terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Feliz Ano Novo.

Alma amiga e irmã, Feliz Ano Novo.

Amanhece no horizonte, 2020, radiante, exuberante com todo o esplendor que a natureza divina nos presenteia todos os dias, apesar das visões pessimistas de que 2000 não passaria.

O homem é a síntese das suas próprias experiências, autor do seu próprio destino, ser feliz quanto antes ou desventurado por largo tempo depende da sua livre escolha.

A vida são os acontecimentos de cada instante a se desencadearem incessantemente, onde uma ação provoca uma reação correspondente, geradora de novas ações, e assim sucessivamente.

Provação ou expiação objetiva educar ou reeducar, predispondo a criatura ao inevitável crescimento íntimo, na busca da plenitude que as aguarda.

Neste ano vindouro, permita que a ação lenificadora do Amor, na resignação e coragem te converta em exemplo, modelo digno, missionário do bem que torna uma sociedade mais justa e fraterna.

Feliz 2020, feliz início de uma nova tarefa, a lição viva do amor, que te desejamos de todo coração.

São os votos de:
Jornal Mundo Maior.
Márcio Pereira de Souza.
Euclides Luiz Fávaro.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

FELIZ NATAL.

Há em tudo e em todos os seres a presença do amor.
Em um lugar revela-se como ordem, noutro beleza e, sucessivamente, harmonia, renovação, progresso, vida convocando à reflexão.
O amor é o antídoto mais eficaz contra quaisquer males, revela-se no instinto e predomina durante o período da razão, mudando a estrutura dos conteúdos negativos, responsabilizando-se pela plenificação da criatura.
O amor instaura a paz e irradia a confiança, promove a não violência e estabelece a fraternidade que une e solidariza os homens, anulando as distâncias e as suspeitas.
Neste Natal, deixa nascer, na manjedoura do teu coração, o Amor do Cristo Jesus, como uma constante na existência humana, gesto de generosa oferta, rio onde se afogam os sofrimentos.
Sem ele a vida perderia o sentido a significação.
Puro, expressa, ao lado da sabedoria, a mais relevante conquista humana.
Jornal Mundo Maior.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Porque é Natal.

Já é Natal na Terra, Jesus!

E porque é o Teu Natal, busco em Tua luz desfazer as minhas sombras.

Procuro em Tua assistência superar minhas variadas necessidades.

Quero no Teu exemplo de trabalho atender os meus deveres.

Porque é o Teu Natal, anseio por achar na Tua força a coragem de superar os meus limites.

Desejo ver na Tua entrega total a Deus o reforço para minha fidelidade ao bem e, na Tua autodoação à vida, anelo tornar-me um servidor.

No culto do dever que Te trouxe ao mundo, quero honrar o meu trabalho.

No Teu Natal, que esparge claros jorros de amor sobre o planeta, quero abrigar-Te no imo do meu coração convertido numa lapa bem simples, para que possas nascer em mim, crescer em mim e atuar por mim.

E, na magia do Natal, vibro para que minhas ações permitam que o Teu formoso reino logo mais possa alojar-se aqui, no mundo.

E que cheio de júbilo n’alma eu possa dizer que Te amo, que Te busco e que Te quero seguir, apesar da simplicidade dos meus gestos e do pouco que tenho para dar-Te, meu doce Amigo, meu Senhor.

                                                               *   *   *

O Natal é sempre a especial oportunidade de exercitar o amor.

Em nome de um menino, há cores e brilho nas ruas. Pessoas andam apressadas, entrando e saindo das lojas.

A sua preocupação é adquirir um mimo, um presente para os seus amados, para os amigos, para os colegas.

Também para quem nem conhece e resolveu apadrinhar. Um brinquedo para fazer sorrir uma criança.

Um abraço para quem vive só. Um sorriso para quem vive sem amor.

Tudo porque é Natal.

Natal de Jesus. Festa de corações. Momento de paz, de oração, de amor.

Não deixe passar em branco essa data. Participe com sua cota de alegria, de doação e de carinho.

Porque é Natal.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

A arte da convivência conjugal.

É comum se pensar que os casamentos mais sólidos são aqueles que sobrevivem a grandes traumas. Digamos, uma infidelidade conjugal ou uma falência.
Contudo, a verdade é que a duração do matrimônio está na razão direta da arte da convivência conjugal.
Conviver todos os dias, aguentando as pequenas coisas um do outro, por exemplo. Suportar que ele aperte o tubo de pasta de dentes bem no meio, enquanto ela insiste que deva ser bem no finzinho, por uma questão de estética e de economia.
Ou ainda, ele não auxiliar nas tarefas domésticas. Ela ser sensível demais.
Ele ser muito mole com as crianças, permitir tudo. Ela desejar manter a linha dura, investindo na disciplina e na educação dos filhos.
Conviver com as diferenças exige boa vontade diária. Um casal, que convive há catorze anos, confessou que tem diferenças enormes quanto a esporte.
Ela adora ver futebol em casa. Ele adora aventuras. Com uma filha de dez anos, aprenderam a conviver, apoiando um o prazer do outro.
Assim, quando o marido decidiu dar a volta ao mundo velejando, ela o acompanhou pela imaginação, sem sair de casa. Mas não criou obstáculos para ele, nem fez papel de vítima.
Saber aceitar comentários feitos em momentos de pequenas rusgas também contribui para a manutenção da estabilidade conjugal.
Certo marido presenteou a esposa com dez roseiras, que ela teve de plantar sozinha. Durante uma discussão, ela acabou por dizer a ele que odiava aquelas rosas que ele havia comprado. Afinal, elas só serviam para dar trabalho.
Ele não se perturbou. No Natal daquele mesmo ano ele lhe deu mais uma roseira. Ela achou graça, comentando com as amigas:
Quando a gente pensa que eles entenderam o que se falou, descobre-se que nem ouviram.
E continuam a viver juntos, colhendo rosas no seu jardim.
Mas, possivelmente, o mais importante seja recordar os bons momentos. Olhar para o passado, reavivar as chamas dos sentimentos positivos tem a capacidade de reacender o amor.
Um americano conta que ele e a esposa adoram recordar a forma como se conheceram. Ela foi a um restaurante onde ele estava cantando. Ela gostou muito da canção e aplaudiu entusiasmada.
Ele a notou e perguntou: Você é casada?
Não, respondeu. Você cantaria no meu casamento?
A resposta dele foi rápida e sorridente: Eu vou cantar no nosso casamento.
Sete meses depois estavam casados. Estão casados até hoje, passados anos. Continuam felizes.
                                                                              *   *   *
Entre muitos casais, na Terra, o tédio aparece depois que arrefece a paixão e o cotidiano toma conta dos atos.
O tédio azeda a vida em comum. A rotina a destrói.
Tão logo surja na relação conjugal a indiferença, a secura ou o relaxamento, é hora de reagir, antes que o casamento acabe por tolices.
Casamento, ou seja, a união permanente de dois seres, pode ser entendida como uma ligação afetiva que lembra o cérebro e o coração. Para que a vida prossiga, é necessário que haja sintonia entre ambos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A amizade real.

Um homem que amontoara sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversas famílias a se manterem com dignidade.

Sentindo-se envelhecer, chamou o filho para instruí-lo na mesma estrada de bênçãos.

Para começar, pediu ao moço que fosse até o lar de um amigo de muitos anos, a quem destinava determinada quantia mensal.

O jovem viajou alguns quilômetros e encontrou a casa indicada. Esperava encontrar um casebre em ruínas mas o que viu foi uma casa modesta, mas confortável.

Flores alegravam o jardim e perfumavam o ambiente. O amigo de seu pai o recebeu com alegria. Depois de inteligente palestra, serviu-lhe um café gostoso.

Apresentou-lhe os filhos, que se envolviam num halo de saúde e contentamento.

Reparando a fartura, o portador regressou ao lar sem entregar o dinheiro.

Para quê? Aquele homem não era um pedinte. Não parecia ter problemas. E foi isso mesmo que disse ao velho pai, de retorno ao próprio lar.

O pai, contudo, depois de ouvir com calma, retirou mais dinheiro do cofre, dobrou a quantia e disse ao filho:

Você fez muito bem em retornar sem nada entregar. Não sabia que o meu amigo estava com tantos compromissos. Volte à residência dele e entregue-lhe esse valor, em meu nome. De agora em diante, é o que lhe destinarei.

A sua nova situação reclama recursos duplicados.

O rapaz relutou. Aquela pessoa não estava em posição miserável. Seu lar tinha tanto conforto quanto o deles.

Alegro-me em saber, falou o velho pai. Quem socorre o amigo apenas nos dias do infortúnio, pode exercer a piedade que humilha em vez do amor que santifica.

