terça-feira, 31 de maio de 2022

O começo das dores do parto.

 


Jesus, do alto da perfeição de um Espírito que havia alcançado todas as excelências da alma, visualizava igualmente o futuro.

Como um peregrino experiente, falou aos que ensaiavam os primeiros passos do caminho.

O caminho, no caso, a evolução humana, a construção intelecto-moral do Espírito através das tantas eras.

Ele, como um Ser Perfeito, já havia trilhado toda a senda desde a Sua criação, como Espírito simples e ignorante, alcançando a perfeição. Estado de Espírito Puro.

Quem melhor para instruir? Quem melhor para guiar? Quem melhor para dizer: A estrada será desse jeito se vocês agirem desta forma. Será desse outro se tomarem tais decisões. E assim por diante.

Quem melhor para relatar as paisagens que seriam vistas durante todo esse processo? E quem melhor para descrever toda marcha?

O que muitos chamamos de profecia, nada mais era do que a narrativa de Alguém que enxerga os caminhos do alto de um monte.

E Jesus fez algumas.

Naquele que ficou conhecido como o sermão profético, narrado pelo Evangelista Mateus, ele afirmou:

Vede que ninguém vos engane! Pois muitos virão em meu nome dizendo: eu sou o Cristo. E enganarão a muitos.

E estareis na iminência de ouvir de guerra e relatos de guerras; olhai, não vos alarmeis, pois é necessário que essas coisas aconteçam, mas ainda não será o fim.

Pois se levantará nação contra nação, reino contra reino; haverá fomes e terremotos em todos os lugares. Todas essas coisas são o começo das dores de parto.

Neste tempo, muitos se escandalizarão, entregarão uns aos outros e odiarão uns aos outros. Muitos falsos profetas serão levantados e enganarão a muitos.

E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará, mas, quem perseverar até ao fim, esse será salvo.

Este evangelho do reino será proclamado em toda terra habitada, para testemunho a todas as nações. E então virá o fim.

Analisando o espírito além da letra, encontramos tesouros nas palavras de Jesus.

Vejamos que Ele narra a transição do planeta, uma grande mudança moral. Muitos se oporiam a ela, muitos falariam em Seu nome.


Ele se utiliza então de um termo belíssimo que poderia resumir toda essência da transformação humana: O começo das dores do parto.

É exatamente o que estamos vendo. As dores do parto. Duras, fortes, assustadoras. Por vezes, querendo nos fazer desistir.

Contudo, são dores que nos levarão a um parto, isto é, a uma nova vida.

É necessário que venham essas dores. É necessário que o parto seja dolorido, pois toda transformação exige sacrifício, renúncia, esforço. Exige que deixemos para trás uma parte de nós.

A Terra vive as dores do parto, mas não são as dores do fim.

Perseveremos todos. Doemos nossa contribuição de esforço, igualmente. Fiquemos todos unidos para contemplar a vida nova nascendo, dando seus primeiros sinais de beleza.

Um novo mundo nos espera, um mundo feito com cuidado e zelo, construído com o trabalho de cada um de nós.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 24 de maio de 2022

Espíritos de luz.


Sois espíritos eternos, indestrutíveis e imortais.

Sois a vontade do Pai criador, que assim os criou para que jamais perecessem e que seriam cobertos de glórias eternas.

Sois a sua maior criação, o seu maior milagre e a sua maior vontade de que a vida sobreviva e que jamais extinga.

Sois a continuidade das espécies que Ele criou, pois sois seres humanos, seres espirituais, seres animais, viventes, que caminham e que pensam.

Sois seres que possuem a capacidade de perdoar, de amar, de viver para o outro, para o irmão, saber que precisa viver num corpo destinado a ele,

para a perpetuação de todas as espécies.

Sois os pensamentos pensados, as vidas vividas e aquelas que virão e que jamais se extinguirão.

Sois a maior proeza que tem o privilégio de saber perdoar e caminhar amando com o coração, para que outros os sigam na grande cruzada da paz eterna.

Sois os virtuosos, os escolhidos, os amados e os que sempre irão voltar, retornar e voltar e retornar, se suas necessidades assim o exigirem.

Sois o espírito caminhante que pensa e raciocina, que sabe que possui uma eternidade de sementes dentro de si.

Sois uma das mil mentes que viverão pelos séculos dos séculos, até alcançarem finalmente o eterno.

