sábado, 30 de dezembro de 2023

FELIZ ANO NOVO.


As alvoradas do Novo Ano se anunciam.

Passou o Natal, com todas as suas alegrias, encontros e reencontros.

Aguardamos, esperançosos, a festividade da virada do ano.

Um ano se vai. Outro inicia.

É tempo de reflexão.

Que fizemos durante esses trezentos e sessenta e cinco dias que se esgotaram no calendário terrestre?

Trabalhamos muito? Mas nosso trabalho teve como objetivo somente ganhar dinheiro ou promovemos algo de verdadeiramente bom para alguém, para a comunidade?

Trabalhamos até à exaustão, sem tempo para a família, os amigos, o lazer refazente?

Contribuímos para alfabetizar uma criança, um jovem, um adulto?

Associamo-nos a campanhas de promoção da vida e da dignidade humana? Fizemos a diferença no mundo?

O que foi diferente para nós, no ano que está acabando?

Simplesmente reprisamos os feitos dos anos anteriores ou as promessas escritas na mente e no coração foram colocadas em prática?

Será que a esperança com que aguardamos o Novo Ano será de tão pouca duração quanto foi a do ano que morre?

Pensemos um pouco e valorizemos mais o nosso tempo.

Somos passageiros em um mundo de formas que todo dia sofre e nos pede mudanças.

Mudanças de comportamento, aprendizados de técnicas, readequação a cargos, funções.

E, intimamente, como estamos? Quanto crescemos?

                                                   *   *   *

É tempo de renovação. Não deixemos que o Ano Novo seja somente um evento assinalado no calendário, uma convenção humana para demarcar o tempo.

Pensemos que o tempo é tesouro em nossas mãos e nos compete utilizá-lo com sabedoria.

Assim, ante a expectativa dos trezentos e sessenta e cinco dias que se espreguiçam na aurora dos meses à frente, façamos propósitos de viver melhor, de crescer em intelecto e moral.

Na planilha de nossa mente, estabeleçamos diretrizes para esses dias sorridentes que nos aguardam.

Momentos para estar com os amores. Momentos para abraçar, sorrir, brincar.

Horas de estudo, aprendizado, crescimento intelectual. Um novo curso, uma especialização, um mestrado, um doutorado.

Ou apenas aprender a ler, dominando as letras.

Momentos para leitura de livros que chegarão ao mercado livreiro, interessantes e oportunos. Momentos para releitura de obras antigas, que nos merecem o folhear de suas páginas, uma vez mais.

Ilustração da mente. Reflorescimento de ideias.

Renovação de atitudes. Menos preguiça, mais ação. Utilizar melhor a tecnologia para conservar amigos e reconstruir pontes afetivas.

Ano Novo! Quantas promessas.

Absorvamos as alegrias que nos motivam a comemorar a chegada do Novo Ano e as mantenhamos conosco nos dias a viver.

Abriguemos a esperança que se exterioriza em todos os sorrisos e a tenhamos conosco, durante os meses vindouros.

Projetemos um ideal de vida e o persigamos para que, quando o Novo Ano se for, gasto, vivido, possamos olhar para trás e, sem remorso, afirmar:

Foi um bom ano! Cresci muito: amei, trabalhei, estudei, vivi!

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

O Vestido azul.


Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita. Ela frequentava a escola local. Sua mãe não tinha cuidados com ela e a criança quase sempre se apresentava suja. Suas roupas eram velhas e maltratadas.

O professor ficou penalizado com a situação da menina. Como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?

Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu lhe comprar um vestido novo. Ela ficou linda no vestido azul.

Quando a mãe viu a filha naquele lindo vestido azul, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquele traje novo, fosse tão suja para a escola. Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos, cortar suas unhas.

Quando acabou a semana, o pai falou: Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços?

Que tal você ajeitar a casa? Nas horas vagas, eu vou dar uma pintura nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim.

Logo mais, a casa se destacava na pequena vila pela beleza das flores, que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes.

Os vizinhos ficaram envergonhados por morar em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores, usar pintura e criatividade.

Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado. Um religioso, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxílio das autoridades.

Foi ao Prefeito expor suas ideias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários ao bairro.

A rua de barro e lama foi substituída por asfalto e calçadas de pedra. Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania.

E tudo começou com um vestido azul. Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro.

Ele fez o que podia, deu a sua parte. Fez o primeiro movimento que acabou estimulando a que outras pessoas se motivassem a lutar por melhorias.

                                                    *   *   *

Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar em que vive?

Por acaso somos daqueles que somente apontamos os buracos da rua, as crianças à solta sem escola e a violência do trânsito?

Se somos, sigamos o exemplo do professor e lembremos que é difícil mudar o estado total das coisas. Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada.

É difícil reconstruir um bairro mas é possível dar um vestido azul.

                                                    *   *   *

Podemos fazer mais em favor da Humanidade se nos dispusermos.

Estendamos a mão para alguém caído. Digamos uma palavra gentil para alguém.

Presenteemos um amigo com uma flor. Façamos sorrir alguém triste. Abracemos com ternura um desafortunado.

Há moedas de amor que valem mais do que os tesouros bancários, quando endereçadas no momento próprio e com bondade.

Ninguém dispensa um amigo, nem um gesto de socorro.

Disputemos a honra de ser construtores do mundo melhor e de uma sociedade mais feliz.

Redação do Momento Espírita.

domingo, 24 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL.


CELESTE ANIVERSÁRIO.
E eis que o dia chega outra vez. E outra vez nos fala de amor, de esperança.

É o aniversário do Ser mais importante que a Terra já agasalhou. Rei das estrelas, Governador de nosso planeta, Rei solar.

Cristo de Deus, o ungido. Os homens lhe adivinham a existência, desde tempos recuados. Mais de uma vez, pela Sua grandeza, foi confundido com o próprio Deus.

No entanto, esse Ser especial, nosso Mestre e Senhor, veio habitar entre nós. Quando tantos reclamamos do planeta em que nos encontramos, das condições adversas em que se vive, o Rei solar tomou de um corpo e aqui nasceu.

Nasceu indefeso, entregando-se aos cuidados de uma jovem mulher. Foi seu primeiro filho.

Quando tantos apontam a inexperiência das mães de primeira viagem, Ele não temeu se entregar aos cuidados de alguém que não concebera anteriormente.

Nem mesmo temeu por ela ser jovem. Entregou-se, tanto quanto confiou em um homem a quem, durante os anos da infância e adolescência, honrou e chamou amorosamente pai, a ele se submetendo.

E permitiu-se ilustrar na lei hebraica, na História de um povo sofrido, embora soubesse muito mais e além da ciência e da justiça dos homens.

Senhor e Mestre, escolheu uma noite silenciosa, quase fria para estar entre os Seus irmãos, Suas ovelhas, Seu rebanho.

Pediu ao Grande Pai que, para atestar a Sua chegada, enchesse de estrelas os céus. Tudo porque Ele, a Luz do mundo, chegava ao planeta, para estar com os Seus mais demoradamente.

Solicitou ainda ao Pai Celeste que enviasse um mensageiro às gentes simples, ao encontro das quais Ele vinha, para lhes dizer que Ele nascera.

E que os aguardava, pobre e pequenino, numa manjedoura, resguardado pelo amor dos pais, envolto em panos.

            *   *   *

E uma estrela de brilho inigualável pairou no céu, chamando a atenção de ilustres estudiosos, que aguardavam o sinal especial para seguir ao encontro do Rei.

Recebeu a visita dos pastores e dos magos do Oriente, a uns e outros ofertando o Seu sorriso, assegurando-lhes que Ele viera. A esperança estava no meio dos homens.

Serviu na carpintaria, nas estradas da Galileia, da Judeia, da Pereia.

Realizou proezas inimagináveis, devolvendo a vista a cegos, a audição a surdos, movimentos a membros paralisados, saúde a corpos enfermos.

No lago de Genesaré, em plena natureza, dedilhou as mais belas canções que o amor pode conceber.

Vinde a mim, vós todos que estais fatigados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo que é suave e o meu fardo, que é leve.

Quem toma da água que ofereço, jamais terá sede. Vinde a mim...

