terça-feira, 28 de agosto de 2018

Doação de vida.

Existem algumas atitudes simples que ajudam muito a outras pessoasDoar sangue é uma delas.
Dar algo de si, de seu próprio corpo, esse líquido precioso e fundamental para a vida, sem saber para quem irá, quem receberáque pessoa irá socorrer – isso é parte de ser um doador.
Se todos conhecessem a importância da doação de sangue, não haveria a necessidade de campanhas para solicitar à população. Um ato indolor e seguro, pois não provoca prejuízo algum à saúde do doador.
Poucos sabemos mas cada doação pode atender e até salvar a vida de quatro pessoas. Pensar nisso é incrível.
E são muitas as histórias emocionantes envolvendo esse gesto.
Histórias como a de Pauloum doador frequente. A cada três meses ele se dirige ao banco de sangue de sua cidade.
Com alegria, afirma que graças a Deus não tem nenhum problema de saúde, nenhuma contraindicação e sempre fica feliz em poder ajudar. Faço questão de doar, diz ele.
Porém, houve uma semana em que ele estava um pouco desanimado. Não sabia se poderia ir. Lembrou que se fazia o tempo para a doação habitual, mas aqueles dias estavam impossíveis: muito trabalho, estresse, preocupações. Faltava lugar na agenda.
Na quinta-feira ele pensou: Vou deixar para mais tarde. Hoje não dá. Estou com muitos problemas em meu serviço.
Era uma manhã gelada. Ir cedo até o posto de coleta não parecia uma boa ideia dessa vez.
Além disso sempre tem fila, fico esperando um bom tempo, pelo menos duas horas e posso até me atrasar para meus compromissos urgentes, pensou ainda.
Um certo mau humor tomou conta dele.
Logo em seguida, pareceu ouvir uma voz em sua cabeça: Vai lá doar. Não deixe de ir.
Ele se incomodou com aquilo. Vou ou não vou?
Dominou a preguiça e acabou indo.
Pareceu-lhe que a voz continuava a lhe dizer: Como você vai doar, vá com boa vontade. Não permaneça mal humorado!
O local estava lotado. Ele se sentou, disposto a aguardar muito tempo.
Lá vou eu ficar aqui umas duas horas, como sempre fico.
Mal haviam passado cinco minutos, uma das enfermeiras adentrou a sala de espera, com sinais de urgência e preocupação, anunciando: Estamos com uma emergência. Quem tem o sangue tipo tal? Temos uma pessoa que está precisando urgentemente.
Em meio àquelas dezenas de pessoas na sala de espera, três levantaram a mão, indicando terem aquele tipo sanguíneo. Uma delas foi Paulo.
Os três foram conduzidos antes dos outros para doar, devido à situação excepcional.
Paulo entendeu a mensagemEle era importante ali. Era ali que ele precisava estar naquele momento.
A voz que falou em sua cabeça não era apenas a da sua consciência lhe cobrando o compromisso usual. Era algo maior, que ele não conseguia compreender no momento, mas que respeitava e admirava.
*   *   *
Façamos o bem com alegria e, no ato de realizá­-lo, sentiremos a nossarecompensa.
Ajudemos a todos com naturalidade, como dever que nos imponhamos, a favor de nós mesmos, e nos encharcaremos de paz.
Unamo-nos ao exército anônimo dos heróis e apóstolos da bondade.
Ninguém nos saberá o nome, no entanto, o pensamento dos beneficiados sintonizará com a nossa generosidade estabelecendo elos de ligação e segurança para a harmonia no mundo.
Redação do Momento Espírita

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Um ótimo dia.

