terça-feira, 26 de setembro de 2023

Conquista da paz.


A grande maioria das pessoas se preocupa com a conquista da paz. Da tão sonhada paz.

No entanto, será que sabemos como conquistar a paz?

E se sabemos, o que temos feito para alcançar esse objetivo?

Conta-se que, um dia, vários deuses da mitologia grega se reuniram para decidir onde esconderiam um tesouro precioso, para que os homens o encontrassem.

Não poderia ser em um lugar qualquer, pois se estivesse muito à vista, poderia ser encontrado facilmente e não lhe dariam o devido valor.

As sugestões começaram a surgiu, na grande assembleia.

Um dos deuses sugeriu que se pusesse o tesouro no fundo dos oceanos.

Todavia, aquele que presidia a reunião argumentou que o homem certamente iria encontrá-lo com facilidade. Com sua inteligência, sua criatividade, inventaria equipamentos de mergulho, alcançaria o tesouro e não lhe daria a importância merecida.

Outra sugestão foi a de esconder o tesouro nos espaços infinitos do Universo.

Argumentou um dos deuses: O homem o descobrirá facilmente, pois se inventar equipamentos para mergulhar nas profundezas dos mares, é lógico que os inventará para percorrer os espaços infinitos.

Depois de várias sugestões infrutíferas, alguém teve uma ideia que foi aceita por todos.

O tesouro deve ser cuidadosamente escondido, num lugar onde o homem só irá procurar depois que estiver suficientemente maduro para valorizá-lo, e mantê-lo consigo.

Depois de muitos debates e sugestões, foi definido que o local seria o íntimo de cada ser humano.

                                                                      *   *   *

Esse tesouro valioso e imperecível é a paz.

Sim, a paz que tanto buscamos, sem lograr êxito, está dentro de cada um de nós.

Quando encontramos o tesouro da paz, não mais nos perturbamos, mesmo que a situação, ao nosso redor, pareça estar em polvorosa.

Importante que não confundamos paz com passividade porque o passivo é um ser sem ação.

O pacifista é ativo. Onde há discórdia, ele leva a sua paz, compartilha o seu tesouro.

É assim que devemos entender a recomendação de Jesus de mostrar a outra face.

Se a face que se apresenta é a da violência, mostremos a face da paz.

De fato, conquistamos os mares. Estamos vencendo o espaço com nossos telescópios e naves espaciais. Desvendamos vários mistérios do Universo, no entanto, ainda não empreendemos a viagem fantástica para dentro de nós mesmos.

Alcançamos muitas conquistas tecnológicas, contudo, ainda apresentamos dificuldade em resolver um simples problema de relacionamento com nosso próximo.

Falta descobrirmos como afastar do nosso íntimo o orgulho, a vaidade desmedida, a inveja, e outros tantos entulhos morais que impedem o acesso à paz.

Pensemos: se a paz é um tesouro que cada um de nós pode conquistar, cabe-nos iniciar, sem demora, essa busca.

No autoconhecimento traçaremos um mapa de nós mesmos, que nos mostrará onde se encontra cada empecilho, cada obstáculo que devemos remover da nossa intimidade.

Somente quando o caminho estiver limpo, nos depararemos com um recanto de luz brilhando em nós: a tão esperada paz íntima!

Paz que espalharemos pelo mundo. Pensemos a respeito.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Adversidades.


Ela era uma garota que vivia a se queixar da vida. Tudo lhe parecia difícil e se dizia cansada de lutar e combater.

Seu pai, que era um excelente cozinheiro, a convidou, certo dia, para uma experiência na cozinha.

Tomou de três panelas, encheu-as com água e colocou cenouras em uma, ovos em outra e pó de café na terceira.

Deixou que tudo fervesse, sem nada dizer. A moça suspirou, longamente, imaginando o que é que seu pai estava fazendo com toda aquela encenação.

Tudo fervido, o pai colocou as cenouras e os ovos em uma tigela e o café em outra.

O que você está vendo? Perguntou.

Cenouras, ovos e café, respondeu ela.

Ele a trouxe mais perto e pediu que experimentasse as cenouras. Ela notou como as cenouras estavam macias.

Tomando um dos ovos, quebrou a casca e percebeu que ele estava duro.