Sois a pureza d'alma, com que vos dotou o criador, para que pudésseis nesse caminhar milenar, alcançar a perfeição com que vós fostes dotado, quando a primeira mente semeou vosso espírito.

Sois a continuidade pelos universos sem fim, até alcançar o nirvana, que os acolherá e os tornará como filhos eternos que regressam após longa jornada.

Sois meus filhos, por isso vos dou a luz eterna, para que ela brilhe por todo o sempre dentro de vossos corações, e para que nunca se esqueçam que somente através do amor e do perdão, alcançarão a paz eterna.

Com todo esse exemplo, encerro dizendo que: O MUNDO PRECISA PARAR DE SE EXTERMINAR.

(Do Livro: "O Iluminado" de J.C.Bridon.)

terça-feira, 17 de maio de 2022

Sejamos luz.

 


Ela nasceu em um lar de poucos recursos.

A família dispunha de pequena propriedade que, na aridez do sertão nordestino, mal provia as necessidades do grupo familiar.

Deram-lhe o nome de Daluz, como se os pais tivessem ideia do que seria seu futuro.

Cresceu, naquele meio, quase isolada de tudo e de todos.

Foi alfabetizada pela avó amorosa, que lhe ensinou, dentro das suas limitações, a juntar letras até que fizessem sentido.

A partir disso, ela não conseguiu mais se acomodar. Queria aprender mais, ler mais, saber mais.

A cidade mais próxima, a várias horas de estrada, era visitada uma vez ao ano, quando Daluz podia vislumbrar uma vida diferente.

Foi numa dessas visitas que decidiu que para ali se mudaria, porque queria estudar.

As dificuldades foram muitas, mas não maiores que sua sede de aprender.

Quando terminou o ensino fundamental, na pequena vila, buscou outros horizontes.

E outra cidade, agora maior, foi seu destino. Destino construído com esforço, resiliência e paixão pelos estudos.

Empreendedora por natureza, ao perceber a dificuldade de muitos que chegavam na cidade grande, tal como acontecera com ela, capitaneou a criação de uma casa para mulheres estudantes, a fim de que tivessem moradia a baixo custo, viabilizando seus estudos.

Fez-se professora, formada em Pedagogia. A primeira de sua pequena localidade a conseguir o diploma de ensino superior.

Encantada com o que a instrução lhe proporcionara, voltou para a pequena vila, onde iniciara seus estudos. Sabia que lá havia muito a se fazer.

Porque criança nenhuma merece ficar sem educação, decidiu fundar uma escola.

Começou a reunir as crianças que lhe apareciam, em pequena garagem emprestada por um generoso conhecido.

E sua escola, aos poucos, foi ganhando forma. Sua paixão por educar contagiava seus alunos, que se faziam mais e mais numerosos.

Ela semeava educação, abria horizontes, libertava almas, fazendo luz na treva da ignorância.

Passaram-se mais de cinco décadas. Aos setenta anos de idade, ela cumpre, altiva, sua missão de educadora.

Para os pais, com dificuldades para pagar a mensalidade, mesmo que mínima, ela repete seu refrão: Aqui, ninguém fica sem estudar por falta de dinheiro!

Tudo dá-se um jeito, pois o coração de tia Daluz é grande!

Dessa forma, ela vai espalhando luz, naquele interior distante, florescendo no local onde Deus a colocou.

No todo, a maior lição da professora Daluz é que sempre podemos fazer a diferença, oferecer o que dispomos, utilizar nossos recursos, a fim de florescer e darmos frutos, onde estivermos.

Jesus nos denominou a todos como filhos da Luz. E o somos. Temos luz. A luz de seres imortais, inteligentes, capazes de promover mudanças, de alterar a feição do mundo.

Todos temos o potencial para, onde nos situemos, fazermos a diferença, com o que disponhamos e de acordo com as necessidades que se apresentem.

Sejamos promotores da luz. Permitamos que brilhe a nossa luz. Sejamos luz.

Redação do Momento Espírita.


terça-feira, 10 de maio de 2022

Dores da alma.

 


Quando ainda era acadêmica ouvi de um professor algo que nunca esqueci "quando tudo dói a dor não é física"...

Talvez eu não tenha dimensionado naquele instante a grandeza desse diálogo. Hoje geriatra, vivenciando diariamente a rotina dos meus pacientes, vejo o quanto esse olhar me abriu para compreender cada um que chega com dores por todo corpo; muitas vezes não sabendo nem por onde começar ou sequer explicar como acontece. 

