terça-feira, 3 de setembro de 2024

Ser livre.


O que é ser livre? Alguns podem dizer que ser livre é não estar atado, é não estar preso a nada. Ser livre é fazer o que se quer, a hora que se quer. Em verdade, alguns dos nossos conceitos, assim como nós mesmos, precisam amadurecer. 

Imannuel Kant, um dos principais pensadores do Iluminismo, trata a liberdade de uma forma mais profunda. Resumidamente, a conclusão a que ele chega é de que a pessoa só é livre quando faz o que não quer.

Parece-nos estranho, pois nos soa justamente como o contrário do que entendemos por liberdade. No entanto, o que ele quer dizer é que, quando fazemos apenas aquilo que queremos, somos, na maioria das vezes, escravos do desejo, das convenções. E estamos afastados do dever.

O dever nos leva àquilo que precisamos fazer. Para esse pensador, liberdade é agir segundo as leis. Se levarmos esse conceito para a esfera das leis universais, para as leis divinas, perceberemos que ele é perfeito.

Somente mediante a responsabilidade, o homem se liberta, sem se tornar indecente ou insensato. A sociedade, que fala em nome das pessoas de sucesso, estabelece que a liberdade é o direito de fazer o que cada qual quer, sem dar-se conta de que essa liberação da vontade termina por interditar o direito dos outros.

Se cada indivíduo agir conforme achar melhor, considerando-se liberado, essa atitude trabalha em favor da anarquia, responsável por desmandos sem limites.

Dessa forma, entendemos que a verdadeira liberdade tem muito mais a ver com nossa própria autonomia, com nossa autoconquista, do que simplesmente com o fazer o que queremos.

Examinando essa problemática, Jesus sintetizou os meios de conseguir a autêntica liberdade, na busca da verdade, única opção para tornar o homem realmente livre.

Conhecereis a verdade e ela vos libertará.

A verdade que é de Deus. Não a verdade conveniente de cada um, que é a forma doentia de projetar a própria sombra, de impor a nossa imagem, de submeter a vontade alheia à nossa.

Deus está dentro de nós. Necessário imergir na sua busca diariamente. Conhecer a verdade, conhecer as leis maiores da vida e ganhar uma liberdade jamais antes sonhada.

Esse é o nosso mastro, onde nos ataremos com segurança, enfrentando os obstáculos, enfrentando a liquidez e as incertezas do mundo material.

Essa busca pela liberdade autêntica nos levará a uma vida mais plena e significativa.

Sentiremos que somos, verdadeiramente, senhores de nossas ações, permitindo-nos escolher o que é certo, justo, sem considerar desejos passageiros ou pressões de terceiros.

Conquistemos nossa ampla liberdade.

Redação do Momento Espírita.
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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Êxito.


ÊXITO.
Que este e-mail lhe encontre bem e que você tenha uma próspera semana.  No Correio de hoje, proponho uma reflexão vital sobre ÊXITO.

 Vamos começar com um exercício de imaginação. Imagine que você tenha o sonho de correr uma maratona. Porém, você não faz treinos de corrida, de fortalecimento muscular e não cuida da sua alimentação. Você vai conseguir correr a maratona sem treino? Não, certo?

 Agora imagine outra situação:- Imagine que você queira atrair alguém para se relacionar afetivamente, alguém que seja uma pessoa culta, inteligente, com um bom repertório cultural. Mas você nunca pega um livro na mão, você nunca foi a um museu e você acha que tudo isso é uma perda de tempo.

Você vai conseguir atrair a pessoa desejada para um relacionamento? É claro que não, concorda?

Em nossa vida, alcançar o êxito que nós buscamos funciona da mesma forma. É necessário desenvolver as habilidades e ações que nos permitam atrair aquilo que desejamos. Afinal, o maior erro que você pode cometer ao perseguir os seus objetivos é achar que as coisas vão acontecer sem antes você trabalhar em si mesmo. 

