trabalhar, viajar, e queria estar comigo para me dar segurança. Quando estava longe pensava com carinho em mim.

Você nunca falou “Amo você”, mas tudo o que fez para mim provou que você me amava. Lembro das broncas que levei quando fazia algo errado... Dos causos que você me contava... Dos seus conselhos, dos incentivos para as boas ideias...

Aprendi a confiar em seus conselhos, a respeitar sua autoridade de experiência de vida, a buscar sua opinião antes de fazer algo. E, sempre que não o escutei, eu errei.

Mas o que eu mais gostei, foi a liberdade que tive com você. Com a liberdade que você me deu, aprendi a ter responsabilidade. Você me ensinou a viver e a me cuidar no mundo. A assumir minhas atitudes. A errar menos para sofrer menos, e nunca prejudicar alguém.

Aprendi que não se deve viver por viver, mas ajudar as pessoas e fazer um mundo melhor, começando por nós.

Lembro-me de como você fazia seu serviço... Os problemas que passou na vida... Você me contou sua vida. E com sua vida aprendi que existem pessoas e fatos que nem sempre nos fazem felizes, mas que precisam ser rapidamente superados porque devemos seguir em frente.

Aliás, seguir em frente foi a coisa mais importante que aprendi com você, porque nunca o vi reclamando de alguma situação, mas, sim, tomando atitudes para modificar e melhorar. Você sempre me dizia: “Se não der certo aqui, tente ali, nunca desista.”

E hoje, pensando em você, quero celebrar a vida. Vida que você teve. Vida que você me deu. Vida que vivemos juntos. Fiquei muito triste com a sua viagem.

Ao chegar em casa não vou vê-lo sentado na sala ouvindo as notícias pelo rádio ou vendo televisão... Não vou mais, ao banco, receber a sua aposentadoria, contar novidades para você, fazer as compras que me pedia... O pão, o leite, a margarina. Agora a casa está vazia, sem vida, sem a sua vida.

Posso imaginar você escutando isto... Talvez tenha vontade de chamar minha atenção, alertando: “Meu tempo já passou... O que você está fazendo do seu tempo?” Talvez me perguntasse se já pintei a casa... Se aluguei o ponto comercial... Se cortei a grama...

Você concluiu sua caminhada. Neste momento, em respeito a sua memória, eu afasto a tristeza e qualquer sentimento negativo. Sinto saudades porque a falta continua. Não sei dizer ao certo se eu vim para lhe fazer feliz ou se fui feliz por ter vindo ao mundo através de você.

Acredito que foi bom para você ter a mim como filho. Porém, com toda certeza deste mundo, foi muito melhor ter tido você como pai...

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

No reino das borboletas.

À beira de um pântano, uma borboleta pousou sobre um ninho de larvas e falou para as pequenas lagartas:

Olá. Sou irmã de vocês. Venho lhes dizer para ter esperança. Nem sempre ficarão coladas às ervas do pântano!

Esforcem-se para não sucumbir aos golpes da ventania que, de quando em quando, varre a paisagem.

Esperem! Depois do sono que as aguarda, todas acordarão com asas de puro veludo, refletindo o esplendor solar...

Então, não mais se arrastarão, presas ao solo úmido e triste. Adquirirão preciosa visão da vida, pois poderão subir muito alto e seu alimento será o néctar das flores...

Viajarão deslumbradas, contemplando o mundo, sob novo prisma!

Enquanto a mensageira fez ligeira pausa, ouviam-se exclamações admiradas:

Que misteriosa criatura!

Será uma fada milagrosa?

Nada possui de comum conosco...

Irradiando o suave aroma do jardim de onde viera, a linda visitante sorriu e continuou:

Não se iludam! Não sou uma fada celeste! Minhas asas são parte integrante da nova forma que a natureza lhes reserva.

Ontem, eu vivia com vocês. Amanhã viverão comigo! Flutuarão no imenso espaço, em voos sublimes em plena luz. Libertas do lodaçal, se elevarão felizes.

Conhecerão a beleza das copas floridas e o saboroso néctar das pétalas perfumadas. Contemplarão a altura e a amplitude do firmamento...

Logo após, lançando carinhoso olhar à família alvoroçada, abriu as asas coloridas e, voando com graciosidade, desapareceu no infinito azul.

Nisso, chegou ao ninho a lagarta mais velha do grupo e, ouvindo os comentários empolgados das companheiras jovens, ordenou irritada:

Calem-se e escutem! Tudo isso é insensatez, mentiras, divagações...

