terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Carnaval.


O Brasil é um país de inúmeras festas.

É assombroso o número de feriados no calendário anual.

Mas, se somarmos os dias que são emendados, teremos ao longo do ano, mais de quinze dias parados. Segundo especialistas do assunto, os prejuízos são enormes para o país.

Agora, nesta época, temos o feriado de carnaval.

Em alguns lugares perde-se mais de uma semana de trabalho.

É o festejo da alegria num país de quase quarenta milhões de miseráveis.

Desde o início de janeiro a mídia vem explorando as folias de Momo, como se fosse o acontecimento mais importante do ano.

Fala-se em alegria, festa, colocar para fora as angústias contidas durante o ano passado. Infelizmente, os caminhos propostos nada têm a ver com alegria ou alívio de tensões.

Ligamos a televisão e ouvimos a batida repetitiva das escolas de samba, cujo valor folclórico e cultural foi lentamente sendo perdido. Há muita gente que busca fazer do carnaval um momento de esperança, oportunizando empregos, abrigando menores e isso é muito valioso.

Entretanto, o grande saldo da festa se resume em duas palavras: ilusão e sensualidade.

Referimo-nos à ilusão dos entorpecentes, dos alcoólicos.

A ilusão de grandeza, que falsamente produz um imenso contraste entre a beleza da avenida e a sub vida dos barracos.

Falamos da sensualidade que se torna material de venda, nos corpos desnudos e aparentemente felizes por fora, mas muitas vezes profundamente infelizes por dentro.

As emissoras não cansam de exibir os bailes, os concursos de fantasias, os desfiles, levando-os a todos os que se comprazem em observar a loucura.

Mas, ao longo do caminho, multiplicam-se os doentes de AIDS, os abortamentos, a pobreza e o abandono, a violência.

Com o risco de sermos taxados de moralistas, num tempo em que se perdem as noções de moralidade, não podemos deixar de analisar criticamente esses disparates do mundo brasileiro.

Em nenhum momento nos colocamos contra a alegria. Porém, será justo confundir euforia passageira com alegria real?

Alegria de verdade seria viver num lugar onde não houvesse fome, violência, tráfico de drogas e tráfico de influências.

Não podemos nos colocar contra o alívio de tensões. Entretanto, alívio real seria encontrar um caminho para os graves problemas que o país atravessa.

O carnaval é bem típico da alienação espiritual que a sociedade se permite. De um lado, as falsas aquisições sociais de alguns, negadas pela agressividade de muitos; de outro, a falsa felicidade de quatro dias de folia, e trezentos e sessenta e um dias de novas e renovadas angústias.

Vale a pena?

Nessas horas, pessoas embriagadas, perdidas, usam um segundo de falso prazer, em troca de um enorme tempo de arrependimentos. Por quê?  - Perguntamos.

As pessoas pulam, vibram, e nem ao menos sabem o motivo da festa. Vão porque as outras pessoas também vão.

Enquanto a sociedade agir dessa forma, sem personalidade digna, dando valores justamente aos desvalores, as pessoas continuarão sofrendo as consequências de seus próprios atos.

Vamos fazer desses dias de feriado, dias de alegria verdadeira, em paz conosco mesmos.

Vamos meditar, ler, pensar. Vamos conviver com nossa família e amigos, trocar ideias salutares.

Vamos orar também por aqueles que ainda não tiveram consciência de fazer o bem conforme o Cristo nos recomendou, e padecem nesses instantes de euforia descontrolada.
Redação do Momento Espirita.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Caixinha de beijos.

Certo dia, um homem chegou em casa e ficou muito irritado com sua filha de três anos. Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçado fazendo um embrulho.

Porque o dinheiro andasse curto e o papel fosse muito caro, ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou.

Naquela mesma noite, o pai descobriu num canto da sala, no local onde a família colocara os presentes para serem distribuídos no dia de Natal, um embrulho dourado não muito bem feito.

Na manhã seguinte, logo que despertou, a menininha correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte o seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente.

Isto é pra você, paizinho! Foi o que ela disse.

Ele se sentiu muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas, logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia.

Gritou para a filha: Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?

A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse:

Mas, papai, a caixinha não está vazia. Eu soprei muitos beijos dentro dela. Todos para você, papai.

O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.

Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.

*   *  *

De uma forma simples, cada um de nós, humanos, temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional de nossos pais, de nossos filhos, de nossos irmãos e amigos.

Entretanto, nem sempre nos damos conta. Estamos tão preocupados com o ter, com valores do mundo, que as coisas pequenas não são percebidas por nós.

Assim, a esposa não valoriza o ramalhete de flores do campo que o marido lhe enviou, no dia do aniversário. É que ela esperava ganhar uma valiosa joia e não aquela insignificância.

O marido nem agradece o fato da esposa, no dia em que comemoram mais um ano de casados, esperá-lo com um jantar simples, a dois, em casa. Ele estava esperando uma comemoração em grande estilo, ruidosa, cercado de amigos e muitos comes e bebes.

Os pais não dão importância para aquele cartão meio amassado que os pequenos trazem da escola, pintado com as mãos de quem apenas ensaia a arte de dominar as tintas e os pincéis nas mãos pequeninas.

Eles estão mais envolvidos com as contas que a escola está cobrando e acreditam que, pelo tanto que lhes custa a mensalidade escolar, os professores deveriam ter lhes enviado um presente de valor.

