terça-feira, 31 de julho de 2018

A competição.

Eram dois grupos de jovens de comunidades religiosas diferentes. A competição era constante. Cada coordenador procurava evidenciar o seu grupo juvenil.
Competiam em jogos de futebol, em maratonas de conhecimentos bíblicos.
Certo dia, um dos grupos estudava o capítulo treze do Evangelho de João, aquele que narra o episódio de Jesus lavando os pés dos discípulos.
O coordenador achou muito oportuno pedir aos jovens que saíssem e encontrassem uma maneira prática de ajudar alguém.
Para isso, os dividiu em cinco equipes e lhes recomendou: Quero que vocês sejam como Jesus, nesta cidade, durante as próximas duas horasImaginem: se Jesus estivesse aqui, o que Ele faria por este povo?
Entusiasmados, saíram os jovens. Duas horas passadas e eles retornaram à sala de estudos para relatar o que tinham feito.
Uma equipe disse que trabalhara durante aquele período, na limpeza do jardim de um senhor idoso, que morava sozinho.
Outra equipe relatou que visitara um membro da comunidade que se encontrava hospitalizado. Além da presença, levaram um cartão para alegrá-lo.
A terceira equipe informou que comprara sorvetes e os servira a algumas crianças pobres.
A quarta se dirigira a uma casa de repouso e cantara cantigas natalinas. Bom, o mês era agosto.
Mesmo assim, os internos apreciaram muito o recital. Houve até um senhor que comentou que aquele Natal, em pleno agosto, era o mais feliz de sua vida.
A cada relato, o coordenador exultava e elogiava a iniciativa.
Entretanto, quando a quinta equipe disse o que fizera, houve uma exclamação de espanto geral.
Esse grupo visitara a comunidade rival e perguntara ao coordenador de lá se ele conhecia alguém que precisava de ajuda.
Ele os encaminhara à casa de uma senhora que vivia só. Ela precisava de muitas coisas.
Então, durante duas horas, eles varreram as folhas do quintal, apararam a cerca viva, cortaram a grama.
Quando terminaram e foram se despedir da dona da casa, ela agradeceu dizendo: Eu não sei o que faria sem sua ajuda. Vocês, desse grupo de jovens do bairro estão sempre vindo aqui para me socorrer.
Grupo de jovens daquele bairro? Interrompeu o coordenador. Espero que vocês tenham dito a ela a que grupo pertenciam.
Por quê? – Perguntou um dos jovens. Nós não dissemos nada. Achamos que não era importante.
Naquele momento, todos compreenderam que aquela equipe entendera verdadeiramente o significado de servir; de dar-se, anonimamente, sem se importar com agradecimentos, elogios ou qualquer outra deferência.
De todas as equipes, aquela fora a que melhor interpretara, com seu gesto, o exemplo do Modelo e Guia da Humanidade, Jesus.
*   *   *
Eu vim para cumprir a vontade de meu pai que está nos céus, afirmou o Mestre de Nazaré.
E estou no meio de vós, como aquele que serve.
Seja Jesus, em toda circunstância, nosso Modelo e Guia.
                                                                      Redação do Momento Espírita

terça-feira, 24 de julho de 2018

O Sábio e o pássaro.