Quem espera o dia do sofrimento para prestar favor, poderá eventualmente encontrar silêncio e morte, perdendo a oportunidade de ser útil.

Não devemos esperar que o irmão de jornada se converta em mendigo a fim de socorrê-lo.

Isto representaria crueldade e dureza de nossa parte.

Todos podem consolar a miséria e partilhar aflições. Raros aprendem a acentuar a alegria dos seres amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e nem inveja no coração.

O amigo verdadeiro sabe fazer tudo isto. Volte pois e atenda ao meu conselho.

Nunca desejei improvisar necessitados em torno da nossa porta e sim criar companheiros para sempre.

Entendendo a preciosa lição, o rapaz foi e cumpriu tudo o que lhe havia determinado seu pai.

                                                             *   *   *

O verdadeiro amigo é aquele que sabe se alegrar com todas as conquistas.

Se ampara na hora da dor e da luta, também sabe sorrir e partilhar alegrias.

O amigo se faz presente nas datas significativas e deixa seu abraço como doação de si próprio ao outro.

Incentiva sempre. Sabe calar e falar no momento oportuno.

Pode estar muito distante, mas sua presença sempre perto.

O verdadeiro amigo é uma bênção dos céus aos seres na Terra.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

A alegria dos outros.

Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe:

Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual, Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação.

Eu sinto um vazio enorme dentro do meu coração. O que me falta, meu amigo?

Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium, mas sinto que ainda falta alguma coisa.

O que me falta, Chico?

O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu:

Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a “alegria dos outros”! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir, distribuir para o próximo...

A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui.

É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a “alegria dos outros”.

                                                              *   *   *

Será que já paramos para refletir que todas as grandes almas que transitaram pela Terra, estiveram intimamente ligadas com algum tipo de doação?

Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses expoentes, missionários que habitaram o planeta?

Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros.

Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos.

Não, essa alegria dos outros, mencionada por Emmanuel, é gerada por aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos importamos com ele.

É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os homens e mulheres de bem.

Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas pequenas e grandes questões da vida.

Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível. Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de consciência por termos feito o bem, de alguma maneira.

É a lei maior de amor, a lei soberana do Universo, que da varanda de nossa consciência exala seu perfume inigualável de felicidade.

Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e exuberante, segredando, ao pé de ouvido: É este o caminho... Continue...

                                                               *   *   *

Sejamos nós os que carreguemos sempre o amor nas mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão sombra nos dias difíceis e escaldantes.

Sejamos nós os que carreguemos o amor nos olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada dos dias de violência atuais.

E lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

19 de Novembro, Dia da Bandeira do Brasil.

Ordem e Progresso.

O lema em nossa Bandeira Nacional é a divisa política do Positivismo. Ou seja, a forma abreviada da frase de autoria do francês Auguste Comte: O amor por princípio e a ordem por base. O progresso por fim.

É a expressão dos ideais republicanos de respeito aos seres humanos, salários dignos, educação e instrução para os cidadãos, melhoramentos para nosso país, em todos os aspectos.

Oferecer a melhor escola para fomentar o progresso intelectual, que deve ser seguido pelo progresso moral.

A expressão foi idealizada por Raimundo Teixeira Mendes e a bandeira pintada pela primeira vez pelo artista Décio Villares.

Ordem e Progresso é uma síntese da lei. Ambas as palavras indicam o cumprimento das leis estabelecidas nos relacionamentos e ocorrências sociais.

Assim, as leis existem como demonstração do progresso da legislação humana, estabelecendo a ordem na vivência nacional.

Mas, se desejarmos olhar além das leis humanas, que são mutáveis, e adentrarmos pelo campo das leis divinas, verificaremos como o lema nacional enfeixa todas elas.

Se examinarmos as leis divinas de reprodução e de igualdade, constataremos a presença da Ordem que respeita a gestação e não provoca o aborto.

A Ordem que permite o nascimento de um novo cidadão, para o Progresso de si mesmo e contribuindo para o progresso geral.

A igualdade que atesta que todas as criaturas são iguais perante Deus, sem privilégios ou preferências está estabelecida na Ordem e no Progresso que preside aos relacionamentos.

Ordem e Progresso estão presentes no devido uso da liberdade, que não é absoluta, mas relativa. Liberdade de ir e vir, de expressar suas opiniões, de viver sob as luzes do Cruzeiro do Sul, em harmonia e paz.

Por outro lado, a lei de trabalho é a própria expressão da Ordem e do Progresso. Pelo trabalho, os cidadãos asseguram seu sustento, adquirem seus bens, sustentam seus filhos, contribuem para o progresso da nação.

As relações interpessoais são reguladas pela lei de sociedade. O homem foi criado para viver em sociedade e, auxiliando-se mutuamente, conjugam ainda e sempre a lei do progresso.

A própria lei de destruição, entendida como transformação, também se enquadra perfeitamente no lema, pois tudo se transforma no transcorrer dos dias, os seres orgânicos, a paisagem, os locais.

A lei de conservação e as leis de amor, justiça e caridade, traduzem por si mesmas o pleno entendimento da Ordem e Progresso. E, claro, o dever moral de autoaprimoramento completa o quadro, ao lado da lei natural que estabelece o equilíbrio do Universo.

Notável perceber isso! A inspiradíssima frase resume a lei.

Se a observássemos não teríamos tantos equívocos sociais. As leis divinas são imutáveis, as humanas vão sofrendo alterações conforme o amadurecimento da mentalidade, mas são leis que devemos observar e respeitar.

Ordem significa respeito, dignidade, solidariedade e as virtudes em geral, inclusive trabalho, que se desdobram fatalmente no Progresso para todos.

Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Ordem e Progresso,
 de Orson Peter Carrara

terça-feira, 12 de novembro de 2019

A porta mais larga do mundo.

Conta-se que um dia um homem parou na frente de um pequeno bar, tirou do bolso uma fita métrica, mediu a porta e falou em voz alta: Dois metros de altura por oitenta centímetros de largura.

Admirado mediu-a de novo.

Como se duvidasse das medidas que obteve, mediu-a pela  terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes.

Curiosas, as pessoas que por ali passavam começaram a parar.

Voltando-se para os curiosos o homem exclamou, visivelmente impressionado:

Parece mentira! Esta porta mede apenas dois metros de altura e oitenta centímetros de largura,  no entanto, por ela passou todo o meu dinheiro,  meu carro, o pão dos meus filhos; passaram os meus móveis, a minha casa.

E não foram só os bens materiais. Por ela também passou a minha saúde, passaram as esperanças da minha esposa, passou toda a felicidade do meu lar...

Passou também a minha dignidade, a minha honra, os meus sonhos, meus planos...

Sim, senhores, todos os meus planos de construir uma família feliz, passaram por esta porta, dia após dia... Gole por gole.

Hoje eu não tenho mais nada... Nem família, nem saúde, nem esperança.

Mas quando passo pela frente desta porta, ainda ouço o chamado daquela que é a responsável pela minha desgraça...

Ela ainda me chama insistentemente: “Só mais um trago! Só hoje! Uma dose, apenas!”

Ainda escuto suas sugestões em tom de zombaria: “Você bebe socialmente, lembra?”

Sim, essa era a senha. Essa era a isca. Esse era o engodo.

E mais uma vez eu caía na armadilha dizendo comigo mesmo: “Quando eu quiser, eu paro.”

Isso é o que muita gente pensa, mas só pensa...

Eu comecei com um cálice. Hoje, a bebida me dominou por completo.

Sou um trapo humano. Por isso é que eu lhes digo, senhores: esta porta é a porta mais larga do mundo! Ela tem enganado muita gente...

Por esta porta, que pode ser chamada de porta do vício, de aparência tão estreita, pode passar tudo o que se tem de mais caro na vida.

Hoje eu sei dos malefícios do álcool, mas muita gente ainda não sabe. Ou finge não saber, para não admitir que está sob o jugo da bebida.

E o que é pior, têm esse veneno, destruidor de vidas, dentro do próprio lar, à disposição dos filhos.

Se os senhores soubessem o inferno que é ter a vida destruída pelo vício, certamente passariam longe dele e protegeriam sua família contra suas ameaças.

Visivelmente amargurado, aquele homem se afastou, a passos lentos, deixando a cada uma das pessoas que o ouviram, motivos de profundas reflexões.

                                                                         *   *   *

Segundo o Ministério da Saúde, o álcool é a droga mais usada pelos jovens no Brasil.

De acordo com dados da pesquisa nacional de saúde escolar, divulgada pelo IBGE, em 2016, cinquenta e cinco por cento dos alunos entre treze e catorze anos, já experimentaram bebida alcoólica.

