terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Jesus e as aflições.


"Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração."

Este convite de Jesus, que encontramos exarado no Evangelho de Mateus, toca a todos nós.

O Mestre se dirige aos que estamos aflitos e sobrecarregados.

E quem de nós pode se dizer isento de uma ou de outra situação?

São diversas as aflições no mundo.

Algumas vezes, nos afligimos por aquilo que está por vir, pelo futuro.

São as incertezas do porvir, a insegurança do amanhã, a instabilidade daquilo que nos cerca.

Tomamo-nos de ansiedade e medo frente a um futuro que não podemos controlar. E nos afligimos.

Também nos afligimos pelo presente, quando as situações do hoje nos desestabilizam.

Para alguns, são os revezes financeiros e as dificuldades em enfrentar os compromissos que nos dizem respeito.

Para outros, as aflições se fazem pela doença que se instalou, pela internação hospitalar do ente amado, pela velhice do corpo que nos limita em demasia.

Mas, não poucos de nós nos afligimos pelo ontem.

Trazemos arrependimentos pelo mal feito outrora, e que somente hoje nos demos conta do erro.

Por vezes, trazemos a alma povoada das dificuldades criadas mesmo em outras existências, que se refletem em nossa vida atual como traumas e complexos de grande monta.

São muitas as aflições no mundo, sabia Jesus.

Por isso, Ele nos convoca: Vinde a mim todos vós que estais aflitos...

Também chama àqueles sobrecarregados.

O peso das dificuldades da vida, dos desafios que temos a enfrentar, das injunções naturais da existência nos pesa.

É natural assim nos sentirmos sobrecarregados e cansados de tantos compromissos, deveres e dificuldades que se impõem, em nosso caminhar.

Por isso, Jesus nos chama, a todos: aos cansados e aos aflitos.

E, ao nos chamar para ir ter com Ele, também nos convida, doce e suavemente, a tomarmos duas posturas.

A primeira é a de aceitar o Seu jugo.

Tomai sobre vós o meu jugo, diz-nos o Mestre.

Isso quer dizer, estar sob a Sua tutela, sob as Suas regras.

Em outras palavras, estar sob uma postura de amorosidade perante a vida.

Estar sob o jugo de Jesus é estar sob o constante exercício de aprender a amar, de ser amoroso em relação ao próximo e em relação a si mesmo.

Jesus entende que tal convite é desafiador para nós.

Por esse motivo nos conclama a uma segunda postura: Aprendei comigo que sou brando e humilde de coração.

Na dúvida, na incerteza, busquemos Jesus.

Se não sabemos como agir, aprendamos com Ele.

Seja Ele nossa referência, na situação difícil, perante os desafios da existência ou a cada decisão que nos caiba.

Esta é a proposta de Jesus para todos nós que estamos cansados e aflitos.

Dobrarmo-nos a uma postura de amorosidade, de quem se propõe a ser aprendiz da Sua doçura e mansuetude.

Somente dessa maneira conseguiremos o alívio e tranquilidade necessários para bem enfrentarmos aquilo que nos cabe nesta existência.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Pai nosso.


Jesus de Nazaré, durante os poucos anos em que emprestou Sua presença amiga aos sofredores e ignorantes da Terra, foi visto orando, inúmeras vezes.

Então, um dos apóstolos, desejando verdadeiramente aprender, rogou a ele: Mestre, ensina-nos a orar.

E Jesus ensinou a mais bela síntese de como se deve fazer uma prece, proferindo a oração que conhecemos como Pai Nosso.

Percebemos não se tratar de uma simples prece, mas de um roteiro seguro do qual podemos extrair profundas lições.

Ao enunciar Pai Nosso, evoca o Criador com suprema humildade e submissão, como quem busca a proteção divina de alma aberta.

E nos autoriza a considerarmos que, filhos do mesmo Pai, formamos uma única e grande família.

Ao afirmar Que estais nos céus, reconhece a supremacia e a grandeza do Senhor do Universo, que a tudo governa com extrema sabedoria.

O Senhor do Universo que está em toda parte, em todos os mundos.