É, muitos de nós não encontramos os beijos na caixinha dourada. Só vemos a caixinha vazia.

                                                                  *   *   *

O amor é feito de pequeninas coisas. Não exige fortunas para se manifestar.

Por vezes, é um ato de renúncia, como a daquele homem que no dia de Natal, em plena guerra, conseguiu apenas uma laranja para a ceia dele e da esposa.

Então a descascou, colocou em um prato, criando uma careta com os gomos bem dispostos e entregou para a esposa, com um beijo e um pedaço de papel escrito: Feliz Natal!

E ficou observando-a comer, com vagar, feliz por ver os olhos dela brilharem e ela se deliciar com a fruta tão rara naqueles dias, naquele local.
 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Adolescência e família.

Incontestavelmente, o lar é o melhor educandário, o mais eficiente, porque as lições aí ministradas são vivas e impressionáveis, carregadas de emoção e força. A família, por isso mesmo, é um conjunto de seres que se unem pela consanguinidade para um empreendimento superior, no qual são investidos valores inestimáveis que se conjugam em prol dos resultados felizes que devem ser conseguidos ao largo dos anos, graças ao relacionamento entre pais e filhos, irmãos e parentes.

Nem sempre, porém, a família é constituída por Espíritos afins, afetivos, compreensivos e fraternos, assim, há famílias-benção, aquelas que reúnem os espíritos que se identificam nos ideais do lar, na compreensão dos deveres, na busca do crescimento moral, beneficiando-se pela harmonia frequente e pela fraternidade habitual, enquanto, famílias-provação são caracterizadas pelos conflitos que se apresentam desde cedo, na aversão entre seus membros, nas disputas alucinadas em conflitos contínuos, nas revoltas sem descanso.

A família, desse modo, é o laboratório moral para as experiências da evolução, enquanto equilibrada, isto é, estruturada com respeito e amor, proporcionando oportunidade de equilíbrio, desde que o amor seja aceito como o grande equacionador dos desafios e das dificuldades, é fundamental para uma sociedade justa e feliz.

Assim, quão nobres as palavras do Cornélio Pires quando nos orienta:- "Faça amigos com teus valores cristãos, a providência faz parentes, a bondade faz irmãos." renascemos, portanto, no lar, na família de que se tem necessidade, nem sempre naquela que se gostaria, antes, a que se merece, a fim de progredir e aparar as imperfeições com o buril da fraternidade que a convivência propicia e dignifica.

O adolescente, em um lar desajustado, naturalmente experimenta as consequências nefastas dos fenômenos de agressividade e luta que ali tem lugar, escondendo as próprias emoções ou dando-lhes largas nos vícios, a fim de sobreviver, carregado de amargura e asfixiados pelo desamor,  produzindo as tristes gerações dos  órfãos de pais vivos e desinteressados, agravando a economia moral da sociedade, que lhe sofre os danos do desequilíbrio crescente.

O lar é o grande formador do caráter do educando, e quando o espírito de dignidade humana se pautar nos homens, que se permitirem amadurecer emocionalmente antes de assumirem os compromissos da paternidade, haverá um mudança radical nas paisagens da família, iniciando-se a época da verdadeira fraternidade.

Redação do Jornal Mundo Maior em estudo do Livro Adolescência e Vida.
Espírito Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Franco.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Adolescência e vida.

À medida que a ciência e a tecnologia ampliaram os horizontes do conhecimento, proporcionando comodidades e realizações edificantes que favorecem o desenvolvimento da vida, vem surgindo audaciosos conceitos comportamentais que pretendem dar novo sentido à existência humana, consequentemente derrapando em abusos que conspiram contra o desenvolvimento moral e ético da sociedade.

Nesse sentido, as grandes vítimas da ocorrência são os jovens que, imaturos, se deixam atrair pelos disparates das sensações vigorosas de prazer que os anestesiam ou os excitam à exaustão levando-os ao desequilíbrio e ao desespero.

Quando cansados ou inquietos tentam fugir da situação, quase sempre enveredando pelo abuso do sexo e das drogas, que se associam em descalabro cruel, gerando sofrimentos inqualificáveis.

O único antídoto, porém, ao mal que se agrava e se irradia em contágio pernicioso, é a educação, considerando, porém, a educação no seu sentido global, aquela que vai além dos compêndios escolares, que reúne os valores éticos da família, da sociedade e da religião, fundamentados na moral vivida e ensinada por Jesus, como alerta o Eclesiastes no seu cap.11 vers 9:-

Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo.

A advertência saudável ao jovem é um convite ao comportamento moral equilibrado, de forma que a sua mocidade esteja em alegria e pureza, a fim de evitar comprometimentos infelizes.

Torna-se urgente o compromisso de um reestudo por parte dos pais e educadores em relação à conduta moral que deve ser ministrada às gerações novas, a fim de evitar a grande derrocada da cultura e da civilização, que se encontram no bordo mais sombrio da sua história.

O ser humano é essencialmente resultado da educação, modela-lo sempre, tendo em vista um padrão de equilíbrio e de valor elevado, proporcionando-lhe o desenvolvimento dos valores que lhe dormem latentes, que se ampliam possibilitando a conquista da meta a que se destina, que é a perfeição.
Redação Jornal Mundo Maior.
Do Livro:- Adolescência e vida.
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco.

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