sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

FELIZ 2022 FELIZ ANO NOVO FELIZ 2022 FELIZ ANO NOVO FELIZ 2022.


*O Universo é a condensação do Amor de DEUS, e somente através do amor poderá ser sentido, enquanto pela inteligência

será compreendido.

Conhecimento e sentimento unindo-se, harmonizam-se na sabedoria que é a conquista superior que o ser humano deverá alcançar.

De tudo o que DEUS criou e que existe no mundo, o mais importante está dentro de você, são as suas virtudes de esperança, otimismo, coragem, confiança e amor, e essas qualidades devem brilhar para fazer sua vida diferente.

Do desabrochar dessas virtudes latentes em seu íntimo, depende a felicidade de muitos.

Deixe-as fluir de dentro de você, como um pássaro livre, e perceberá que essa força divina espargirá paz ao seu redor, alcançando a todos aqueles que cruzam o seu caminho.

   **Façamos parte desta transformação de alegria ! ! !

AMEMOS MAIS!!! PARTICIPEMOS MAIS!!! SORRIAMOS MAIS!!!

       ** FELIZ 2022 ** 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Para o Ano Novo.

 


Valorize o seu dia!

Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as melhores memórias.

Assim, quando desperte, dirija ao infinito a sua prece. Agradeça pela noite superada e rogue ao Pai do Céu as indispensáveis bênçãos para o período iniciante.

Erga-se e alegre-se com a oportunidade renovada de manter seu corpo físico para os empreendimentos do progresso.

Busque ocupar-se com algo nobre, algo que dignifique a sua existência na Terra.

À frente dos transtornos e contratempos, que surgem nos caminhos de todos, invariavelmente, não se deixe conduzir pela irritação, pelo agastamento ou pelo azedume.

Procure compreender que nada lhe ocorre sem que tenha um sentido útil para o seu crescimento geral.

Perante as ocorrências de violência e diante dos quadros de agressões que veja em sua rota, realize o melhor que possa, sem revolta nem desespero.

Você está no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com as pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis.

Onde esteja, semeie alegria e jovialidade, atendendo à recomendação do Apóstolo Paulo para que demos graças a Deus por todas as coisas da vida.

Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros.

A amizade, no mundo, é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer.

Alimente-se com moderação. Não é preciso passar fome, contudo, é bom que não transforme o estômago em tonel de venenosas misturas, capazes de intoxicar, de lhe acumular indevido colesterol nas artérias ou de lhe provocar disfunções hepáticas.

Afaste-se das pseudonecessidades alcoólicas. O álcool de que você precisa para a digestão a Divindade já fez constar do seu programa de produção orgânica.

Fora disso, a ingestão dessa substância corresponderá sempre a consciente envenenamento que lhe perturbará a saúde aos poucos.

Procure ser comedido nas brincadeiras, a fim de não constranger os amigos, gerando afastamentos e inimizades.

Ou para não perder seu precioso tempo com intermináveis lorotas e banalidades.

Sorria, seja prazenteiro, uma vez que o Evangelho de Jesus, que você afirma conhecer, é fonte inesgotável de alegrias.

E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação.

Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido melhor.

E, sem remorsos prejudiciais, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-los a sério.

Ore e entregue-se uma vez mais ao Supremo Senhor, construindo, dia a dia, a própria felicidade, a sua própria luz.

Valorize o seu dia.

Não o desperdice remoendo mágoas ou destilando tormento, mas aprenda a cultivar a alegria de viver, apesar das lutas e limitações que carregue.

Valorize o seu tempo na Terra e prossiga, decidido pelo bem, para que, no serviço do Senhor, você continue crescendo em busca do encontro consigo mesmo.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Homenagem ao nosso Messias.

 


Estamos nos aproximando do Natal, data em que comemoramos o nascimento de Jesus na Terra.

Entre tantas lembranças, temos a de importantes visitas recebidas pelo Ilustre Menino.

Primeiro, foram os pastores que se encontravam no campo, cuidando das suas ovelhas.

Nada mais natural: o Pastor de todas as ovelhas reverenciado pelos que lhe representavam a figura cuidadosa e atenta.

Meses depois, magos, vindos do Oriente, chegaram à casa da família, em Jerusalém.

Eram estudiosos e pensadores, conhecedores das profecias e que, descobrindo o anúncio pela estrela nos céus, a seguiram.

Após uma longa e cansativa viagem, chegaram onde Ele estava e O adoraram.

Significativo gesto. Aqueles homens representavam o saber da Terra, naqueles dias. Conhecedores da ciência do mundo e do Espírito.

E reconhecem que Aquele pequeno é o maior de todos.

Ofereceram presentes dignos de um rei: ouro, incenso e mirra.

Não temos notícias do que terão feito aqueles sábios, depois do encontro com o Messias.

Somente podemos supor que retornaram para suas regiões de origem, de corações renovados e propósitos elevados.

Afinal, ninguém que faça uma viagem tão extensa, de tantos meses, para reverenciar o Rei Solar, poderia sair de Sua presença, sem levar o perfume indelével dos Seus propósitos para a própria vida.

                                                                  *   *  *

Neste Natal, tão próximo, preparemo-nos para homenagear Jesus.

Embrulhemos, para lhe ofertar, o ouro das nossas ações, a benefício do semelhante.

Em frasco talhado na nossa boa vontade, lhe ofereçamos o incenso da nossa vontade ativa no bem.

E, em delicado recipiente, ofertemos a mirra do nosso empenho nas lutas que nos alcançam, todos os dias.

Rememorando a extensa viagem dos magos até o Doce Menino, perguntemo-nos:

Temos feito nossa jornada em busca do Messias?

Temos nos esforçado para entender as lições que Ele nos oferece?

Dispomo-nos a transformar nossas vidas a partir dos ensinos que o Rabi nos deixou?

Estamos seguros da nossa fé?

Não percamos essa oportunidade de reflexão.

Podemos nos empenhar, numa longa e excelente jornada, como os magos o fizeram, para um encontro mais íntimo com o Rei Solar.

Como eles, podemos nos render, de joelhos, à Sua grandeza e, renovados em Espírito, nos erguermos para uma vida mais produtiva.

Uma vida que nos confira maior progresso, tranquilidade para enfrentar os dias que virão, plenos de sol ou convulsionados por tormentas.

Celebremos o Natal em nosso coração. Façamos desta oportunidade uma ensancha de refazimento.

É como se, enquanto toda a Terra reverencia o nascimento do Celeste Amigo, todos nos definíssemos por segui-Lo, por lhe abraçar os ensinos.

Este é um momento especial. Quando tantas mentes se unem em homenagens e comemorações, mais do que nunca poderemos lhe sentir a Suave Presença.

Aproveitemos. Hoje é o dia, a grande oportunidade de estarmos mais próximos d'Ele, sentir-Lhe a ternura, o amor.

Irmanemo-nos na grande comemoração do aniversário do Pastor.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

A lembrança do coração.

 


Pensamos, por vezes, quantas pessoas nos beneficiaram, ao longo da vida?

Lembramos dessas criaturas que, em algum momento, contribuíram para que continuássemos a viver?

Ou, simplesmente, tivéssemos alegrias?

Uma senhora, de mais de setenta anos, nos contou como recorda da presença de sua madrinha, em sua infância. Ela se chamava Adelaide e tinha uma situação privilegiada.

Morava em uma boa casa, amava as flores e as tinha em abundância.

Lembra-se dela regando, com cuidado, nos dias de verão, os inúmeros vasos dependurados num lugar quase paradisíaco, nos fundos da casa.

Lembra-se das tardes que passava, absorvida na leitura de revistas em quadrinhos e livros de história, da grande biblioteca do seu filho.

Recorda do café com pão e geleias caseiras, dos doces maravilhosos que ela fazia.

Adorava ir aos aniversários do filho dela, quando os amigos e amigas compareciam todos.

A casa ficava cheia. Havia música, dança, risos.

Criança, ela ficava só olhando. Tudo aquilo a encantava. E nunca esqueceu os momentos de felicidade daquele convívio.

Em sua própria casa não havia nada que não fosse o essencial, porque os tempos eram duros.

Para vestir, ela tinha somente dois uniformes. Um para os dias comuns da escola, outro para aqueles que eram considerados de gala.

Então, quando precisava ir a algum lugar importante, como as festas descritas, ela usava o uniforme de gala.

Por isso, recorda que, um dia, a madrinha a levou a uma loja chique e comprou muitos tecidos.

Depois, foram a uma costureira para que lhe fossem tiradas as medidas. Em uma revista colorida, ela mesma pôde escolher os modelos mais belos.

Alguns dias passados e ela surpreendeu a mãe, chegando em casa, com vários vestidos novos, lindos.

E, como se costumava na época, até uma saia de armação, um luxo que jamais tivera.

Foram muitos domingos em que ela desfilou pela rua principal da pequena cidade, para mostrar, semana a semana, os presentes magníficos.

Queria que todos vissem como ela estava feliz. Como ela se sentia rica.

Encerrando suas recordações, confidencia: Como se pode esquecer uma criatura dessas?

Uma criatura que descobre no olhar de uma criança a vontade de ter algo bonito para vestir, algo bom para comer, e até alguns trocados para comprar uma merenda na escola.

Adelaide partiu, há muitos anos. Mas, a criança-senhora agradecida jamais a esquece em suas preces.

E, tanto quanto pode, em homenagem a ela, repete algumas das suas ações, com crianças que encontra em seu caminho.

A felicidade que hoje habita o seu coração, diz ela, a deve, em larga escala, a um coração generoso que a recebia em sua casa, que preparava o melhor, tudo aquilo que uma criança deseja e não tem em seu próprio lar.

Se há gratidão nela, também guardou a lição e a reprisa: fazer a diferença em outras vidas, mesmo que seja somente com a oferta de uma fatia de bolo de chocolate, numa tarde de aconchego.

Lembranças. Gratidão.

