terça-feira, 27 de agosto de 2019

Isto é amor ao próximo.

Existem notícias tristes, que amarguram, que nos falam de um mundo ainda bastante problemático.

No entanto, em meio a essas, existem outras que nos emocionam pela atitude de pessoas que dão exemplos raros de amor ao próximo.

Soubemos de uma americana que doou mais de dois mil litros de leite materno para alimentar centenas de bebês.

Elisabeth Anderson Sierra vive no Estado de Oregon, nos Estados Unidos. Ela possui a Síndrome da Hiper lactação, o que a faz produzir mais de seis litros de leite por dia.

Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, Elisabeth disse que percebeu que produzia mais leite que o normal em sua primeira gravidez.

Mas foi na segunda que a quantidade aumentou consideravelmente.

Sua filha Sophia, de seis meses, consome em média 800ml. Por isso, Elisabeth decidiu doar o excedente.

Isso lhe requer várias horas ao dia, considerando que cinco delas fica com a bomba de sucção nos seios. Depois, ela ainda precisa embalar, etiquetar e colocar todo o leite coletado no freezer.

Afirma que nos últimos dois anos, não teve um dia de folga! Mesmo porque é mãe de duas crianças. Uma verdadeira heroína.

O leite doado serve para amamentar bebês cujas mães não podem fazê-lo, por estarem tomando determinados medicamentos. Ou por terem tido câncer de mama.

Também faz doações a casais homo afetivos. O restante vai para um banco de leite, localizado na Califórnia.

Quando lhe perguntaram como se sente nessa doação constante, respondeu:

Sinto que faço parte da humanidade. Eu encorajaria outras mães a fazerem o mesmo. O leite materno é ouro líquido, jamais deve ser desperdiçado.

*   *   *

Sinto que faço parte da humanidade.

Esta frase é de alto significado. Todos somos uma única e enorme família: a Humanidade.

Seria importante que assim nos sentíssemos todos. Porque, afinal, família se auxilia mutuamente, um socorre o outro na adversidade, um toma conta do outro.

Família está atenta às necessidades comuns e se mostra disposta a colaborar, a encontrar soluções para problemas que se apresentam.

Cultivando a solidariedade, poderemos, em breve, ter um mundo muito melhor.

Um mundo em que colaboremos mais uns com os outros, em que nos preocupemos com o bem-estar de todos.

Um mundo em que o verbo amar será conjugado diariamente, vinte e quatro horas do dia.

Amar é doar-se, é dar-se.

É uma atividade prazerosa que felicita a quem ama e a quem é amado, que pode ser alguém bem próximo ou a milhas de distância. Mas, que poderá receber a nossa vibração ou a nossa doação material.

E a Sabedoria Divina é tão magnânima nesses exemplos, que nos concede um retorno mais que especial para incentivar a multiplicação dos nossos gestos de amor.

Vivenciemos esse amor. Amar é experiência que nos plenifica, nos faz felizes. O melhor do amor não é ser amado. É amar.

Doar-se em benefício do próximo não tem preço.

Quanto mais desapego e amor, mais alegria e felicidade.

 Redação do Momento Espírita.
( Elizabeth S. Anderson, nascida em 5 de dezembro de 1959, é uma professora universitária de Filosofia estadunidense. Especialista em estudos sobre as mulheres e filosofia política e moral, leciona na Universidade de Michigan.)

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Ação de paz.

A paz é um dos tesouros mais desejados nos dias atuais. Muito se tem investido para se conseguir um pouco desse bem tão precioso.

Mas, será que nós, individualmente, temos feito investimentos efetivos visando tal conquista?

O que geralmente ocorre é que temos investido nossos esforços na direção contrária, e de maneira imprópria.

É muito comum se desejar a paz e buscá-la por caminhos tortos, que acabam nos distanciando dela ainda mais.

O Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreveu, certa feita, uma mensagem que intitulou Ação de paz:

"Aflição condensada é semelhante à bomba de estopim curto, pronta a explodir a qualquer contato esfogueante.