E o pior é que o álcool é a porta principal de acesso às demais drogas.

Nisso tudo, ainda existe a influência da televisão e do cinema nos hábitos de crianças e adolescentes. Isso foi comprovado por pesquisadores da Escola de Medicina de Dartmouth, nos Estados Unidos.

Por todas essa razões, vale a pena orientar nosso filho para que não seja mais um a aumentar essas tristes estatísticas.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Jesus e Família.

O Evangelho de Jesus é um excelente tratado de psicoterapia que, utilizado com o indispensável critério, consegue oferecer saúde integral ao ser humano. Todos os seus ensinamentos  e postulados são exarados em seguro conhecimento da natureza e das necessidades que dizem respeito às criaturas. Quanto mais penetrado e repensado, sua aplicação no dia a dia constitui recurso valioso que se transforma em terapia preventiva para muitos males, assim como curadora para as dores e aflições,  já instaladas.

-Que  essa fonte de luz, orvalhando bençãos desde há mais de  dois mil anos, possa dessedentar todos aqueles que, em se lhe aproximando sorvam a benção preciosa que os clarificará por dentro, apontando-lhes o rumo para a plenitude pelos caminhos do amor e do serviço ao próximo.

Não adie mais o encontro de tua família com Jesus. Faze-o quanto antes, porque mais tarde provavelmente será tarde demais. Apresenta-o àqueles a quem amas, de forma sutil, agradável, convidando-os à reflexão, e lentamente deixa-O tomar conta dos corações, verificando que somente através da sua proposta a vida no lar pode tornar-se realmente feliz.

Jesus é vida, e vida em abundância !!
Tua família é tua vida, sem dúvida, por isso mesmo, aproxima-a de Jesus permitindo-lhes absorver a sua sabedoria e a sua paz.

Os teus são compromissos com a decisão feliz de servir a Jesus e seguir-lhe o exemplo quanto te seja possível, não desfaleças e insiste, confia em Deus, e conduze-te com equilíbrio em todos os momentos da existência terrena, a fim de que, no momento da morte,  estejas preparado para sobreviver em plenitude, constatando que a tua foi a decisão certa.

Redação Jornal Mundo Maior.
No Livro:- Fonte de luz.
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Pétalas arrancadas.

A menina pequena começou a perceber o jardim de sua casa.

Encantou-se com uma flor de cor vermelha – bougainville.

Ainda no colo, pediu ao pai para chegar mais perto. Desejava ver com as mãos e sentir seu perfume.

Ao puxar um pequeno galho colorido, a maioria das pétalas se desprendeu acidentalmente. Estavam agora na palma da mão pequenina.

Havia deixado o ramo da planta escarlate quase sem vestes. A criança se assustou. O galho retornou velozmente para trás.

Olhou para o pai como que dizendo: Não pretendia machucá-la...

Logo após fez um gesto inusitado. Esticou o bracinho, segurando na mão as pétalas soltas que ainda guardava e buscou novamente as flores que haviam permanecido no galho.

Ela queria devolver o que havia retirado da flor, agora semidesnuda.

O pai ficou sem ação. Seu primeiro impulso foi dizer que não era possível, no entanto, aceitou o desejo da filha e deixou que ela ajeitasse delicadamente as partes arrancadas junto às que ainda se mantinham no arbusto.

Enfim, a menina deu a situação por resolvida. O pai, porém, não. Ficou com as pétalas arrancadas no pensamento.

                                                                            *   *   *

É possível devolver uma pétala para uma flor?

Os botânicos certamente dirão e provarão que não. Uma vez retiradas, não voltam mais. Não há como colar, costurar ou provocar qualquer espécie de regeneração.

Assim como o tempo; assim como as palavras que proferimos; assim com os atos. Não há como desfazer o que foi feito, o que foi dito, o que passou.

Ferimos alguém profundamente e pedimos desculpas. Será que somos nós tentando devolver pétalas arrancadas?

Assim, voltemos à questão original: é possível devolver uma pétala para uma flor?

Tudo nos leva a aceitar o não como a resposta mais razoável, ou a única plausível. Resposta triste.

Porém, se a ingenuidade e pureza infantis acreditaram ser possível, quem sabe possamos acreditar tornar possível, mas de uma forma diferente.

E se decidíssemos cuidar daquela árvore de uma maneira especial, olhando-a todos os dias, assim como o Pequeno Príncipe um dia cuidou de sua rosa?

Estarmos atentos ao que ela precise e não deixar que lhe falte alguma coisa. Vamos nos ocupar do solo, mantendo-o fértil.

Conversarmos sempre, dizer o quanto está bela, acompanhar seu crescimento e lá estarmos, emocionados, quando finalmente, novas pétalas nascerem no lugar das faltantes.

Quem sabe será nossa forma de devolver...

E se não pudermos restituir exatamente aquela flor por alguma razão, poderíamos cumprir nossa missão da mesma forma, com outras. Entendendo que nossa dívida é com a natureza como um todo.

                                                                            *   *   *

O homem sofre sempre a consequência de suas faltas. Não há uma só infração à Lei de Deus que fique sem a correspondente punição.

Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe concede a esperança. Mas, não basta o simples pesar do mal causado.

É necessária a reparação, pelo que o culpado se vê submetido a novas provas em que pode, sempre por sua livre vontade, praticar o bem, reparando o mal que haja feito.

A sua felicidade ou a sua desgraça dependem da vontade que tenha de praticar o bem.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Preservando nosso lar.

Há algumas décadas o desmatamento se tornou um grave problema para nosso planeta.

Agradável é vermos notícias de que em vários lugares, pessoas se preocupam com a nossa casa planetária e criam fórmulas para o reflorestamento.

A Tailândia encontrou uma maneira peculiar de recuperar as áreas desmatadas.

O país asiático inovou, utilizando aviões militares para bombardear suas florestas. Um bombardeio nada destrutivo.

Os aviões levam sementes de árvores locais, junto com uma mistura de argila, terra e composto, o que facilita a sua germinação.

Essas sementes estão totalmente preparadas para se tornarem árvores gigantes.

O projeto, iniciado em 2016, deverá se estender por cinco anos, segundo o governo tailandês. Uma ação efetiva, perseverante.

O autor da ideia foi o japonês Masanubo Fukuoka. A técnica foi aperfeiçoada, a partir de seu plano inicial, permitindo que devolvamos à natureza o que tiramos dela.

Com esse método, a estimativa é de que quase um milhão de árvores possam ser plantadas diariamente.

Uma estratégia. Um plano que semeia esperança para um planeta espoliado, uma terra exaurida pela excessiva exploração pelo seu habitante mais ilustre: o homem.

O homem que está se dando conta de que se não zelar pela mãe Terra, logo mais não terá mais um lar, um abrigo, um mundo para viver.

Para alguns de nós, pode ser que tudo pareça utopia e que, afinal, a Terra não caminha para nenhum desastre ecológico.

Sobretudo, aqueles que vivemos em locais em que água, luz, comida em abundância se fazem presentes.

No entanto, todos os dias, as tempestades que assolam determinadas comunidades, o clima que parece ter enlouquecido nos dizem que criamos muitos problemas para nosso lar e nos cabe, com urgência, tentar ajustar tudo que seja possível.

Os alertas estão sendo dados, de forma constante, pela mãe Terra. Frio intenso em locais jamais antes invadidos por temperaturas tão baixas.

Calor excessivo em outras localidades...

Preservar e resguardar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta, assegurando a nossa própria.

Todo esforço deve ser empreendido em proteger os recursos naturais, pois o solo é a fonte de onde provêm os recursos necessários à nossa vida.

Todo exagero que lesa a natureza é fruto do egoísmo e ambição desmedidos.

Está na hora de ouvirmos as exortações que nos assinalam que devemos, cada qual, nos contentar com o necessário, sem desejar demais, sem usurpar, sem forçar, sem agredir a Terra.

Para viver precisamos do ar, da água, do alimento generoso. Não permitamos que nossa ganância polua a atmosfera, destrua as matas e espolie a terra.

E nossa parte pode ser feita, onde estivermos, na cidade ou no campo.

Afinal, quem não pode plantar uma árvore ou auxiliar a proteger as existentes?

Quem não pode participar do descarte consciente, colaborando com a coleta seletiva evitando que o problema do lixo se multiplique?

Quem não pode começar agora, com ações simples a colaborar, evitando desperdício de água, de energia elétrica?

E, pensando na educação dos nossos filhos, não somente lhes falar mas exemplificar, a cada dia, a toda hora.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Saudações a uma professora.

Foi pelos meados do século XX que o presidente do Tribunal de Sessões Especiais da cidade de Nova York foi expor as suas ideias sobre o tratamento aos criminosos primários.