 É como se você dissesse para a vida: primeiro eu vou correr a maratona e depois fazer os treinos de corrida. Não é assim que funciona. Portanto, o segredo para ter êxito e alcançar os seus objetivos na vida é este:- "Primeiro você se torna, depois você conquista." 
E como fazer isso na prática?
Aqui estão 3 recomendações que vão te ajudar a se tornar uma pessoa melhor para que você esteja cada vez mais perto dos seus objetivos. 👇
1️⃣ Entenda qual é o seu parâmetro de êxito em cada área da vida. Você precisa entender qual é a realidade que deseja co-criar para então persegui-la com clareza. 
2️⃣ Entenda quem você precisa ser. Quais comportamentos e hábitos você precisa ter para vivenciar a vida dos seus sonhos? O que precisa mudar em relação à sua mentalidade, círculo de relacionamentos e características pessoais?
3️⃣ Primeiro se aperfeiçoe, depois co-crie a vida dos seus sonhos. Primeiro você se torna, depois você atrai. Essa é a lógica da vida.
E veja bem: não importa a sua idade, a sua condição ou o seu momento de vida atual. Sempre é possível aperfeiçoar a si mesmo e lapidar a obra-prima que você é. Nunca é tarde demais.
Faz sentido para você?  Tenha uma excelente semana.
Um grande abraço,
Haroldo Dutra Dias, Saulo e Equipe Odisseia.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Quando seremos civilizados.


Conta-se a respeito de um estrangeiro que, certa vez, entrou numa estação de metrô em Estocolmo, na Suécia. Ele notou que havia, entre muitas catracas comuns, uma de passagem grátis e livre.

Curioso, questionou à vendedora de bilhetes o porquê daquela catraca permanentemente liberada, sem nenhum segurança por perto. Ela explicou, com naturalidade, que aquela era destinada às pessoas que, por qualquer motivo, não tivessem dinheiro para o bilhete da passagem.

Com sua mente incrédula, estranhando a resposta, não conteve a pergunta que para ele parecia óbvia: E se a pessoa tiver dinheiro, mas simplesmente não quiser pagar? A vendedora espremeu os olhos límpidos e azuis, num sorriso de pureza constrangedora, e respondeu, objetiva: Mas, por que ela faria isso?

Atônito, o estrangeiro pagou o bilhete e passou pela catraca comum, seguido de uma multidão que também havia realizado o mesmo procedimento que ele. A catraca livre continuou vazia.
                                                               *    *    *
A honestidade é um valor libertador para um povo. É condição fundamental para que seja considerado civilizado. Indagados os Espíritos superiores a respeito dos sinais pelos quais podemos reconhecer uma civilização completa, responderam:

Vós a reconhecereis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens.

Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram, e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã.

Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que percorreram a primeira fase da civilização. Fica evidente que estamos construindo uma civilização na Terra. Somos apenas povo esclarecido, na grande maioria.

A corrupção, a desonestidade, ainda desonram nossas sociedades. São vícios morais graves que nos têm trazido consequências desastrosas.

Queixamo-nos de nossos líderes afirmando que são incapazes, egoístas e inescrupulosos. Porém, esquecemos que são apenas amostra do povo que os elege, que os têm como representantes.

A conquista da civilização completa se dá dentro de cada um de nós, quando, individualmente, assumimos uma nova postura.

Se o outro não mudou, a responsabilidade e as consequências são dele. Se aguardarmos a transformação do outro para realizar a nossa, nunca sairemos do estágio moral onde ainda nos encontramos.

Como nação, seremos civilizados, quando cada um de nós, como indivíduo, assim se tornar.

Agir de acordo com o bem comum e não apenas em função do que é melhor para nós; respeitar os limites do nosso próximo e enxergá-lo como irmão de caminhada, são passos iniciais na construção dessa civilização plena por todos sonhada.

Construamos um ser civilizado em nós; depois, através do exemplo, edifiquemos uma família civilizada; essa família honrada, por sua vez, influenciará mais um tanto de pessoas que desfrutam de sua convivência salutar; e assim por diante, até regenerar o mundo todo.

O mundo se transforma, quando nós somos a transformação que desejamos ver nele.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

O erro.



Quem é que nunca fez nada de errado? Naturalmente, todos nós, algumas vezes na vida, cometemos erros, seja intencionalmente ou não. O erro faz parte do aprendizado.