Sua voz era de ensino, de alegria e de esperança.

Quando tantos se rebelavam contra a escravidão a que eram submetidos, Ele ensinou que a liberdade está acima e além de questões materiais.

Ensinou-nos a sermos livres, na consciência, no dever cumprido, na retidão, sem nada que nos detenha na retaguarda das dores.

Mestre e Senhor. Mestre da sensibilidade, do amor e da sabedoria. Senhor da Terra. Nosso Pastor.

Ele veio. Que no Natal O lembremos outra vez e unamos as nossas vozes às dos mensageiros celestiais:

Hosana ao Senhor da vida! Ave, Cristo! Os que desejamos estar contigo, Te recordamos a glória augusta e Te pedimos luz, paz e bênçãos.

Sê conosco, Celeste Menino, hoje e sempre.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Nossos sentimentos.


Por vezes ficamos a pensar no que certa pessoa pensa ou fala a nosso respeito.

Até tentamos adivinhar quais são os seus sentimentos para conosco.

Com certeza, essa é uma tarefa sem êxito porque pensamentos e sentimentos habitam no mundo íntimo da pessoa.

Mesmo quando são expressados por palavras, nem sempre refletem a verdade, seja porque são mal usadas, mal escolhidas ou porque as fantasiamos para que atendam aos nossos anseios.

O único universo de pensamentos e sentimentos sobre o qual temos domínio e condição de conhecer, de maneira efetiva, é o nosso.

Contudo, poucas vezes nos incomodamos com aquilo que pensamos e sentimos em relação ao próximo.

Isso deve nos soar estranho e nos merecer reflexão.

Afinal, o que sentimos, carregamos conosco, faz parte de nós e impacta a nós mesmos, em vários aspectos.

O que o outro pensa ou sente a nosso respeito, não nos cria nenhum embaraço. A questão é dele porque é ele quem carrega isso em si.

Se no ambiente de trabalho, alguém implica ou externaliza certo antagonismo para conosco, é provável que isso nos cause um certo desconforto ou mesmo constrangimento.

Exigirá de nós habilidade, controle emocional para nos relacionarmos da melhor forma.

Mas, nossa maior preocupação deve ser com o que sentimos a respeito dessa pessoa.

Isso porque somos responsáveis pelos sentimentos, pelas vibrações que emitimos.

Quando agirmos, de maneira equivocada, causando mal-estar a outrem, naturalmente, deveremos assumir a responsabilidade, buscando nos desculpar e reparar o dano.

Se essa nossa atitude irá encontrar repercussão positiva ou não, é situação que não nos compete administrar.

Assim, mais do que nos preocuparmos com o que outros pensam a nosso respeito, detenhamo-nos a passar em revista o que sentimos e falamos sobre nosso próximo.

Se a fofoca do outro nos incomoda, a que façamos nos deve ser motivo de preocupação.

Se a grosseria e desfaçatez de alguém nos atinge, precisamos analisar o quanto nos agridem os desaforos que saem da nossa própria boca em direção a ele.

Os sentimentos dos outros, a maneira como nos tratam... tudo isso é passageiro.

Acontece enquanto convivemos, enquanto dividimos o mesmo espaço, por algumas horas, ou mesmo por alguns anos.

Porém, o que sentimos e alimentamos, em relação ao nosso próximo, carregamos conosco o tempo todo.

É isso que faz parte do nosso universo emocional, e não o que as pessoas sentem por nós.

Ser amado é uma ventura, é verdade.

No entanto, quem vive em plenitude esse sentimento é quem ama, e não o ser amado, porque o amor nasce e vive nele.

Portanto, se queremos sentir plenamente o amor, é necessário amar.

E, de igual forma, em relação a todos os demais sentimentos.

Então, analisemos e nos preocupemos com aquilo que tem nascedouro em nosso coração e que exteriorizamos em palavras e atos.

Nossa seja a proposta de pensar positivo, de alimentar bons sentimentos, de olhar para o outro com olhos de quem deseja descobrir as coisas mais preciosas que constituem sua riqueza íntima.

De nossa parte, vibremos sempre pelo bem, para o bem.

Redação do Momento Espírita.




terça-feira, 12 de dezembro de 2023

A Virtude.


Há alguns anos, conta o escritor Malba Tahan, uma pitoresca aldeia da Suíça foi destruída pelo fogo. Em poucas horas, as lindas casas foram devoradas pelas chamas. Tudo ficou reduzido a escombros.

Passado o furor do incêndio, um dos moradores ficou tomado de grande desespero. Sua casa estava por terra, totalmente destruída. Nada lhe havia sobrado. Nem roupas, nem móveis, sequer algumas paredes. Tudo jazia por terra.

Pior, das suas vacas, que eram o seu sustento, não havia rastro em lugar algum. Para cúmulo da desgraça, o seu filho, de apenas sete anos, estava desaparecido.

O pobre homem se pôs a chorar. Nenhuma palavra de conforto o podia acalmar. Sentou-se sobre as ruínas do seu lar e passou toda a noite tristemente.

Quando surgiu, alegre e fagueira a madrugada, os primeiros raios de sol romperam as trevas e o vieram encontrar ainda ali, sentado, inconsolável. Parecia ter envelhecido dez anos, em apenas uma noite.

Então, um som bem conhecido o fez erguer a cabeça e olhar na direção de onde o vento lhe trazia a boa notícia. Lá estava ela, vindo pela estrada, a sua vaca favorita.

Atrás dela, todas as outras e, por fim, seu filho querido.

Correu, abraçou o menino, entre lágrimas de pura alegria.

Meu filho, perguntou, como você conseguiu escapar do incêndio?

Muito simples, falou a criança. Quando vi o fogo, tratei logo de reunir as vacas e as levei para o campo, bem distante, a fim de que nada sofressem.

Você é um herói, exclamou o pai.

Claro que não, afirmou o garoto. Herói é aquele que pratica algum ato de valor. Eu levei as vacas para o campo somente porque vi que elas estavam em perigo. Sabia que era a única coisa acertada a fazer.

                                                                       *   *   *

Assim agem as pessoas verdadeiramente virtuosas. Não alardeiam suas virtudes, mas praticam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmas.

Deixam-se guiar por suas inspirações e estão sempre aptas a grandes gestos, em favor dos demais.

Não aguardam elogios e a sua é a satisfação de realizarem o melhor.

Os que assim agem, ignoram mesmo que são virtuosos. Neles se encontram as qualidades da verdadeira virtude: são bons, caritativos, laboriosos, sóbrios, modestos.

                                                                       *   *   *

Toda virtude tem seu mérito próprio, ensinam os Espíritos Superiores, porque todas indicam progresso na senda do bem.

Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.

A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto.

A mais meritória de todas elas, é aquela que se baseia na caridade mais desinteressada.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Projeto de felicidade.


O professor Shaw Achor*, nos Estados Unidos, oferece um dos cursos mais populares e concorridos na Universidade de Harvard.

Não se trata de um curso de matemática complexa ou de filosofia avançada. Seu curso se chama Felicidade, e a cada ano em que é oferecido, mais alunos buscam suas aulas.

Relata o professor que uma de suas primeiras experiências profissionais, em Harvard, foi como inspetor de alunos.

Instalado em um dormitório estudantil, era responsável por auxiliar os estudantes, em sua trajetória acadêmica.

Percebeu que, muito embora aqueles alunos estivessem em uma das Universidades mais prestigiosas e concorridas do mundo, eles não eram necessariamente felizes.

Alguns levantamentos indicavam que quatro em cada cinco estudantes imergiam em estados depressivos, ao menos uma vez durante o ano letivo.

Isso lhe despertou a curiosidade de pesquisador. A fim de tentar entender esse fenômeno, estabeleceu análise dos fatores que fariam alguém feliz, afugentando, então, a depressão.

Envolveu-se, a partir disso, em uma área relativamente recente de pesquisa, denominada Psicologia Positiva.

Anos de observação, experimentos, entrevistas, levaram o professor e outros pesquisadores a concluir que o principal propulsor da felicidade são as emoções positivas.

Quanto mais provocamos em nós emoções positivas, quanto mais nos exercitamos, na tentativa de as desenvolver, mais aumentamos nosso patamar de felicidade.