Indispensável saber preservar a tranquilidade própria, de modo a sermos úteis na extinção dessa ou daquela dificuldade.

Decerto que, para cooperar no estabelecimento da paz, não nos seria lícito interpretar a calma por inércia.

Paciência é a compreensão que age sem barulho, em apoio da segurança geral.

Refletindo com acerto, recebe a hora de crise sem qualquer ideia de violência, porque a violência sempre induz ao estrangulamento da oportunidade de auxiliar.

Diante de qualquer informação desastrosa, busca revestir-te com a serenidade possível para que não te transformes num problema, pesando no problema que a vida te pede resolver.

Não afogues o pensamento nas nuvens do pessimismo, mentalizando ocorrências infelizes que, provavelmente, jamais aparecerão.

Evita julgar pessoas e situações em sentido negativo para que o arrependimento não te corroa as forças do Espírito.

Se te encontras diante de um caso de agressão, não respondas com outra agressão, a fim de que a intemperança mental não te precipite na vala da delinquência.

Pacifica a própria sensibilidade, para que a razão te oriente os impulsos.

Se conservas o hábito de orar, recorre à prece nos instantes difíceis, mas se não possuis essa bênção, medita suficientemente antes de falar ou de agir.

Os impactos emocionais, em qualquer parte, surgem na estrada de todos; guarda, por isso, a fé em Deus e em ti mesmo, de maneira a que não te afastes da paz interior, a fim de que nas horas sombrias da existência possa a tua paz converter-se em abençoada luz."

As palavras lúcidas de Emmanuel nos sugerem profundas reflexões em torno da nossa ação diária.

Importante que, na busca pela paz, não venhamos a ser causadores de desordem e violência.

Criando um ambiente de paz na própria intimidade, poderemos colaborar numa ação efetiva para que a paz reine em nosso lar, primeiramente, e, depois possa se estender mundo afora.

Se uma pessoa estiver permanentemente em ação de paz, o mundo à sua volta se beneficiará com essa atitude.

E se a paz mundial ainda não é realidade em nosso planeta, façamos paz em nosso mundo íntimo. Essa atitude só depende de uma única decisão: a nossa.

                                                                    *   *    *

A nossa paz interior é capaz de neutralizar o ódio de muitas criaturas.

Se mantivermos acesa a chama da paz em nossa intimidade, então podemos acreditar que a paz mundial está bem próxima.

Porque, na verdade, a paz do mundo começa no íntimo de cada um de nós.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

A mais improvável lição de amor.

O que é o amor? Alguém escreveu que o amor é como uma flor no deserto. Nasce, aparece, cresce, amadurece e transforma em oásis qualquer lugar hostil, áspero e cruel.

É comum, no entanto, em noticiários que divulgam crimes passionais, ouvirmos que quem matou o fez por amor.

Terá o amor esse viés de agressividade, de maldade, ao ponto de perseguir, agredir, acabar com a vida de quem dizemos amar?

Será esse o sentido do amor? O amor que se registra como posse e se não puder ser nosso, ninguém mais o terá?

O Mestre de Nazaré nos instituiu como lei máxima a do amor. Amor a Deus, o Criador, e ao nosso próximo.

Detalhou ainda que deveríamos amar a nós mesmos. Eis uma regra especial, algo que nos deve levar a reflexionar com profundidade: quem deseja algo ruim para si mesmo?

Não desejamos para nós somente o melhor, o bom, o agradável?

Talvez, alguns de nós, tenhamos uma ideia distorcida do que seja o amor.

Como aquele jovem presidiário que conta que seu padrasto costumava lhe bater com extensões elétricas, cabides, pedaços de pau, o que tivesse à mão.

E toda vez que assim o agredia, repetia: Isso dói mais em mim do que em você. Faço isso porque amo você.

Foi assim que ele cresceu com a falsa ideia de que o amor tinha de fazer mal. E passou a medir a extensão desse sentimento exatamente pela dor que alguém poderia sofrer.