Por trás de todo erro está a ignorância, o orgulho, ou o egoísmo. O ignorante erra por desconhecer, o orgulhoso por se julgar mais importante do que as demais pessoas e o egoísta por pensar somente em si.

O que caracteriza o erro não são os padrões sociais ou as diretrizes éticas estabelecidas, mas sim suas consequências sobre o indivíduo e a sociedade. O que torna algum gesto desacertado são os seus efeitos malignos.

Erramos quando nossos atos ferem alguém. Quando invadimos o direito à felicidade do próximo. Quando destruímos, ao invés de construir. Numa palavra, erramos sempre que geramos sofrimento para os outros ou para nós mesmos. Por estar vinculado ao sofrimento, vemos que o erro não é um bom negócio.

Entretanto, se formos sábios, saberemos tirar frutos dele. De uma forma muito especial, Deus sempre cuida para que, dos nossos equívocos, tiremos algo de bom. Isto acontece por meio da Lei de Causa e Efeito, que faz com que todo o bem, como todo o mal realizado retorne ao seu realizador.

No campo dos sofrimentos isto se chama expiação. Mas para tornar o processo menos penoso, podemos recorrer ao arrependimento e à reparação. Arrepender-se é, portanto, o primeiro passo na correção de um desatino.

Existem pessoas que só se arrependem dos seus erros quando estão colhendo as consequências. Quanto mais demoramos a nos arrepender, mais sofremos.

O arrependimento deve provocar um desejo de reparação, que consiste em fazer o bem a quem se havia feito mal. Mas nem todas as faltas implicam em prejuízos diretos e efetivos. Quer dizer, nem sempre teremos de expiar, ou sofrer.

Nesses casos, a reparação se opera fazendo-se o que deveria e foi negligenciado. Cumprindo deveres desprezados, missões não preenchidas. Quem tem sido orgulhoso, buscará tornar-se humilde. O rude procurará ser amável. O ocioso passará a ser útil e o egoísta, caridoso.

Costuma-se dizer que errar é humano. Nós poderíamos inverter o raciocínio dizendo que corrigir erros é que é humano, pois o homem não pode desprezar a sua fantástica capacidade de racionalização ao persistir em atitudes que somente o infelicitam.

Reconhece-se, então, o homem de bem pela capacidade com que ele substitui seus defeitos por virtudes superiores. Você sabia que os efeitos dos nossos atos se estendem, muitas vezes, para além da existência atual? Isso explica os sofrimentos atuais, cujas causas não se encontram no presente.

Várias vezes estamos recebendo hoje os efeitos de nossos atos de vidas passadas. Você sabia que nenhum Espírito atinge a perfeição, sem antes reparar os erros do seu caminho evolutivo? Por isso, hoje é o dia de fazer o melhor!
Redação do Momento Espírita.                                                                                                                      www.momento.com.br   

terça-feira, 13 de agosto de 2024

O desafio do relacionamento.


Segundo orientação do nobre Espírito Joanna de Ângelis, o desafio do relacionamento é um gigantesco convite ao amor, a fim de alcançar a plenitude existencial.

Realmente, os relacionamentos nos são um grande desafio. A cada novo dia, mesmo com aqueles com quem há anos convivemos, sempre se mostram desafiadores.

Isso porque somos expostos a diversas e diferentes situações; porque vamos mudando com o tempo; porque a convivência vai sofrendo a influência dos anos.

Somente nos furtaremos a isso se optarmos por viver em solidão, em isolamento, se nos apartarmos do mundo.

No entanto, se os relacionamentos sociais nos constituem desafios, são, igualmente, um convite para o amor. Como todo convite, pode ou não ser aceito.

Dessa forma, se os relacionamentos são inevitáveis em nossa vida em sociedade, aprendermos a amar através deles, é uma questão de opção.

Podemos conviver com alguém sem que isso, em essência, nos faça amá-lo. Poderemos simplesmente ter um relacionamento de cortesia e tudo o mais que a boa educação estabeleça.

Nada além disso. A gentileza, a delicadeza por uma simples questão de urbanidade serão exercidas.

Para amar a alguém, é necessário aceitar esse convite desafiador de nos propormos a enfrentar e a vencer os obstáculos que naturalmente todo relacionamento apresenta.