Era uma conferência perante magistrados do Estado do Missouri e, em certo momento, ele afirmou que sua atitude, em relação à delinquência entre os jovens se originara de um tratamento inteligente e afetuoso que lhe dispensara uma de suas mestras.

Ele não lhe mencionou o nome. Mas, terminada a reunião o juiz presidente da Corte Suprema do Missouri se aproximou e lhe perguntou se ele se referira à Srta. Varner.

E continuou: Você verificará que alguns dos juízes aqui reunidos foram profundamente influenciados por ela.

Nada menos de quatro juízes vieram manifestar-se a respeito.

Um dos juristas mais respeitados da América, o juiz Laurance Hyde, lhe disse:

Ela foi uma professora maravilhosa.

Ensinava seus alunos a não se contentarem em aprender apenas o que estivesse no livro. Mas interrogassem o autor, que contestassem suas afirmativas, que procurassem conhecer melhor o assunto.

Assim, se descobria o prazer de aprender.

E ele que acreditara que somente para si ela fora a conselheira particular, que o guiara através do curso secundário. Depois, através do curso superior, até se formar em Direito.

Dava-se conta, agora, que essa mulher admirável como professora, vice-diretora e diretora, exercera a mesma influência sobre centenas de alunos que passaram por aquela escola.

E cada um deles a considerava a sua conselheira particular.

Generais, motoristas de táxi, fazendeiros, magistrados, cientistas, almirantes, senadores todos foram beneficiários do afeto e da sua dedicação.

Ela exerceu a sua influência sobre centenas de destinos.

Quando, na escola, havia um menino que todos os demais professores julgavam um indisciplinado incorrigível, ela afirmava: Não existe semelhante coisa.

E se encarregava do caso. Tratava o adolescente com tal amor e compreensão que a transformação se operava.

O próprio chefe de polícia, mais de uma vez, levou à sua presença mocinhos acusados de prática de ilegalidades.

Eram atos sem grandes consequências, mas, ainda assim, contrários à lei.

Ela conversava com eles, e eles nunca mais se metiam em encrencas.

Calla Edington Varner, uma professora que fez a diferença. Como faz falta, nos dias em que vivemos, professores dessa qualidade.

Professores que tenham em mente seus deveres cívicos e lembrem que numa democracia todos importam.

E que cada um pode fazer a grande diferença, operando mudanças pequenas ou expressivas onde se encontre.

Com certeza, professores assim existem. E a esses, a nossa grande e especial homenagem.

Sobretudo os votos de que não esmoreçam, mesmo ante a indiferença de muitos, ou até observações desestimuladoras de que não vale o investimento.

Também nosso apelo aos que temos filhos na escola para que nos demos conta do esforço de heróis assim especiais, que se dedicam muito além do dever.

Heróis silenciosos nas salas de aula, horas e horas. Heróis dedicados em seus lares, preparando aulas, estudando, pesquisando.

Heróis que ensinam, que iluminam mentes, que alimentam corações com sua presença afetuosa e esclarecedora.
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Comece por você.

Para quem tem olhos de ver, em toda parte ensinamentos se fazem presentes.

No túmulo de um bispo anglicano, que está na cripta da Abadia de Westminster, na praça do Parlamento, em Londres, pode-se ler o seguinte:

Quando eu era jovem, livre, e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o mundo.

À medida que me tornei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não ia mudar. Reduzi, então, meu campo de visão e resolvi mudar apenas meu país.

Mas acabei achando que isso, também, eu era incapaz de mudar.

Envelhecendo, numa última e desesperada tentativa, decidi mudar apenas minha família, os mais próximos, mas, ai de mim, eles não estavam mais ali.

Agora, no meu leito de morte, de repente percebo: se eu tivesse primeiro me empenhado apenas em mudar a mim mesmo, pelo meu exemplo eu teria mudado minha família.

Com a inspiração da família e encorajado por ela, teria sido capaz de melhorar meu país e, quem sabe, poderia até ter mudado o mundo.

                                                                  *   *   *

Quase sempre, pensamos e agimos exatamente assim. É comum lermos um trecho do Evangelho e logo pensarmos como aquelas frases seriam muito importantes para alguém da nossa família.

Quando ouvimos uma palestra edificante, que concita ao bem, logo nos vem à mente o pensamento de que seria muito bom se determinada pessoa estivesse ali para ouvir.

Isso faria muito bem para ela! É o que dizemos para nós mesmos.

Como esta informação a poderia modificar, mudar sua forma de agir!

Quando estamos vinculados a uma determinada religião, o pensamento não é diferente.

Ficamos a desejar que nossos parentes, nossos amigos, colegas professem a mesma crença, comunguem dos mesmos ideais.

Por vezes, chegamos a nos tornar um pouco inconvenientes, ou talvez até em demasia, mandando recados, frases escolhidas para os amigos.

Tudo nesse intuito de que eles as leiam, as absorvam e coloquem em prática.

São frases que se referem aos bons costumes, à ética, à moral e quem as recebe, com certeza, pensará também: Seria muito bom que o remetente colocasse em prática essas fórmulas. Ele precisa disso.

Por isso é que o mundo ainda não é esse local especial que tanto ansiamos: um oásis de compreensão, com aragem de paz e fontes cantantes de fraternidade.

Porque cada um de nós deseja, pensa, anseia por mudar o outro. Por fazer que o outro se revista de compreensão, de polidez.

Contudo, o Modelo e Guia da Humanidade estabeleceu que cada um deve dar conta da sua própria administração.

Administração da sua vida, dos seus deveres, da sua missão.

O mundo é a somatória de todos nós, das ações de todos os homens.

Cabe-nos pois a inadiável decisão de nos propormos à própria melhoria.

E hoje, hoje é o melhor dia para isso. Nem amanhã, nem depois.

Hoje. Comecemos a pensar em que poderemos nos melhorar.

Quem sabe, um gesto de gentileza? Que tal um bom dia? Um obrigado, um sorriso?

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

O preço de uma vida.

Quando, em nosso país, tantas vozes se erguem na defesa da eliminação da vida, uma pausa para reflexão se faz devida.

Quanto vale uma vida? Será que, por não ser ainda alguém que contribui para a sociedade, por não ter voz suficientemente alta para se defender, o embrião ou o feto merece a morte?

O que pretendemos com tal posicionamento?

Recordamos que na China, entre 1979 e 1980, entrou em vigor a lei de um único filho.

Isso motivou o crescimento do número de crianças abandonadas ao nascer. Sobretudo meninas. Também o infanticídio e o consequente envelhecimento da nação.

Em outubro de 2015, passou a ser permitido o segundo filho.

A jornalista Xinran, hoje radicada em Londres, conta uma de suas experiências dolorosas, do ano de 1990.

Era uma manhã de inverno. Ao passar por um banheiro público, uma multidão ruidosa estava rodeando uma sacola de roupas, entregue ao vento da estrada.

A jornalista se aproximou e recolheu a trouxinha: era uma menina de apenas alguns dias.

Estava azul de tão gelada e o pequeno nariz tremia.

Ninguém ajudou Xinran. Ninguém moveu um dedo para salvar a criança.

Ela a levou ao hospital, pagou pelos primeiros socorros mas ninguém ali estava com pressa de salvar aquela recém-nascida.

Somente quando Xinran apanhou seu gravador e começou a relatar o que via, um médico parou e levou o bebê para a emergência.

Uma enfermeira disse: Perdoe-nos a frieza. Há bebês abandonados demais. Ajudamos mais de dez, mas depois ninguém queria se responsabilizar pelo futuro deles.

A vida se tornou ali tão banal, a sorte das meninas recém-nascidas é tão incerta que se prefere deixá-las morrer.

Será que é algo assim que desejamos para nosso país? Que a vida em formação se torne de importância nenhuma, de forma a que possa ser eliminada, em pleno florescer?

Pensemos nisso.

Em nosso país, se desconhece o número de abortamentos praticados. São milhares de brasileiros que nunca chegarão a ver a luz do sol.

Logo mais, poderemos ter leis que dirão quem pode ou não continuar vivo.

Um idoso que somente onera a sua família merecerá continuar a viver?

E um portador de anomalia grave ou deficiência mental?

Quem está desempregado, quem não contribui eficazmente para a sociedade!?

Para onde caminharemos?

Manifestemo-nos. Digamos aos nossos representantes que somos cristãos e prezamos a vida, que nos é dada por Deus, não competindo ao homem destruí-la, por livre deliberação.

Felizmente, para a pequenina chinesa, a voz da jornalista soou forte. Ela transmitiu a história em seu programa de rádio.

As linhas telefônicas foram tomadas por chamadas de ouvintes. Alguns muito zangados pela sua atitude de salvar uma vida. Outros, solidários.