A memória poderá, eventualmente, no correr dos anos, esquecer detalhes.

No entanto, um coração agradecido jamais esquece.

Redação do Momento Espírita, em

homenagem a Adelaide Minghelli.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Reforma íntima.


É bem possível que tenhamos ouvido, mais de uma vez, a palavra reforma íntima.

Quase sempre, o termo nos desperta a ideia de que tudo em nós está errado e necessita ser reformulado.

Ou de que somos portadores somente de coisas negativas, ruins, que devem ser modificadas.

Reforma quer dizer retificação, mudança. Mas, também, melhoria, aprimoramento, dar melhor forma a alguma coisa.

Quando dizemos que faremos uma reforma em nossa casa, não significa que ela está ruim. Pode simplesmente querer dizer que desejamos melhorá-la, ampliá-la, torná-la mais confortável.

Assim, a reforma pode compreender uma repintura externa, porque a atual está começando a descascar ou se encontra desbotada, pelo longo tempo de exposição às intempéries.

Ou até mesmo porque desejamos alterar a cor, por outra, que conceda melhor aparência ao imóvel.

Durante uma inspeção para reforma, poderemos descobrir que precisamos substituir o assoalho de um cômodo, uma parede, um pedaço do teto.

Quem sabe, substituir algumas telhas quebradas, calhas.

Com certeza, haveremos de encontrar na casa, que nos dispomos a reformar, um cômodo quase ideal, que, ao menos por ora, não demanda nenhum retoque.


É um lugar aconchegante, com boa iluminação, móveis bem dispostos, pintura excelente. Enfim, ali tudo está bem e não necessitará ser tocado, como dissemos, não agora.

Assim também é quando falamos em reforma íntima. Analisando as nossas disposições individuais, a nossa forma de ser, de pensar e agir, vamos descobrir que temos defeitos, sim. Entretanto, também virtudes.

Os defeitos são aqueles que devemos nos esmerar para nos libertarmos. Naturalmente, a pouco e pouco.

Exatamente como a reforma de qualquer casa, quer seja por condições financeiras, quer seja por condições técnicas, não se faz de um dia para o outro.

Tempo, esforço, atenção é o que é exigido para irmos nos liberando de defeitos pequenos e grandes.

É o ciúme que teima em aparecer, a impaciência que nos faz explodir por quase nada, o egoísmo falando mais alto.

Como toda reforma tem a ver com uma certa desarrumação, sujeira de caliça, madeira e pó, quando iniciamos a reforma íntima, por vezes, vamos nos sentir como se tudo estivesse muito mal.

Parecer-nos-á que só temos defeitos e não os iremos superar nunca.

Paciência conosco! A natureza não dá saltos e vícios de muitos anos necessitarão de tempo para serem eliminados.

Um dia, com a reforma completada, tudo estará arrumado, bem disposto, no lugar correto.

E, é claro, nossa alma enfeitada com as flores viçosas, os vasos delicados das virtudes conquistadas.

                                                                  *   *   *

Jesus, o Mestre, no intuito de nos incentivar à própria melhoria, lecionou que quem estivesse no telhado, não descesse para o interior da casa; que quem estivesse no campo, não retornasse para a cidade.

O convite é no sentido de que, vencidas as etapas, as pequenas deficiências, abolidos alguns erros, não nos permitamos cometê-los outra vez.

Não nos permitamos retornar a cometer o mesmo equívoco, nem mesmo com a desculpa Só hoje, Só agora.

Pensemos a respeito e iniciemos nossa reforma íntima.

Redação do Momento Espírita. 

terça-feira, 30 de novembro de 2021

À procura do amor.

 


Procurei-Te, desarvorado e triste, pelas terras distantes, em loucas aventuras com os outros, sem conseguir Te encontrar.

Onde chegava a minha ansiedade, me deparava com as marcas de Teus pés no chão.

Penetrei-me pelas lâminas da angústia, dilacerando todas as minhas ambições, em vãs tentativas de Te encontrar.

Exauri-me, sem resultado feliz e me detive caído.

Defrontei, um dia, duas estrelas cujo brilho se apagava nos olhos de uma criança abandonada, e a amei.

A sua voz sem palavra e a música de sua necessidade, me fizeram encontrar nós três: o próximo, a mim e a Ti, ó Soberano Senhor da minha vida.

Não cesses de cantar, brisa ligeira, que passeias pelo vale, nem interrompas o teu curso, água transparente do regato.

Toda essa musicalidade que embala a natureza se faz partitura para que o Cantor destrave a voz da Sua garganta e inunde o mundo de harmonias.

                                                                     *   *   *

O poeta indiano Rabindranath Tagore convida nossa sensibilidade a uma breve viagem pelo espaço infinito de nossa alma.

Quantos de nós não sentimos que buscamos algo, que procuramos alguma coisa maior, um sentido, uma grande razão, uma luminosa verdade, nos campos férteis do pensamento.

Quantos de nós nos percebemos insatisfeitos com o que o mundo nos apresenta como valores, como objetivos de existência?

Quantos de nós flutuamos em espécies de vazios existenciais por falta de um algo mais...

E como percebemos a necessidade de preenchimento de alguma carência, natural que tentemos ocupar, completar esse vazio.

O amor surge como resposta imediata e óbvia, pois ele é lei maior de todo o Universo. Assim, partimos em busca do amor que nos preencha, que torne a metade inteira, que faça o vazio pleno.

Preciso ser amado, pensamos. Preciso ir em busca de alguém que me ame, que me faça feliz, que me aceite - eis a resposta.

E lá vamos nós, loucamente, em busca do amor, das mais diferentes formas possíveis. Carentes procurando preencher suas carências, por vezes, de formas singelas. De outras, de maneiras esdrúxulas e tresloucadas.

Mas, o amor nos decepciona... O amor nos desaponta... Era melhor não ter escolhido o amor - dizemos, pois, muitas vezes, saímos dele mais machucados do que estávamos quando chegamos.

Surge a grande questão: se o amor é a resposta de tudo por que, mesmo com ele, ainda nos sentimos infelizes? Mesmo com ele, ainda nos sentimos vazios?

Porque não entendemos que a real proposta do amor não é ser amado, mas apenas amar.

O que nos preenche é a construção interna de um amor incondicional, de virtudes erguidas sobre esse alicerce sublime de um sentimento que encontra retorno em si mesmo.

O amor que nos completa não é aquele que recebemos, mas aquele que irradiamos.

As grandes almas, que estiveram na Terra, o chamaram de caridade e o viveram intensamente pela benevolência para com todos, pela indulgência para com as imperfeições alheias e pelo perdão de todas as ofensas.

O poeta Tagore encontrou o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo na proposta de cuidar de uma criança abandonada.

Onde encontraremos o nosso?

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

A melhor parte de amar.

 


As declarações de amor revelam muito do que vai em nossa alma. Por vezes, elas nos descrevem com perfeição.

Elas contam se somos possessivos ou ciumentos, se deixamos espaço para o outro crescer como indivíduo ou não.

Por exemplo, quando somos enfáticos demais no Eu preciso de você; no Não consigo viver sem você, revelamos, mesmo sem querer, que nosso amor é mais carência do que doação.

Amar o outro, tendo, como razão e sustento desse amor, tudo aquilo que o outro nos dá, isto é, tudo que recebemos do parceiro, é certamente um amar frágil, que pode não se manter por muito tempo.

Basta que o outro não mais nos forneça o que estava nos oferecendo, que não mais atenda nossas expectativas, para que todo aquele dito grande amor desapareça, como em um passe de mágica.

Recentemente, ouvimos uma declaração de amor que nos chamou a atenção, por apontar uma direção um pouco diferente da comum.

Dizia assim:

A melhor parte de amar é ser o alguém de outra pessoa, e eu quero ser este alguém, o seu alguém...

Vejamos que o princípio por trás da frase é diferente, e bastante nobre. Muito mais compatível com o verdadeiro sentido do amor, o amor maduro.

Querer ser o alguém da outra pessoa é identificar que o outro também tem expectativas, que também quer ser amado, e se colocar na posição de dar-se ao outro, e não só na de receber, o que é bastante egoísta.

As jovens e os jovens, em determinada idade, quando das primeiras paixões, chegam a fazer listas de exigências. Como ele ou ela precisam ser para ganhar o meu coração?...

Notemos que, em momento algum, consideramos que o outro também tem sua lista, suas expectativas. Pensamos apenas em preencher a nossa, o que eu quero, o que eu sonho.

Mas e o outro? Não tem sonhos? Será que podemos atender aos anelos da outra pessoa?

Será que preenchemos a lista dele ou dela? E que esforços fazemos para isso?

Assim, querer ser o alguém do outro é levar tudo isso em consideração sempre, e não apenas exigir e exigir constantemente.

Nesse nível de amor perceberemos que o que nos completa, o que nos faz feliz numa relação, é também o quanto fazemos pelo outro, o quanto nos doamos à outra pessoa.

Dessa forma, esse patamar de amor nunca nos fará frustrados.

Precisamos enxergar a tal via de mão dupla das relações amorosas, através de uma nova perspectiva, mais inteligente e mais altruísta.

Querer ter outra pessoa ao lado, apenas para nos preencher, como se diz, é muito perigoso e frágil.

A relação a dois é muito mais do que isso.

Amar precisa sempre vir antes do ser amado.

É o amar que nos fará grandes no Universo e não o ser amado.

Foi o amar de tantos Espíritos iluminados que garantiu que a Terra continuasse a existir, e não sucumbisse por inteiro nas mãos do orgulho e do egoísmo.

Que eu procure mais amar do que ser amado, pois é dando que se recebe...

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Vivendo cada dia.

 


Quando lemos alguns relatos, sobretudo de sobreviventes de campos de concentração, nos admiramos da força de viver que os fez tudo superar.

Ser privado de sua identidade, passando a ser simplesmente um número. Ser privado de sua cidadania, confinado em barracões sem higiene, sem condições mínimas de conforto.