Conta-se que, certa vez, um homem muito maldoso resolveu pregar uma peça em um mestre, famoso por sua sabedoria.
Preparou uma armadilha infalível, como somente os maus podem conceber.
Tomou de um pássaro e o segurou nas mãos, imaginando que iria até o idoso e experiente mestre, formulando-lhe a seguinte pergunta: Mestre, o passarinho que trago nas mãos está vivo ou morto?
Naturalmente, se o mestre respondesse que estava vivo, ele o esmagaria em sua mão, mostrando o pequeno cadáver. Se a resposta fosse que o pássaro estava morto, ele abriria as mãos, libertando-o e permitindo que voasse, ganhando as alturas.
Qualquer que fosse a resposta, ele incorreria em erro aos olhos de todos que assistissem a cena.
Assim pensou. Assim fez.
Quando vários discípulos se encontravam ao redor do venerando senhor, ele se aproximou e formulou a pergunta fatal.
O sábio olhou profundamente o homem em seus olhos. Parecia desejar examinar o mais escondido de sua alma, depois respondeu, calmo e seguro:
O destino desse pássaro, meu filho, está em suas mãos.
*   *   *
A história pode nos sugerir vários aspectos. Podemos analisar a maldade humana, que não vacila em esmagar inocentes para alcançar os seus objetivos.
Podemos meditar na excelência da sabedoria, que se sobrepõe a qualquer ardil dos desonestos.
Mas podemos sobretudo falar a respeito da destinação humana, ainda tão mal compreendida.
Normalmente, tudo se atribui a Deus, à Sua vontade: as doenças, a miséria, a ignorância, a desgraça...
Ora, se Deus é de infinito amor e bondade, conforme nos revelou Jesus, como conceber que Ele seja o promotor do infortúnio?
A vida nos é dada por Deus mas a qualidade de vida é fruto das ações humanas.
Se o mal impera, é porque os bons se omitem, de forma tímida, permitindo o avanço acintoso daquele.
A mão que liberta o homem da desgraça é a do seu semelhante, o mais próximo que se lhe situe.
Assim, o destino de nossa sociedade é o somatório de nossas ações.
Filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, exercitemos a vontade, moldando nossa destinação gloriosa, bem como influenciemos positivamente as vidas dos que nos cercam.
Você sabia?
Você sabia que é nosso dever fazer algo de bom pelo semelhante?
Que para uma sociedade sadia é indispensável a solidariedade?
E que solidariedade significa prestar ao semelhante todo o cuidado que gostaríamos de receber dele, caso fôssemos nós os necessitados?
                                                                              Redação do Momento Espírita

terça-feira, 17 de julho de 2018

O grande doador.

Ele não tinha o diploma de médico, no entanto, utilizou a medicina do amor para levantar paralíticos, curar cegos e restaurar portadores de hanseníase.
Não era advogado diplomado. Contudo, ninguém quanto Ele se elegeu como o supremo defensor de todos os injustiçados do mundo.
Ergueu Sua voz para defender a mulher. Esteve em casa de desprezados cobradores de impostos, afirmando com Seus atos, a isenção de preconceito com os excluídos da época.
Ele não possuía fazendas, nem herdades de qualquer sorte. Mesmo assim, estabeleceu o novo reino na Terra.
O reino do bem, da paz, do amor. E para isso, se serviu da intimidade dos corações.
Não improvisou festas, mas compareceu às que lhe foram tributadas, com Sua presença enriquecendo os convivas e anfitriões.
Sem deter títulos na área específica, tornou-se o consolo dos tristes e desprezados, acenando-lhes com perspectivas de bom ânimo e esperança.
Conhecedor da alma humana, detectava-lhe as dores e a confortava.
Por isso, devolveu o filho à pobre viúva de Naim que o acreditava morto. E às irmãs em Betânia, o irmão enterrado há dias.
Não era professor consagrado, tendo-se feito, porém, o Mestre da evolução e do aprimoramento da Humanidade.
Não recebeu lauréis ou premiação alguma. Apesar disso, foi o maior criador e contador de histórias de que a Humanidade já teve notícias.
As suas parábolas revolviam os pensamentos dos que as ouviam e até hoje são recontadas e reflexionadas.
Não teve lugar entre os doutores da lei, não ocupou cadeira no Sinédrio. Criou, antes, a universidade sublime do bem para todos os Espíritos de boa vontade.
Incompreendido, sofrendo amarguras, desde o lar, reconfortou a todos que O buscaram.
Ao desprezado Zaqueu conforta com Sua presença, afirmando assim que ele era filho de Deus e credor do Seu amor.
À equivocada da Samaria oferta a palavra lúcida e o convite à nova jornada.
Ao moço rico diz da pressa de atender à mensagem do reino que Ele apresentava.
Tolerando aflições sem conta, semeou a fé e a coragem, apresentando-se como Aquele que cuida de todas as ovelhas que lhe foram confiadas.
Ferido embora, pensou as chagas morais das mulheres sofridas, do cireneu que o auxilia no transporte do madeiro, da mão benevolente que lhe enxuga o suor da face.
Supliciado, vilipendiado pelos homens, expediu a mensagem do perdão em todas as direções.
Esquecido pelos mais amados, ensinou a fraternidade e o reconhecimento, orando ao Pai por todos e entregando mãe e filho, um ao outro.
Vencido na cruz, revelou a vitória da vida eterna, em plena e gloriosa ressurreição, renovando os destinos das nações e santificando o caminho dos povos.
Ele não tinha posses materiais. Era um carpinteiro. Mesmo assim, engrandeceu os celeiros dos séculos.
E até hoje continua a ser despenseiro fiel e prudente, zelando pela Humanidade inteira. De braços abertos, sempre.
*   *   *
Seguindo o exemplo de Jesus, mesmo anônimo ou aflito, apagado ou esquecido, atende à santificada colaboração com Deus, a benefício da Humanidade.
Oferece o teu coração e, em homenagem ao Divino amor na Terra, serve, com o que tenhas, onde te encontres.
Se não és um portentoso luzeiro, sê a lamparina acesa na janela da pousada, como um aceno de esperança ao viajor perdido na estrada.
                                                                     Redação do Momento Espírita