Três meses depois, a menininha foi entregue à sua nova família: uma professora e um advogado. E ganhou um nome: Better, que, em inglês, significa A melhor.

                                                                     *   *   *

Recordemos que um dia, nós mesmos, frágeis, pequeninos, aconchegamo-nos em um útero, rogando a um coração de mulher por vida e por amor.

E se hoje estamos escrevendo, lendo ou ouvindo este texto é porque nos foi permitido nascer.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

A lição da árvore.

Um homem bom, que amava a natureza, plantou a mudinha em um dia pleno de sol. Ela brotou exuberante e cheia de vida, feliz, espreguiçando os braços, alongando-os dia a dia.
De início, quase ninguém reparou naquele projeto de árvore que crescia e se cobria de folhas, agitando-as ao vento brando que as tocava.
Finalmente, ela se tornou uma árvore robusta, os ramos viraram galhos fortes e ela adquiriu a maioridade vegetal.
Nos dias de sol forte, as pessoas se acolhiam debaixo de sua fronde, enquanto aguardavam a condução que as levariam aos seus destinos. As crianças aproveitavam para se pendurar em seus braços, balançando-se de cá para lá.
E todos foram se acostumando com aquela presença amiga e silenciosa que dava sombra, que suportava as pessoas que se encostavam em seu tronco, que aguentava as crianças subindo e descendo, e se pendurando em seus galhos.
Contudo, numa noite de tristeza, um homem descontente com as folhas que caíam no outono e as flores da primavera que atapetavam o chão, resolveu cortar a árvore.
Ele não queria o trabalho de recolher as folhas mortas, nem de varrer as flores que coloriam a relva e formavam interessantes arabescos.
Quando o dia despertou, o que se via eram os galhos cortados, amontoados na calçada e um pedaço de tronco erguendo-se nu, quase envergonhado.
As crianças lamentaram, os adultos questionaram quem teria executado tal maldade.
E o tronco lá ficou, liso, em pé, sem proteção alguma, aguentando o frio das noites invernosas e o calor das tardes. Também a chuva, o vento.
E todos pensaram que a árvore morreria de tristeza e de dor por tanta crueldade. Ela dera tudo de si, doara-se sem reservas.
Que recebera em troca senão uma sentença de morte?
Entretanto, os dias rolaram, emendando na semana que se enroscou no mês e os meses na estação seguinte.
Então, a árvore corajosa resolveu brotar novamente. E pequenas folhas verdes apareceram no topo do tronco e nas laterais.
Folhas tenras, anunciando o retorno à vida. A árvore esqueceu os maus tratos, a tentativa de morte e num gesto de autêntico perdão, se dispôs a reviver.
                                                             *   *   *
O grande Olavo Bilac, ao se referir às velhas árvores, escreveu, um dia:
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem.
Parafraseando o poeta, dizemos que bom seria que aprendêssemos com as árvores a lição do perdão, ofertando a quem nos fere a outra face, a da doação.
Bom seria que, decepados pela calúnia e pela maldade, nos erguêssemos, ofertando flores e frutos em abundância.
Pensemos nisso: perdão é gesto de quem não agasalha mágoas, nem alimenta rancor. É gesto de quem vive liberto porque não se permite a prisão da dor da revolta pela injustiça.
Nem se deixa infelicitar pela infelicidade e inveja dos maus. Vive plenamente, produz todo o bem que possa e releva os atos indignos, próprios de quem vive prisioneiro de sua própria pequenez.
Sejamos pois, como a árvore amiga, retribuindo o mal com o bem e nos importando muito mais com quem nos ama do que com quem nos despreza.
Valorizemos o amor. Valorizemos o bem.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Sempre é tempo de ajudar.

É bastante comum o comportamento da maioria das pessoas que viajam de avião.

Mal adentram a aeronave, procuram o seu assento, de forma rápida cumprimentam os ocupantes vizinhos e logo colocam os fones de ouvido, tomam de um jornal, revista ou livro e passam o resto da viagem ignorando a presença de todos.

A última coisa que desejam é dividir o espaço com alguém tagarela que tente invadir a sua privacidade.

Esse comportamento pode, no entanto, nos privar da oportunidade de manter contatos profissionais, de fazer novos amigos ou mesmo perder algo muito valioso como uma vida humana.

Allen Van Meter, um homem simpático e alegre, com sua facilidade de fazer amigos, não era do tipo de ficar mudo ao lado de alguém.

Foi assim que, ao sentar-se, ele olhou para quem ocupava o assento ao seu lado, naquele dia.

De imediato, perguntou: Sem querer incomodar, mas que papel é esse em suas mãos?

Janet não se fez de rogada. Explicou que aquele era o diagrama de um rim. Disse que sua irmã fizera um transplante, mas seu corpo rejeitara o órgão, exigindo que ela passasse a tomar diversos remédios.

O problema é que esses medicamentos estavam danificando ambos os rins.

Ela precisava com urgência de substituição do órgão ou poderia morrer a qualquer momento.

Allen ouviu com tristeza. Ele viajava, naquele dia, por problemas familiares. Seu sobrinho, de apenas vinte e cinco anos, sofrera dano cerebral irreversível.

A família desejava doar os órgãos. Ele tomou a decisão. Pediu para utilizar o telefone do avião, contatou o hospital onde se encontrava o corpo do seu sobrinho para a remoção dos aparelhos e retirada dos órgãos.

Desejava saber da possibilidade de uma doação direta, ou seja, a família indicar a pessoa para receber o órgão.

Foram muitos telefonemas, para um e outro hospital. Os passageiros do avião ficaram sabendo, aos poucos, o que estava acontecendo e passaram a prestar atenção ao que ocorria.

Não houve quem não vibrasse por um desfecho exitoso.

As equipes dos dois hospitais começaram a se falar, para descobrir o tipo de sangue de ambos, doador e receptora. Depois, foi providenciado o transporte da irmã de Janet para o outro hospital.

Naquela mesma noite, ela recebeu o transplante. Durante a cirurgia, os médicos descobriram que a artéria principal que alimentava seu rim estava quase totalmente bloqueada.

Caso não tivesse recebido com urgência o novo órgão, poderia ter morrido.

                                                                *   *   *

Quem poderia imaginar que uma simples indagação pudesse levar a um desfecho tão excelente?

Por vezes, o que nos basta é olharmos para o lado para descobrir o quanto bem se pode proporcionar.

E, reflexionarmos a respeito dos estranhos caminhos da Providência Divina.

Quiçá, algum dia, descubramos as tantas fórmulas de atendimento de Deus aos Seus filhos.

Um jovem partiu. Outra pessoa, graças ao desprendimento de uma família, teve a sua vida prolongada.

Coisas de Deus. Coisas do amor.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Sonho de consumo.

Um cantor popular estava em turnê e, num bate-papo com o público, ouviu de uma fã a declaração: Você é o meu sonho de consumo.

Isso nos faz refletir sobre o valor que damos a pessoas e objetos. Coisas são consumidas, não pessoas. Mas, aparentemente, o consumo também começa a imperar entre as relações interpessoais.

O consumo advém da necessidade de satisfazer um desejo. Empresas especializadas estudam formas de plantar na população o desejo por determinados produtos. Criam estratégias de marketing para convencê-las de que devem adquirir roupas, automóveis, celulares e equipamentos.

Também as convencem de que devem ir a determinados lugares, fumar e beber determinadas marcas quando, na verdade, elas não precisam de nada disso.

Quem precisa delas são os fabricantes, que produzem e obtêm lucro com a venda de seus produtos.

Alguns são realmente necessários, considerados de primeira necessidade. Mas há dos que são absolutamente supérfluos, que somente são vendidos por conta de uma ilusão cuidadosamente criada e de uma forte campanha de comercialização.

Uma vez adquirido o objeto, o público é convencido de que precisa de algo melhor, mais novo, mais caro. E assim o ciclo de consumismo se mantém.

Com pessoas vem ocorrendo algo semelhante.

Começa-se com a aparência. É preciso ter uma configuração corporal de acordo com padrões específicos para ser aceito e desejável: cabelos de determinada cor, textura e comprimento, cor de olhos e de pele dentro de parâmetros considerados belos, corpo com determinadas medidas.

Mas quem cria essas configurações? Quem decide o que é belo?

Indivíduos e corporações lucram alimentando a infelicidade e a insatisfação das pessoas consigo mesmas. Oferecem a elas soluções para resolver problemas que antes não eram problemas. Passaram a ser depois de cuidadosas campanhas que trocam o ser pelo ter e o aparentar.

Use nosso produto - dizem elas - mude sua aparência e seja feliz.