Há pessoas que vivem mal humoradas, que são implicantes com tudo e com todos. A mínima contradição as faz perder o equilíbrio, e se exaltam. Podem mesmo agredir, com palavras, com gestos.

Para com essas, nada melhor do que uma boa dose de paciência, de calma para nos ajudar no exercício de aprender a amá-las.

Existem outras que são arrogantes, até mesmo prepotentes perante todas as situações. Sabem tudo, são sempre melhores, não aceitam ideias que não estejam de acordo com sua forma de pensar e agir.

Essas acabam nos exigindo humildade, compreensão e tolerância para bem conviver.

Há ainda aquelas que se apresentam pessimistas, derrotistas ou mesmo depressivas, em tudo o que fazem na vida.

Acabam nos exigindo o bom humor, o otimismo, a alegria e a gratidão como tônica de convívio.

A cada pessoa que encontramos em nosso caminho, um novo desafio.

Porém, se os que cruzam nossas vidas nos desafiam, também nos oferecem oportunidades de aprendizado.

O exercício das virtudes que a convivência com eles nos exige talvez não acontecesse, se não estivessem ao nosso lado.

E não importa se não conquistamos ainda as virtudes que nos são exigidas. Iremos aprendendo enquanto trilhamos os mesmos caminhos.

O importante é perceber que cada um que se aproxima de nós apresenta o convite da vida para o bom relacionamento, para a convivência saudável.

Dessa forma, a cada virtude que conquistamos em nossa intimidade, vamos ampliando nossa capacidade de amar.

Porque o amor é feito de pequenas virtudes. Como um mosaico multicolorido, vai desenhando dentro de nós a capacidade de nos amarmos e de amarmos ao nosso próximo.

Afinal, o amor, conforme nos ensinou Jesus, deve ser a meta maior da nossa existência. 

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 6 de agosto de 2024

O equilíbrio da saúde.


É comum, em relação à questão da saúde, vivermos, quase sempre, procurando combater a doença, haja vista o número de remédios, farmácias, hospitais equipados com alta tecnologia para diagnóstico e tratamento, planos de saúde.

Por esses meios buscamos a libertação de nossos males. No entanto, continuamos doentes e mais ansiosos em nos vermos livres das doenças.

Novas doenças aparecem a cada dia, doenças milenares ressurgem com toda a força. Tudo isso acontece num momento em que a medicina conta com recursos avançadíssimos de diagnóstico e tratamento. Por que isso acontece?

Em uma abordagem profunda, querer se livrar da doença não significa a mesma coisa que buscar a saúde.

Desenvolver a saúde requer um movimento do indivíduo em direção a ela. Não é possível nos livrarmos da doença de fora para dentro.

Muito menos, através de uma atitude de ansiedade e inquietação no sentido de arrancá-la de nós, por meio de recursos externos.

Arrancá-la só nos trará um alívio temporário para que, posteriormente, possamos agir de outra maneira.

A causa das doenças, tanto as mentais quanto as físicas, está no Espírito doente que ainda somos, comprometidos com a ignorância e a ilusão, a rebeldia e a violência, o egoísmo e a negação do dever.

Todos esses fatores são geradores de sofrimentos, de enfermidades e dores.

O ser, então, sem a ética necessária ou o sentimento de superior eleição, atira-se nos cipoais dos conflitos que geram a desarmonia das defesas orgânicas.

Essas, então, cedem à invasão de micróbios e vírus que lhes destroem a imunidade, instalando-se, insaciáveis, devoradores.

Certamente, as terapias convencionais ajudam na recuperação da saúde, na sua relativa manutenção.

Todavia, somente os fatores internos que respondem pelo comportamento emocional e social podem criar as condições permanentes de bem-estar, erradicando as causas penosas e promovendo o equilíbrio estrutural do ser.

Encobrir uma ferida não impede que ela permaneça decompondo a área, na qual se encontra instalada.

Jesus sintetizou no amor a força poderosa para a anulação das causas infelizes do sofrimento e para a sua compensação pelo bem.

Na fé, a canalização de todas as possibilidades psíquicas alterando a ação das forças habituais.