Ser privado da dignidade de criatura humana. Ter servida uma ração miserável, em uma lata.

Sentir o medo percorrer a espinha a cada vez que castigos eram determinados por coisas banais, por nada, por meros caprichos de quem estava ali para gozar a desgraça dos prisioneiros.

Não saber qual dos amores sobrevivente poderia ser destacado para a morte, no dia seguinte, sofrendo a dor antecipada de mais uma perda.

Não ter coisa alguma: sem nome, sem roupas adequadas, sem medicação, nada.

No entanto, sobreviveram a tudo isso.

E o que mais impressiona é como reconstruíram as suas vidas.

Constituíram família, emigraram para outras localidades, buscaram opções de bem viver.

Uma bailarina húngara, de apenas dezesseis anos, em sua primeira noite em Auschwitz, foi forçada a dançar para um alto oficial da SS.

No cimento frio do barracão, a adolescente ficou paralisada de medo. Sua mãe fora enviada para a morte, na primeira seleção dos prisioneiros, naquele dia.

A orquestra do campo, no lado de fora, começou a tocar a valsa Danúbio Azul.

Ela fechou os olhos e lembrou de um conselho materno: Ninguém pode tirar de você o que você colocar em sua mente.

Então, ela se transportou ao palco da ópera de Budapeste, interpretando Julieta, do balé de Tchaikovsky. E dançou.

Ao narrar essa experiência, aos noventa e dois anos de idade, Edith, psicóloga clínica, diz que a pior prisão é aquela que construímos para nós mesmos.

Essa a grande lição que esses sobreviventes nos transmitem: a da superação, o do começar de novo, o de viver, o nunca deixar de amar.

É de nos perguntarmos por que nós, por vezes, por problemas bem menores do que aqueles que passaram meses ou anos em campos de concentração, nos sentimos tão desesperançados.

Olhamos para o quadro pandêmico que nos levou amores, e nos parece que não poderemos continuar a viver sem eles.

Pensemos: eles se foram levados por um vírus cruel.

Tudo que lhes era possível receber, lhes oferecemos. Podemos dizer adeus mesmo que à distância.

Se é o desemprego que ensombra os nossos dias, guardemos a esperança. A pouco e pouco, tudo se vai restabelecendo e a bênção do trabalho nos chegará, outra vez.

Talvez descubramos que somos capazes de outras atividades, diversas daquela que nos garantia o pão de cada dia, anteriormente.

Quiçá possamos nos realizar ainda mais, descobrindo talentos adormecidos em nós.

Se problemas, traumas e dores se acumulam, ainda assim, não nos entreguemos ao desespero.

Prossigamos. Pensemos que se outros puderam superar, nós também podemos.

A vida é digna de ser vivida, em toda a sua pujança.

Não estamos sós. Vejamos quem está ao nosso lado. Demo-nos as mãos. Somos todos filhos de Deus.

Nenhum de nós jaz abandonado. O dia surge. O sol brilha, levantemo-nos para vencer.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Amor a dois.

 


Numa época, qual a que vivemos, em que o número de separações, divórcios e desvinculações afetivas supera o número dos casamentos, falar a respeito do verdadeiro amor parece ser quase uma loucura.

Mas, possivelmente, por termos esquecido o que ele seja e como deva ser trabalhado, é que as estatísticas se apresentem tão tristes.

Por isso, é bom termos em mente que o amor a dois começa quase sempre numa troca de olhares, em que a tônica mais forte é o brilho intenso, demonstrando a chama interna que aguardou, desde muito, aquele momento.

O amor começa quando se encontra alguém e esse alguém quase nos faz parar o coração por alguns segundos, para depois desandar num ritmo tão acelerado, que nos recorda o tropel de corcéis selvagens em extensa campina.

Os olhos se enchem de lágrimas à simples visão do outro e, tudo que se refere a ele parece ter um toque de magia.

Quando o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar junto chegar a apertar o seu coração, não deixe de agradecer a Deus pelo presente divino. O amor chegou.

Se um dia você tiver que pedir perdão ao seu par por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos; se os gestos valerem mais que mil palavras, tenha certeza: a chama do amor está bem acesa.

Se, por algum motivo, a tristeza envolver os seus dias, se você tiver um revés e o seu amado sofrer com seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, guarde a certeza de que você poderá contar com ele em qualquer momento de sua vida. Porque ele ama você.

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se, na ausência dela, de olhos fechados, você conseguir senti-la ao seu lado...

Se você ficar ansioso pelo encontro que está marcado à noite, depois de vários anos de consórcio matrimonial...

Se você não consegue se imaginar sem o apoio daquela pessoa a seu lado...

Se você tiver a certeza de que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção de que vai continuar querendo e amando...

Se você preferir doar a sua vida, antes de ver a outra partindo...

É o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva. É um dom. É uma conquista.

Existem pessoas que se apaixonam muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Ou, às vezes o encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem permitir que aconteça na totalidade.

Por isso, viva com atenção. Esteja atento aos sinais. Não deixe que as loucuras do dia a dia o ceguem para o que há de melhor na vida: o amor.

                                                                    *   *   *

Não se canse de amar e permita-se amar. Cultive o amor a dois, para que ele possa se multiplicar na bênção dos filhos e se ramificar, nos anos da velhice, aconchegando os netos.

Ame todos os dias, mas nunca o demonstre da mesma maneira. Modele gestos, inclua novas atitudes, surpreenda, tempere-o sempre com o sabor de novidade.

E, se tudo isso lhe parecer inusitado, diferente, comece hoje a cultivar o amor a dois, na intimidade do seu lar, para sua e felicidade de seu par, para alegria de seus filhos e consolidação do seu lar.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Redes de oração.

 


Estamos vivendo um momento muito difícil em nosso planeta.

A pandemia está mudando a vida das pessoas, a nossa vida.

Observamos, ao nosso redor, o medo de contrair a COVID-19, de precisar ser isolado no hospital, de vir a morrer.

No entanto, ao mesmo tempo em que muitos nos desequilibramos, com as perdas e os sofrimentos decorrentes da doença, descobrimos um grande número de pessoas se reunindo para orar.

São grupos de amigos, de conhecidos que, em algum momento, decidiram se organizar, estabelecer horários próprios para se conectarem, a fim de juntos orarem.

São muitos os grupos com essa bendita finalidade.

Alguns são formados por pessoas que compartilham de orientações religiosas diferentes, mas se reúnem com o propósito de rogar a Deus, ao Poder Superior, pelas tantas necessidades de familiares, parentes e amigos.

Rogam por esta terra sofrida, abalada pela pandemia que parece se eternizar.

                                                            *   *   *

Na epístola de Tiago encontramos a recomendação: Orai uns pelos outros para que sareis.

Isso nos confere a dimensão da eficácia da prece, que pode ser feita em qualquer situação, qualquer horário, qualquer local. Não há uma regra, um formato único, não depende de palavras especiais.

Basta um coração desejoso de espalhar o bem e se comunicar com o Alto.

Um coração desejoso de auxiliar o seu irmão, enquanto pede, para si mesmo, fortalecimento moral para não sucumbir, ante os problemas volumosos que se apresentam.

A oração é ponte de ligação entre a Terra e o céu, entre o micro e o macro, entre os filhos e o Pai.

Orar em conjunto potencializa esse momento tão divino.

A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento pelo mesmo objetivo.

É como se muitos formulassem um pedido, ao mesmo tempo e em uníssono.

Não deixa de ser um grande ato de solidariedade, se nos dispomos a dedicar algum tempo para orarmos pelo nosso semelhante.

É igualmente um momento em que nós mesmos, enquanto Espíritos imortais, entramos em contato mais íntimo com o Pai Criador.

No recolhimento para a prece, estamos com Deus.

E, naturalmente, desse encontro retornamos fortalecidos em nossas energias físicas e espirituais.

A prece é como orvalho divino que aplaca o calor excessivo das nossas tribulações.

É um refrigério, água fresca que acalma nosso abrasar íntimo.

Longe estamos de avaliar o grande poder da oração.

Todos suspiramos por saúde, nutrição, amor e paz.

Deus é a fonte suprema de tudo isso.

Nele é que tudo encontramos.

E porque essa pandemia deixa lacunas em nossas famílias, arrebatando amores, por vezes, os sustentáculos de nossas existências, oremos por eles.

A prece que façamos em seu benefício, lhes chegarão aos corações como flores perfumadas, abraços de carinho, beijos de ternura, diminuindo a imensa saudade.

Reconforto para nós. Igualmente para eles.

Nossa oração poderá ser luz que brilha na escuridão da tristeza, em que se encontrem, pelo afastamento físico.

Oremos pois. A sós ou em conjunto.

Mas não deixemos de orar.

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Decisão de ser feliz.

 


Já paramos para pensar que ser feliz pode ter mais a ver com uma decisão do que com um conjunto de circunstâncias e acontecimentos esperados?

Num primeiro momento, pode parecer ingênuo falar em felicidade num mundo como este, certo?

Os que pensamos dessa forma, estamos partindo de um princípio contaminado por uma ideia principal: a de que a felicidade depende de fatores externos a nós.

É um conceito comum, construído pela visão materialista da vida, ao longo do tempo.

Ele é frágil e perigoso porque colocamos a felicidade na dependência de fatores que, na maioria, estão fora do nosso controle: riqueza, beleza física, poder, sucesso.

E se imaginássemos a decisão de ser feliz como uma lente que colocamos em frente aos olhos?

Isso mesmo, uma forma diferente de ver as mesmas coisas, de lidar com as mesmas questões de todos os dias.

Dessa maneira, retiramos muito do que é externo e passamos para o interno, porque, quem decide como enxergar as coisas, qual o seu significado, seu valor, é cada um, individualmente.

Mas, e se os nossos valores internos estiverem contaminados? Se a nossa lente distorcer as coisas?