Não nos iludamos! Nunca teremos asas!

Somos lagartas, nada mais que lagartas. Sejamos práticas, no imediatismo da própria vida. Esqueçam-se de pretensos seres alados que não existem.

Precisamos simplesmente comer e comer... Depois vem o sono, a morte... E o nada... Nada mais...

As lagartas calaram-se, desencantadas.

Caiu a noite e, em meio à sombra, a lagarta chefe adormeceu, sem despertar no outro dia. Estava completamente imóvel.

As irmãs, preocupadas, observavam curiosas o fenômeno...

Depois de algum tempo, para espanto de todas, a ignorante e descrente orientadora surgiu como veludosa borboleta, de asas leves e ligeiras, a bailar no ar...

                                                                          *   *   *

À semelhança da formosa borboleta que desceu às faixas escuras onde rastejavam suas irmãs lagartas, um dia, a Humanidade também recebeu a visita de um Ser Sublime, que veio trazer consolo e esperança.

Falou da vida triunfante para além do casulo físico.

Ele próprio, após desvencilhar-se do corpo físico, surgiu mais livre e mais brilhante que antes, mostrando-se aos discípulos, aos amigos.

Depois, com leveza, desapareceu na imensidão azul, diante de quinhentas testemunhas, admiradas, na distante Galileia...

Apesar do tempo transcorrido, ainda existem aqueles que preferem acreditar que o que nos espera para além da morte é o nada.

Não nos iludamos. Somos imortais. Viveremos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Deus na natureza.

A cada novo dia a natureza nos oferece espetáculos  de beleza sem fim...

Quem já não contemplou a maravilha de uma gota de orvalho a brilhar, refletindo a luz do sol?

Uma simples teia de aranha e sua engenharia perfeita...

A relva verde... O andar desengonçado de um joão-de-barro, logo ao amanhecer...

Uma folha seca bailando no ar prenunciando o inverno...

O céu de anil com suaves pinceladas brancas como se fossem nuvens de algodão.

O entardecer, quando o sol se despede deixando rastros em vários tons dourados como se fosse ouro derretido, levemente espalhado por mãos invisíveis...

A lua cheia refletida num lago calmo, transformado em grande espelho líquido...

A cantoria do vento na folhagem das árvores, qual suave melodia, convidando a sonhar...

O olhar de um cão solitário, pedindo companhia...

O balançar do salgueiro, lembrando mãos distendidas nas margens dos rios e lagos, como a protegê-los...

O ir e vir das ondas, acariciando a areia quente das praias como querendo amenizar o calor...

O cheiro do mato, após a chuva...

A água cristalina dos rios que correm por entre as montanhas, como se fossem veias transportando a vida.

O sorriso inocente na face da criança, pedindo amparo e proteção.

As pegadas do lavrador nas estradas poeirentas que conduzem à lavoura...

O galopar do cavalo evidenciando sua liberdade...

O abrir e fechar das asas da borboleta sobre a flor, a andorinha fazendo acrobacias no ar, a garça solitária à espreita do alimento.

O abraço afetuoso de um amigo. O rosto sulcado do ancião, que não teme a velhice por saber que ela não alcança o Espírito. As mãos calejadas do trabalhador...

A noite bordada de estrelas a nos mostrar a grandeza do Universo infinito...

Uma gota d'água na pétala de uma rosa, refletindo outras tantas rosas...

O tamborilar da chuva no telhado... A goteira a cantar na calha...

A araucária secular, com seus galhos esparramados, debulhando as pinhas para saciar com seus frutos a fome dos pássaros.

O cricrilar do grilo, o coaxar da rã, o piar da coruja fazendo-se anunciar na noite silenciosa.

O som melodioso do teclado extraído por mãos habilidosas.

A harmonia das cores nos canteiros floridos de ruas e praças...

O dia, que a cada amanhecer renova o convite para que vivamos em harmonia, imitando a natureza.

Essas e outras tantas belezas são a presença discreta de Deus na natureza que nos cerca, dizendo que também somos Suas criaturas e que fazemos parte desse Universo maravilhoso, e, acima de tudo, somos herdeiros desse mesmo Universo, como filhos do Criador que somos todos nós.
                                                               
                                                              *   *   *
A contemplação da natureza oferece ao homem incontestavelmente, inefáveis encantos. Na organização dos seres descobre-se o incessante movimento dos átomos que os compõem, tanto quanto a permuta constante e operante entre todas as coisas.

Justa é a nossa admiração por tudo o que vive na superfície da Terra.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

Doe Sangue