A fé tudo pode, pois aciona inexplorados mecanismos íntimos do homem, geradores de forças não utilizadas, modificando por completo a paisagem interna e, posteriormente, a paisagem externa do ser.

É na transformação moral do indivíduo para melhor e na ação da caridade que a cura se processa e o sofrimento se dilui, cedendo lugar à paz e ao equilíbrio psicofísico.

Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 30 de julho de 2024

O Poder do afeto.


A falta de tato para resolver conflitos e tratar de assuntos com pessoas que têm ideias opostas tem sido responsável por muitos desentendimentos e dissabores nos relacionamentos.

Por vezes, um problema que poderia ser facilmente resolvido, cria sérios rompimentos por causa da falta de jeito dos antagonistas.

O afeto, usado com sabedoria, é uma ferramenta poderosa, mas pouco usada pela maioria dos indivíduos.

O mais comum tem sido a violência, a agressividade, a intolerância.

Existem pessoas que não gostam de mostrar sua intimidade e se escondem sob um véu de sisudez, com ares de poucos amigos, na tentativa de evitar aproximações que deixem expostas suas fragilidades.

São como os caramujos, os tatus, as tartarugas e outros semelhantes.

Ao se sentirem ameaçados, escondem-se em suas carapaças naturais, e não deixam à mostra nenhuma de suas partes vulneráveis.

A propósito, você já tentou alguma vez retirar, à força, de seu esconderijo, um desses animaizinhos?

Seria uma tentativa fracassada, a menos que você não se importe em dilacerar o corpo do seu oponente.

No caso da tartaruga, por exemplo, quanto mais você tentar, com violência, retirá-la do casco, mais ela irá se encolher para sobreviver.

Mas, se você a colocar num lugar aconchegante, caloroso, que inspire confiança, ela sairá naturalmente.

Assim também acontece com os seres humanos. Se, em vez da força, se usar o afeto, o aconchego, a ternura, a pessoa naturalmente se desarma e se deixa envolver.

Às vezes a pessoa chega prevenida contra tudo e contra todos e se desarma ao simples contato com um sorriso franco ou um abraço afetuoso.

Mas, se ao invés disso encontra pessoas também predispostas à agressão, ao conflito, as coisas ficam ainda piores.

Como a convivência com outros indivíduos é uma realidade da qual não podemos fugir, precisamos aprender a lidar uns com os outros com sabedoria e sem desgastes.

A força nunca foi e nunca será a melhor alternativa, além de causar sérios prejuízos à vida de relação.

Portanto, criar relacionamentos harmônicos é uma arte que precisa ser cultivada e levada a sério.

Mas para isso é preciso que pelo menos uma das partes o queira e o faça.

E se uma das partes quiser, por mais que a outra esteja revestida de uma proteção semelhante a de um porco-espinho, ninguém sairá ferido e o relacionamento terá êxito.

Basta lembrar dessa regra bem simples, mas eficaz: em vez da força, o afeto. E tudo se resolve sem desgastes.

                                           *   *   *

De tudo o que fazemos na vida destacam-se algumas lições:

A certeza de que estamos todos em processo de aprendizagem...

A convicção de que precisamos uns dos outros...

A certeza de que não podemos deter o passo...

A confiança no poder de renovação do ser humano.

Portanto, devemos aproveitar as adversidades para cultivar virtudes.

Fazer dos tropeços um passo de dança.

Do medo um desafio.

Dos opositores, amigos.

E retirar, de todas as circunstâncias, lições para ser feliz.

Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 23 de julho de 2024

Para ser feliz.


Acorde todas as manhãs com um sorriso. Esta é mais uma oportunidade que você tem para ser feliz.

Seja seu próprio motor de arranque.

O dia de hoje jamais voltará. Não o desperdice. Você nasceu para ser feliz!

Enumere as boas coisas que você tem na vida. Ao tomar consciência do seu valor, será capaz de ir em frente com muita força, coragem e confiança!

Trace objetivos para cada dia. Você conquistará seu arco-íris, um dia de cada vez. Seja paciente.

Não se queixe do seu trabalho, do tédio, da rotina, pois é o seu trabalho que o mantém alerta, em constante desenvolvimento pessoal e profissional. Além disso, ajuda você a manter a dignidade.