Mas não é isso que traz a felicidade. Felicidade é algo que resulta da realização da pessoa como ser humano, que faz a vida valer a pena.

Para os que vivem em zonas de guerra, felicidade é conquistar a paz.

Para os que vivem em hospitais, aguardando tratamento e cura, felicidade é ter saúde.

Para os que perderam a esperança, felicidade é receber ajuda e poder confiar novamente na bondade e na justiça humanas.

Para os que creem na justiça das aflições, felicidade é constatar que o sofrimento diminui quando se compreende suas causas.

Para os que acreditam na pluralidade das existências e seguem as Leis Divinas, felicidade é perdoar e ser perdoado, viver em paz num mundo de amor, sem orgulho e egoísmo.

Para os materialistas, felicidade é ter dinheiro e poder. Sonham com conquistas pautadas em ilusões que, uma vez atingidas, deixam um vazio que precisa ser preenchido com mais aquisições.

Quando compreendermos que a felicidade está associada ao amor e à bondade, e não à posse de objetos ou pessoas, não teremos mais sonhos de consumo, mas sim sonhos de vida.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

A verdade.

Muito se fala sobre a verdade. Dizem que a verdade sempre aparece, mais cedo ou mais tarde. Nada pode deter a sua marcha, no tempo.

No entanto, alguns de nós, por vezes ficamos a pensar que ela deveria ser mais ágil. Afinal, conhecemos na História da Humanidade, quantas vezes ela foi ofuscada por interesses de poderosos de toda sorte.

Conta-se que quando foi coroado rei da Pérsia, Dario mandou dar uma grande festa para todos os seus súditos, espalhados em cento e vinte e sete províncias.

Terminada a festa, adormeceu, mas foi despertado pelas vozes alteradas de três rapazes que discutiam acerca do que seria a coisa mais forte do mundo.

Em vez de admoestá-los, ficou a escutá-los.

Decidiram que cada um escreveria uma frase dizendo o que era a coisa mais forte e submeteriam ao rei o julgamento.

E assim foi feito. As frases foram entregues ao soberano que, oportunamente, realizou uma convocação de nobres e conselheiros, na sala dos julgamentos.

Foi lida a primeira frase: O vinho é o mais forte.

Aquele que a escrevera, considerou que o vinho tem muita força. Tanta que pode transformar em tolos os homens mais grandiosos.

O rei poderoso e a criança ignorante se igualam sob sua força. Coloca nuvens na memória e torna discussões sem valor porque tudo cai no esquecimento.

A segunda frase dizia: O rei é o mais forte.

A justificativa do autor foi de que o rei tudo manda e é obedecido. Envia soldados para a guerra, condena pessoas à morte ou lhes concede o perdão.

Todos os súditos lhe devem obediência e ele faz o que lhe agrada. É apenas um homem, mas por ele os soldados cruzam montanhas, derrubam muralhas, atacam torres e depois de conquistado o país, lhe trazem o espólio.

A terceira frase afirmava: A verdade é mais forte que todas as coisas.

A defesa da tese foi ardorosa. Disse o jovem:

O rei pode ser perverso, o vinho é perverso. Os homens podem ser maus. Todos eles perecerão. Mas a verdade é eterna.

É sempre forte. Nunca morre. Tampouco é derrotada. Faz o que é justo. Não pode ser corrompida.

Não necessita do respeito das pessoas para existir. É grandiosa e soberana sobre todas as coisas.

E Dario julgou que o terceiro jovem era o mais sábio.

O jovem se chamava Zorobabel. Era um judeu e foi líder do seu povo, na época de seu retorno a Jerusalém do exílio na Babilônia.

Foi um dos reconstrutores do templo em Jerusalém.

                                                                  *   *   *

A verdade sempre predomina. A verdade cresce à medida que o ser se desenvolve.

Ela se faz profunda, é sempre atual e enfrenta a razão em todas as épocas com os equipamentos da lógica e da realidade.

A verdade é pão que nutre, medicamento que cura, guia que conduz com equilíbrio.

Jamais fica desconhecida, por maiores sejam os obstáculos que se lhe anteponham.

Escapa a qualquer controle, por ser soberana, e, mesmo quando aparentemente morta, renasce.

Ninguém tem o direito de ocultar a verdade, qual se fosse uma luz que devesse ficar escondida. Onde se encontre, irradia claridade e calor.

Façamos a nossa parte.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Isto é amor ao próximo.

Existem notícias tristes, que amarguram, que nos falam de um mundo ainda bastante problemático.

No entanto, em meio a essas, existem outras que nos emocionam pela atitude de pessoas que dão exemplos raros de amor ao próximo.

Soubemos de uma americana que doou mais de dois mil litros de leite materno para alimentar centenas de bebês.

Elisabeth Anderson Sierra vive no Estado de Oregon, nos Estados Unidos. Ela possui a Síndrome da Hiper lactação, o que a faz produzir mais de seis litros de leite por dia.

Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, Elisabeth disse que percebeu que produzia mais leite que o normal em sua primeira gravidez.

Mas foi na segunda que a quantidade aumentou consideravelmente.

Sua filha Sophia, de seis meses, consome em média 800ml. Por isso, Elisabeth decidiu doar o excedente.

Isso lhe requer várias horas ao dia, considerando que cinco delas fica com a bomba de sucção nos seios. Depois, ela ainda precisa embalar, etiquetar e colocar todo o leite coletado no freezer.

Afirma que nos últimos dois anos, não teve um dia de folga! Mesmo porque é mãe de duas crianças. Uma verdadeira heroína.

O leite doado serve para amamentar bebês cujas mães não podem fazê-lo, por estarem tomando determinados medicamentos. Ou por terem tido câncer de mama.

Também faz doações a casais homo afetivos. O restante vai para um banco de leite, localizado na Califórnia.

Quando lhe perguntaram como se sente nessa doação constante, respondeu:

Sinto que faço parte da humanidade. Eu encorajaria outras mães a fazerem o mesmo. O leite materno é ouro líquido, jamais deve ser desperdiçado.

*   *   *

Sinto que faço parte da humanidade.

Esta frase é de alto significado. Todos somos uma única e enorme família: a Humanidade.

Seria importante que assim nos sentíssemos todos. Porque, afinal, família se auxilia mutuamente, um socorre o outro na adversidade, um toma conta do outro.

Família está atenta às necessidades comuns e se mostra disposta a colaborar, a encontrar soluções para problemas que se apresentam.

Cultivando a solidariedade, poderemos, em breve, ter um mundo muito melhor.

Um mundo em que colaboremos mais uns com os outros, em que nos preocupemos com o bem-estar de todos.

Um mundo em que o verbo amar será conjugado diariamente, vinte e quatro horas do dia.

Amar é doar-se, é dar-se.

É uma atividade prazerosa que felicita a quem ama e a quem é amado, que pode ser alguém bem próximo ou a milhas de distância. Mas, que poderá receber a nossa vibração ou a nossa doação material.

E a Sabedoria Divina é tão magnânima nesses exemplos, que nos concede um retorno mais que especial para incentivar a multiplicação dos nossos gestos de amor.

Vivenciemos esse amor. Amar é experiência que nos plenifica, nos faz felizes. O melhor do amor não é ser amado. É amar.

Doar-se em benefício do próximo não tem preço.

Quanto mais desapego e amor, mais alegria e felicidade.

 Redação do Momento Espírita.
( Elizabeth S. Anderson, nascida em 5 de dezembro de 1959, é uma professora universitária de Filosofia estadunidense. Especialista em estudos sobre as mulheres e filosofia política e moral, leciona na Universidade de Michigan.)

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Ação de paz.

A paz é um dos tesouros mais desejados nos dias atuais. Muito se tem investido para se conseguir um pouco desse bem tão precioso.

Mas, será que nós, individualmente, temos feito investimentos efetivos visando tal conquista?

O que geralmente ocorre é que temos investido nossos esforços na direção contrária, e de maneira imprópria.

É muito comum se desejar a paz e buscá-la por caminhos tortos, que acabam nos distanciando dela ainda mais.

O Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreveu, certa feita, uma mensagem que intitulou Ação de paz:

"Aflição condensada é semelhante à bomba de estopim curto, pronta a explodir a qualquer contato esfogueante.

Indispensável saber preservar a tranquilidade própria, de modo a sermos úteis na extinção dessa ou daquela dificuldade.

Decerto que, para cooperar no estabelecimento da paz, não nos seria lícito interpretar a calma por inércia.

Paciência é a compreensão que age sem barulho, em apoio da segurança geral.

Refletindo com acerto, recebe a hora de crise sem qualquer ideia de violência, porque a violência sempre induz ao estrangulamento da oportunidade de auxiliar.

