terça-feira, 31 de agosto de 2021

Tristeza sem razão.

 


Por vezes, erguemo-nos pela manhã envoltos em nuvens de tristeza. Se alguém nos perguntar a causa, com certeza não saberemos responder.

Naturalmente, atravessamos as nossas dificuldades. Não há quem não as tenha. É o filho que não vai bem na escola, o marido que vive a incerteza do desemprego, um leve transtorno de saúde.

Nada, contudo, que seja motivo para a tristeza profunda que nos atinge.

Nesse dia tudo parece difícil. Saímos de casa e a entrevista marcada não se concretiza. A pessoa que marcou hora conosco cancelou por compromisso de última hora. E lá se vão as nossas esperanças de emprego, outra vez.

O material que vimos anunciado com grande desconto já se esgotou nas prateleiras, antes de nossa chegada. A fila no banco está enorme, o cheque que fomos receber não tinha saldo suficiente.

É... Nada dá certo mesmo! Dizemos que nem deveríamos ter saído de casa, nesse dia. Agora, à tristeza se soma o desalento, o desencanto.

Consideramo-nos a última pessoa sobre a face da Terra. Infelizes, abandonados, sozinhos.

Ninguém que nos ajude.

E, no entanto, Deus vela. Ao nosso lado, seguem os seres invisíveis que nos amam, que se interessam por nós e tudo fazem para o nosso bem-estar.

O que está errado, então? Com certeza, a nossa visão do que nos acontece.

Quando a tristeza nos invade no nascer do dia, provavelmente tivemos encontros espirituais, durante o sono físico, que para isso colaboraram.

Seja porque buscamos companhias não muito agradáveis ou porque não nos preparamos para dormir, com a oração. Seja porque reencontramos amores preciosos e os temos que deixar para retornar à nossa batalha diária, entristecendo-nos sobremaneira.

Ao nos sentirmos assim, busquemos de imediato a luz da prece, que fortalece e ilumina, espancando as sombras do desalento.

Abrir as janelas, observar a natureza, mesmo que o dia seja de chuva e frio. Verifiquemos como as árvores, quando castigadas pelos ventos e pela água, balançam ao seu compasso.

Passada a tempestade, se recompõem e continuam enriquecendo a paisagem com seus galhos, folhas, flores e frutos.

Olhemos para as flores. Mesmo que a chuva as despedace, elas, generosas, deixam suas marcas coloridas pelo chão, ou permitem-se arrastar pela correnteza, criando um rio de cores e perfumes pelo caminho.

Aprendamos com a natureza e afugentemos o desânimo com a certeza de que, depois da tempestade, retornará o tempo bom, o sol, o calor.

Não nos permitamos sintonias inferiores, porque se vibrarmos mal, nos sentiremos mal e, naturalmente, tudo se nos tornará mais difícil.

Nunca estaremos sós. Jesus está no leme das nossas vidas, atento, vigilante, e não nos faltará em nossas necessidades.

                                                                     *   *   *

Se estamos tristes, abramos os ouvidos para as melodias da vida, melodias que soam das mais profundas regiões do Amor Celeste.

Busquemos ajuda, peçamos socorro, não dando campo a essas energias de modo que possamos, na condição de filhos de Deus, alegrar-nos com tudo quanto o Pai construiu e colocou à nossa disposição a fim de que pudéssemos crescer, amar e servir.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Hoje eu me lembrei.

 


Hoje eu me lembrei...

Que não sou branco, negro, amarelo ou vermelho.

Eu Sou um cidadão do universo, no momento, estagiando como Ser humano na escola terrestre.

Hoje eu me lembrei...

Que não sou homem ou mulher, nem alto ou baixo.

Eu Sou uma consciência oriunda do plano extrafísico, uma centelha vital do Todo** que está em tudo!

Hoje eu me lembrei...

Que tenho a cor da Luz, pois vim das estrelas.

E eu sei que o meu tempo aqui na Terra é valioso para minha evolução.

Hoje eu me lembrei...

Que não há nenhuma religião acima da verdade.

E que o Divino pode se manifestar em miríades de formas diferentes.