É o que apontavam as pesquisas.

O desafio seguinte era entender quais ações, quais atitudes poderiam provocar essas emoções positivas.

Dentre algumas práticas estudadas, foi comprovado que, além da meditação ou exercícios físicos, gestos espontâneos de bondade geram emoções positivas que repercutem em nossa intimidade.

E esse efeito não é somente imediato, perdurando ao longo de alguns dias.

Percebeu-se que, para surtir real efeito, esses gestos deveriam ser deliberadamente programados.

Entende-se por bondade, mesmo generosidade, colaborar com alguém que necessita de apoio, de auxílio financeiro, uma ajuda qualquer.

Quando nos programamos para executar qualquer ação bondosa, de doação, independentemente de alguém nos solicitar, a repercussão é mais intensa.

O professor, em seu curso, recomenda, dessa forma, que programemos alguns gestos de bondade, para o nosso dia.

Coisas simples como parar breves minutos para conversar com o gari que varre nossa rua, dando-lhe uma atenção especial, elogiando seu trabalho e reconhecendo o quanto ele é importante para o bem-estar coletivo.

Ou nos engajarmos em um trabalho voluntário, programando, semanalmente, nos dedicarmos a uma boa causa.

Não importa como iremos fazer. Se quisermos ser mais felizes, programemos o bem em nossa vida.

É comprovado cientificamente que a prática do bem nos faz mais felizes, nos faz bem!

A sabedoria de um Mestre Galileu já nos prescrevera, há séculos, amar o semelhante, fazer ao outro aquilo que gostaríamos, nós mesmos, de receber.

Podemos programar nossa felicidade, dia a dia.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

A dor e a imperfeição.


O ditado popular diz que Quem com ferro fere, com ferro será ferido.

Sem levar para a tradução literal, entendamos que isso significa que não podemos fugir dos efeitos dos atos que praticamos.

É impossível semear dores e desgraças na vida do próximo e não responder por isso.

A implacável resposta, às vezes, vem rápida. De outras, demora um pouco.

Como a justiça humana é falha, inúmeros criminosos terminam seus dias na Terra, ricos e em liberdade.

Porém, a justiça divina é perfeita e se baseia em leis naturais.

Cedo ou tarde, a criatura vivencia a experiência necessária ao enfrentamento das consequências de seus atos.

Doenças, miséria, inibições e bloqueios podem ser o resultado de equívocos do passado.

Existem, no entanto, grandes almas que nascem na Terra para exemplificar as mais sublimes virtudes.

Renúncia, paciência, pureza, amor desinteressado, tudo isso habitualmente, figura na programação de vida de um Espírito elevado.

São criaturas sublimes, cujo lar verdadeiro não é este planeta.

Elas vêm para cá exclusivamente no cumprimento de missões.

Consequentemente, embora tenham a consciência tranquila, partilham das misérias humanas à exaustão.

Não estão reparando equívocos do passado, mas dando exemplo de como o homem deve portar-se em face das tribulações.

Por amor, vivem uma realidade distinta da que merecem.

Para todos nós, Espíritos medianos, nem sempre a dor que nos chega significa reparação de algo errado que tenhamos feito, em algum momento.

Certo que nossos erros e vícios geram sofrimento.

Contudo, importante tenhamos em conta que a dor é consequência da nossa imperfeição.

Vejamos como geramos, para nós, certos sofrimentos, pelos defeitos de que ainda somos portadores.

Se alimentamos o ciúme, ele nos impede que possamos viver em paz.

A ganância não nos permite sermos felizes com o que temos.

A avareza é um tormento.

O ódio nos impede agir de forma racional e semeia desgraças.

De outro lado, o homem rude e indiferente necessita de dores para desenvolver a sensibilidade.

Quem observa a dor alheia sem sentir compaixão precisa passar por experiência semelhante.

Dessa maneira, se não somos uma alma missionária, plena de virtudes, acreditemos que a dor que nos alcança tem um propósito.

Ela é um convite para que melhoremos nossa performance como seres humanos.

Por enquanto, nos visitam doenças, envelhecimento, ausência de seres queridos, desemprego, morte.

O único modo de sairmos dessa faixa de dores é aperfeiçoarmos o próprio ser.

Isso importa em, gradualmente, domarmos as paixões inferiores e deixarmos os vícios para trás.

Enamorarmo-nos das virtudes, elevar nossos gostos e hábitos.

Tornarmo-nos uma pessoa amorosa, leal, trabalhadora.

Deslocar o foco de nossa atenção.

Não pensar apenas em nosso bem-estar, mas investir tempo e esforço para fazer feliz o próximo.

Assim agindo, gradualmente, as pequenas coisas deixarão de nos infelicitar.

Ocupados em promover o bem, seremos por ele promovidos a faixas superiores da existência.

E, finalmente, viveremos felizes e em paz!

É um longo caminho. Comecemos hoje.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Harmonia das diferenças.


De um modo geral, nosso grande problema, nas relações pessoais, é que desejamos que os outros sejam iguais a nós.

Em se falando de amigos, desejamos que eles gostem exatamente do que gostamos, que apreciem o mesmo gênero de filmes e música que constituem o nosso prazer.

No âmbito familiar, prezaríamos que todos seus membros fossem ordeiros, organizados e disciplinados como nós.

No ambiente de trabalho, reclamamos dos que deixam a cadeira fora do lugar, papel espalhado sobre a mesa e que derramam café, quando se servem.

Dizemos que são relaxados e que é muito difícil conviver com pessoas tão diferentes de nós mesmos. Por vezes, chegamos às raias da infelicidade, por essas questões.

E isso nos recorda da história de um menino chamado Pedro. Ele tinha algumas dificuldades muito próprias.

Por exemplo, quando tentava desenhar uma linha reta, ela saía toda torta.

Quando todos à sua volta olhavam para cima, ele olhava para baixo. Ficava observando as formigas, os caracóis, em sua marcha lenta, as florzinhas do caminho.

Se ele achava que ia fazer um dia lindo e ensolarado, chovia. E lá se ia por água abaixo todo o piquenique programado.

Um dia, de manhã bem cedo, quando Pedro estava andando de costas contra o vento, ele deu um encontrão em uma menina e descobriu que ela se chamava Tina. E tudo o que ela fazia era certinho.

Ela nunca amarrava os cordões de seus sapatos de forma incorreta nem virava o pão com manteiga para baixo.

Ela sempre se lembrava do guarda-chuva e até sabia escrever o seu nome direito.

Pedro ficava encantado com tudo que Tina fazia. Foi ela que lhe mostrou a diferença entre direito e esquerdo. Entre a frente e as costas.

Um dia, eles resolveram construir uma casa na árvore. Tina fez um desenho para que a casa ficasse bem firme em cima da árvore.

Pedro juntou uma porção de coisas para enfeitar a casa. Os dois acharam tudo muito engraçado. A casa ficou linda, embora as trapalhadas de Pedro.

Bem no fundo, Tina gostaria que tudo que ela fizesse não fosse tão perfeito. Ela gostava da forma de Pedro viver e ver a vida.

Então Pedro lhe arranjou um casaco e um chapéu que não combinavam. E toda vez que brincavam, Tina colocava o chapéu e o casaco, para ficar mais parecida com Pedro.

Depois, Pedro ensinou Tina a andar de costas e a dar cambalhotas.

Juntos, rolaram morro abaixo. E juntos aprenderam a fazer aviões de papel e a lançá-los, voando, para muito longe.

Um com o outro, aprenderam a ser amigos até debaixo d'água. E para sempre.

Eles aprenderam que o delicioso em um relacionamento é harmonizar as diferenças.

Aprenderam que as diferenças são importantes, porque o que um não sabe, o outro ensina. Aquilo que é difícil para um, pode ser feito ou ensinado pelo outro.

É assim que se cresce no mundo. Por causa das grandes diferenças entre as criaturas que o habitam.

                                                                *   *   *

A Sabedoria Divina colocou as pessoas no mundo, com tendências e gostos diferentes umas das outras.

Também em níveis culturais diversos e degraus evolutivos diferentes.