Ouço com atenção às queixas de dores de cabeça, no estômago, musculares, ósseas, palpitações, náuseas, coceiras...Depois faço apenas uma pergunta " O que está realmente acontecendo com você? "

Após um minuto de hesitação e até espanto, a maioria cai num choro convulso e doloroso. Deixo o choro libertador acontecer e então no lugar das queixas álgicas ouço término de relações, perdas de pessoas queridas, problemas financeiros, medos, angústias e ansiedades.... 

Novamente lembro-me da frase " quando tudo dói a dor não é física"... Não é! A dor é na alma...

Tudo que nos faz mal e guardamos, por um mecanismo de defesa, vai sair de alguma forma... muitas vezes em forma de doença! 

É nosso corpo físico gritando pelo resgate da nossa alma.... É nosso corpo nos confrontando com nosso eu.... É nosso corpo nos mostrando o que não vai bem.... É nosso corpo dizendo " olhe pra você "

Às vezes é difícil compreender e até acreditar nisso. Normal! Estamos tão mentais, tão obcecados pela objetividade que só mesmo adoecendo, doendo, machucando é que paramos para valorizar nossas sensações e nos perceber. ..

Ninguém gosta de sentir dor, ninguém quer adoecer, todo mundo teme se machucar...

Alertas! Quantos alertas nosso corpo precisa nos enviar para olharmos pra ele, de verdade! Sejamos mais atentos, gentis e cuidadosos com nosso corpo... Sejamos mais atentos, generosos e amorosos com nossa alma...

Toda dor é real... Toda dor é tratável. .. Todo corpo deve ser templo...Toda alma deve ser leve...

Roberta França / Medicina Geriátrica.

terça-feira, 3 de maio de 2022

Você é tudo o que deseja ser.

 João era um importante empresário. Morava em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade.

Ao acordar pela manhã, deu um longo beijo em sua amada, fez sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações.

Tomou café com a esposa e os filhos e os deixou no colégio. Dirigiu-se a uma das suas empresas.

Cumprimentou todos os funcionários com um sorriso. Ele tinha inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos, contatos com fornecedores e clientes.

Por isso, a primeira coisa que disse para sua secretária, foi: Calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem stress.

Ao chegar a hora do almoço, foi curtir a família. À tarde, soube que o faturamento do mês superara os objetivos e mandou anunciar a todos os funcionários uma gratificação salarial, no mês seguinte.

Conseguiu resolver tudo, apesar da agenda cheia. Graças a sua calma, seu otimismo.

Como era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar.

Depois, foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação.

Enquanto isso, Mário, em um bairro pobre de outra capital, como fazia todas as sextas-feiras, foi ao bar jogar e beber.

Estava desempregado e, naquele dia, recusara uma vaga como auxiliar de mecânico, por não gostar do tipo de trabalho.

Mário não tinha filhos, nem esposa. A terceira companheira partira, cansada de ser espancada e viver com um inútil.

Ele morava de favor, num quarto muito sujo, em um porão. Naquele dia, bebeu, criou confusão, foi expulso do bar e o mecânico que lhe havia oferecido a vaga em sua oficina, o encontrou estirado na calçada.

Levou-o para casa e depois de passado o efeito da bebedeira, lhe perguntou por que ele era assim: Sou um desgraçado, falou. Meu pai era assim. Bebia, batia em minha mãe.

Eu tinha um irmão gêmeo que, como eu, saiu de casa depois que nossa mãe morreu. Ele se chamava João. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.

Na outra capital, João terminou a palestra e foi entrevistado por um dos alunos: Por favor, diga-nos, o que fez com que o senhor se tornasse um grande empresário e um grande ser humano?

Emocionado, João respondeu: Devo tudo à minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego nenhum. 

Quando minha mãe morreu, saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, Mário, que também saiu de casa no mesmo dia. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.

                                                                        *    *    *

O que aconteceu com você até agora não é o que vai definir o seu futuro e, sim, a maneira como você vai reagir a tudo que lhe aconteceu.

Não lamente o seu passado. Construa você mesmo o seu presente e o seu futuro.

Aprenda com seus erros e com os erros dos outros.

O que aconteceu é o que menos importa. Já passou.

O que realmente importa é o que você vai fazer com o que vai acontecer.

E esta é uma decisão somente sua. Você decide o seu dia de amanhã. De coisas positivas ou de amargura. De tristeza ou de felicidade.

Pense nisso! Mas pense agora!

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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