terça-feira, 10 de julho de 2018

Atenção Divina.

Deus, nosso Pai, tem formas simples e eficazes para nos auxiliar.
Em um momento, Se utiliza do vento para levar uma mensagem a quem necessite.
Acolá, utiliza uma mente disposta a servir, para ouvir o pedido de um enfermo, e atendê-lo.
Envia a chuva a espaços regulares, programa as tempestades para a melhoria da atmosfera, estabelece o ciclo das estações.
Serve-Se das asas dos pássaros e dos insetos, bem como da brisa mansa para a fecundação das diversas espécies vegetais.
Enquanto dormimos, Deus elabora mais extraordinárias maneiras de nos alcançar, afirmando-nos a Sua Providência Amorosa.
Por vezes, um descuido de alguém passa a se constituir no atendimento Divino. Por isso, importante estarmos atentos ao que nos sucede, a cada passo.
Conta-se que, certa vez, um viajante, por ser inexperiente, perdeu-se em imenso deserto.
Quase a morrer de fome e sede, avistou uma palmeira. À sua sombra encontrou uma fonte de água pura e fresca, com a qual aplacou a sede.
Mas a fome ainda o magoava. Descansando o corpo, recostando-se na árvore, encontrou um pequenino saco de couro.
Pensando que dentro dele encontraria algo para comer, talvez algumas ervilhas ou alguns pedaços de carne, o homem abriu o saquinho com rapidez.
Grande foi seu desapontamento ao lhe examinar o conteúdo: eram pérolas!
Que ironia, pensou o infeliz. Estou a sucumbir de fome e só o que encontro são pérolas que de nada me servem. Preciso muito de algo para comer. Preciso readquirir forças para continuar minha viagem e tentar chegar ao meu destino.
Por ser um homem de fé, o viajante não se desesperou e orou fervorosamente ao Criador, pedindo ajuda.
Mal haviam passado alguns minutos, quando ouviu o galope apressado de um cavalo.
Logo se viu frente a frente com um cavaleiro nervoso e inquieto. Era o dono das pérolas.
Percebendo que o outro encontrara o tesouro, tomou-se de alegria.
Como reconhecimento, deu-lhe de comer das provisões que trazia consigo. Na sequência, convidou-o a montar seu próprio animal e o conduziu até o termo da sua viagem, evitando que tornasse a se perder.
Quando se despediram, o cavaleiro falou ao viajante:
Percebe como a Divina Providência agiu? No primeiro momento, tive como uma grande desgraça a perda das minhas pérolas.
Contudo, nada mais oportuno. Retornando para procurá-las, cheguei a tempo de lhe prestar socorro.
“Por meios aparentemente singelos, Deus nos livra, às vezes, de grandes flagelos.”
*   *   *
Em tempo algum as coletividades humanas deixaram de receber a sublime colaboração dos Enviados de Deus, na solução dos grandes problemas do mundo.
Os Enviados à Terra, pela Providência Divina, agem nos campos das ciências, da filosofia, da literatura, das artes, das religiões, da política, isto é, em todos os campos.
Tudo para nos auxiliar em nossa trajetória de progresso, na face deste planeta, que nos serve de lar.
                                                            Redação do Momento Espírita