Tudo para nos ensinar que o grande segredo do progresso está exatamente em aprendermos uns com os outros, a trocar experiências e valorizar as diferenças.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Faxina de todo dia.


Toda casa bem cuidada espera uma boa faxina pela manhã.

Tomemos essa referência para a casa da alma e atentemos para alguns conselhos importantes:

Comecemos o dia buscando esquecer as ocorrências infelizes da véspera.

A faxina começa por aí. A casa necessita desse tipo de cuidado. Retirar resíduos dos eventos ruins do dia anterior.

Se a imagem de alguém, que nos machucou, permanece em nossa mente, inquietando-nos, envolvamos essa pessoa no bálsamo de uma prece.

Uma chaga no corpo exige esse tipo de recurso cicatrizante.

Joguemos no cesto do esquecimento boatos e injúrias recebidas ou ouvidas.

A moradia claramente limpa reclama a presença do esgoto. Então, tudo aquilo que nos faz mal deverá ser dirigido para lá.

Evitemos iniciar assuntos que façam alusão à delinquência, à criminalidade e a notícias deprimentes.

Ninguém lava as mãos num vaso de lama.

Sirvamo-nos do calor do trabalho para dissipar tentações.

A ocupação nobre nos salva da hora vazia, perigosa para a alma imatura e seus muitos vícios morais em tratamento.

Não permitamos, pela inatividade, que se criem teias de aranha em nossas horas. Busquemos eliminá-las com o espanador de ações úteis.

Evitemos comentários deprimentes.

Resguardemos o coração nas fontes superiores, pensemos no bem e procuremos falar e agir para o bem.

Servir ao bem dos outros é a melhor forma de atividade preventiva contra enfermidades, evitando acúmulo de lixo tóxico em nossa casa mental.

Que possamos promover diariamente esta faxina preventiva, antes da instalação de focos de fungos ou de sujeiras de difícil limpeza no coração.

Recebamos cada novo dia com gratidão, dando a tudo e a todos uma nova chance, lembrando que nosso maior compromisso é conosco mesmo.

Uma casa mental bem cuidada dura mais. Uma casa mental tratada com capricho, esmero, consegue receber melhor as visitas e fazê-las se sentirem bem.

Uma casa mental agradável proporciona alegria de viver, amor à vida, estímulo constante, e nos protege contra as investidas sorrateiras do desânimo, da descrença e do desamor.

O trabalho da faxina da alma não é difícil como parece e traz benefícios imediatos. Por outro lado, o acúmulo de detritos, o descuido, a indiferença, só nos trazem arrependimento e dores desnecessárias.

Dessa maneira, estabeleçamos como regra começar o dia com uma prece. E terminá-lo também com uma prece.

Não consideremos isso como um ritual, mas como uma disciplina de higiene.

Da mesma forma que mantemos a disciplina com a higiene do corpo, com o banho diário, a escovação dos dentes após as refeições, estabeleçamos disciplina para nossa alma.

Mantenhamos, através da oração, o contato com a Espiritualidade superior e perceberemos a faxina sendo feita, as boas intuições que começam a surgir.

Perceberemos que podemos contar com esse grande instrumento sempre que desejarmos.

A faxina de todo dia é o cuidado da alma. Se desejamos viver melhor, pensemos um tanto mais sobre isso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Você vencerá.


Não desanime. Persista mais um pouco.

Não cultive o pessimismo.

Concentre-se no bem a fazer e não abrace as sugestões do medo destrutivo.

Continue em frente mesmo que seja por entre lágrimas.

Trabalhe sempre.

Não permita que o gelo do desencanto entorpeça o seu coração.

Não se impressione com as dificuldades. A vitória, em qualquer questão, é construção para o dia a dia.

Não desista da paciência. Não há realizações sem esforço.

Não permita que os irmãos em desequilíbrio destruam o seu panorama de esperança.

Perdoe a quem o agride. Desculpe a quem o maltrata. Desconsidere a ofensa de quem está mal consigo mesmo.

E, caso você tenha se enganado em algum trecho do caminho, reajuste a própria visão e procure o rumo certo.

Não conte vantagens nem fracassos. Não dramatize os problemas.

As dificuldades, nesta Terra, são de todos. Ora alcançam uns, ora a outros.

Conserve o hábito da oração para que tenha luz na vida íntima.

Persevere no trabalho que Deus lhe confiou.

Ame sempre, fazendo pelos outros o melhor que possa realizar.

Auxilie, sempre que possa. Sirva sem apego.

Guarde a certeza de que assim você vencerá.

                                                             *   *   *

Talvez um dos conselhos que mais ouvimos quando, em certos momentos da vida, desanimamos ou caímos é: Siga adiante. Não desanime.

Fácil na boca de quem fala, difícil para quem ouve é o que pensamos, de imediato.

No entanto, a existência na Terra é uma sequência de passos e quedas, de avanços e decepções, de alegrias e frustrações.

Quando imaginamos que as coisas estão indo bem, começando a se acalmar, quase que ficamos aguardando a outra bomba que deve estar a caminho.

Isso acontece porque a existência na Terra não corresponde a um período de férias. Não se trata de uma viagem maravilhosa para um lugar de descanso e diversão.

Podemos dizer que se parece mais a um período de guerra. Estamos em trincheiras, vivendo a expectativa dos bombardeios. A expectativa de viver mais um dia. Por vezes, apenas sobreviver.

Isso não significa que não possamos ter momentos de tranquilidade, de refazimento e até de profunda alegria.

Significa apenas que não devemos esperar que eles sejam frequentes, que se reprisem quase continuamente.

Temos tarefas graves a realizar. Temos um compromisso com o pelotão, pois estamos em período de batalhas graves.

Talvez isso explique a expressão matar um leão por dia. E também nos console diante de tantos desafios ao mesmo tempo.

São as aflições naturais do mundo no atual estágio em que nos encontramos. Aflições num mundo de aflitos.

Somos almas aflitas buscando, nas barricadas, resolver nossos conflitos íntimos e assim, de uma vez por todas, encerrar a guerra.

Quando isso tudo irá terminar? Podemos nos perguntar.

Quando todos quisermos, quando cansarmos de nos ver como competidores, ou como inimigos. Quando, finalmente, nos enxergarmos como irmãos.

Enquanto isso, sigamos firmes, fazendo nossa parte e construindo o entendimento de uma vida com mais amor, mais auxílio mútuo e menos aflições.

Agindo dessa forma, tenhamos certeza: venceremos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Só se aprende a fazer, fazendo.


Pegou uma tigela e uma colher, subiu numa cadeira, abriu o armário e puxou a lata de farinha.

Acabou derramando todo o conteúdo no chão. Juntou um pouco da farinha e jogou na tigela. Misturou uma xícara de leite e acrescentou açúcar, enquanto deixava rastros pelo chão da cozinha.

Ele estava coberto de farinha e frustrado. Queria preparar uma boa surpresa para sua mãe e para seu pai, mas estava estragando tudo.

Agora ele não sabia o que fazer, se colocava tudo no micro-ondas ou no fogão. E sequer sabia como fazer o fogão funcionar!

De repente, ele viu o gatinho lambendo a tigela e o expulsou de cima da mesa, mas acabou derrubando uma embalagem de ovos ao chão.

Freneticamente tentou limpar aquela bagunça mas escorregou nos ovos, lambuzando seu pijama.

Foi aí que ele viu o seu pai parado, na porta da cozinha, a observá-lo.

Assustado, o garoto arregalou os olhos. Tudo que ele pretendia fazer era preparar uma boa surpresa. Entretanto, o que conseguira mesmo fora fazer uma terrível bagunça, uma monumental sujeira.

Ele ficou esperando uma tremenda bronca. Talvez, até recebesse um castigo pela lambuzeira na pia, na mesa, no chão, nele mesmo.

Nem conseguia se mexer. Viu o pai atravessar a cozinha, devagar, evitando pisar na sujeira esparramada. Então, aquele homem o tomou nos braços e o acariciou, sujando também o próprio pijama.

                                                    *   *   *

Assim acontece conosco e Deus, nosso Pai Maior.

Na tentativa de acertar, por vezes, acabamos fazendo uma tremenda confusão. E ficamos sem saber como consertar.