Hoje eu me lembrei...

Que só se escuta a música das esferas com o coração.

E que nada pode me separar do “Amor Maior Que Governa a Existência”.

Hoje eu me lembrei...

Que espiritualidade não é um lugar, ou grupo ou doutrina.

Na verdade, é um estado de Consciência do Ser.

Hoje eu me lembrei...

Que ninguém compra Discernimento ou Amor.

E que não há progresso consciencial verdadeiro se não houver esforço na jornada de cada um.

Hoje eu me lembrei...

Que o dia em que nasci não foi feriado na Terra.

E no dia em que eu partir, também não será!

Hoje eu me lembrei...

Que tudo aquilo que eu penso e sinto se reflete na minha aura***.

E que minhas energias me revelam por inteiro (logo, preciso crescer muito, para melhorar a Luz em mim).

Hoje eu me lembrei...

Que não vim de férias para o mundo.

Na verdade, vim para aprender e trabalhar (e também para vencer a mim mesmo nas lides da vida).

Hoje eu me lembrei...

Que não sou o centro do universo e que, sem a Luz, eu não sou nada!

Sem Amor, o meu coração fica seco... e sem a espiritualidade, o meu viver perde o sentido.

Hoje eu me lembrei...

Que os guias espirituais não são minhas babás extrafísicas.

Eles são meus amigos de fé e trabalho...

Hoje eu me lembrei...

Que ninguém sabe tudo e que conhecimento não é sabedoria.

Todos nós somos professores e alunos uns dos outros.

Hoje eu me lembrei...

Que não nasço nem morro, só entro e saio dos corpos perecíveis ao longo da evolução.

Não posso ser enterrado ou cremado, pois sou um espírito (ah, eu sou sim!).

Hoje eu me lembrei...

Que viver não é só para comer, beber, dormir, copular e morrer sem sentido algum.

Viver é muito mais: é também pensar, sentir e viajar de estrela em estrela, sempre aprendendo.

Hoje eu me lembrei...

Que de nada vale a uma pessoa ganhar o mundo se ela perder sua alma.

E que o mal que me faz mal, não é o mal que me fazem, mas, sim, o mal que eu acalento em meu coração.

Hoje eu me lembrei...

Que eu sou mestre de nada e discípulo de coisa alguma.

E que eu, o apresentador desse programa, e vocês, os ouvintes dessa viagem espiritual, somos todos um!

Hoje eu me lembrei...

Que, sem Amor, ninguém segue.

E que o meu mantra se resume numa só palavra: Gratidão!

- Wagner Borges - São Paulo, 5 de julho de 2015.

* Esse texto foi escrito dentro dos estúdios da Rádio Mundial de São Paulo - 95.7 FM - um pouco antes do início do programa Viagem Espiritual (apresentado todos os domingos, das 12h30min às 13h), e, em seguida, lido para os ouvintes.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Nosso futuro planeta.


Um grande número de pessoas, independente da crença religiosa, acredita que nascemos muitas vezes.

Acredita que voltaremos a este mundo.

Alguns pesquisadores e cientistas já incorporaram essa verdade, provada por anos de experimentações, envolvendo, entre elas, a regressão de memória.

De forma muito estranha, no entanto, não temos nos comportado como quem acredita nessa verdade.

Vejamos o exemplo do nosso planeta. Seria óbvio que, se temos a certeza de que retornaremos a este local, desejássemos que ele nos oferecesse, em nosso retorno, as melhores condições de vida.

Entretanto, não temos nos preocupado com ele.

Os exemplos demonstram que, de um modo geral, estamos preocupados em ganhar dinheiro.

Dinheiro para gastar agora, nesta vida. Dinheiro para adquirir uma mansão, um carro, um iate. Dinheiro para viajar pelo mundo.

Não estamos absolutamente pensando que se o desmatamento prosseguir, teremos problemas para respirar, para a manutenção das chuvas regulares, para a preservação dos mananciais.

Aliás, as reservas do precioso líquido, água, não estão a nos merecer maior atenção?

Destruímos as matas ciliares, em total desleixo pela preservação de rios preciosos. Tudo porque dinheiro é mais importante do que zelarmos pela natureza.