Diante de qualquer informação desastrosa, busca revestir-te com a serenidade possível para que não te transformes num problema, pesando no problema que a vida te pede resolver.

Não afogues o pensamento nas nuvens do pessimismo, mentalizando ocorrências infelizes que, provavelmente, jamais aparecerão.

Evita julgar pessoas e situações em sentido negativo para que o arrependimento não te corroa as forças do Espírito.

Se te encontras diante de um caso de agressão, não respondas com outra agressão, a fim de que a intemperança mental não te precipite na vala da delinquência.

Pacifica a própria sensibilidade, para que a razão te oriente os impulsos.

Se conservas o hábito de orar, recorre à prece nos instantes difíceis, mas se não possuis essa bênção, medita suficientemente antes de falar ou de agir.

Os impactos emocionais, em qualquer parte, surgem na estrada de todos; guarda, por isso, a fé em Deus e em ti mesmo, de maneira a que não te afastes da paz interior, a fim de que nas horas sombrias da existência possa a tua paz converter-se em abençoada luz."

As palavras lúcidas de Emmanuel nos sugerem profundas reflexões em torno da nossa ação diária.

Importante que, na busca pela paz, não venhamos a ser causadores de desordem e violência.

Criando um ambiente de paz na própria intimidade, poderemos colaborar numa ação efetiva para que a paz reine em nosso lar, primeiramente, e, depois possa se estender mundo afora.

Se uma pessoa estiver permanentemente em ação de paz, o mundo à sua volta se beneficiará com essa atitude.

E se a paz mundial ainda não é realidade em nosso planeta, façamos paz em nosso mundo íntimo. Essa atitude só depende de uma única decisão: a nossa.

                                                                    *   *    *

A nossa paz interior é capaz de neutralizar o ódio de muitas criaturas.

Se mantivermos acesa a chama da paz em nossa intimidade, então podemos acreditar que a paz mundial está bem próxima.

Porque, na verdade, a paz do mundo começa no íntimo de cada um de nós.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

A mais improvável lição de amor.

O que é o amor? Alguém escreveu que o amor é como uma flor no deserto. Nasce, aparece, cresce, amadurece e transforma em oásis qualquer lugar hostil, áspero e cruel.

É comum, no entanto, em noticiários que divulgam crimes passionais, ouvirmos que quem matou o fez por amor.

Terá o amor esse viés de agressividade, de maldade, ao ponto de perseguir, agredir, acabar com a vida de quem dizemos amar?

Será esse o sentido do amor? O amor que se registra como posse e se não puder ser nosso, ninguém mais o terá?

O Mestre de Nazaré nos instituiu como lei máxima a do amor. Amor a Deus, o Criador, e ao nosso próximo.

Detalhou ainda que deveríamos amar a nós mesmos. Eis uma regra especial, algo que nos deve levar a reflexionar com profundidade: quem deseja algo ruim para si mesmo?

Não desejamos para nós somente o melhor, o bom, o agradável?

Talvez, alguns de nós, tenhamos uma ideia distorcida do que seja o amor.

Como aquele jovem presidiário que conta que seu padrasto costumava lhe bater com extensões elétricas, cabides, pedaços de pau, o que tivesse à mão.

E toda vez que assim o agredia, repetia: Isso dói mais em mim do que em você. Faço isso porque amo você.

Foi assim que ele cresceu com a falsa ideia de que o amor tinha de fazer mal. E passou a medir a extensão desse sentimento exatamente pela dor que alguém poderia sofrer.

Por isso, aos que dizia amar, ele magoava, machucava. Andando pela viela dos desacertos, acabou preso e condenado à prisão perpétua.

Segundo ele, pena merecida por ter cometido um terrível crime. Um duplo assassinato: de uma mulher e de uma criança.

Foi no ambiente da prisão que ele entendeu o que era e o que não era amor. O que via ali era maldade, crueldade, desespero, desesperança. Seria mesmo isso o amor?

E a lição chegou de uma forma totalmente improvável.

Foi uma mulher, Agnes, quem lhe ensinou o que era o verdadeiro amor. Ela tinha razões para odiá-lo porque era a mãe e avó das suas vítimas.

Contudo, ela o foi visitar na prisão e viu naquele jovem o ser humano sofrido, marcado por traumas, desorientado, perdido e lhe ofereceu amor. Aquele amor que compreende, que apoia, que perdoa.

O amor que salva, que ergue um novo edifício em meio aos escombros de uma vida marcada pela violência.

Um amor que transforma, que leva a criatura a refletir sobre o que fez e lhe indica rumos novos, para os anos que ainda tem à frente.

                                                                        *   *   *

O amor é o olhar de Deus!

O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração: é o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da bondade.

É a manifestação na alma de uma força que nos eleva acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres.

O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as criaturas. Deus é o seu foco.

Assim como o sol se projeta sobre todas as coisas e aquece a natureza inteira, assim também o amor divino vivifica todas as almas.

Deus é amor. E como somos Seus filhos, fomos criados para amar.

Amemos. A nós mesmos, ao nosso semelhante. Amemos.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 10 de agosto de 2019

Feliz Dia dos Pais.

Todos os que fomos acalentados pelo amor paterno, com certeza, recordamos nosso velho com saudade. Particularmente, quando nós mesmos nos tornamos pais, as lembranças acodem aos atropelos.

Na acústica da alma, ainda ouvimos os passos firmes nas noites de trovoadas, a conferir em sua ronda, janelas, trancas, cortinas, o sono da criançada.

Se fechamos os olhos, podemos sentir o deslizar da sua mão levemente pelo nosso rosto e o puxar cuidadoso do cobertor.

Vemos sua silhueta se perdendo na penumbra e ouvimos o último abrir e fechar da geladeira.

Recordamos da criança que fomos e que ficava à espera da sua volta do trabalho. Aqueles que tivemos pais cujo trabalho exigia muitos dias fora do lar, podemos sentir outra vez o coração aos atropelos, lembrando o som do carro dele, chegando, na madrugada.

Será que lembrou de trazer um presente? Será que a sua barba está por fazer e vai espetar o nosso rosto?

Recordamos o passeio dos fins de semana, do presente de aniversário, da ceia de Natal. Até das broncas após as nossas malandragens.

Igualmente lembramos dos carinhos à chegada de nosso boletim, a alegria após passar de ano. A comemoração em família pelas nossas vitórias: Fundamental, Ensino Médio, Vestibular, Faculdade.

E quando chegamos à adolescência? Quantos cuidados! Quem são os seus companheiros? Com quem você vai sair? Aonde vai?

Não fume. Não beba. Não exceda a velocidade. Respeite os sinais de trânsito.

É hora de chegar? Não falei para chegar antes da meia-noite?

Filho, respeite os mais velhos. Faça um carinho nos seus avós. Quando, afinal, vai se decidir a trabalhar?

Garoto, vou lhe cortar a mesada.

Olhando as rugas estampadas no rosto de nosso pai, somos tomados de carinho e nos curvamos diante dele. Quantos anos vividos no calor do lar paterno. Quantas lições!

Lições que hoje repassamos para os nossos próprios filhos e, sem nos darmos conta, vamos repetindo os mesmos gestos dele. Daquele que há sessenta, setenta anos renasceu e um dia se tornou nosso pai.

Olhamos nossos filhos e lembrando de como a generosidade de nosso pai, os seus cuidados nos fizeram bem ao caráter, nos esmeramos no atendimento aos nossos próprios rebentos.

Por tudo isso, outra vez, é que a nossa gratidão cresce no peito e explode em uma grande manifestação de afeto. E, como se nosso pai fosse uma criança pequena, abraçamos o velho e o embalamos em nossos braços, com a mesma canção de ninar que um dia ele embalou a nossa infância.

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As mensagens repassadas às crianças calam profundamente em suas almas. Embora o tempo, a distância, as circunstâncias mais adversas, tudo o que as aninhou e animou nos anos infantis repercute pela vida afora.

Eis porque a infância tem um caráter de primordial importância ao ser humano. É nesse período de repouso para o Espírito, que se prepara para as lutas do mundo, que o ser se abastece de energias, vigor, valores reais que são, em verdade, as únicas heranças autênticas que os pais legam aos filhos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Aprender a conviver.

Os quatro pilares para a educação são conceitos de fundamento dessa arte, baseados no relatório elaborado para a UNESCO pela Comissão Internacional para o século XXI, coordenada por Jacques Delors.

A equipe, composta por mais de quatorze especialistas de renome, provenientes de várias regiões do mundo, atuantes em diferentes campos culturais e profissionais, teve a incumbência de refletir sobre a educação e a aprendizagem no século XXI.