Acredite, seu valor está em você mesmo. Não se deixe vencer, não seja igual, seja diferente, seja especial.

Quando nos deixamos vencer, não há surpresas, nem alegrias...

Conscientize-se de que a verdadeira felicidade está dentro de você. A felicidade não é ter ou alcançar, mas ser e doar-se.

Estenda sua mão. Compartilhe. Sorria. Abrace. Deixe-se envolver pelo afeto.

A felicidade é como um perfume. Você o passa nos outros e o cheiro fica um pouco em suas mãos.

E quando você se deixa envolver por essa fragrância especial, ao abraçar alguém deixa um pouco do seu cheiro, pois esse perfume é contagiante.

O importante de você ter uma atitude positiva diante da vida, ter o desejo de mostrar o que tem de melhor, é que isso produz efeitos colaterais maravilhosos.

Não só cria um halo de conforto para os que estão ao seu redor, como também encoraja outras pessoas a serem mais positivas.

O tempo para ser feliz é agora. O lugar para ser feliz é aqui!

A felicidade está ao alcance de todos, mas somente as pessoas especiais a têm alcançado. E sabe por quê?

Porque as pessoas especiais são aquelas que têm a habilidade de dividir suas vidas com os outros.

Elas são honestas nas atitudes, são sinceras e compassivas, e estão certas de que o amor é parte de tudo.

As pessoas especiais praticam a arte de se doar aos outros, e ajudá-los com as mudanças que surgem em seus caminhos.

As pessoas especiais não temem dividir seus conhecimentos, compartilhar seus sonhos, suas alegrias.

Elas não têm medo de ser vulneráveis. Acreditam que são únicas e têm prazer em ser quem são.

As pessoas especiais são aquelas que se permitem a ventura de estar próximas dos outros e importar-se com a felicidade alheia.

Elas sabem que o amor é o que faz a diferença na vida.

As pessoas especiais são aquelas que realmente tornam a vida bela.

E você, também é uma dessas pessoas especiais? 

                                                      *  *  *
Pense nisso.

Todas as pessoas são especiais.

Todas foram especialmente geradas pelo amor do Criador do Universo, que enfeita o céu com as estrelas e coloca na intimidade de cada ser uma centelha de luz.

Compete a cada pessoa fazer brilhar sua própria luz, conforme o convite de Jesus.

Se você ainda tem alguma dúvida sobre que atitudes tomar para ser feliz, anote estas ligeiras dicas e as realize.

Em breve verá que novos horizontes se abrem mostrando uma realidade diferente: a realidade das pessoas felizes.

Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 16 de julho de 2024

Eu me importo.


O gerente da empresa chegou pela manhã e encontrou um balde esquecido frente à porta de entrada.

Não era um balde especial. Era um simples balde plástico, desses utilizados para limpeza.

Era evidente que uma das responsáveis pela tarefa o esquecera ali.

Porque o balde dificultasse o acesso à entrada, o gerente o apanhou e colocou em um canto da sala de recepção.

Chamou uma das serventes e perguntou: Este balde é seu?

A moça, desconfiada, olhou e disse com firmeza: Não. É o que Maria utiliza na limpeza.

Obrigado, falou o gerente.

Chamou outra servente, fazendo a mesma pergunta. E outra.

A resposta foi a mesma. Não era seu o balde.

E, por não ser seu, o balde continuou no mesmo local onde fora colocado pelo gerente.

Finalmente, a quarta servente olhou o objeto, disse que não era seu.

Mas, resoluta, sem esperar qualquer ordem, pegou o balde e o foi colocar no seu devido lugar.

                                       *   *   *

Um simples balde. Quanto tempo perdido!

Muitas vezes, agimos assim. Encontramos coisas fora do lugar, mas porque não nos pertencem, nós as deixamos ali.

Isso ocorre em casa, no ambiente de trabalho, na escola, na rua.

Seria tão simples e rápido colocar no lugar.

Desviar do objeto em vez de retirá-lo de onde se encontra indevidamente, ou procurar o culpado, requer muito mais esforço.