Quase todos nós costumamos iniciar o dia nos dirigindo àqueles com quem moramos, trabalhamos ou estudamos, com duas palavras, quase mecânicas: Bom dia.
Será que realmente paramos para pensar no que falamos? Será que nos esforçamos para viver um bom dia, e para proporcionarmos aos outros o mesmo?
Talvez um verdadeiro Bom dia seja aquele no qual nossos primeiros pensamentos sejam os de agradecer a noite dormida, e a oportunidade de acordar para um novo dia.
Esses pensamentos, na forma de uma oração silenciosa, podem ser feitos enquanto nos levantamos, enquanto colocamos a água para o café, enquanto acordamos nossos familiares.
Um Bom dia pode começar com uma simples e adequada refeição, em respeito ao nosso corpo que dela precisa, sem correrias ou jejuns tão prejudiciais à saúde.
Que tal, ao invés do rádio, com notícias por vezes inquietantes, abrirmos a janela para vermos, nós mesmos, como está o tempo? Seja a chuva tão necessária, ou o sol tão acolhedor, recebidos por nós com um sorriso.
Ao invés de enfrentar o trânsito, que façamos parte dele, entendendo que assim é a vida na cidade. Ninguém precisa reagir às atitudes erradas dos outros, apenas entendamos que eles ainda não evoluíram nesse item.
Se usamos o transporte coletivo, procuremos ser gentis com todos, com destaque para os mais velhos e com quem necessita de atenções especiais, não agindo como parte de uma massa, mas, sim, como um indivíduo.
Um Bom dia, no trabalho ou no estudo, significa dedicação, mesmo que a tarefa não nos agrade.  Cumpramos nossa obrigação com alegria. Sejamos um exemplo.
Um Bom dia no trabalho ou no estudo pode significar ajudar alguém, afinal, talvez amanhã precisemos ser ajudados.
Um Bom dia no estudo significa respeitar o professor que, naquele momento se dedica a nós, e aproveitar ao máximo o aprendizado.
Um Bom dia continua, em nossa volta para casa, com gentileza e paciência, sem reclamações sobre a lentidão nas ruas, ou sobre a demora do ônibus. Uma boa leitura, ou uma música de qualidade podem ser uma opção.
De volta ao convívio com os familiares, perguntemos a eles como foram suas atividades, e como eles estão. Façamos as refeições juntos, sem televisão, computador ou telefone interrompendo nosso diálogo.
Um Bom dia pode terminar com uma boa leitura ao invés de noticiários inquietantes, novelas com mensagens distorcidas, ou programas que nada nos tragam de bom e que servem apenas para passar o tempo.
Devemos relaxar, sim, ao final do dia, mas o façamos de modo edificante, entendendo que todos os momentos devem ser aproveitados para nossa evolução.
Um Bom dia pode ser finalizado com uma reflexão do que fizemos de bom, do que poderíamos ter feito diferente, do que fizemos para fazer a diferença.
E, enfim, que o dia termine com uma oração, agradecendo as oportunidades que tivemos, e pedindo por uma boa noite de repouso, certos de que o próximo será, novamente, um ótimo dia!
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Uma prece.