Certos de que receberemos um tremendo castigo, somos surpreendidos com uma nova chance para tentar de novo, uma nova manhã para exercitar outra vez, uma nova existência para fazer bem feito.

Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, Pai amoroso e justo, sabe que só se aprende a fazer, fazendo.

É por essa razão que nos oferece tantas chances quantas forem necessárias para que o aprendizado se efetive, tanto no aspecto intelectual como no moral.

É assim que voltamos inúmeras vezes ao palco terreno, através da reencarnação, para nos aperfeiçoarmos e galgar novos degraus na escada evolutiva.

É dessa maneira que vamos aprendendo a lidar com nossas virtudes e vícios, ampliando as primeiras e transformando os segundos, até atingir a perfeição relativa que cabe a todos os filhos de Deus.

Impossível deter toda a ciência do Universo, toda a sabedoria da Imortalidade, em uma única experiência na carne.

Por isso é que precisamos renascer várias vezes na Terra até que consigamos conhecer e viver todas as lições que esta escola pode nos oferecer.

Conforme ensinou Jesus, o Mestre dos mestres, para entrar no Reino dos Céus é preciso nascer de novo, e de novo. Até que aprendamos a fazer brilhar a nossa luz.

Até que consigamos superar essa etapa chamada humanidade e alcançar a condição de Espírito puro, à Imagem e Semelhança de Deus, nosso Criador, que é a Luz por excelência.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Sementes do jardim de Deus.


A semente é um dos mais belos símbolos da Criação, exemplificando, com simplicidade e perfeição, profundos conceitos filosóficos em todos os tempos.

Nela podemos enxergar, por exemplo, um Universo latente que, encontrando as condições propícias de temperatura, umidade e recursos orgânicos, desabrocha e realiza plenamente o seu potencial adormecido.

Nos serviços da natureza, ela se mostra como sacerdotisa do Criador e da vida. Gloriosa herdeira do poder divino. Cooperadora na evolução do mundo, transmitindo silenciosa e sublime lição aos seres humanos.

Geratriz da vida, exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados, segundo suas aptidões e as condições em que se desenvolve.

Há sementes que brotam rápido, diante das mínimas condições favoráveis. Em semanas ou meses se transformam em plantas adultas.

Basta uma breve chuva e elas florescem, frutificam, geram outras sementes, deixando no solo seu legado para a preservação da espécie.

Outras se demoram no aconchego da Terra, pacientemente, esperando o momento certo e as condições exatas para germinarem.

Algumas, não raro, levam anos para se tornarem adultas, como ocorre aos carvalhos, às oliveiras e aos baobás, que vivem por séculos.

Podemos conceber a semente, também, como símbolo do sacrifício, ao imolar-se para um propósito maior, pois somente morrendo ela vive nos seus descendentes, transmitindo-lhes seu código genético.

A semente pode ser ainda símbolo de autodomínio, realizando o seu propósito sem pressa, no seu tempo, ao sabor do curso natural da existência.

Transportemos esses conceitos para a Humanidade e concluiremos que, de igual forma, somos como as sementes. Estamos neste mundo, como se fora o jardim de Deus, destinados a realizar, fatalmente, nosso potencial de perfeição.

Para isso, Espíritos, criados simples e ignorantes, vamos adquirindo e equilibrando conquistas intelectuais e morais, em sucessivas experiências de vida.

Como a semente, damos frutos segundo as estações da nossa maturidade espiritual.

Alguns o fazemos rapidamente, em contraste com outros que demoram a amadurecer, capacitando seu livre-arbítrio, no ritmo de suas próprias necessidades e em repetidas experiências.

Quando nos oferecemos em sacrifício para atender nossos amores ou, mais meritoriamente, estranhos ao nosso convívio, anulando o nosso querer para atendê-los, nos assemelhamos à semente que morre para dar vida.

Como cooperadores do Pai na evolução do mundo, a silenciosa e sublime lição da humildade de saber começar, constitui serviço muito importante.

Dessa maneira, é indispensável que não percamos de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palavra, uma hora, uma frase, que podem representar sementes gloriosas para edificações imortais.

Imprescindível que nos façamos atentos para não perder a oportunidade da germinação pessoal.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Por que mentem nossos filhos???


Por que com tanta frequência surpreendemos nossos filhos relatando mentiras?

As causas são várias e algumas delas têm a ver com nossa própria maneira de ser.

Crianças pequenas tendem a exagerar acontecimentos, dificuldades e problemas. É o recurso de que se utilizam quando não se sentem ouvidas. São manobras de que se servem para ganhar os adultos.

O exagero sobre o que acontece na escola, na vizinhança é o ponto de partida. Crescidos, adolescentes, serão aqueles mesmos que buscarão emoções fortes, submetendo-se a riscos inúteis, tudo para se sentirem importantes.

Quando a criança é o filho do meio padece outras situações. Afinal, ele não é o maior que supera obstáculos e ganha medalhas no esporte ou nas artes. Não se sobressai.

Também não é o bebê cujas gracinhas encantam os pais, que a cada gesto, a cada palavra se enchem de alegrias.

Como ninguém se importa porque ele aprendeu uma nova canção, ele exagera dizendo que foi convidado a cantar perante o colégio todo.

Como não lhe dão importância se ele disser que correu muito e venceu um colega, ele contará que foi o melhor de toda a classe.

Contará vantagens, criará fantasias, e logo passará a ser denominado como chato pelos colegas, ridicularizado por outros, sem se mencionar que a mentira causa desequilíbrio, tensão e enfermidade.

Pode acabar rejeitado pelo grupo, mal visto por professores e pelos próprios pais.

E só desejava ser ouvido. Possivelmente deveremos estar pensando que como pais é impossível deixar de escutar a tagarelice dos pequenos. Sim, escutamos. Mas escutar não é ouvir.

Eles falam e nossa resposta é um resmungo, sem verdadeiro interesse de ouvir o que eles nos contam.

Suas pequenas conquistas, seus novos amigos, seus medos ante as provas que se avizinham.

Ouvir os nossos filhos é um ato de amor. Exige paciência e dedicação.

Observemos se, para falar conosco, os filhos não têm que competir com nosso trabalho, com o filme, com a novela, com os outros irmãos e as coisas fantásticas que realizam.

Aprendamos a valorizar as mínimas conquistas dos pequenos. Quando enxergarmos a riqueza das pequenas coisas, descobriremos quão preciosas podem se tornar as horas de convívio doméstico.

Ao mesmo tempo, asseguraremos aos nossos filhos seu lugar no mundo, equilibrados e verdadeiros.

                                                            *   *   *

Ao menos uma vez ao dia esqueçamos os problemas financeiros, os juros altos, a elevação do dólar, a queda nas bolsas de valores.

Sentemo-nos para ouvir nosso filho, relatando como descobriu um formigueiro no fundo do quintal, como conseguiu escrever seu nome completo, como conseguiu ler o outdoor na frente da escola.

Ao menos uma vez por dia demonstremos interesse e respeito por suas palavras, gestos e expressões.

Valorizemos o que eles mencionam. Ouvir nossos filhos é procurar entender a importância do que descrevem. É se importar em ajudá-los a pensar e sentir.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Ser feliz é uma decisão.


Uma senhora de noventa e dois anos, delicada, bem vestida, com o cabelo bem penteado e um semblante calmo, precisou se mudar para uma casa de repouso.

Seu marido havia falecido recentemente e a mudança se fez necessária, pois ela era deficiente visual e não havia quem pudesse ampará-la em seu lar.

Uma neta dedicada a acompanhou.

Após algum tempo aguardando pacientemente na sala de espera, a enfermeira veio avisá-las que o quarto estava pronto.

Enquanto caminhavam, lentamente, até o elevador, a neta, que já havia vistoriado os aposentos, fez-lhe uma descrição visual de seu pequeno quarto, incluindo as flores na cortina da janela.

A senhora sorriu docemente e disse com entusiasmo:

Eu adorei!

Mas a senhora nem chegou no quarto... Observou a enfermeira.

Ela não a deixou continuar e acrescentou:

A felicidade é algo que você decide antes da hora.