Quando Jesus fala Santificado seja o vosso nome, demonstra o respeito e a veneração pelo Ser Supremo, sentimentos que devemos todos a esse Ser incriado, Pai celeste, Criador de todas as coisas.

Quando o Mestre roga: Venha a nós o vosso reino, sua alma se abre para nos ensinar que o Reino de Deus está dentro de cada um de nós.

E que para encontrá-lo é preciso buscar com todas as forças. Um reino que não é de aparências exteriores, nem de futilidades.

Um reino imperecível.

Quando Jesus profere as palavras: Seja feita a vossa vontade, submete-se fielmente ao Pai, confiante em Suas soberanas leis.

Oferta-nos a lição de que não devemos desejar que prevaleçam as nossas vontades e nossos desejos.

Quando Seus lábios se abrem para pedir: O pão nosso de cada dia nos dai hoje, sua rogativa é de um filho agradecido, que reconhece a misericórdia e a providência divinas.

E nos diz que, se com nosso trabalho, obtemos nosso sustento, também necessitamos do pão da alma, que somente o Pai nos pode oferecer.

Jesus continua e roga: Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

Assinala uma lei simples e imutável que estabelece o perdão como condição básica para sermos perdoados.

Rogando ao Pai: Não nos deixeis cair em tentação, Jesus nos convida a buscar o amparo do Alto para as nossas intenções de autossuperação, de renovação íntima, de construção do homem novo.

Uma súplica e um desejo que nos devem ser constantes, querendo trilhar somente as veredas do bem e da justiça.

E, quase finalizando, ao solicitar: Livrai-nos do mal, ratifica esse nosso anseio de agir com retidão, não desejando nos afastar das soberanas leis de Deus.

É um pedido para que sejamos fortalecidos a fim de não virmos a cometer erros, tão comuns em nossas jornadas.

Por fim, conclui: Amém, palavra hebraica que significa, em síntese, concordância, adesão.

Também podemos entender como Certamente, De verdade. Assim seja.

Dessa forma, quando tornarmos a orar o Pai Nosso, pensemos em cada frase, e nos iluminemos, com cada ensino.

Acima de tudo, lembremos que se trata de oração ensinada pelo nosso Modelo e Guia.

Um autêntico e sincero diálogo com o Pai.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Os Dons.


Narra certa lenda de autor desconhecido que um homem entrou em uma loja e se aproximou do balcão.

Quem estava atendendo era uma criatura maravilhosa. Tão bela que parecia uma fada, dessas saídas de contos infantis.

O homem olhou para os lados e perguntou: O que é que você tem para vender?

Com um sorriso lindo, a jovem respondeu: Todos os dons.

O homem arregalou os olhos, manifestando interesse, e quis saber qual era o preço. Seria muito caro?

Não, foi a resposta. Aqui, nesta loja, tudo é de graça.

Ele olhou, maravilhado.

Havia jarros cheios de amor, vidros repletos de fé, pacotes de esperança e caixinhas de sabedoria.

Resolveu fazer o seu pedido: Por favor, quero muito amor, um vidro de fé, bastante felicidade para mim e toda a minha família.

Com presteza, a moça preparou tudo e lhe entregou um embrulho muito pequeno, que cabia na sua mão.

O homem se mostrou surpreso e perguntou outra vez:

Será possível? Está tudo aqui mesmo? É tão pequeno o embrulho!

Sorrindo sempre, a jovem explicou: Meu querido amigo, nesta loja, onde temos todos os dons, não vendemos frutos. Concedemos apenas as sementes.

                                                                     *   *   *

As sementes das virtudes se encontram em nós. Somos a loja dos dons. O que necessitamos é investir na semeadura.

Se desejamos que frutifique o amor, é preciso que nos disponhamos a amar. E o exercício começa quando executamos bem as tarefas que nos constituem dever.

Cada tarefa, cada ação executada com devoção, como algo muito precioso.

Prossegue no trato familiar, com pais, irmãos, cônjuges e se amplia no rol das amizades.

Depois, atravessa a cerca dos afetos e passa a agir nas relações de trabalho e entre aqueles que simplesmente encontramos na rua, no ônibus, no mercado, no banco.

A fé não é adquirida de rompante. Necessita ser pensada, estudada, reflexionada. O exercício inicia com a contemplação da natureza.