Por isso, aos que dizia amar, ele magoava, machucava. Andando pela viela dos desacertos, acabou preso e condenado à prisão perpétua.

Segundo ele, pena merecida por ter cometido um terrível crime. Um duplo assassinato: de uma mulher e de uma criança.

Foi no ambiente da prisão que ele entendeu o que era e o que não era amor. O que via ali era maldade, crueldade, desespero, desesperança. Seria mesmo isso o amor?

E a lição chegou de uma forma totalmente improvável.

Foi uma mulher, Agnes, quem lhe ensinou o que era o verdadeiro amor. Ela tinha razões para odiá-lo porque era a mãe e avó das suas vítimas.

Contudo, ela o foi visitar na prisão e viu naquele jovem o ser humano sofrido, marcado por traumas, desorientado, perdido e lhe ofereceu amor. Aquele amor que compreende, que apoia, que perdoa.

O amor que salva, que ergue um novo edifício em meio aos escombros de uma vida marcada pela violência.

Um amor que transforma, que leva a criatura a refletir sobre o que fez e lhe indica rumos novos, para os anos que ainda tem à frente.

                                                                        *   *   *

O amor é o olhar de Deus!

O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração: é o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da bondade.

É a manifestação na alma de uma força que nos eleva acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres.

O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as criaturas. Deus é o seu foco.

Assim como o sol se projeta sobre todas as coisas e aquece a natureza inteira, assim também o amor divino vivifica todas as almas.

Deus é amor. E como somos Seus filhos, fomos criados para amar.

Amemos. A nós mesmos, ao nosso semelhante. Amemos.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 10 de agosto de 2019

Feliz Dia dos Pais.

Todos os que fomos acalentados pelo amor paterno, com certeza, recordamos nosso velho com saudade. Particularmente, quando nós mesmos nos tornamos pais, as lembranças acodem aos atropelos.

Na acústica da alma, ainda ouvimos os passos firmes nas noites de trovoadas, a conferir em sua ronda, janelas, trancas, cortinas, o sono da criançada.

Se fechamos os olhos, podemos sentir o deslizar da sua mão levemente pelo nosso rosto e o puxar cuidadoso do cobertor.

Vemos sua silhueta se perdendo na penumbra e ouvimos o último abrir e fechar da geladeira.

Recordamos da criança que fomos e que ficava à espera da sua volta do trabalho. Aqueles que tivemos pais cujo trabalho exigia muitos dias fora do lar, podemos sentir outra vez o coração aos atropelos, lembrando o som do carro dele, chegando, na madrugada.

Será que lembrou de trazer um presente? Será que a sua barba está por fazer e vai espetar o nosso rosto?

Recordamos o passeio dos fins de semana, do presente de aniversário, da ceia de Natal. Até das broncas após as nossas malandragens.

Igualmente lembramos dos carinhos à chegada de nosso boletim, a alegria após passar de ano. A comemoração em família pelas nossas vitórias: Fundamental, Ensino Médio, Vestibular, Faculdade.

E quando chegamos à adolescência? Quantos cuidados! Quem são os seus companheiros? Com quem você vai sair? Aonde vai?

Não fume. Não beba. Não exceda a velocidade. Respeite os sinais de trânsito.

É hora de chegar? Não falei para chegar antes da meia-noite?

Filho, respeite os mais velhos. Faça um carinho nos seus avós. Quando, afinal, vai se decidir a trabalhar?

Garoto, vou lhe cortar a mesada.

Olhando as rugas estampadas no rosto de nosso pai, somos tomados de carinho e nos curvamos diante dele. Quantos anos vividos no calor do lar paterno. Quantas lições!

Lições que hoje repassamos para os nossos próprios filhos e, sem nos darmos conta, vamos repetindo os mesmos gestos dele. Daquele que há sessenta, setenta anos renasceu e um dia se tornou nosso pai.