Em 1993, o documento foi apresentado e pode ser resumido em quatro grandes propostas: Aprender a fazer, Aprender a conhecer, Aprender a conviver e Aprender a ser.

Tomamos, então, como centro de nossas reflexões momentâneas a proposição do Aprender a conviver.

Esse domínio de aprendizagem consiste num dos maiores desafios para os educadores, pois atua no campo das atitudes e valores.

O documento se utiliza de um termo bastante inspirador: a descoberta progressiva do outro.

Podemos estranhar, num primeiro instante, falar em descoberta do outro, se o outro sempre esteve em cena, isto é, desde o princípio da Criação, lidamos com a presença de um próximo.

No entanto, o termo descoberta vai mais fundo do que a simples constatação de que há alguém no mundo além de nós mesmos.

Descobrir o outro significa partilhar com ele o mundo, a vida, as oportunidades.

Descobrir o outro é perceber a importância do próximo em nosso contexto de existência. Saber que não fazemos nada sozinhos e que a vida precisa ser muito mais colaborativa do que competitiva.

A competição ainda é força motivadora, sem dúvida, no estado de Humanidade em que nos encontramos.

Porém, com o tempo e maturidade, perceberemos que a colaboração é potência mais grandiosa ainda.

Assim, descobrir o outro significa pensar em comunidade e não apenas em unidade. O mundo não gira ao nosso redor, mas todos giramos juntos com o mundo.

Essa sempre foi a proposta cristã. Estava no Amai-vos uns aos outros como eu vos amei; e também no Não vos chamo mais servos, mas vos chamo irmãos.

Jesus amou as diferenças. Conviveu com os diferentes e valorizou a função de cada um no todo.

As diferenças nos educam, o diferente nos faz abrir a mente e o coração, enquanto o igual pode nos acomodar.

Conviver com quem pensa como nós, com quem tem os mesmos valores, pode parecer atrativo e suficiente. Engano nosso.

Conviver com o pensamento oposto, com a ideia que se choca é construir em nós um senso de igualdade, a verdadeira igualdade.

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Estamos na Terra para aprender a conviver.

Há virtudes que só desenvolvemos no contato com o outro. A maioria delas, em verdade.

Na convivência nos burilamos, na convivência nos fortalecemos.

Por mais decepcionantes que certas companhias por vezes possam ser, elas estão em nosso viver por razões muito valiosas e precisas. Observemos, convivamos, conheçamos e nos autoconheçamos.

Aprender a conviver é mecanismo fundamental da nossa educação como Espíritos em desenvolvimento.
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 30 de julho de 2019

Ensaios de amor.


Ela era uma velhinha que morava sozinha, em uma grande casa. Não tinha amigos porque, ao longo dos anos, ela os vira morrer, um a um.

Seu coração era um poço de saudade e de perdas. Por isso, ela decidira que nunca mais se ligaria afetivamente a ninguém.

E, para se lembrar que um dia tivera amigos, passara a chamar as coisas pelos nomes dos amigos que haviam morrido.

Sua cama se chamava Belinha. Era grande, sólida e confortável. Mesmo depois que ela se fosse, Belinha continuaria a existir.

A poltrona confortável da sala de visitas se chamava Frida. Haveria de durar muitos anos mais.

A casa se chamava glória. Tinha sido construída há mais de cem anos, mas não aparentava mais que vinte. Era feita de madeira muito forte, vigorosa.

E o carro, grande, espaçoso se chamava Beto. “haveria de servir”, pensava a velhinha, “para alguém, depois de sua morte.”

E assim vivia a velhinha solitária.

Certo dia, quando estava lavando a lama de Beto, um cachorrinho chegou no portão. O portão não tinha nome, porque ela achava que ele logo teria que ser substituído. Suas dobradiças estavam enferrujadas e a madeira apodrecida.

O animalzinho parecia estar com fome e ela tirou um pedaço de presunto da geladeira e o deu ao cão, mandando-o embora.

Porém, no dia seguinte, ele voltou. E no outro e no outro. Todos os dias, ele vinha, abanava o rabo e ela o alimentava, mandando-o embora.

Ela dizia que Belinha não comportava um adulto e um cachorro, que Frida não gostava que cães sentassem nela e glória não tolerava pelo de cachorro.

E Beto? Bom, esse fazia os cachorros passarem mal.

Um ano depois, o animal estava grande, bonito. E tudo continuava do mesmo jeito. Até que um dia ele não apareceu.

Ela ficou sentada na escada, esperando. No dia seguinte, também. Nada.

Resolveu telefonar para o canil da cidade e perguntar se eles tinham visto um cachorro marrom. Descobriu que eles tinham dezenas de cachorros marrons.

Quando perguntaram se ele estava usando coleira com o nome, ela se deu conta que nunca dera um nome para ele.

Sentou-se e ficou pensando no cachorro marrom que não tinha coleira com um nome. Onde quer que estivesse, ninguém saberia que ele tinha de vir todos os dias até seu portão para que ela lhe desse de comer.

Tomou uma decisão. Dirigiu Beto até o canil e falou para o encarregado que queria procurar o seu cachorro.

Quando ele lhe perguntou o nome do cachorro, ela se lembrou dos nomes de todos os amigos queridos aos quais havia sobrevivido.

Viu seus rostos sorridentes, lembrou-se de seus nomes e pensou em como fora abençoada por ter conhecido esses amigos.

“Sou uma velha sortuda”, pensou.

“O nome do meu cachorro é Sortudo”, disse.

E gritou, ao ver os cães no grande quintal: “aqui, Sortudo!”

Ao som da sua voz, o cachorro marrom veio correndo. Daquele dia em diante, Sortudo morou com a velhinha.

Beto parece que gostou de transportar o cachorro. Frida não se incomodou que ele sentasse nela. Glória não ligou para os pelos do cachorro.

E todas as noites Belinha faz questão de se esticar bem para que nela possam se acomodar um cachorro marrom Sortudo...e a velhinha que lhe deu o nome.

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Não temamos nos afeiçoar às pessoas. Ninguém consegue viver sem amor, sem amigos, sem ninguém.

Não nos enclausuremos em solidão, nem percamos a oportunidade extraordinária de amar.

Amemos a quem nos rodeia. Também à natureza e os animais, recordando que tudo é obra do excelente pai que nos criou.

terça-feira, 23 de julho de 2019

Arma poderosa.

O sábio Lavoisier afirmou que no mundo nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Isso aprendemos na escola e é exato.

O que temos observado, contudo, é que atualmente, as transformações estão sendo cada vez mais rápidas.

Recordam-nos os autores espirituais que, para construir a floresta, a natureza demora séculos sobre séculos, partindo das sementes simples até à grandiosidade das sequoias e a resistência do carvalho.

Para destruí-la basta a chispa de fogo, muitas vezes consequência do descuido e do descaso humanos.

Para construir um avião, equipe de técnicos primorosamente escolhidos associa os prodígios da inteligência, agindo em conjunto.

Todos os detalhes são pensados e revistos, na busca pela segurança e arrojo tecnológico.

Para destruir uma aeronave, é suficiente um erro de cálculo.

Para a edificação de uma cidade os homens empregam anos e anos de sacrifício. Constroem a escola, o hospital, os jardins, as casas. Cada detalhe é examinado e projetado para melhor servir às necessidades humanas.

Para destruí-la, suficiente se faz uma bomba.

Para construir são precisos amor e trabalho, estudo e competência, compreensão e serenidade, disciplina e devotamento.

Para destruir são suficientes golpes de martelo, um artefato explosivo, um fósforo esquecido.

Assim também acontece com a reputação de uma pessoa, que é resultado de anos de esforço e dedicação, em que demonstra, paulatinamente, seus valores e competência, seja no âmbito científico, social, religioso.

É o trabalho continuado que atesta a capacidade do trabalhador.

No entanto, o poder vigoroso de uma língua mal intencionada tem a capacidade de denegrir a imagem de pessoas íntegras e instituições nobres.

Tudo começa como um rastilho de pólvora, para estourar adiante, arrojando por terra anos de renúncias, dedicação, assistência.

Muito oportuno se meditássemos um pouco sobre essa arma mortal, que é a nossa língua, direcionando sua utilização para o bem, o bom, o belo.

Usar a língua de forma apropriada, construindo, é também demonstração de sabedoria.

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Você sabia que certa vez um califa prendeu um de seus maiores inimigos?

Desejando dar um fim ao desafeto, pediu a opinião de seu melhor ministro.

O servidor, exemplificando como se pode utilizar as palavras com harmonia, argumentou:

Príncipe, se o matares, terás feito o que outros fazem. Se o perdoares, serás único.

Falar, edificando, é sinal dos que admitem Jesus como Mestre e O seguem.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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