Jesus, do alto da perfeição de um Espírito que havia alcançado todas as excelências da alma, visualizava igualmente o futuro.
Como um peregrino experiente, falou aos que ensaiavam os primeiros passos do caminho.
O caminho, no caso, a evolução humana, a construção intelecto-moral do Espírito através das tantas eras.
Ele, como um Ser Perfeito, já havia trilhado toda a senda desde a Sua criação, como Espírito simples e ignorante, alcançando a perfeição. Estado de Espírito Puro.
Quem melhor para instruir? Quem melhor para guiar? Quem melhor para dizer: A estrada será desse jeito se vocês agirem desta forma. Será desse outro se tomarem tais decisões. E assim por diante.
Quem melhor para relatar as paisagens que seriam vistas durante todo esse processo? E quem melhor para descrever toda marcha?
O que muitos chamamos de profecia, nada mais era do que a narrativa de Alguém que enxerga os caminhos do alto de um monte.
E Jesus fez algumas.
Naquele que ficou conhecido como o sermão profético, narrado pelo Evangelista Mateus, ele afirmou:
Vede que ninguém vos engane! Pois muitos virão em meu nome dizendo: eu sou o Cristo. E enganarão a muitos.
E estareis na iminência de ouvir de guerra e relatos de guerras; olhai, não vos alarmeis, pois é necessário que essas coisas aconteçam, mas ainda não será o fim.
Pois se levantará nação contra nação, reino contra reino; haverá fomes e terremotos em todos os lugares. Todas essas coisas são o começo das dores de parto.
Neste tempo, muitos se escandalizarão, entregarão uns aos outros e odiarão uns aos outros. Muitos falsos profetas serão levantados e enganarão a muitos.
E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará, mas, quem perseverar até ao fim, esse será salvo.
Este evangelho do reino será proclamado em toda terra habitada, para testemunho a todas as nações. E então virá o fim.
Analisando o espírito além da letra, encontramos tesouros nas palavras de Jesus.
Vejamos que Ele narra a transição do planeta, uma grande mudança moral. Muitos se oporiam a ela, muitos falariam em Seu nome.
Ele se utiliza então de um termo belíssimo que poderia resumir toda essência da transformação humana: O começo das dores do parto.
É exatamente o que estamos vendo. As dores do parto. Duras, fortes, assustadoras. Por vezes, querendo nos fazer desistir.
Contudo, são dores que nos levarão a um parto, isto é, a uma nova vida.
É necessário que venham essas dores. É necessário que o parto seja dolorido, pois toda transformação exige sacrifício, renúncia, esforço. Exige que deixemos para trás uma parte de nós.
A Terra vive as dores do parto, mas não são as dores do fim.
Perseveremos todos. Doemos nossa contribuição de esforço, igualmente. Fiquemos todos unidos para contemplar a vida nova nascendo, dando seus primeiros sinais de beleza.
Um novo mundo nos espera, um mundo feito com cuidado e zelo, construído com o trabalho de cada um de nós.
Redação do Momento Espírita.