Consideremos, em primeiro lugar, que cada lente é única. Nunca esperemos igualdade.

Em segundo lugar, entra o desenvolvimento da visão espiritual da vida, que, de muitas formas, vai tornando nossas lentes mais límpidas, sensatas e maduras.

Crescer intelectualmente, sobretudo, nas virtudes morais, esculpe lentes sábias na alma.

Com isso, perceberemos que passamos a escolher uma vida de paz, mais feliz.

A escolha não nos isenta, de forma alguma, dos percalços, dos sofrimentos e de duras provas. Porém, a forma com que lidamos com tudo isso será distinta.

Males passam a ser desafios. Desgraças tornam-se lições preciosas. Doenças são processos de libertação.

As pequenas belezas dos dias, as maravilhas do Universo perfeito, o equilíbrio das leis maiores, passam a ser sentidos com maior frequência.

Aí está a lente modificada, a proposta de ser feliz.

Quando, na trajetória terrestre, só enxergamos sofrimento, só derrota, precisamos de auxílio direto.

As patologias cada vez mais mostram que algumas lentes chegam a distorcer a realidade de uma forma tão significativa, que sozinhos não damos conta de resolver.

Não é demérito pedir ajuda. Pelo contrário, é sinal de sabedoria, de consciência, de despertamento.

                                                              *   *   *

A vida é uma bênção e deve ser mantida saudável, alegre, promissora, mesmo sob a injunção libertadora de provas e expiações.

Tornemos nossa vida agradável, fazendo o nosso possível, amando a nós mesmos, ao próximo e a Deus, pois assim nunca nos faltarão razões para sermos felizes.

E toda vez que o desânimo bater à porta, lembremos da decisão de ser feliz, decisão de todas as manhãs.

Decisão de nossa vida, quando, antes de chegar a mais esta encarnação, das janelas do mundo espiritual dissemos:

Serei feliz, continuarei na construção da minha felicidade íntima, cuidando do bem de todos, em mais uma imersão bendita, neste querido planeta, que me recebe de braços abertos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Até quando seremos assim?.

 


Até quando cairemos sem aprender as lições da queda? Até quando faremos escolhas egoístas.

Quando tudo aponta para uma existência de colaboração até quando nos perderemos por tão pouco confundindo o que é meio com o que é fim?

Até quando afundaremos na lama segurando o fôlego, em agonia, desejando estar em outro lugar?

                          *   *   *

Os erros se repetem. A História se repete, em muitos aspectos. Mudam as gerações e vemos os mesmos vícios ainda tão presentes.

As questões sociais, as disputas políticas, os problemas familiares. Tudo isso reflete ainda o ser em transformação lenta.

Olhando assim, é bastante desanimador.

No entanto, não nos enganemos e não nos permitamos contagiar pelos pessimistas de plantão.

Nem por aqueles que insistem em apenas enxergar a doença e não, também, o trabalho silencioso e necessário que ela realiza na intimidade da alma humana.

As mudanças são lentas, graduais. Mas, elas têm acontecido. Basta ter olhos de ver.

Há uma geração antiga, que persiste nos mesmos caminhos desastrosos. Há, também, já encarnando na Terra, há algum tempo, uma geração nova, fazendo tudo isso mudar.

E, quando falamos de geração antiga e geração nova não nos referimos aos que somos mais velhos ou mais novos de idade.

Referimo-nos a uma geração de hábitos e pensamentos viciados em ideias ultrapassadas, que cultivam o individualismo, o preconceito e a violência.

A geração nova, falando em termos espirituais, é aquela que está aberta ao diálogo, que sabe ouvir, que desenvolve a compaixão, que não consegue ver o próximo em sofrimento ao seu lado, sem fazer algo em seu benefício.

Vivemos tempos em que as duas gerações se misturam no planeta.

A antiga, recebendo a última chance de mudar. A nova, tendo como missão liderar, influenciar e carregar multidões, pelo seu exemplo.

Independente de geração, somos irmãos em evolução no planeta, aprendendo uns com os outros, diariamente.

Dessa forma, a resposta para o Até quando? é individual, é de cada um.

                                                                *   *   *

Só você pode dizer até quando irá aceitar certas coisas como normais ou toleráveis.

Só você poderá dar aquele próximo passo e dizer Chega! Não sou mais assim. Ou, Não quero mais essa vida para mim.

Só você consegue estancar, pelo perdão, o ódio de séculos. Ou a raiva, de alguns dias, dizendo: Vamos deixar isso de lado e seguir adiante.

Só você, com todo seu empenho e persistência, poderá dizer: Venci mais essa!

Até quando? - é uma pergunta a se fazer todos os dias. É um questionamento necessário para quem deseja crescer, ir adiante, conquistar e conquistar-se.

Até quando? - vai além de uma indignação de sofá, de quem observa o mundo em chamas, mas não é capaz de apanhar sequer um balde d'água.

É a questão da mudança, do despertar, do agora.

                                                                     *   *   *

Até quando cairemos sem aprender as lições da queda? Até quando faremos escolhas egoístas?

Quando tudo aponta para uma existência de colaboração? Até quando nos perderemos por tão pouco confundindo o que é meio com o que é fim?

Até quando afundaremos na lama segurando o fôlego, em agonia, desejando estar em outro lugar?

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Produzir mais humanidade.

 


Viver em sociedade é um dos maiores desafios que a vida nos impõe.

Porém, querer nos isolarmos ou fugir do mundo, em uma vida contemplativa ou de ermitão, é abrir mão de inúmeras possibilidades de aprendizagem, que o relacionamento humano proporciona.

Na vida em sociedade estamos sempre sendo confrontados com estilos, valores e maneiras dos mais diversos.

Nesses relacionamentos, algumas pessoas nos servem de referência e buscamos nelas nos espelhar. Outras, pelo contrário, nos exigem a paciência e a compreensão para a convivência.

Assim, quase que de maneira inevitável, nos chegam à mente questionamentos sobre qual a melhor maneira de agirmos. Ou como devemos proceder em relação ao próximo.

Qual deve ser nosso comportamento, frente a tantas pessoas, tão diferentes umas das outras?

Se alguns nos tratam com gentileza e atenção, outros são ríspidos e mal educados.

Alguns têm empatia e compreensão, outros se pautam na crítica severa.

Vamos encontrar na mensagem de Jesus a segura orientação: Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.

A partir desse ensinamento, a equação passa a ser simples: devemos agir com o outro da mesma forma que gostaríamos que ele agisse conosco.

Colocando-nos no lugar dele, teremos a medida correta de como deve ser nosso comportamento.

Se nossa ação, nossa palavra, ou mesmo nosso pensar, prejudica alguém, claramente não estamos corretos.

Afinal, se não desejamos ser prejudicados, assim devemos cuidar para não prejudicarmos a ninguém.

Será esse exercício de bem agir com o outro que irá nos humanizando.

Vamos reconhecendo que o próximo, por mais diferente que seja, merece nosso respeito, pelo simples fato de ser humano.

Isso é humanizar-se. É reconhecer a si mesmo no outro, percebê-lo como irmão de caminhada, de jornada evolutiva.

Afinal, não podemos esquecer que somos uma só e única família sobre este planeta. Criados pelo mesmo Deus, alimentados pelo mesmo amor.

                                                                      *    *    *

Um filósofo espanhol teve oportunidade de escrever: Nós, humanos, nos fazemos humanos uns aos outros.

A principal tarefa da Humanidade é produzir mais humanidade.

O principal não é obter mais riqueza ou desenvolvimento tecnológico, coisas que não são, por outra parte, desdenháveis, mas o fundamental para a Humanidade é produzir mais humanidade.

É produzir uma Humanidade mais consciente dos requisitos do ser humano e das relações que se estabelecem entre eles.

Este é o grande desafio da vida em sociedade: conseguirmos tratar o outro, como se fosse um dos nossos, como se fôssemos nós mesmos.

Verdade que, para o desconhecido, não devotaremos, ainda, amor e dedicação como fazemos àqueles a quem já aprendemos a amar.

Mas, será sempre tempo de lhe oferecermos respeito, a consideração e a gentileza.

Cada vez que assim agirmos, estaremos testemunhando, perante o mundo, que acreditamos que somos humanos, irmãos, filhos do mesmo Pai.

E estaremos produzindo mais humanidade.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Duas cerejeiras.

 


Cena curiosa à beira do caminho.

Duas árvores, duas cerejeiras plantadas no canteiro, próximo à calçada.

Uma delas exuberante, repleta de vermelho, cheia de vida e chamando a atenção de quem passa.

A outra, no entanto, há menos de cinco passos de distância, de aparência absolutamente oposta, totalmente seca, mirrada, como se estivesse morta.

Causa estranhamento à vista de uns, causa pena a outros, olhar aquelas obras de Deus, assim, em desigualdade tão grande.

Estão no mesmo solo, recebem a mesma rega, o mesmo sol, mas tão distintas uma da outra. Um enigma.

O tempo, contudo, tudo esclarece. As semanas passam, e o mistério é esclarecido.

Quem olha com atenção, percebe que algo mudou significativamente: a bela cerejeira que antes estava florida, agora está desnuda, sem cores.

E aquela que antes inspirava piedade, agora está deslumbrante e colorida.

Cada uma teve seu tempo, cada uma realizou seu ciclo anual, em momento distinto, e ambas trouxeram beleza ao mundo da mesma forma.

                                                                *   *   *

O exemplo das cerejeiras é lição para a alma.

Cada um de nós floresce em seu tempo, quando alcança as condições necessárias.

Filhos que cresceram no mesmo lar, recebendo as mesmas condições de desenvolvimento, a rega do amor, a disciplina da poda, o sol da atenção, podem despertar em flor em momentos distintos.


Companheiros de coração endurecido, que se mostram insensíveis às dores alheias e que, muitas vezes, tornam a existência dos que os cercam um verdadeiro caos, também irão florir em seu tempo.