Olhamos nossos filhos e lembrando de como a generosidade de nosso pai, os seus cuidados nos fizeram bem ao caráter, nos esmeramos no atendimento aos nossos próprios rebentos.

Por tudo isso, outra vez, é que a nossa gratidão cresce no peito e explode em uma grande manifestação de afeto. E, como se nosso pai fosse uma criança pequena, abraçamos o velho e o embalamos em nossos braços, com a mesma canção de ninar que um dia ele embalou a nossa infância.

                                                                *   *   *

As mensagens repassadas às crianças calam profundamente em suas almas. Embora o tempo, a distância, as circunstâncias mais adversas, tudo o que as aninhou e animou nos anos infantis repercute pela vida afora.

Eis porque a infância tem um caráter de primordial importância ao ser humano. É nesse período de repouso para o Espírito, que se prepara para as lutas do mundo, que o ser se abastece de energias, vigor, valores reais que são, em verdade, as únicas heranças autênticas que os pais legam aos filhos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Aprender a conviver.

Os quatro pilares para a educação são conceitos de fundamento dessa arte, baseados no relatório elaborado para a UNESCO pela Comissão Internacional para o século XXI, coordenada por Jacques Delors.

A equipe, composta por mais de quatorze especialistas de renome, provenientes de várias regiões do mundo, atuantes em diferentes campos culturais e profissionais, teve a incumbência de refletir sobre a educação e a aprendizagem no século XXI.

Em 1993, o documento foi apresentado e pode ser resumido em quatro grandes propostas: Aprender a fazer, Aprender a conhecer, Aprender a conviver e Aprender a ser.

Tomamos, então, como centro de nossas reflexões momentâneas a proposição do Aprender a conviver.

Esse domínio de aprendizagem consiste num dos maiores desafios para os educadores, pois atua no campo das atitudes e valores.

O documento se utiliza de um termo bastante inspirador: a descoberta progressiva do outro.

Podemos estranhar, num primeiro instante, falar em descoberta do outro, se o outro sempre esteve em cena, isto é, desde o princípio da Criação, lidamos com a presença de um próximo.

No entanto, o termo descoberta vai mais fundo do que a simples constatação de que há alguém no mundo além de nós mesmos.

Descobrir o outro significa partilhar com ele o mundo, a vida, as oportunidades.

Descobrir o outro é perceber a importância do próximo em nosso contexto de existência. Saber que não fazemos nada sozinhos e que a vida precisa ser muito mais colaborativa do que competitiva.

A competição ainda é força motivadora, sem dúvida, no estado de Humanidade em que nos encontramos.

Porém, com o tempo e maturidade, perceberemos que a colaboração é potência mais grandiosa ainda.

Assim, descobrir o outro significa pensar em comunidade e não apenas em unidade. O mundo não gira ao nosso redor, mas todos giramos juntos com o mundo.

Essa sempre foi a proposta cristã. Estava no Amai-vos uns aos outros como eu vos amei; e também no Não vos chamo mais servos, mas vos chamo irmãos.

Jesus amou as diferenças. Conviveu com os diferentes e valorizou a função de cada um no todo.

As diferenças nos educam, o diferente nos faz abrir a mente e o coração, enquanto o igual pode nos acomodar.

Conviver com quem pensa como nós, com quem tem os mesmos valores, pode parecer atrativo e suficiente. Engano nosso.

Conviver com o pensamento oposto, com a ideia que se choca é construir em nós um senso de igualdade, a verdadeira igualdade.

                                                                 *   *   *

Estamos na Terra para aprender a conviver.

Há virtudes que só desenvolvemos no contato com o outro. A maioria delas, em verdade.

Na convivência nos burilamos, na convivência nos fortalecemos.

Por mais decepcionantes que certas companhias por vezes possam ser, elas estão em nosso viver por razões muito valiosas e precisas. Observemos, convivamos, conheçamos e nos autoconheçamos.

Aprender a conviver é mecanismo fundamental da nossa educação como Espíritos em desenvolvimento.
Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

Doe Sangue