Entretanto, bastaria um pouco de investimento, maior cuidado, mais atenção. Teríamos boa colheita e a preservação ambiental, ao mesmo tempo.

E quanto à camada de ozônio, que temos feito?

Preocupamo-nos em não utilizar materiais que a agridem, de forma paulatina?

Ou estamos mais ocupados em gozar dos bens que a vão destruindo?

Temos zelado e exigido que as nossas indústrias criem mecanismos não invasivos a esse precioso espaço que nos preserva a saúde?

O que estamos preparando para o nosso futuro?

Vivemos exatamente como quem, de forma egoística, vê somente o hoje.

O importante é gozar o mais possível. As gerações futuras haverão de dar um jeito para sua sobrevivência.

Damo-nos conta de que as gerações do futuro, por essa lei chamada reencarnação, seremos nós mesmos de retorno?

Que planeta estamos preparando para nós?

Se somos tão egoístas a ponto de não pensar em nossas crianças, será que pensamos no que estamos deixando para nós, no amanhã que virá?

A reflexão se faz de oportunidade. Não se trata de um mero apelo, ou de digressões filosóficas, visando convencimento de quem quer que seja.

Trata-se de uma questão de bom senso e discernimento.

Pensemos: onde desejamos ser recebidos, em nosso retorno?

Num planeta árido, enfermo, com condições insalubres?

Ou num planeta abençoado pela mata verde, o ar puro, as fontes cristalinas cantando melodias de vida?

Um planeta de pedras e montanhas de picos agudos, nus, erguendo-se para o céu?

Ou um local cheio de flores, pássaros cantantes e animais de espécies variadas, mantendo o perfeito equilíbrio ecológico?

A decisão nos pertence. O amanhã depende de nós. A hora de construir e preservar é agora.

O melhor local: onde nos encontramos, no lar, na escola, no escritório, na rua.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita. 

terça-feira, 10 de agosto de 2021

As voltas que a vida da.

 


Alguém disse, certa vez, que a vida sempre nos oferece duas janelas.

Uma é a janela da felicidade, que nos apresenta um jardim de flores, de cores, de alegria.

Ela está à nossa frente e nos mostra os dias de bênçãos, de convívio amigo, de amenidades.

No entanto, devemos lembrar que a outra janela está às nossas costas.

É a janela da tristeza, do sofrimento, das dificuldades.

Todos nos debruçamos ora numa, ora na outra. O que significa que se alternam, na vida, os momentos de felicidade e os de tristeza.

Importante é que de cada uma delas saibamos extrair o melhor que nos possa oferecer.

Ante a janela das dificuldades, tenhamos criatividade e esforço para reverter as situações que sejam possíveis.

Acontecimentos da vida do ator Drew Goodall podem bem exemplificar essas duas fases. Ele estudou teatro, conheceu atores famosos e chegou a interpretar alguns papéis.

No entanto, após uma severa crítica ao seu trabalho, sua carreira simplesmente desabou.

No ano de 1990, sem dinheiro para pagar o aluguel, precisou sair de seu apartamento e foi morar na rua.

Foram seis longos meses em que dormia em uma caixa de papelão e dependia de quem lhe oferecesse com que se alimentar.

Surgiu-lhe a ideia de engraxar sapatos, o que lhe poderia render algum dinheiro.

Foi então que um dos seus clientes o convidou a trabalhar como engraxate, em seu escritório.

O panorama principiou a mudar. Drew começou a ganhar dinheiro ao ponto de, decorrido certo tempo, abrir sua própria empresa, a Sunshine Shoeshine.

O negócio deu muito certo. Ele fez parceria com importantes empresas de Londres, cujos executivos desejam ter seus sapatos bem polidos.

Sendo muito grato a quem o ajudou no tempo em que viveu nas ruas, ele oferece oportunidades a quem está na mesma situação em que ele se encontrou anos atrás.

Por esse motivo, a maioria dos seus quarenta funcionários foram pessoas desabrigadas ou são portadoras de necessidades especiais.

Com certeza, um exemplo de superação. Igualmente de solidariedade, de amor ao próximo.