Observação da florada da primavera, as flores que desabrocham em pleno inverno, aquelas que resistem aos dias extremamente quentes.

Há tanto a aprender com os ciclos de vida, as estações. Os dias frios, os dias quentes, o sol, a lua, as estrelas, as árvores que balançam ao vento e as flores multicoloridas nos jardins.

Alonga-se com a visão dos mundos, das coisas infinitamente pequenas e daquelas infinitamente grandes.

A harmonia de tudo nos remete a uma confiança irrestrita, uma certeza inabalável que se chama fé.

A felicidade frutifica quando, plenos de amor e de fé, vivemos cada dia com intensidade, sem igual, saboreando cada minuto como se fosse o único, o último, o derradeiro.

                                                                       *   *   *

Mudar é um ato de coragem. É a aceitação plena e consciente do desafio evolutivo.

É trabalho árduo, para hoje. É trabalho duro, para agora.

E os frutos seguramente virão no amanhã, talvez não muito distante.

Mas, quando temos certeza de estar no rumo certo, a caminhada é tranquila.

Quando temos fé e firmeza de propósito não é difícil suportar as dificuldades do dia a dia.

Pensemos nisso. Invistamos no germinar das virtudes ainda hoje.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Otimismo.


Psicólogos começam a entender o que faz o homem feliz. Este é o título de uma reportagem, que mereceu publicação em um jornal americano.

Martin Seligman, professor de Psicologia da Universidade da Pensilvânia, visto como o Pai da Psicologia Positiva, acredita que uma atitude otimista é fundamental para a felicidade e que as pessoas podem aprender a ser assim...

Depois de anos de pesquisas sobre o assunto, Martin afirma que as pessoas otimistas tendem a minimizar as causas dos seus problemas e se acham responsáveis por todas as coisas boas que acontecem em suas vidas.

Diz ainda que os pessimistas culpam a si mesmos por tudo que dá errado.

Portanto, o ideal é não alimentar tristezas, nem desencantos. Mesmo que os quadros de sofrimentos cresçam no caminho que estamos percorrendo.

Guardemos a certeza: quando tudo parece perdido, surge uma solução inesperada, embora nem sempre do jeito que se aguardava.

Alimentar pessimismo de nada nos valerá. Sombras não se modificam com sombras.

É a luz que estabelece a claridade na paisagem e espanca as trevas.

O pântano somente se modifica quando drenado.

Estabeleçamos para nós mesmos a tarefa de abrir janelas de otimismo nas salas onde dominam tristezas.

Arejemos os cantinhos escuros do pessimismo com o aroma da esperança.

O pessimismo provoca doenças graves porque se sofre por antecipação por alguma coisa que, muitas vezes, nem chega a acontecer.

Não nos cansemos, pois, sob o peso da nostalgia. Nem nos permitamos entorpecer pelos tóxicos das frustrações que todos experimentamos.

Entreguemo-nos a Deus e nos deixemos conduzir tranquilamente.

Com otimismo guardaremos estímulo para o trabalho, vigor para a luta, saúde para a doença das paisagens espirituais e luz para a escuridão que se demora em nós e ao nosso redor.

Nas duas traves da cruz, quando tudo parecia perdido, Jesus nos deixou excelente lição de otimismo.

Morreu para ressurgir em gloriosa madrugada de Imortalidade, que até hoje é o canto sublime e a rota segura, cheia de alegrias para todos nós.

                                                                  *   *   *

Tenhamos em mente que a luz de Jesus é o clarão que nos aponta o futuro.

Por isso mesmo, não agasalhemos o medo em circunstância alguma.

Se a treva, em forma de calúnia, dor ou perda tentar nos envolver em suas malhas escuras, ergamos a lâmpada do otimismo.

Em nossas orações, aprendamos a pedir a Deus não uma vida sem problemas, mas sim ombros fortes para carregar o fardo bendito das obrigações que nos competem.

E, quando o dia parecer muito escuro, recordemos os dias de luz que já vivemos, usufruímos e com os quais nos alegramos. Essas lembranças iluminarão as horas do nosso hoje.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

Doe Sangue