Alguns, inclusive, podem até se manter como árvores secas durante uma ou algumas encarnações. Sua floração virá bem mais tarde.

As semanas das árvores do caminho são séculos, milênios, por vezes, para as almas imortais.

Por isso, saibamos cuidar e julgar com maturidade.

Em algumas ocasiões, agimos como o motorista apressado que, ao observar as duas árvores tão diferentes, logo conclui: Uma deu certo, a outra não! Ou ainda: Uma está viva, a outra morreu.

A natureza é muito mais sábia do que imaginamos. Ela nos ensina a esperar e a saber olhar.

Importante cuidarmos com os rótulos apressados. Pau que nasce torto pode sim, se endireitar. Aliás, nasceu justamente para isso.

E ainda, não nasceu torto por um capricho da natureza, mas porque se tornou torto no passado.

Rótulos são perigosos. Atrapalham e nada ajudam.

Todos têm jeito. Todos podem florir e vão florir. Talvez apenas não no tempo que nós esperamos ou que o mundo exige.

Lembrando das árvores do caminho, aprendamos com a sabedoria do tempo. Olhemos mais vezes, olhemos o filme e não apenas a fotografia.

Que a natureza continue nos ensinando e nos oferecendo essa visão ampla das coisas.

Percebamos que na natureza nada é apressado, nada é instantâneo. Tudo se constrói, tudo se conquista.

As leis divinas, que regem os mundos, são sábias. Aprendamos com elas.

E, da próxima vez que observarmos uma árvore sem flores ou mesmo uma alma seca pelo caminho, recordemos das duas cerejeiras.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Sejamos estrela.

 


Diz o poema:

Se desejas luz na tua vida

Sê estrela na noite de alguém.

Pode parecer fantasista demais, romântico em excesso, mas há um sentido profundo e prático na proposta do poeta.

Quando nos dispomos a iluminar a noite de alguém, quando nos propomos ao auxílio, à solidariedade desinteressada, naturalmente fazemos luz em nosso próprio caminho.

Curioso? Misterioso? Não, é parte intocável das leis universais. Leis que ainda estamos aprendendo a conhecer.

O amor é lei universal e as nuances do funcionamento, da ação dessa lei, são deslumbrantes.

Tudo foi criado por amor e para amar. Os desvios, oposições e turbulências que enxergamos nos dias, são apenas anomalias do caminho.

Logo retornam ao estado fundamental, ao equilíbrio, justamente pela atuação das leis maiores.

Dentro da proposta apresentada vejamos um exemplo simples:

Estamos num quarto escuro. A ausência de iluminação nos faz tatear. Falta-nos entendimento e compreensão do que está próximo de nós, muitas vezes.

Uma lâmpada se acende. Por mais fraca que seja, uma nova realidade se apresenta. Percebemos muito mais do que antes. Alguns conseguimos até caminhar, pelo cômodo, sem esbarrar em nada e nos ferirmos.

Aprendamos a ser gratos aos que são esses focos luminescentes em nossas vidas, pois fazem a diferença em nosso viver.

Agora enxerguemos a cena por outro ponto de vista: da lâmpada.

Quando ela se acende, quase que instantaneamente clareia o ambiente. No entanto, olhos mais atentos perceberão um detalhe: a primeira superfície que se ilumina, em verdade, é a própria lâmpada.

Olhos humanos não captam, a lâmpada não percebe, mas é o que ocorre na prática: ela se ilumina antes de iluminar o mundo exterior.

É um exemplo simples, uma tentativa acanhada de penetrar na grandiosidade do Criador e Sua legislação, porém, nos oferece uma forma de entender o que se passa toda vez que nos propomos a ser estrela, a ser lâmpada.

Iluminamo-nos, em primeiro lugar, sempre que nos lançamos a clarear os caminhos de algum irmão, sempre que nosso coração compassivo adentra na escuridão de alguém fazendo breve luzeiro.

Asim, sejamos lâmpada, sejamos estrela, sejamos qualquer luzinha possível e veremos a mudança que poucos raios brilhantes fazem em nossa própria casa íntima.

                                                     *   *   *

Na máxima, Fora da caridade não há salvação, podemos entender perfeitamente a proposta do sermos estrela.

Ao praticar a caridade nos doamos, somos benevolentes, indulgentes e perdoamos. Jogamos luz sobre nosso próximo.

No entanto, notemos bem que, ao agirmos no bem, ao cultivarmos a indulgência e o perdão estamos igualmente nos salvando.

Salvar-se é uma figura de linguagem que representa a ideia de autoiluminação, de autoconquista.

O amor age em todos os sentidos, por isso é lei universal.

Ao amar, estamos cultivando amor-próprio e, ao cuidar dessas duas formas fundamentais de amor, estaremos irradiando amor ao Criador.

Por isso:

Se desejas luz na tua vida

Sê estrela na noite de alguém.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Você é feliz ?

 


A discussão entre os irmãos se fazia acalorada. Ela, com nove anos, não conseguia entender e nem tinha a paciência necessária para as peraltices do irmão mais novo, então com cinco anos.

A cada aproximação dele, fosse para convidar para brincar no seu universo, ou para dividir uma nova descoberta que fazia, encontrava na irmã o azedume e a indisposição.

Ela se acreditava a dona da razão, e o irmão, muito infantil. Para ele, no entanto, ela era a referência, a sua heroína.

Porém, frente a tanta má vontade e mau humor, ele chegou ao seu próprio limite. Foi nessa hora que, colocando as pequenas mãos na cintura, fitou a irmã seriamente e lhe lançou a pergunta.

Luiza, você é feliz?

Sem entender bem o porquê da pergunta, respondeu-lhe, quase que por obrigação:

Sou feliz sim. Por quê?

À resposta ríspida, na sua sagacidade infantil, argumentou o irmão:

Então, por que você está sempre brigando comigo? Quem é feliz não briga com as pessoas!

E, com essa conclusão sábia do pequeno, encerrou-se a discussão entre os dois.

                                                      *   *   *

A conclusão do menino nos traz boas reflexões a respeito da felicidade.

Muitas vezes esquecemos do quanto podemos ser felizes, do quanto temos de felicidade.

Isso porque muitos de nós acreditamos que felicidade é um lugar onde chegar, é um objetivo a alcançar, é uma meta a ser conquistada.

Não poucos imaginamos que a felicidade está na posse do dinheiro, esquecendo-nos de tantos milionários infelizes, afundando-se em processos depressivos.

Outros temos a certeza de que a felicidade acompanha a fama, o reconhecimento social, o sucesso, não percebendo que não poucos artistas e frequentadores de capas de revistas e colunas sociais buscam fugas das mais variadas, para esquecer-se de si e de sua vida.

E, por outro lado, encontramos a felicidade em muitos que já têm a saúde do corpo comprometida, os recursos financeiros limitados, as marcas indeléveis dos reveses sofridos.

Isso nos diz que não será a dor que nos fará infelizes, nem a falta de saúde, tampouco a limitação financeira de nosso orçamento.

Ser feliz é opção de quem caminha pelas estradas da vida ciente de que ela é rica em aprendizados. E dores, reveses, limitações são ferramentas para que as lições ganhem consistência em nós.

Percebendo isso, nos daremos conta de que a generosidade de Deus, a nos ofertar tudo que está ao nosso redor, é o principal motivo para sermos sempre muito felizes.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Os pedidos da alma.


Comecemos o dia na luz da oração. O amor de Deus nunca falha.

Oração espontânea, sem fórmulas prontas ou ensaios elaborados.

Um sincero diálogo da alma com a Potência Suprema.

Se a tristeza morar em nossa alma, será um grito, um lamento dirigido aos céus.

Se a alegria brilhar em nosso íntimo, será um cântico de amor, um manifesto de adoração.

Pode se resumir em um simples pensamento, uma lembrança, um olhar erguido para o céu.

Quando oramos, uma janela se abre para o infinito e através dela recebemos mil impressões consoladoras e sublimes.

Uma excelente maneira de iniciar o nosso dia.

A sabedoria não está em pedir que somente tenhamos horas de felicidade, que todas as dores, as decepções, os reveses sejam afastados.

A nossa deve ser a rogativa por auxílio das forças superiores a fim de que cumpramos os nossos deveres, com dignidade.

E possamos suportar a eventualidade de um dia difícil, de horas más.

Se pedimos por nós, podemos estender os mesmos benefícios da rogativa para os familiares, os amigos.

Se tivermos uns minutos mais, que os possamos dedicar à rogativa ao Pai de todos nós. Haverá muito a pedir.

O mundo está tão sofrido. Não bastasse a pandemia, as notícias nos chegam de furacões, de vendavais, de países arrasados pela fúria dos ventos e das águas.

Pela nossa mente, transitam as figuras de crianças, de idosos, de corações de mães destroçados pelo desaparecimento ou morte dos seus filhos.

Recordamo-nos das palavras do Mestre falando dos últimos tempos, das tantas infelicidades que alcançariam a Humanidade.

Imaginamos quantas ainda deveremos enfrentar. Por isso, oração pelo nosso e pelo fortalecimento alheio.

A prece nunca é inútil. Com certeza, não alteraremos a lei divina das provas e expiações dos que amamos e daqueles que nem conhecemos.

Mas podemos lhes remeter vibrações de calma para as situações atormentadoras, resignação para as profundas dores.

Lembremos quantas vezes as nossas preces acalmaram alguém em sentido pranto, quantas vezes asserenamos a angústia de um amigo...

                                                                         *   *   *

Prece é fortalecimento moral. É na oração que o Divino Mestre demonstra toda Sua glória, no monte Tabor.

Ele se plenifica de luz e estabelece sublime diálogo com o legislador Moisés e o profeta Elias, luminares do povo hebreu.

Diante da tumba onde estava o corpo de Lázaro, Ele ora ao Pai. E depois convoca o amigo para reassumir o comando da vida que ainda não se findara.