                                                           *   *   *

Por vezes, somos pegos de surpresa por situações que nos obrigam a pôr um ponto final em nossa atual história, e a começar novo parágrafo.

Somos obrigados a simplificar a maneira de ser e de viver.

O detalhe importante, nessas horas, é que não nos deixemos envolver pela depressão, pelo desânimo.

É a hora de sair da janela da dificuldade e se voltar para a outra, a janela em frente e vislumbrar uma maneira de reverter a situação.

É hora de buscar novas formas de trabalho, de usar nossa criatividade, de não nos deixarmos vencer pelos primeiros fracassos.

E guardar a certeza de que podemos dar a volta por cima, adaptando-nos à nova realidade.

Um lugar mais simples para morar, menos comodidades, quem sabe, mas seguir em frente.

E, depois de tudo, não esquecer de olhar para os que permanecem desamparados, sem teto, sem pão.

Estender a mão a quem padece nos dirá, com todas as letras, que aprendemos a lição que a janela de trás nos oportunizou, um dia.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Respeito.

 


Respeito foi definido por alguém como a capacidade do ser de se importar com o sentimento do outro. Talvez seja esta a mais completa das definições.

Normalmente, quando nos sentimos ofendidos, desprezados, dizemos apreciar o respeito. Mas, será que respeitamos os demais?

É fácil sabermos. Basta que nos perguntemos se somos daqueles que marcamos horário com o médico ou o dentista e, na última hora, por questões de pouca importância, telefonamos desmarcando, sem nos preocuparmos com a agenda do profissional.

Igualmente, sem nos preocuparmos com eventuais clientes que estariam aguardando em lista de espera por aquela hora que agora não será aproveitada por ninguém.

Acaso somos daqueles que apreciamos estabelecer preço para os serviços profissionais alheios? Somos dos que pensamos que tal ou qual profissional liberal ganha demais e pode nos fazer um grande desconto?

Mais do que isso. Alguns de nós dizemos, de maneira desrespeitosa, que o seu trabalho não vale mais do que a quantia que estipulamos.

Desrespeitamos o esforço que o profissional fez para chegar onde se encontra, desconsiderando as inúmeras noites que passou estudando, os plantões intermináveis e exaustivos, as horas de pesquisa.

Não levamos em conta, inclusive, os custos financeiros para completar o curso, para prosseguir no seu aperfeiçoamento, mestrado, doutorado.

Desrespeitamos o trabalho do outro toda vez que lhe dizemos que seu ganho é fácil e rendoso, enquanto o nosso é árduo.

Há falta de respeito sempre que desconfiamos dos outros, baseados somente em nossa má fé ou má vontade.

E, no trato com outros profissionais, como os domésticos, jardineiros, pedreiros, carpinteiros, quanta vez os desrespeitamos.

Sempre que estabelecemos jornadas de trabalho muito longas, que exigimos cumprimento de tarefas além do que se considera humanamente possível, que submetemos o outro a situações humilhantes, o estamos desrespeitando.

O respeito deve ser a atitude de todo cristão para com o seu semelhante, seja ele superior ou inferior a si, na escala social e nos degraus da instrução.

Afinal, somos todos membros de uma única família, criados pelo mesmo Deus, nosso Pai.

Acreditemos que, se não aprendermos a respeitar o nosso semelhante, desde as mínimas coisas, não estaremos agindo dentro da lei de justiça, amor e caridade.

                                                              *   *   *

Nas linhas do respeito, atentemos para a natureza que nos cerca.

Ensinando valores aos nossos pequenos, iniciemos desde cedo a lhes falar do respeito a tudo que nos rodeia e serve.

Falemos-lhes do respeito que nos merecem os animais, as árvores, as flores, os jardins.

Então, bem mais fácil lhes será entender, na sequência, o respeito aos seres humanos, familiares, idosos, professores, serviçais.

Lembremos que, acima de tudo, nossa maneira de ser, de nos dirigirmos às pessoas, não importando quem sejam, falará aos nossos pequenos.

Afinal, se as palavras convencem, os exemplos arrastam.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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