Se eu vou gostar do meu quarto ou não, não depende de como os móveis estão arranjados, e sim de como eu os arranjo em minha mente.

E eu já me decidi gostar dele...

E continuou: É uma decisão que tomo a cada manhã quando acordo. Eu tenho uma escolha, posso passar o dia na cama remoendo as dificuldades que tenho com as partes de meu corpo que não funcionam há muito tempo, ou posso sair da cama e ser grata por mais esse dia.

Cada dia é um presente, e meus olhos se abrem para o novo dia das memórias felizes que armazenei...

A velhice é como uma conta no banco, minha filha... de onde você só retira o que colocou antes.

                                                                *   *   *

A lição de uma pessoa idosa e sem a visão dos olhos físicos é de grande profundidade e contém ensinamentos valiosos.

E o primeiro deles é que a felicidade é uma decisão pessoal.

Depende mais da nossa disposição mental do que das circunstâncias que nos rodeiam.

Cada pessoa tem, na intimidade, o potencial de armazenar as belezas que deseja ver em sua tela mental, ainda que, ao seu redor, a paisagem seja deprimente.

Para isso é preciso construir um mundo de felicidade nesse banco de lembranças que Deus ofereceu a cada um de Seus filhos.

E quando se constrói um mundo de paz e felicidade, portas adentro da alma, é possível compartilhar essa realidade com aqueles que nos cercam.

Assim é que se não temos em nossa vida os enfeites que desejamos, arranjemos tudo isso em nossa mente. É uma forma de ver as coisas com olhar positivo e otimista.

Além disso, como toda criação começa na mente, é bem possível que venhamos a concretizar esse sonho alimentado na alma.

Se você ainda não havia pensado nessa possibilidade, pense agora.

Comece, sem demora, a depositar felicidade na conta do banco das suas lembranças, para poder resgatar sempre que desejar.

                                                                *   *   *

Se você abrir a janela, pela manhã, e seus olhos físicos puderem ver apenas paisagens deprimentes, abra as janelas da alma e contemple um jardim em flor.

Respire fundo e sinta o perfume de jasmim, de rosas e cravos, ouça o canto dos pássaros que voam, ligeiros, pelo ar.

Perceba a brisa acariciando seu rosto e curta a melodia dos grilos e cigarras que cantam para alegrar suas horas.

Decida ser feliz, ainda que seja uma felicidade que só você pode sentir.

E, lembre-se sempre: a felicidade não depende de como as coisas estão arranjadas, mas de como você as arranja na sua mente.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Espiritualizar-se.


Quando se fala em pessoa espiritualizada, quase sempre o que vem à mente é alguém que desperta orando, faz meditação e somente tem falas amenas, doces.

Mas a vida nos exige trabalho, ação. Então, dizemos que nunca seremos uma pessoa espiritualizada.

Será assim mesmo? Lembremos de Jesus, o Divino Amigo. Alguém mais espiritualizado do que Ele, que se afirmou o Caminho da Verdade e da Vida? Ele comungava de tal forma com Deus, que dizia: Eu e o Pai somos um.

Mas, viveu entre os homens um pouco além de três décadas.

Pessoa espiritualizada é uma pessoa boa. Boa mãe, bom pai, bom vizinho, bom cidadão.

É uma pessoa que entendeu como fazer o bem e aplica isso todos os dias em suas relações.

Fazer o bem não é apenas deixar de fazer o mal. Podemos afirmar que não agredimos as pessoas, não maltratamos ninguém. Isso não é fazer o bem. É somente não praticar o mal.

Fazer o bem também não se trata apenas de dar coisas, de limpar os armários e passar adiante o que não nos serve, o que enjoamos de tanto usar, o que está tomando lugar nas prateleiras e nos cabides.

Fazer o bem é uma escolha que acontece todos os dias, a todo instante. É algo que exige uma mudança de comportamento e uma intenção seguida de uma ação.

Podemos despertar pela manhã e começar cumprimentando o dia, que se renova para nós. Providenciar alguns grãos para os amigos alados que sobrevoam o ar ou se aninham na árvore próxima.

Podemos lembrar de colocar um recipiente com água para que saciem a sua sede, depois dos trinados da madrugada.

Ao transitarmos de carro, permitir que o veículo que vem por outra rua, mesmo que estejamos na preferencial, possa entrar em nossa frente.

Uma gentileza para ele não ter que esperar e esperar para adentrar a via principal.

E, enquanto estamos levando nossas saudades a passear, cumprimentemos quem passa por nós. Pode ser que alguns nem respondam. Não importa. Nós lhes enviamos nossas melhores vibrações.

São muitas e pequeninas coisas que podemos fazer nas horas diárias. Coisas que dirão de como estamos nos importando com nosso próximo, com tudo que nos cerca. Ou seja, trabalhando a nossa Espiritualidade.

Lembrando que somos todos seres espirituais, em uma jornada de alguns anos, neste mundo.

Uma excelente oportunidade de criar laços de simpatia, de amizade, para os reencontrar, quem sabe, quando sairmos desta para a outra vida.

Realizar uma tarefa doméstica, sorrir para alguém, fazer uma declaração de amor a quem está conosco, todos os dias, ano após ano.

Algo breve, espontâneo, que brota da intimidade: Amo você! Você é muito importante em minha vida! Você coloca luz nas minhas horas!

E não economizar elogios. Verdadeiros. Elogios a pessoas, ao animal doméstico que nos homenageia com seus olhos de felicidade, com faceirice nos gestos, como a dizer: Estou aqui. Gosto de você.

Elogios à criatividade divina que a cada dia mostra uma nova tela nos céus, coloca diferentes cores na vida e compõe uma inédita sinfonia com a passarada, nas manhãs de luz.

Pessoa espiritualizada. Comecemos hoje nosso ensaio.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Conquista da paz.


A grande maioria das pessoas se preocupa com a conquista da paz. Da tão sonhada paz.

No entanto, será que sabemos como conquistar a paz?

E se sabemos, o que temos feito para alcançar esse objetivo?

Conta-se que, um dia, vários deuses da mitologia grega se reuniram para decidir onde esconderiam um tesouro precioso, para que os homens o encontrassem.

Não poderia ser em um lugar qualquer, pois se estivesse muito à vista, poderia ser encontrado facilmente e não lhe dariam o devido valor.

As sugestões começaram a surgiu, na grande assembleia.

Um dos deuses sugeriu que se pusesse o tesouro no fundo dos oceanos.

Todavia, aquele que presidia a reunião argumentou que o homem certamente iria encontrá-lo com facilidade. Com sua inteligência, sua criatividade, inventaria equipamentos de mergulho, alcançaria o tesouro e não lhe daria a importância merecida.

Outra sugestão foi a de esconder o tesouro nos espaços infinitos do Universo.

Argumentou um dos deuses: O homem o descobrirá facilmente, pois se inventar equipamentos para mergulhar nas profundezas dos mares, é lógico que os inventará para percorrer os espaços infinitos.

Depois de várias sugestões infrutíferas, alguém teve uma ideia que foi aceita por todos.

O tesouro deve ser cuidadosamente escondido, num lugar onde o homem só irá procurar depois que estiver suficientemente maduro para valorizá-lo, e mantê-lo consigo.

Depois de muitos debates e sugestões, foi definido que o local seria o íntimo de cada ser humano.

                                                                      *   *   *

Esse tesouro valioso e imperecível é a paz.

Sim, a paz que tanto buscamos, sem lograr êxito, está dentro de cada um de nós.

Quando encontramos o tesouro da paz, não mais nos perturbamos, mesmo que a situação, ao nosso redor, pareça estar em polvorosa.

Importante que não confundamos paz com passividade porque o passivo é um ser sem ação.

O pacifista é ativo. Onde há discórdia, ele leva a sua paz, compartilha o seu tesouro.

É assim que devemos entender a recomendação de Jesus de mostrar a outra face.

Se a face que se apresenta é a da violência, mostremos a face da paz.

De fato, conquistamos os mares. Estamos vencendo o espaço com nossos telescópios e naves espaciais. Desvendamos vários mistérios do Universo, no entanto, ainda não empreendemos a viagem fantástica para dentro de nós mesmos.