Provando um gole de café, a garota sentiu o sabor delicioso.

Voltou-se para o pai, sorriu e indagou:

O que significa tudo isto, papai?

É simples, minha filha. As cenouras, os ovos e o café, ao enfrentarem a mesma adversidade, a água fervendo, reagiram de formas diferentes.

A cenoura entrou na água, firme e inflexível. Ao ser submetida à fervura, amoleceu e se tornou frágil.

O ovo era frágil. A casca fina protegia o líquido interior. Com a água fervendo, se tornou duro.

O pó de café, por sua vez, é incomparável. Colocado na água a ferver, ele mudou a água.

Voltando-se para a filha, perguntou o homem experiente:

Como é você, minha filha? Quando a adversidade bate à sua porta, você reage como a cenoura, o ovo ou o café?

Você é uma pessoa forte, decidida que, com a dor e a adversidade, se torna frágil, vulnerável, sem forças?

Ou você é como o ovo? Delicada, maleável, casca fina que, com facilidade, se rompe. Ao receber as agruras de um desemprego, de uma falência, a morte de um ser querido, um divórcio, se torna dura, inflexível?

Quanto mais sofre, mais obstinada fica, mais amarga se torna, encerrada em si mesma?

Ou você é como o café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a cem graus centígrados.

Quanto mais quente a água, mais gostoso se torna o café, deliciando as pessoas com o seu aroma e sabor.

Se você é como o pó de café, quando as coisas vão ficando piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.

A dor, em você, tem o condão de a tornar mais doce, gentil, com capacidade de melhor entender a dor alheia.

Afinal de contas, minha filha, como você enfrenta a adversidade?

                                                  *   *   *

A dor pode ser comparada ao instrumental de um hábil escultor.

Com destreza e precisão técnica, ele toma de uma pedra dura como o mármore, por exemplo, e pacientemente a transforma em uma obra de arte, para encanto das criaturas.

A beleza da pedra só aparecerá aos golpes duros do cinzel, na monotonia das horas intermináveis de esforço e trabalho.

Assim como a pedra se submete à lapidação das formas para se tornar digna de admiração, somente os corações que permitem à dor esculpir sua intimidade, adquirem o fulgor das estrelas e o brilho sereno da lua.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Eu, hoje, vou ser feliz.


Todos almejamos a felicidade. Alguns acreditamos que ela está muito distante, que talvez nunca nos alcance.

Outros chegamos a dizer, em voz alta: Não é para mim. Minha vida é uma luta insana, todos os dias. Sempre foi assim e, com certeza, não vai mudar.

Alguém, otimista, parece ter encontrado uma fórmula eficaz para adentrarmos pela ventura da felicidade.

Idealizou um projeto e o escreveu para se lembrar de colocá-lo em prática como uma proposta individual:

De hoje em diante, todos os dias, ao acordar, direi: "Eu, hoje, vou ser feliz!

Vou lembrar de agradecer ao sol pelo seu calor e luminosidade. Sentirei que estou vivendo, respirando. Posso desfrutar de todos os recursos da natureza, gratuitamente.

Não preciso comprar o canto dos pássaros, nem o murmúrio das ondas do mar. Lembrarei de observar a beleza das árvores, das flores, da relva, da natureza em geral.

Vou sorrir mais, sempre que puder. Vou cultivar mais amizades e neutralizar as inimizades.

Não vou julgar os atos dos meus semelhantes e vou aprimorar os meus.

Lembrarei de telefonar para alguém só para dizer que estou com saudades.

Reservarei alguns minutos de silêncio para ter a oportunidade de ouvir.

Não vou lamentar nem amargar as injustiças, mas vou pensar no que posso fazer para diminuir seus efeitos.

Terei sempre em mente que o tempo passado não volta mais e vou aproveitar bem todos os minutos.

Não vou sofrer por antecipação, prevendo futuros incertos, nem com atraso, lembrando de coisas sobre as quais não posso fazer nada.

Não vou sofrer pelo que não tenho e gostaria de ter. Buscarei ser feliz com o que possuo. E o maior bem que tenho é a própria vida.

Vou lembrar de ler uma poesia, ouvir uma canção e dedicá-las a alguém.