Antes da prisão, que determinaria Seu julgamento, suplício e morte, Ele ora, no Jardim das Oliveiras.

E na cruz, encerra Sua prece com as palavras:

Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.

Como Jesus, roguemos para que os bons Espíritos, que têm por missão assistir os homens e conduzi-los pelo bom caminho, nos sustentem nas provas desta vida.

Que as possamos suportar sem queixumes.

Que nos livrem da influência daqueles que queiram nos induzir ao mal.

Enfim, que este dia, apenas esboçado, seja de progresso, luz e paz. Horas abençoadas nos aguardam.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Nosso brasil independente.


Quando aniversariamos, faz-nos bem à alma sermos lembrados pelos familiares e amigos.

Nossa alegria é acrescida por cada cumprimento recebido, cada cartão, cada flor, cada abraço, mesmo virtual.

Ou a simples lembrança da data que nos é tão especial, porque assinala trezentos e sessenta e cinco dias vencidos.

Dias que foram de trabalho, dias em que aprendemos algo mais, aprimoramos o idioma, a habilidade em alguma arte, ingressamos em um curso.

Dias em que vivemos com nossos amores. Também com os desamores. Tudo em ritmo de aprendizado e crescimento espiritual.

No entanto, nenhum de nós espera viver cento e noventa e nove anos. Mas, nosso Brasil está comemorando essa data de sua Independência.

Para um país, uma adolescência recém-desabrochada. Por isso, talvez, identifiquemos tantas ações imaturas, tantos decretos que mudam mais rápido do que os possamos absorver para nossa própria vida.

Alguns dizem que tudo aconteceu de forma muito simples, sem atavio algum. A comitiva não vestia uniformes pomposos, nem montava cavalos garbosos.

A História registra as muitas pressões de camadas diversas da nação. O desejo de Independência era um grito abafado na garganta de um povo que desejava deixar de ser parte de um poderio estrangeiro.

E foi esse grito que explodiu do peito à boca, às margens do Ipiranga. Uma parada estratégica, uma necessidade que se fez.

Nada elaborado, nada espetacular. Foi o pincel de um artista sonhador que engrandeceu o feito pintando com cores maravilhosas o Laços fora.

Uma obra que nos acostumamos a ver nas ilustrações dos livros da História pátria, e que, em toda sua pujança, para orgulho da nacionalidade, se encontra exposta no Museu do Ipiranga, em São Paulo.

Pedro Américo colocou na tela o que a sua alma de brasileiro imaginou. Os idealistas são assim: não enxergam como realmente foi, mas a essência do fato, o invisível.

E aquele momento foi significativo. Chega de subjugação. Basta de normas que asfixiem o povo: Independência ou Morte.

Hoje, enquanto o Hino da Independência nos toca a alma e nos estimula a acompanhar seus versos, façamos um propósito: tornar verdadeiramente independente o nosso país.

Um país livre de amarras egoístas, de ambições particulares, liberto de corrupção. Um país para todos, filhos nascidos ou adotados.

Um país que eleja como primazia a educação e a saúde do seu povo, a preservação da higidez brasileira.

Um país que se importe com a preservação do seu solo, das suas riquezas. Um país de paz.

Ordem e Progresso é o lema nacional. Ordem significa a defesa e manutenção de tudo que funciona de maneira positiva, a proteção do que é certo e bom, em todos os aspectos da vida nacional.

Progresso significa o avanço natural da sociedade e das instituições como consequência da defesa da ordem.

A cada um de nós, brasileiros, cabe lutar, a cada dia, para que se torne realidade o lema nacional, de forma eficaz e permanente.

Hoje é um dia especial para iniciarmos essa campanha individual em prol da Independência moral do nosso Brasil.

Brava gente, brasileira, longe vá temor servil...

Unamos nossos esforços...

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Tristeza sem razão.

 


Por vezes, erguemo-nos pela manhã envoltos em nuvens de tristeza. Se alguém nos perguntar a causa, com certeza não saberemos responder.

Naturalmente, atravessamos as nossas dificuldades. Não há quem não as tenha. É o filho que não vai bem na escola, o marido que vive a incerteza do desemprego, um leve transtorno de saúde.

Nada, contudo, que seja motivo para a tristeza profunda que nos atinge.

Nesse dia tudo parece difícil. Saímos de casa e a entrevista marcada não se concretiza. A pessoa que marcou hora conosco cancelou por compromisso de última hora. E lá se vão as nossas esperanças de emprego, outra vez.

O material que vimos anunciado com grande desconto já se esgotou nas prateleiras, antes de nossa chegada. A fila no banco está enorme, o cheque que fomos receber não tinha saldo suficiente.

É... Nada dá certo mesmo! Dizemos que nem deveríamos ter saído de casa, nesse dia. Agora, à tristeza se soma o desalento, o desencanto.

Consideramo-nos a última pessoa sobre a face da Terra. Infelizes, abandonados, sozinhos.

Ninguém que nos ajude.

E, no entanto, Deus vela. Ao nosso lado, seguem os seres invisíveis que nos amam, que se interessam por nós e tudo fazem para o nosso bem-estar.

O que está errado, então? Com certeza, a nossa visão do que nos acontece.

Quando a tristeza nos invade no nascer do dia, provavelmente tivemos encontros espirituais, durante o sono físico, que para isso colaboraram.

Seja porque buscamos companhias não muito agradáveis ou porque não nos preparamos para dormir, com a oração. Seja porque reencontramos amores preciosos e os temos que deixar para retornar à nossa batalha diária, entristecendo-nos sobremaneira.

Ao nos sentirmos assim, busquemos de imediato a luz da prece, que fortalece e ilumina, espancando as sombras do desalento.

Abrir as janelas, observar a natureza, mesmo que o dia seja de chuva e frio. Verifiquemos como as árvores, quando castigadas pelos ventos e pela água, balançam ao seu compasso.

Passada a tempestade, se recompõem e continuam enriquecendo a paisagem com seus galhos, folhas, flores e frutos.

Olhemos para as flores. Mesmo que a chuva as despedace, elas, generosas, deixam suas marcas coloridas pelo chão, ou permitem-se arrastar pela correnteza, criando um rio de cores e perfumes pelo caminho.

Aprendamos com a natureza e afugentemos o desânimo com a certeza de que, depois da tempestade, retornará o tempo bom, o sol, o calor.

Não nos permitamos sintonias inferiores, porque se vibrarmos mal, nos sentiremos mal e, naturalmente, tudo se nos tornará mais difícil.

Nunca estaremos sós. Jesus está no leme das nossas vidas, atento, vigilante, e não nos faltará em nossas necessidades.

                                                                     *   *   *

Se estamos tristes, abramos os ouvidos para as melodias da vida, melodias que soam das mais profundas regiões do Amor Celeste.

Busquemos ajuda, peçamos socorro, não dando campo a essas energias de modo que possamos, na condição de filhos de Deus, alegrar-nos com tudo quanto o Pai construiu e colocou à nossa disposição a fim de que pudéssemos crescer, amar e servir.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Hoje eu me lembrei.

 


Hoje eu me lembrei...

Que não sou branco, negro, amarelo ou vermelho.

Eu Sou um cidadão do universo, no momento, estagiando como Ser humano na escola terrestre.

Hoje eu me lembrei...

Que não sou homem ou mulher, nem alto ou baixo.

Eu Sou uma consciência oriunda do plano extrafísico, uma centelha vital do Todo** que está em tudo!

Hoje eu me lembrei...

Que tenho a cor da Luz, pois vim das estrelas.

E eu sei que o meu tempo aqui na Terra é valioso para minha evolução.

Hoje eu me lembrei...

Que não há nenhuma religião acima da verdade.

E que o Divino pode se manifestar em miríades de formas diferentes.

Hoje eu me lembrei...

Que só se escuta a música das esferas com o coração.

E que nada pode me separar do “Amor Maior Que Governa a Existência”.

Hoje eu me lembrei...

Que espiritualidade não é um lugar, ou grupo ou doutrina.

Na verdade, é um estado de Consciência do Ser.

Hoje eu me lembrei...

Que ninguém compra Discernimento ou Amor.

E que não há progresso consciencial verdadeiro se não houver esforço na jornada de cada um.

Hoje eu me lembrei...

Que o dia em que nasci não foi feriado na Terra.

E no dia em que eu partir, também não será!

Hoje eu me lembrei...

Que tudo aquilo que eu penso e sinto se reflete na minha aura***.

E que minhas energias me revelam por inteiro (logo, preciso crescer muito, para melhorar a Luz em mim).

Hoje eu me lembrei...

Que não vim de férias para o mundo.

Na verdade, vim para aprender e trabalhar (e também para vencer a mim mesmo nas lides da vida).

Hoje eu me lembrei...

Que não sou o centro do universo e que, sem a Luz, eu não sou nada!

Sem Amor, o meu coração fica seco... e sem a espiritualidade, o meu viver perde o sentido.

Hoje eu me lembrei...

Que os guias espirituais não são minhas babás extrafísicas.

Eles são meus amigos de fé e trabalho...

Hoje eu me lembrei...

Que ninguém sabe tudo e que conhecimento não é sabedoria.

Todos nós somos professores e alunos uns dos outros.

Hoje eu me lembrei...

Que não nasço nem morro, só entro e saio dos corpos perecíveis ao longo da evolução.

Não posso ser enterrado ou cremado, pois sou um espírito (ah, eu sou sim!).

Hoje eu me lembrei...

Que viver não é só para comer, beber, dormir, copular e morrer sem sentido algum.

Viver é muito mais: é também pensar, sentir e viajar de estrela em estrela, sempre aprendendo.

Hoje eu me lembrei...

Que de nada vale a uma pessoa ganhar o mundo se ela perder sua alma.

E que o mal que me faz mal, não é o mal que me fazem, mas, sim, o mal que eu acalento em meu coração.