Alcançamos muitas conquistas tecnológicas, contudo, ainda apresentamos dificuldade em resolver um simples problema de relacionamento com nosso próximo.

Falta descobrirmos como afastar do nosso íntimo o orgulho, a vaidade desmedida, a inveja, e outros tantos entulhos morais que impedem o acesso à paz.

Pensemos: se a paz é um tesouro que cada um de nós pode conquistar, cabe-nos iniciar, sem demora, essa busca.

No autoconhecimento traçaremos um mapa de nós mesmos, que nos mostrará onde se encontra cada empecilho, cada obstáculo que devemos remover da nossa intimidade.

Somente quando o caminho estiver limpo, nos depararemos com um recanto de luz brilhando em nós: a tão esperada paz íntima!

Paz que espalharemos pelo mundo. Pensemos a respeito.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Adversidades.


Ela era uma garota que vivia a se queixar da vida. Tudo lhe parecia difícil e se dizia cansada de lutar e combater.

Seu pai, que era um excelente cozinheiro, a convidou, certo dia, para uma experiência na cozinha.

Tomou de três panelas, encheu-as com água e colocou cenouras em uma, ovos em outra e pó de café na terceira.

Deixou que tudo fervesse, sem nada dizer. A moça suspirou, longamente, imaginando o que é que seu pai estava fazendo com toda aquela encenação.

Tudo fervido, o pai colocou as cenouras e os ovos em uma tigela e o café em outra.

O que você está vendo? Perguntou.

Cenouras, ovos e café, respondeu ela.

Ele a trouxe mais perto e pediu que experimentasse as cenouras. Ela notou como as cenouras estavam macias.

Tomando um dos ovos, quebrou a casca e percebeu que ele estava duro.

Provando um gole de café, a garota sentiu o sabor delicioso.

Voltou-se para o pai, sorriu e indagou:

O que significa tudo isto, papai?

É simples, minha filha. As cenouras, os ovos e o café, ao enfrentarem a mesma adversidade, a água fervendo, reagiram de formas diferentes.

A cenoura entrou na água, firme e inflexível. Ao ser submetida à fervura, amoleceu e se tornou frágil.

O ovo era frágil. A casca fina protegia o líquido interior. Com a água fervendo, se tornou duro.

O pó de café, por sua vez, é incomparável. Colocado na água a ferver, ele mudou a água.

Voltando-se para a filha, perguntou o homem experiente:

Como é você, minha filha? Quando a adversidade bate à sua porta, você reage como a cenoura, o ovo ou o café?

Você é uma pessoa forte, decidida que, com a dor e a adversidade, se torna frágil, vulnerável, sem forças?

Ou você é como o ovo? Delicada, maleável, casca fina que, com facilidade, se rompe. Ao receber as agruras de um desemprego, de uma falência, a morte de um ser querido, um divórcio, se torna dura, inflexível?

Quanto mais sofre, mais obstinada fica, mais amarga se torna, encerrada em si mesma?

Ou você é como o café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a cem graus centígrados.

Quanto mais quente a água, mais gostoso se torna o café, deliciando as pessoas com o seu aroma e sabor.

Se você é como o pó de café, quando as coisas vão ficando piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.

A dor, em você, tem o condão de a tornar mais doce, gentil, com capacidade de melhor entender a dor alheia.

Afinal de contas, minha filha, como você enfrenta a adversidade?

                                                  *   *   *

A dor pode ser comparada ao instrumental de um hábil escultor.

Com destreza e precisão técnica, ele toma de uma pedra dura como o mármore, por exemplo, e pacientemente a transforma em uma obra de arte, para encanto das criaturas.

A beleza da pedra só aparecerá aos golpes duros do cinzel, na monotonia das horas intermináveis de esforço e trabalho.

Assim como a pedra se submete à lapidação das formas para se tornar digna de admiração, somente os corações que permitem à dor esculpir sua intimidade, adquirem o fulgor das estrelas e o brilho sereno da lua.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Eu, hoje, vou ser feliz.


Todos almejamos a felicidade. Alguns acreditamos que ela está muito distante, que talvez nunca nos alcance.

Outros chegamos a dizer, em voz alta: Não é para mim. Minha vida é uma luta insana, todos os dias. Sempre foi assim e, com certeza, não vai mudar.

Alguém, otimista, parece ter encontrado uma fórmula eficaz para adentrarmos pela ventura da felicidade.

Idealizou um projeto e o escreveu para se lembrar de colocá-lo em prática como uma proposta individual:

De hoje em diante, todos os dias, ao acordar, direi: "Eu, hoje, vou ser feliz!

Vou lembrar de agradecer ao sol pelo seu calor e luminosidade. Sentirei que estou vivendo, respirando. Posso desfrutar de todos os recursos da natureza, gratuitamente.

Não preciso comprar o canto dos pássaros, nem o murmúrio das ondas do mar. Lembrarei de observar a beleza das árvores, das flores, da relva, da natureza em geral.

Vou sorrir mais, sempre que puder. Vou cultivar mais amizades e neutralizar as inimizades.

Não vou julgar os atos dos meus semelhantes e vou aprimorar os meus.

Lembrarei de telefonar para alguém só para dizer que estou com saudades.

Reservarei alguns minutos de silêncio para ter a oportunidade de ouvir.

Não vou lamentar nem amargar as injustiças, mas vou pensar no que posso fazer para diminuir seus efeitos.

Terei sempre em mente que o tempo passado não volta mais e vou aproveitar bem todos os minutos.

Não vou sofrer por antecipação, prevendo futuros incertos, nem com atraso, lembrando de coisas sobre as quais não posso fazer nada.

Não vou sofrer pelo que não tenho e gostaria de ter. Buscarei ser feliz com o que possuo. E o maior bem que tenho é a própria vida.

Vou lembrar de ler uma poesia, ouvir uma canção e dedicá-las a alguém.

Vou fazer algo por alguma pessoa sem esperar nada em troca, apenas pelo prazer de vê-la sorrir.

Vou lembrar que existe alguém que me quer bem e dedicar uns minutos para pensar em Deus. Assim, Ele saberá que está em meu coração.

Vou procurar transmitir um pouco de alegria aos outros, especialmente quando sentir que a tristeza e o desânimo querem se aproximar.

E, quando a noite chegar, vou olhar para o céu, para as estrelas, para o luar e agradecer aos anjos e a Deus, porque hoje eu fui feliz!"

                                                                  *   *   *

Sem dúvida, este é um roteiro traçado por alguém que deseja realmente conquistar a paz de consciência e, por consequência, a felicidade.

Podemos até dizer que tudo isso é muito difícil de alcançar. No entanto, acreditemos: é bem simples.

Trata-se de valorizarmos mais o que temos e pensar menos naquilo que gostaríamos de ter.

Existe somente uma pessoa que é capaz de nos fazer feliz.

Se a desejarmos conhecer, fiquemos em frente ao espelho, olhemo-nos bem e digamos: Olá, prazer em conhecer você.

Eis aí a responsável única pela nossa felicidade: nós mesmos.

Lembremos que somos herdeiros de nós mesmos. Nossos pensamentos, nossa vontade nos pertencem.

Dessa forma, a nossa felicidade somente espera pela nossa decisão.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Um Brasil de todos nós.


Há de chegar um tempo em que o Brasil de todos nós será um país de paz.

Um país onde não haja a miséria de recursos amoedados, nem a ignorância das letras.

Onde todos trabalhem e haja trabalho para todos. Os que não necessitem dos valores salariais, trabalhem pelo bem geral, em voluntariado de amor.

Há de chegar um tempo em que derrubaremos os muros dos quintais, não mais cultivando o medo. E abraçaremos o vizinho como um irmão.

Um tempo onde as crianças voltem a correr pelos parques, nos dias de sol. Crianças que possam ir e vir das escolas, sozinhas ou em grupos, enchendo as ruas de risos, corridas, alegria.

Ah, Brasil, como te desejo grande! Maior do que teu território. Um Brasil sem fronteiras internas, onde os filhos do Norte e os do Sul falem a mesma linguagem, a do bem.