Ao despertar, enquanto você abre os olhos e se espreguiça na cama, seja para o Senhor da Vida o seu primeiro pensamento.
Meditando em tantas coisas que logo mais lhe tomarão todas as horas do dia, sem lhe deixar tempo para telefonar para o amigo que há muito não vê, ou almoçar com a família, eleve a Deus o seu pensamento e lhe diga:
Senhor, acalma meu passo. Desacelera as batidas do meu coração, acalmando minha mente.
Diminui meu ritmo apressado com a visão da eternidade do tempo. Em meio às confusões do dia a dia, dá-me a tranquilidade das montanhas.
Retira a tensão dos meus músculos e nervos com a música suave dos rios de águas cantantes que vivem em minhas lembranças.
Ajuda-me a conhecer o poder mágico e reparador do sono. Ajuda-me a me preparar bem para o repouso de todas as noites, lembrando-me sempre que enquanto dorme meu corpo, eu, Espírito, adentrarei o verdadeiro mundo e irei aos lugares que a minha mente elegeu como meu tesouro.
Ensina-me a arte de tirar pequenas férias: reduzir o meu ritmo para contemplar uma flor, papear com um amigo, afagar uma criança, ler um poema, ouvir uma música preferida.
Ensina-me a ter olhos de ver a beleza do céu azul, um raio de sol, a chuva da tarde, o cair da noite, com seu manto aveludado bordado de estrelas.
Acalma meu passo, Senhor, para que eu possa perceber no meio do incessante labor cotidiano dos ruídos, lutas, alegrias, cansaços ou desalentos, a Tua presença constante no meu coração.
Acalma meu passo, Senhor, para que eu possa entoar o cântico da esperança, sorrir para o meu próximo e calar–me para escutar a Tua voz.
Acalma meu passo, Senhor, e inspira-me a enterrar minhas raízes no solo dos valores duradouros da vida, para que eu possa crescer até às estrelas do meu destino maior.
Obrigado, Senhor, pelo dia de hoje, pela família que me deste, pelo meu trabalho e, sobretudo, pela Tua presença em minha vida.
Tudo isto Te peço, Senhor, pois se estás comigo, em nenhum lugar me sentirei triste, porque, apesar da tragédia diária, Tu enches de alegria o Universo.
Se estás comigo, não tenho medo de nada, nem de ninguém, porque nada posso perder e todas as forças do Cosmos são impotentes para tirar-me o que me pertence, na qualidade de filho de Deus: o Teu amor.
Se estás comigo, tudo executarei em Teu nome. Enfim, em nenhum lugar me sentirei estranho, deslocado, porque estás em todas as regiões, na mais suave de todas as paisagens, no limite indeciso de todos os horizontes.
*  *  *
A brisa refrescante que arrefece o calor dos dias de verão somente nos beneficiará se a respirarmos compassadamente.
Somente poderemos sentir a chuva benfazeja que se derrama sobre larga faixa terrestre, trazendo a fertilidade ao chão e alimentando as fontes, se alongarmos as mãos para recolher o líquido precioso.
Também as bênçãos de Deus se espelham sobre todas as criaturas, porém, para que as possamos sentir, dulcificando-nos as vidas, é preciso que nos unamos, em sintonia feliz, a essas faixas de luz.
E essa sintonia se chama oração.
Redação do Momento Espírita.

domingo, 12 de agosto de 2018

FELIZ DIA DOS PAIS.

O filho busca o pai no aeroporto. Entre sorrisos, se abraçam. Entram no carro.
Enquanto rodam pela estrada, o pai vai observando os detalhes da paisagem e, ao contemplar um menino tentando se equilibrar na bicicleta, viaja no tempo e confessa:
Como o tempo passa rápido... ainda ontem você era uma criança. Agora... ei-lo um homem feito. Já não sou eu quem o busca, é você quem dirige o carro e me conduz. Sabe, filho, acho que deveria ter trabalhado menos para ver você crescer.
E, num quase desabafo, completa: Gostaria de ter uma segunda chance.
O rapaz sorri e, tranquilo, fala, como quem deseja acalmar a angústia paterna:
Tudo bem, pai. Você tem uma segunda chance.
E, apontando a esposa grávida, que os aguarda em frente à casa, onde acaba de estacionar o carro, complementa: Ele vai se chamar Gabriel.
*   *   *
As cenas demonstram ternura. Nenhuma reprovação.
Às vezes, amargamos a existência, fixados no passado, porque, em nossa infância, nossos pais não estiveram tão presentes quanto teríamos almejado.
Podemos chegar a culpá-los pelos nossos eventuais fracassos do agora. No entanto, se ausências ocorreram é de nos perguntarmos o que preocupava nossos pais, naquela época. Quase sempre, nos esquecemos das lutas insanas, das horas dedicadas ao trabalho para nos prover o pão, o agasalho, o conforto de uma casa, o pagamento da faculdade, as viagens de estudo e de lazer.
Sim, talvez pudéssemos ter abdicado de tantas coisas e teríamos preferido que eles estivessem ao nosso lado.
Contudo, lhes dissemos isso em algum momento ou simplesmente exigíamos mais e mais, em nossos sonhos de adolescentes e jovens?
Que os pais fazem falta aos filhos é verdade inconteste. Entretanto, que não os culpemos por tudo, inclusive pela nossa incapacidade de compreender, de desculpar e perdoar as suas possíveis faltas.
Todos os pais conscientes procuram fazer o melhor para os seus filhos. Se falham, não o fazem de forma intencional.
Enquanto inexperientes em muitas questões, detinham as preocupações da manutenção do lar, o provimento de todas as nossas necessidades, a instrução, a educação.
Nesse rol, vez ou outra, podem ter esquecido das manifestações mais ternas do afeto.
No entanto, por que nós, filhos que desejávamos o abraço, a presença, não lhes dissemos, não pedimos?
Importante que se viva o momento presente, que manifestemos nossa profunda gratidão por quem nos deu tanto.
Se nos descobrimos ainda carentes do que desejamos na infância e não tivemos, usufruamos o mais possível, agora, da presença dessas criaturas que nos deram e mantiveram a vida.
E, se estivermos para nos tornarmos pais, ofereçamos a eles a excelente oportunidade de serem avós, permitindo-lhes um tempo mais longo com os netos, tempo que talvez tenham querido mas não puderam ter conosco. A segunda chance.
A chance de demonstrar o grande amor que trazem em seu coração, chance de serem pais pela segunda vez.
Ofereçamos a eles essa infinita alegria de conviver, de amar, de levar os netos a passear, de os ensinar a se equilibrarem na bicicleta, de irem ao cinema, saírem de carro...
Tantas pequenas grandes coisas que fazem a felicidade e massageiam a alma.
Façamos isso                                                                                                                     Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