Hoje eu me lembrei...

Que eu sou mestre de nada e discípulo de coisa alguma.

E que eu, o apresentador desse programa, e vocês, os ouvintes dessa viagem espiritual, somos todos um!

Hoje eu me lembrei...

Que, sem Amor, ninguém segue.

E que o meu mantra se resume numa só palavra: Gratidão!

- Wagner Borges - São Paulo, 5 de julho de 2015.

* Esse texto foi escrito dentro dos estúdios da Rádio Mundial de São Paulo - 95.7 FM - um pouco antes do início do programa Viagem Espiritual (apresentado todos os domingos, das 12h30min às 13h), e, em seguida, lido para os ouvintes.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Nosso futuro planeta.


Um grande número de pessoas, independente da crença religiosa, acredita que nascemos muitas vezes.

Acredita que voltaremos a este mundo.

Alguns pesquisadores e cientistas já incorporaram essa verdade, provada por anos de experimentações, envolvendo, entre elas, a regressão de memória.

De forma muito estranha, no entanto, não temos nos comportado como quem acredita nessa verdade.

Vejamos o exemplo do nosso planeta. Seria óbvio que, se temos a certeza de que retornaremos a este local, desejássemos que ele nos oferecesse, em nosso retorno, as melhores condições de vida.

Entretanto, não temos nos preocupado com ele.

Os exemplos demonstram que, de um modo geral, estamos preocupados em ganhar dinheiro.

Dinheiro para gastar agora, nesta vida. Dinheiro para adquirir uma mansão, um carro, um iate. Dinheiro para viajar pelo mundo.

Não estamos absolutamente pensando que se o desmatamento prosseguir, teremos problemas para respirar, para a manutenção das chuvas regulares, para a preservação dos mananciais.

Aliás, as reservas do precioso líquido, água, não estão a nos merecer maior atenção?

Destruímos as matas ciliares, em total desleixo pela preservação de rios preciosos. Tudo porque dinheiro é mais importante do que zelarmos pela natureza.

Entretanto, bastaria um pouco de investimento, maior cuidado, mais atenção. Teríamos boa colheita e a preservação ambiental, ao mesmo tempo.

E quanto à camada de ozônio, que temos feito?

Preocupamo-nos em não utilizar materiais que a agridem, de forma paulatina?

Ou estamos mais ocupados em gozar dos bens que a vão destruindo?

Temos zelado e exigido que as nossas indústrias criem mecanismos não invasivos a esse precioso espaço que nos preserva a saúde?

O que estamos preparando para o nosso futuro?

Vivemos exatamente como quem, de forma egoística, vê somente o hoje.

O importante é gozar o mais possível. As gerações futuras haverão de dar um jeito para sua sobrevivência.

Damo-nos conta de que as gerações do futuro, por essa lei chamada reencarnação, seremos nós mesmos de retorno?

Que planeta estamos preparando para nós?

Se somos tão egoístas a ponto de não pensar em nossas crianças, será que pensamos no que estamos deixando para nós, no amanhã que virá?

A reflexão se faz de oportunidade. Não se trata de um mero apelo, ou de digressões filosóficas, visando convencimento de quem quer que seja.

Trata-se de uma questão de bom senso e discernimento.

Pensemos: onde desejamos ser recebidos, em nosso retorno?

Num planeta árido, enfermo, com condições insalubres?

Ou num planeta abençoado pela mata verde, o ar puro, as fontes cristalinas cantando melodias de vida?

Um planeta de pedras e montanhas de picos agudos, nus, erguendo-se para o céu?

Ou um local cheio de flores, pássaros cantantes e animais de espécies variadas, mantendo o perfeito equilíbrio ecológico?

A decisão nos pertence. O amanhã depende de nós. A hora de construir e preservar é agora.

O melhor local: onde nos encontramos, no lar, na escola, no escritório, na rua.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita. 

terça-feira, 10 de agosto de 2021

As voltas que a vida da.

 


Alguém disse, certa vez, que a vida sempre nos oferece duas janelas.

Uma é a janela da felicidade, que nos apresenta um jardim de flores, de cores, de alegria.

Ela está à nossa frente e nos mostra os dias de bênçãos, de convívio amigo, de amenidades.

No entanto, devemos lembrar que a outra janela está às nossas costas.

É a janela da tristeza, do sofrimento, das dificuldades.

Todos nos debruçamos ora numa, ora na outra. O que significa que se alternam, na vida, os momentos de felicidade e os de tristeza.

Importante é que de cada uma delas saibamos extrair o melhor que nos possa oferecer.

Ante a janela das dificuldades, tenhamos criatividade e esforço para reverter as situações que sejam possíveis.

Acontecimentos da vida do ator Drew Goodall podem bem exemplificar essas duas fases. Ele estudou teatro, conheceu atores famosos e chegou a interpretar alguns papéis.

No entanto, após uma severa crítica ao seu trabalho, sua carreira simplesmente desabou.

No ano de 1990, sem dinheiro para pagar o aluguel, precisou sair de seu apartamento e foi morar na rua.

Foram seis longos meses em que dormia em uma caixa de papelão e dependia de quem lhe oferecesse com que se alimentar.

Surgiu-lhe a ideia de engraxar sapatos, o que lhe poderia render algum dinheiro.

Foi então que um dos seus clientes o convidou a trabalhar como engraxate, em seu escritório.

O panorama principiou a mudar. Drew começou a ganhar dinheiro ao ponto de, decorrido certo tempo, abrir sua própria empresa, a Sunshine Shoeshine.

O negócio deu muito certo. Ele fez parceria com importantes empresas de Londres, cujos executivos desejam ter seus sapatos bem polidos.

Sendo muito grato a quem o ajudou no tempo em que viveu nas ruas, ele oferece oportunidades a quem está na mesma situação em que ele se encontrou anos atrás.

Por esse motivo, a maioria dos seus quarenta funcionários foram pessoas desabrigadas ou são portadoras de necessidades especiais.

Com certeza, um exemplo de superação. Igualmente de solidariedade, de amor ao próximo.

                                                           *   *   *

Por vezes, somos pegos de surpresa por situações que nos obrigam a pôr um ponto final em nossa atual história, e a começar novo parágrafo.

Somos obrigados a simplificar a maneira de ser e de viver.

O detalhe importante, nessas horas, é que não nos deixemos envolver pela depressão, pelo desânimo.

É a hora de sair da janela da dificuldade e se voltar para a outra, a janela em frente e vislumbrar uma maneira de reverter a situação.

É hora de buscar novas formas de trabalho, de usar nossa criatividade, de não nos deixarmos vencer pelos primeiros fracassos.

E guardar a certeza de que podemos dar a volta por cima, adaptando-nos à nova realidade.

Um lugar mais simples para morar, menos comodidades, quem sabe, mas seguir em frente.

E, depois de tudo, não esquecer de olhar para os que permanecem desamparados, sem teto, sem pão.

Estender a mão a quem padece nos dirá, com todas as letras, que aprendemos a lição que a janela de trás nos oportunizou, um dia.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Respeito.

 


Respeito foi definido por alguém como a capacidade do ser de se importar com o sentimento do outro. Talvez seja esta a mais completa das definições.

Normalmente, quando nos sentimos ofendidos, desprezados, dizemos apreciar o respeito. Mas, será que respeitamos os demais?

É fácil sabermos. Basta que nos perguntemos se somos daqueles que marcamos horário com o médico ou o dentista e, na última hora, por questões de pouca importância, telefonamos desmarcando, sem nos preocuparmos com a agenda do profissional.

Igualmente, sem nos preocuparmos com eventuais clientes que estariam aguardando em lista de espera por aquela hora que agora não será aproveitada por ninguém.

Acaso somos daqueles que apreciamos estabelecer preço para os serviços profissionais alheios? Somos dos que pensamos que tal ou qual profissional liberal ganha demais e pode nos fazer um grande desconto?

Mais do que isso. Alguns de nós dizemos, de maneira desrespeitosa, que o seu trabalho não vale mais do que a quantia que estipulamos.

Desrespeitamos o esforço que o profissional fez para chegar onde se encontra, desconsiderando as inúmeras noites que passou estudando, os plantões intermináveis e exaustivos, as horas de pesquisa.

Não levamos em conta, inclusive, os custos financeiros para completar o curso, para prosseguir no seu aperfeiçoamento, mestrado, doutorado.

Desrespeitamos o trabalho do outro toda vez que lhe dizemos que seu ganho é fácil e rendoso, enquanto o nosso é árduo.

Há falta de respeito sempre que desconfiamos dos outros, baseados somente em nossa má fé ou má vontade.

E, no trato com outros profissionais, como os domésticos, jardineiros, pedreiros, carpinteiros, quanta vez os desrespeitamos.

Sempre que estabelecemos jornadas de trabalho muito longas, que exigimos cumprimento de tarefas além do que se considera humanamente possível, que submetemos o outro a situações humilhantes, o estamos desrespeitando.

O respeito deve ser a atitude de todo cristão para com o seu semelhante, seja ele superior ou inferior a si, na escala social e nos degraus da instrução.

Afinal, somos todos membros de uma única família, criados pelo mesmo Deus, nosso Pai.

Acreditemos que, se não aprendermos a respeitar o nosso semelhante, desde as mínimas coisas, não estaremos agindo dentro da lei de justiça, amor e caridade.

                                                              *   *   *

Nas linhas do respeito, atentemos para a natureza que nos cerca.

Ensinando valores aos nossos pequenos, iniciemos desde cedo a lhes falar do respeito a tudo que nos rodeia e serve.

Falemos-lhes do respeito que nos merecem os animais, as árvores, as flores, os jardins.

Então, bem mais fácil lhes será entender, na sequência, o respeito aos seres humanos, familiares, idosos, professores, serviçais.

Lembremos que, acima de tudo, nossa maneira de ser, de nos dirigirmos às pessoas, não importando quem sejam, falará aos nossos pequenos.