terça-feira, 3 de julho de 2018

Desafio cotidiano.

Cada manhã é um novo desafio. A forma que o encaramos reflete nossa postura perante as Leis Divinas.

Alguns despertamos descontentes e contemplamos as horas novas como uma carga, que deve ser transportada a qualquer custo.

Outros olhamos o dia que surge e logo alçamos o pensamento em fervorosa prece de gratidão, pela renovação da vida no planeta.

Os primeiros somos os pessimistas, que ainda não aprendemos a perceber a vontade de Deus no transcorrer dos acontecimentos.

Os segundos somos os que nos alicerçamos na fé, cientes de que a vida deve ser vivida em plenitude.

Se nos encontramos entre os primeiros, tudo nos transcorre mal. Se o ônibus atrasa, se a chuva nos surpreende em plena rua, se a fila do caixa do banco está morosa. E tudo é motivo para reclamação e desconforto.

Nesse passo, acreditamos que todos têm má vontade para conosco: no trânsito, ninguém nos concede a passagem, quando estamos aguardando para adentrar a via movimentada; a recepcionista agendou nosso atendimento somente para daqui há uma semana...

Abrimos os jornais e conseguimos somente destacar as manchetes ruins, desagradáveis, que falam de agressões, de desemprego, baixos salários, fugas ao dever, corrupção.

Se somos daqueles que pertencem ao outro grupo, conseguimos vislumbrar em todo transtorno uma oportunidade de servir ou nos ilustrar.

Assim, aproveitamos o tempo para ler, enquanto aguardamos na fila do ônibus ou do caixa. Ou então para um sorriso, um gesto de boa vontade.

Ante a intempérie, agradecemos a bênção dos ventos, da água, do frio, reconhecendo-lhes o justo valor.

Numa dessas manhãs, ouvimos a conversa de um senhor idoso e que demonstrava, pelos trajes, sua condição de dificuldade econômica.

Falava do salário que ganhava, aliás, tomara a condução justamente para se dirigir ao banco, a fim de sacar o valor de sua aposentadoria por invalidez.

Mostrava-se feliz. Não podia mais trabalhar, pela enfermidade que o incapacitara. Contudo, sentia-se feliz por estar andando com suas próprias pernas.

Comentou sobre o atendimento médico e farmacêutico que busca, dizendo-se satisfeito por sempre o atenderem muito bem.

Detalhou como conseguia sobreviver com o mísero salário, economizando, pesquisando preços, não se permitindo alguns produtos alimentares.

E sorria, dando graças a Deus.

Em verdade, observando aquele anônimo, fomos levados a cogitar acerca da forma com que estamos encarando nossos dias, nossos problemas, nossa vida.

Quantos possuímos muito mais do que o idoso desconhecido e nada fazemos além de reclamar?

Sábios somos se, em meio à adversidade, conseguimos elaborar preciosas lições de vida, modelos que podem ser seguidos pelos que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir.

*   *   *

A maior tristeza que pode se abater sobre nós, rotulando-a, fomentando desditas para o Espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que nos concede o Criador, para evoluir e brilhar.

Meditemos sobre isso e cultivemos as alegrias de que necessitamos, nos nobres serviços do amor.

                                                                  Redação do Momento Espírita

Doe Sangue

Doe Sangue