A dor transformada em poesia.

   
         A Internet é um veículo baratinho para se brincar de ator- Afirmou determinada colunista em matéria de jornal. 
Na grande maioria do tempo, o mundo das redes sociais parece ser um mundo paralelo, distante da realidade.
Fotos de pratos de comida e sorrisos; imagens de gatinhos e cachorrinhos fofos; check-in registrados aqui e acolá e mais sorrisos; declarações de amor e citações de frases e pensamentos de autores famososque assinam o que jamais escreveram.
Raros os conteúdos aproveitáveis ainda, infelizmente.
Dias desses uma imagem chamou a atenção: um rosto sério, sem sorriso, sem máscaras; cortes leves desenhados na pele; um dos olhos ferido seriamente na córnea.
Abaixo da foto um poema que se iniciava assim: Eu quis escrever um grito.
Era mais uma pessoa, um artista dedicado que no seu caminho diário havia sido vítima da violência do mundo. Assaltado, espancado, deixado desacordado na calçada para ser encontrado horas depois pela polícia.
Ao invés de acusar o mundo e a vida, porém, resolveu transformar sua dor, seu grito, em poesia. Encontrou, assim, o belo no feio, o elevado no mais baixo, e levantou-se corajoso.
*   *   *
O mundo nos aterroriza, por vezes.
O ser humano beira a selvageria quando tem a alma doente, e o corpo entorpecido por substâncias que só existem para proporcionar uma espécie de fuga para lugar nenhum.
Os atos de violência de que é capaz nos faz, às vezes, perder a esperança, desanimar, querer, quem sabe, estar longe daqui...
Indignação, revolta e ódio gritam na alma que chora, pedindo ajuda.
No entanto, a presença de Deus e do belo em nosso coração têm nos ensinado a transformar dor em poesia, revolta em resignação, ódio em ação no bem.
É a aplicação do princípio, da lição da outra face do Cristo, muitas vezes mal compreendida.
Se o mundo nos oferece a face da violência, devolvamos justamente o oposto, mostremos a face do carinho, do entendimento, do auxílio ao outro.
Se os homens nos oferecem preconceito, ofereçamos a compaixão, a compreensão. É esse o nosso protesto, é essa a bandeira que irá mudar o mundo e, em verdade, já está mudando.
Que nosso grito de indignação seja um canto. Que toda vez que nos tirarem o manto, mostremos que podem levar também a túnica, pois jamais nos irão tirar o que temos de maior valor, pois não é e nunca será material.
Se hoje estamos inseridos neste contexto de sociedade adoecida, problemática; se somos capazes de identificar onde estão as causas, pensemos: será que estamos aqui por acaso?
Será que não podemos atuar como agente transformador neste meio? O que podemos fazer? De que maneira?
Não há, de alguma forma, parte de nossa responsabilidade em tudo que acontece?
Pensemos seriamente nisso. Saiamos da posição de encurralados pelo medo ou da condição de revoltados.
Lembremos que não nascemos por acaso, não nascemos sem planos, nem sem lugar e momento específico para estar.
*   *   *
Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica.
                                                                                                                                                                                         Redação do Momento Espírita.    

Doe Sangue

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