Afinal, se as palavras convencem, os exemplos arrastam.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Se você puder.


Cada dia em sua vida é uma bênção concedida por Deus. São vinte e quatro horas preciosas.

Basta que pense, por um minuto, ao menos, em quantos gostariam de estar em seu lugar.

Hoje, agora, enquanto o dia amanhece e a alvorada se espreguiça.

Por isso, procure fazer de cada dia um presente para si, para o mundo, para Deus.

E, se você puder, hoje, mostre um sorriso em seu rosto.

Transmita a alegria através de suas expressões faciais.

Aproveite para internalizar esse sorriso, fazendo irradiar para seu íntimo a emoção de contentamento que esse gesto pode expressar.

Se você puder, hoje, ao arrumar seu lar, coloque um toque a mais de felicidade e beleza. Algo simples, mas que fará a grande diferença para você e para os seus.

Faça suas tarefas domésticas, não com o peso da obrigação, mas com a leveza de poder contribuir para um ambiente harmonioso.

Um pequeno detalhe, como um aroma de ervas ou uma pequena flor sobre a mesa.

Diga uma singela frase que permita demonstrar o amor a todos em seu lar. Elogie algo de bom que qualquer um deles tenha realizado.

Se você puder, hoje, amplie seus conhecimentos.

Leia um bom livro que traga melhorias para sua atividade profissional.

Assista uma aula que lhe permita acrescentar novos saberes para sua compreensão do mundo.

Aproveite os conhecimentos adquiridos e compartilhe com aqueles que não os têm.

Uma conversa amigável, uma dica, uma referência ao realizar uma tarefa, podem lhe permitir levar a outros aquilo que aprendeu, com humildade, sem arrogância e prepotência.

Se você puder, hoje, procure esquecer os motivos de tristeza e aborrecimentos.

Não fique preso ao passado, tenha-o como um aprendizado.

Os erros cometidos ou os males sofridos podem indicar caminhos que não devam mais ser percorridos.

Se algumas situações lhe trazem tristeza ou aborrecimentos, busque identificar as razões.

Reflita sobre elas. Procure alterar o que lhe for possível.

Não permita que esses sentimentos façam parte de sua vida e tornem sombrio o seu dia.

Se você puder, hoje, escute uma música que lhe pacifique o coração.

Leia uma poesia que lhe transmita sensibilidade.

Inclua em seu dia, um momento de elevação através da arte que possibilite os sentimentos de reconforto e enobrecimento do Espírito.

Se você puder, hoje, dedique um tempo à oração.

Encontre, em seu dia, alguns minutos para se tranquilizar e realizar uma prece.

Louve a Deus por todas as belezas da vida, pela misericórdia e amor recebidos.

Agradeça a Deus por tudo que tem, mesmo as dores e as dificuldades.

Peça a Deus o que entenda importante para seu fortalecimento na jornada terrena.

Se você puder, hoje, pratique discretamente uma boa ação, qualquer que seja, para ajudar alguém.

Faça isso, por ter a convicção de que esse é um dos ensinos de Jesus.

Se você puder, hoje, faça!

Não fique esperando um dia especial ou um momento oportuno.

A construção de uma vida melhor para si próprio e para os outros deve começar hoje.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Doces reencontros.

 




Verdadeiramente, vivemos tempos novos sobre a face da Terra. Tempos em que, a cada dia, nos deparamos com seres especiais reencarnados entre nós.

Não importa a raça, a nacionalidade, o credo religioso ou crença alguma. Eles são especiais. Trazem conceitos espiritualizados a respeito da vida, do mundo, do destino final das criaturas de Deus.

Contou-nos uma amiga que sua filha, na inocência dos seus três anos de idade, certa noite, aconchegou-se na cama, ao seu lado.

Em verdade, toda noite era assim. A menina vinha para sua cama e ali se deitava por alguns minutos, antes de se encaminhar para o próprio berço. Nesses momentos, contou-nos a mãe, era que diálogos sempre interessantes aconteciam.

Alguns que a surpreendiam, sobremaneira. Era como se aquela criança, que trazia o azul do céu em duas joias brilhantes na face, se pusesse a pensar, mergulhando na doçura e na sabedoria de um passado intensamente vivido.

Mamãe, antes de eu nascer eu era anjinho?

A mãe ficou a imaginar como deveria responder. E resolveu adentrar no clima da inocência infantil, concordando.

E antes de você ser mamãe, onde você morava?

Pacientemente, e alongando o diálogo, a mãe respondeu que morava com seus pais, avós da pequena. Enriqueceu com detalhes, dizendo da casa grande, de janelas azuis, o imenso jardim, em outra cidade, bem longe.

Mas, mamãe, e antes de você ser filha do vovô e da vovó, você era anjinho como eu, né?

Acho que sim, foi a resposta breve daquela jovem que ficou a cogitar aonde iria parar aquele raciocínio todo. Então, a garotinha desatou a falar:

Pois é, mamãe, você estava no céu, junto comigo. Aí, você nasceu e eu fiquei lá. Depois, Papai do Céu falou para eu escolher minha mamãe. E eu escolhi você. Viu, agora estamos juntas de novo.

A conversa parou. Os olhos da mãe se transformaram em pérolas de luz e duas lágrimas brilharam, rolando pela face.

Ela estreitou seu tesouro junto ao coração. E enquanto a pequena se acomodava para o sono, ela se pôs a pensar:

Quantos filósofos se detêm anos a estudar os mistérios da vida que nunca morre, da vida que se repete na Terra, no espaço, em outros mundos.

Estudam a doutrina secreta dos hindus, egípcios, gregos para encontrarem essas verdades que, até hoje, muitos homens não admitem, considerando simples tolices.

No entanto, a sua pequerrucha, na extraordinária sabedoria de um Espírito milenar, revestido de carne, ali, descontraída e singelamente, sintetizara a trajetória de dois Espíritos que se amam.

Dois Espíritos que, possivelmente, estabeleceram laços de afeto há milênios e se propuseram a prosseguir na conquista do progresso, assim, lado a lado. Ora como mãe e filha. Ora... quem sabe como?

                                                                *   *   *

O maior Sábio que já visitou a Terra, ensinou: Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?

E olhando para os que estavam sentados à roda de si: Eis aqui, lhes disse, minha mãe e meus irmãos. Porque o que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã e minha mãe.

Estabeleceu ali a grande verdade de que todos somos uma grande e só família: a família universal.

Vamos estreitando laços, estabelecendo pontes de amor e nos reencontrando, aqui, nesta vida; acolá, na Espiritualidade e outra vez mais.

Pensemos nisso: Quantos reencontros estamos tendo nesta vida?

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Problemas desnecessários.

 


Certo dia, uma águia olhou para baixo, do alto do seu ninho, e viu uma coruja.

“Que estranho animal!” - Pensou consigo mesma. “Certamente não se trata de um pássaro.”

Movida pela curiosidade, abriu suas grandes asas e pôs-se a descer voando em círculos.

Ao aproximar-se da coruja, perguntou:

“Quem é você? Como é seu nome?”

“Sou a coruja.” - Respondeu o pobre pássaro, em voz trêmula, tentando se esconder atrás de um galho.

“Como você é ridícula!” - Riu a águia, sempre voando em torno da árvore.

“Só tem olhos e penas! Vamos ver”, acrescentou, pousando num galho, “vamos ver de perto como você é. Deixe-me ouvir sua voz. Se for tão bonita quanto sua cara vou ter que tapar os ouvidos.”

Enquanto isso, a águia tentava, por meio das asas, abrir caminho por entre os galhos para apanhar a coruja.

Porém, um fazendeiro havia colocado, entre os galhos da árvore, diversos ramos cobertos de visgo, e também espalhara visgo nos galhos maiores.

Subitamente, a águia se viu com as asas presas à árvore e, quanto mais lutava para se desvencilhar, mais grudadas ficavam suas penas.

A coruja lhe disse:

“Águia, daqui a pouco o fazendeiro vai chegar, apanhar você e trancá-la numa grande gaiola. Ou talvez a mate para vingar-se pelos cordeiros que comeu.

Você, que passou toda a sua vida no céu, livre de qualquer perigo, tinha alguma necessidade de vir até aqui para caçoar de mim?”

                                                        *   *   *

A fábula nos remete a reflexões em torno de nossa própria forma de ser.

É de nos indagarmos quantas vezes, simplesmente pelo prazer de nos imiscuirmos em questões que não nos dizem respeito, criamos problemas para nós mesmos.

Vejamos, por exemplo, a fofoca. Quando recebemos uma informação e passamos a repeti-la, de boca a ouvido, ou pelas redes sociais, sem nos indagarmos da sua veracidade, podemos criar dificuldades para nós.

A mais simples é de vermos nosso nome mencionado aqui e acolá, com desprezo ou com reservas, pela forma da nossa divulgação.

Afinal, diz-se, que quem de outro fala mal a um amigo, poderá, em breve, igualmente, desse amigo comentar com terceiros.

Consequência mais grave é nos envolvermos em processo que invoque indenização por dano moral daquele de quem passamos adiante acontecimentos, inverídicos ou não.

Ou podemos ser chamados à barra dos tribunais para prestarmos testemunho exatamente do que divulgamos, sem termos sido a fonte original.

Outro exemplo é nos inserirmos em discussões de terceiros, a respeito de assuntos polêmicos e delicados.

Nossos apartes poderão ser tidos como intromissão indevida e poderemos ouvir apontamentos desagradáveis.

Dessa forma, a fim de evitarmos nos emaranharmos, como a águia, ficando prisioneiros das nossas palavras e atitudes, pensemos bem antes de falar e de agir.

Não nos permitamos divulgar apontamentos desairosos sobre quem quer que seja.

O mal não merece divulgação em tempo algum, salvo se for para salvaguardar o bem-estar de pessoas ou instituições.

Meditemos a respeito.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

Doe Sangue