Enquanto persistirmos nessa posição de não fui eu, não tenho nada com isso, o mundo não se tornará melhor.

Imaginemos o dia em que todos nos importarmos com as pequenas coisas.

Não haverá mais roupas fora do lugar, em nossos lares. Cada um guardará o que é seu. E se alguma coisa, por acaso, ficar esquecida, o primeiro que chegar a colocará em seu devido lugar.

A pia não ficará tão cheia de pratos, copos e panelas porque quem primeiro chegar providenciará a lavagem e a devolução às prateleiras e aos armários.

Nosso ambiente de trabalho se tornará um lugar de mútua cooperação. Todas as tarefas acontecerão de forma mais eficiente e rápida.

Ninguém buscará saber quem esqueceu determinado material sobre a mesa ou o balcão. Simplesmente o apanhará e devolverá no local devido.

Quem precisar, sempre saberá onde encontrar.

Os computadores serão desligados ao final do dia. As luzes apagadas.

Na rua, não haverá latas e papéis jogados. Tudo estará depositado nas lixeiras.

Na hipótese de o vento trazer lixo de algum lugar, quem passar primeiro o recolherá e porá na lixeira.

Todo motorista estacionará de forma correta seu veículo, ocupando o exato espaço de que necessita. Dessa forma, haverá mais vagas disponíveis.

Assim, serão evitadas filas duplas indevidas, carros dificultando passagem de pedestres.

As praças estarão sempre bonitas porque estarão limpas.

Se alguém esquecer um copo, uma garrafa, um papel, sempre haverá outro alguém que se importa e providenciará o imediato depósito na lixeira mais próxima.

Esse mundo ideal que pensamos e desejamos não é o do futuro distante.

Ele pode começar agora, bastando que cada um de nós inicie a campanha do eu me importo. E aja.

Vamos todos começar hoje?

Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 9 de julho de 2024

Estatura espiritual.



Quando alguém nos pergunta nossa estatura, temos a resposta pronta.

Mas, se nos perguntassem sobre a nossa estatura espiritual, saberíamos responder?

Talvez nunca tenhamos pensado nisso, porém, a estatura espiritual é a nossa real dimensão.

O notável poeta português Fernando Pessoa escreveu: Porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...

Como vemos o mundo? De que maneira agimos em nosso âmbito de influência? Como tratamos as questões do universo em que nos movimentamos?

Se observamos o mundo de um ponto de vista abrangente, que contempla mais do que nosso próprio lar, nosso emprego, nossos familiares e nossos amigos, temos uma boa estatura.

Se em nosso âmbito de influência priorizamos sempre e incondicionalmente o bem geral, a nobreza das iniciativas, a importância de cada pessoa envolvida no contexto, somos grandes.

Se nas decisões que nos competem levamos em conta o esforço, a dedicação, a intencionalidade de quem apresenta um projeto, uma nova ideia, uma sugestão, temos uma ótima estatura.

Se tratamos com a mesma consideração e respeito todas as pessoas, se não discriminamos ninguém, se não fazemos pré-julgamentos, se agimos com justiça, somos gigantes.

Mas, se nosso mundo não vai além dos próprios interesses e dos familiares, do nosso time de futebol, do nosso partido político, da nossa religião...

Se rejeitamos projetos, sugestões ou opiniões que venham de pessoas que não estimamos, ou que ofereçam algum risco aos nossos interesses pessoais...

Se agimos de acordo com as nossas conveniências, da dos nossos amigos, dos que pensam como nós, então temos uma estatura espiritual de pigmeus.

Existem pessoas que não conseguem vislumbrar os verdadeiros valores da vida porque sua estatura espiritual é mínima.

São essas que sentem inveja, ciúmes, e não suportam ver os outros felizes.

Por causa da sua miopia espiritual, não admitem o bem realizado por um indivíduo que torce para o time adversário, professa uma fé diferente da sua ou tem ideias divergentes.

Ainda que trabalhem na mesma corporação, professem a mesma fé, ou sejam do mesmo partido político, esses pigmeus não aceitam as boas ideias, simplesmente porque não são suas.

Essa é uma visão muito limitada. Esse é um dos fatores pelos quais vivemos num mundo ainda problemático, do ponto de vista ético-moral.