Vou fazer algo por alguma pessoa sem esperar nada em troca, apenas pelo prazer de vê-la sorrir.

Vou lembrar que existe alguém que me quer bem e dedicar uns minutos para pensar em Deus. Assim, Ele saberá que está em meu coração.

Vou procurar transmitir um pouco de alegria aos outros, especialmente quando sentir que a tristeza e o desânimo querem se aproximar.

E, quando a noite chegar, vou olhar para o céu, para as estrelas, para o luar e agradecer aos anjos e a Deus, porque hoje eu fui feliz!"

                                                                  *   *   *

Sem dúvida, este é um roteiro traçado por alguém que deseja realmente conquistar a paz de consciência e, por consequência, a felicidade.

Podemos até dizer que tudo isso é muito difícil de alcançar. No entanto, acreditemos: é bem simples.

Trata-se de valorizarmos mais o que temos e pensar menos naquilo que gostaríamos de ter.

Existe somente uma pessoa que é capaz de nos fazer feliz.

Se a desejarmos conhecer, fiquemos em frente ao espelho, olhemo-nos bem e digamos: Olá, prazer em conhecer você.

Eis aí a responsável única pela nossa felicidade: nós mesmos.

Lembremos que somos herdeiros de nós mesmos. Nossos pensamentos, nossa vontade nos pertencem.

Dessa forma, a nossa felicidade somente espera pela nossa decisão.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Um Brasil de todos nós.


Há de chegar um tempo em que o Brasil de todos nós será um país de paz.

Um país onde não haja a miséria de recursos amoedados, nem a ignorância das letras.

Onde todos trabalhem e haja trabalho para todos. Os que não necessitem dos valores salariais, trabalhem pelo bem geral, em voluntariado de amor.

Há de chegar um tempo em que derrubaremos os muros dos quintais, não mais cultivando o medo. E abraçaremos o vizinho como um irmão.

Um tempo onde as crianças voltem a correr pelos parques, nos dias de sol. Crianças que possam ir e vir das escolas, sozinhas ou em grupos, enchendo as ruas de risos, corridas, alegria.

Ah, Brasil, como te desejo grande! Maior do que teu território. Um Brasil sem fronteiras internas, onde os filhos do Norte e os do Sul falem a mesma linguagem, a do bem.

Onde os sotaques, os regionalismos sejam preservados, como essa diversidade sadia, característica do grande mundo de Deus.

Mas onde o idioma único seja o da fraternidade. Irmãos do Leste e do Oeste trabalhando pela mesma grandeza da nação.

Haverá de chegar um tempo, que pode ser já, se você e eu começarmos hoje a estender a mão ao vizinho e o saudar com um Bom dia, amigo!

Um tempo em que os estádios ficarão lotados com pessoas cujo objetivo é assistir um bom jogo de futebol. Um jogo onde o importante não será quem leve a taça, mas aquele que demonstre a mais apurada técnica, a melhor habilidade e a mais fina ética.

Um tempo em que as salas de teatro se abram para todos, crianças, jovens, adultos, idosos para assistir o drama e a tragédia em elaboradas peças. Assistir o cômico, rindo com prazer.

Também para ouvir a música dos imortais, o cancioneiro popular, as baladas do coração.

Haverá de chegar um tempo em que música também se ouvirá nas praças, nos parques, nas estações de trem, nos terminais de ônibus.

Então, em vez de ansiedade e preocupação, a alma se extasiará com a harmonia das notas, em escalas crescentes e decrescentes, com as melodias compostas com a mais delicada sensibilidade.

Quisera que esse dia chegasse logo para não mais ver lágrimas de mães pranteando filhos prisioneiros, mas sim deixando escorrer o pranto da emoção pelas conquistas dos seus rebentos.

Quisera que esse dia chegasse logo para ver mais sorrisos e menos dores; mais justiça e menos demagogia.

Quisera que esse dia chegasse logo para, no dia da Pátria, contemplar com emoção o pavilhão nacional tremular ao vento, mostrando suas cores, com especial destaque para o branco da paz.

E, então, cantar o hino pátrio com todo vigor:

Terra adorada, entre outras mil,

És tu, Brasil, ó pátria amada!

Dos filhos deste solo, és mãe gentil,

Pátria amada, Brasil!

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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