Onde os sotaques, os regionalismos sejam preservados, como essa diversidade sadia, característica do grande mundo de Deus.

Mas onde o idioma único seja o da fraternidade. Irmãos do Leste e do Oeste trabalhando pela mesma grandeza da nação.

Haverá de chegar um tempo, que pode ser já, se você e eu começarmos hoje a estender a mão ao vizinho e o saudar com um Bom dia, amigo!

Um tempo em que os estádios ficarão lotados com pessoas cujo objetivo é assistir um bom jogo de futebol. Um jogo onde o importante não será quem leve a taça, mas aquele que demonstre a mais apurada técnica, a melhor habilidade e a mais fina ética.

Um tempo em que as salas de teatro se abram para todos, crianças, jovens, adultos, idosos para assistir o drama e a tragédia em elaboradas peças. Assistir o cômico, rindo com prazer.

Também para ouvir a música dos imortais, o cancioneiro popular, as baladas do coração.

Haverá de chegar um tempo em que música também se ouvirá nas praças, nos parques, nas estações de trem, nos terminais de ônibus.

Então, em vez de ansiedade e preocupação, a alma se extasiará com a harmonia das notas, em escalas crescentes e decrescentes, com as melodias compostas com a mais delicada sensibilidade.

Quisera que esse dia chegasse logo para não mais ver lágrimas de mães pranteando filhos prisioneiros, mas sim deixando escorrer o pranto da emoção pelas conquistas dos seus rebentos.

Quisera que esse dia chegasse logo para ver mais sorrisos e menos dores; mais justiça e menos demagogia.

Quisera que esse dia chegasse logo para, no dia da Pátria, contemplar com emoção o pavilhão nacional tremular ao vento, mostrando suas cores, com especial destaque para o branco da paz.

E, então, cantar o hino pátrio com todo vigor:

Terra adorada, entre outras mil,

És tu, Brasil, ó pátria amada!

Dos filhos deste solo, és mãe gentil,

Pátria amada, Brasil!

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Anúncios de primavera.


Quando florescem os ipês em minha cidade, sei que a geada não tornará a se manifestar nesta estação invernosa.

Os ipês floridos, derramando seu amarelo na grama verde, em fantasias nacionais, são anúncios da primavera, que se prepara para reinar, por noventa dias.

São como batedores que vêm à frente, verificando as veredas e embelezando as estradas, as ruas, as avenidas e as praças.

Recordamos que, há cerca de dois mil anos, um homem se ergueu na Palestina, andando pelos caminhos, alertando as populações.

Semelhante aos ipês, Ele anunciava a nova estação que estava prestes a encher de flores de esperança o mundo. O Seu era o anúncio da primavera da renovação.

Preparai os caminhos do Senhor...

Depois de mim, virá Aquele do qual não sou digno de desatar as sandálias.

Eu sou a voz que clama no deserto... no deserto dos corações humanos.

E o Batista trazia as sementes fartas de profecias anunciadas há séculos.

O Rei se encontrava entre os homens. E escolheu o palco da natureza para entoar sua canção de amor. Compôs poemas e somente os corações de boa vontade registraram Seus versos, na intimidade do próprio ser.

Mas os versos ficaram ecoando, levados pelos ventos, repetidos pelas montanhas, acolhidos entre as paredes generosas dos que aderiam ao convite. Convite do amor. Convite para amar.

Era o auge da primavera. O Governador planetário viera para estar com os Seus.

Estou entre vós como quem serve. Eu sou o Bom Pastor.

Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá. O pastor dá a sua pela vida das suas ovelhas.

Crede em Deus. Crede também em Mim.

Versos recitados na montanha, no vale, nas estradas. E dedilhados no alaúde do lago de Genesaré.

Primavera celestial. Jamais igualada.

                                                                           *  *   *

Nos dias que vivemos, novos anúncios se fazem. A era da regeneração se aproxima e a pouco e pouco se instala.

Os arautos se multiplicam. A genialidade retorna ao palco do mundo e as crianças declamam, versejam, compõem sinfonias e executam peças magistrais, em evocações da Sublimidade Celeste.

Gênios avançam estudos nas ciências, sonhando com viagens interplanetárias, em mensagem de vera fraternidade.

E outros se debruçam sobre lâminas, livros, em laboratórios, academias, institutos, em investigações que objetivam a cura de males que afligem seus irmãos, o diminuir das dores.

Outros mais empreendem campanhas em prol dos que nada ou quase nada têm. As suas preocupações não são os folguedos da infância, mas sim o bem-estar de outras tantas crianças, amigos próximos ou desconhecidos distantes.

Primícias de primavera. Primavera nos corações. Primavera de um mundo novo, regenerado. Um mundo em que o homem abandonará as armas que aniquilam e abraçará a lira, a ciência, a arte, o amor.

Um mundo que já se faz presente. Como os ipês que bordam arabescos pelo chão, que enchem os olhos e afirmam: A primavera se aproxima!

Pensemos nisso e deixemo-nos penetrar pelo hálito primaveril do mundo novo.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Enfermidades.


Quando o assunto é doença, todos temos uma história para relatar. Não existe quem não a conheça, por si mesmo, ou através da experiência dos amigos, parentes, familiares, colegas.

Alguns a tememos tanto, que não nos permitimos sequer pronunciar a palavra, como se tal fato pudesse atrair a enfermidade.

De um modo geral, falamos muito a respeito das enfermidades do corpo. Conversamos sobre infecções, contágios, epidemias, traumatismos físicos, acidentes.

E, mais recentemente, todos conhecemos a pandemia que parou o mundo dos negócios, dos relacionamentos, exigindo protocolos severos de higiene e isolamento.

Sofremos perdas de toda ordem: materiais, afetivas, enchendo-nos de medo e tristeza.

Também mencionamos as várias enfermidades da mente, em seu quadro de fenômenos psicológicos e psiquiátricos, que se apresentam como insatisfações, desajustes, conflitos, alienações.

Contudo, nos esquecemos das doenças mais profundas, as do Espírito.

Enfermidades que nos permitem ouvir relatos assombrosos de dores amargas e continuarmos indiferentes.

Sabermos de crianças apartadas de seus pais, de pequeninos entregues a trabalhos árduos para sua tenra idade e não nos sensibilizarmos.

Padecemos da doença da impiedade que nos leva a arquitetar planos de vingança, espalhando dor e desesperança.

A doença do ódio que tanto mais nos consome quanto mais lhe fornecemos combustível, tornando-nos seres destruidores da paz alheia, semeando calúnias, difamações, envenenando pessoas umas contra as outras.

Enfermidade do ciúme que nos infelicita as horas e nos torna insuportáveis para aqueles a quem afirmamos amar de forma total.

É a falta de finalidade aplicada à existência que cria a ociosidade, que fomenta a maldade, que nos faz desperdiçar o tempo.

Sem ideais a perseguir não há ações nobres a realizar e as horas passam com lentidão, sem ter algo proveitoso que as preencha.

Sofremos da doença do orgulho, que nos faz acreditar que somos melhores do que os outros, que ninguém mais do que nós merece a felicidade, as compensações da vida, tudo de bom que se possa imaginar.

Portadores de tal vírus, desprezamos afeições, esquecemos da gratidão e do quanto necessitamos uns dos outros para viver.

Todas as enfermidades do Espírito, em resumo, nos levam a esquecer e desrespeitar as leis humanas e as divinas.

E seria tão fácil acabar com todas essas doenças. Bastaria que colocássemos em pauta a nossa vontade e eliminássemos do mapa dos nossos comportamentos o egoísmo, a raiva, o medo, o ódio, a ansiedade.

O conhecimento e o respeito aos mecanismos de funcionamento da vida alteram a nossa maneira de ser e nos proporcionam a saúde real, aquela que emana do Espírito para o corpo, refletindo a nossa harmonia interior.
                                                               *   *   *
Jesus jamais adoeceu. Mestre por excelência, a Sua vida era de amor e pelo amor.

Com Seus atos e palavras demonstrou a grandeza da verdadeira saúde convidando-nos a vencer as nossas paixões inferiores e a nos tornarmos semelhantes ao Pai que nos criou tendo como meta a perfeição.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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