Quando nossos horizontes se ampliarem, e a nossa visão for bem maior que a nossa altura, formaremos uma nação onde a felicidade poderá fazer morada.

Pessoas que têm uma visão abrangente da vida são as que fazem o bem pelo bem, e não por conveniência ou interesses escusos.

Valorizam as boas iniciativas por elas mesmas, e não pelas pessoas envolvidas.

O bem geral passa a ser a meta, e quem quer que deseje unir forças para realizá-lo será bem-vindo, como um verdadeiro irmão.

                                                                *   *   *

E agora, depois disso tudo, sabemos responder qual é a nossa real estatura?

Lembremos de que somos do tamanho do que vemos e não do tamanho da nossa altura.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br

terça-feira, 2 de julho de 2024

Cartas para Deus.


Alguns de nós, por vezes, quando convidados a orar, dizemos: Eu não sei como fazer.

Não sei como se ora, ou como se reza. Parece mais ser coisa de religiosos, de pessoas que são vinculadas a algum culto.

No entanto, é tão simples. Cada um de nós pode encontrar a sua forma de orar a Deus que nada mais é do que um diálogo de nossa alma com o Pai Criador.

Um menino de apenas oito anos de idade, vítima de câncer, travando uma batalha diária com a doença que o consumia, criou a sua própria fórmula.

Afastado da escola, ficou internado por longo tempo, enfrentando cirurgia e sessões de quimioterapia.

Foram dois longos anos de idas e vindas ao hospital, pequenas fases de aparente descanso e retorno à quimioterapia.

Amado por sua família e por seus amigos, Tyler escreveu cartas endereçadas a Deus.

Nelas contava das suas dificuldades, das suas preocupações com a mãe, o irmão, os amigos. E fazia seus pedidos. Para si e para todos os que amava.

O carteiro que recepcionava as cartas ficava perplexo. Para onde ele enviaria aquela correspondência?

Afinal, ele não descobrira o correto endereço de Deus, nem o CEP. Sequer uma mera caixa postal.

Inteirando-se da história do menino, o carteiro foi guardando todas em determinado local do edifício dos correios. Um local onde eram depositadas cartas sem destino certo.

A história que acabou se tornando filme, com roteiro escrito pelo próprio pai do garoto, registra que a atitude do garoto influenciou outras pessoas.

Não é que é legal escrever para Deus? Contarmos o que sentimos, do que precisamos. Até fazermos alguma reclamação, de vez em quando, por acreditarmos que algo não foi bem definido ou pensado pela Divindade.

Isso é oração. Abrir a alma, falar francamente de coração para Espírito, porque o Mestre de Nazaré ensinou que Deus é Espírito e em Espírito e Verdade deve ser adorado.

É isso aí. A fé do pequeno Tyler era tal que, vez ou outra, escrevia: Eu vi que você atendeu o pedido que eu fiz. Então, eu tenho certeza que está lendo as minhas cartas.

Sinal de fé, certeza de que a Divindade nos ouve.

Por vezes, isso nos faz falta. Essa certeza de que não estamos sós. De que, se a enfermidade nos abraça, se a morte leva os nossos amores, se as dificuldades para manter o lar parecem maiores do que possamos resolver, Deus não nos esquece.

Tudo tem uma razão de ser. E como diz o ditado popular não há mal que não se acabe.

Ainda conforme o Mestre de Nazaré Deus é Pai. E qual o pai que ouvindo o filho lhe pedir pão, lhe ofereceria uma pedra?

Pensemos a respeito. E tornemos a oração parte de nossas vidas. Não precisa ser em horários definidos, em momentos específicos.

Acostumemo-nos a dialogar com nosso Pai, a qualquer hora.

Deus, proteja minha filha a caminho da escola.

Deus, estou saindo para mais uma entrevista de emprego. Pode me ajudar, por favor?

Deus, estou me sentindo tão só. Será que poderia mandar um passarinho para cantar em minha janela para alegrar a minha alma?

Deus, fica comigo.

Oremos.

Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 25 de junho de 2024

O amor não tem limites.


O amor não tem limites. Não seleciona. É incondicional.

Ama-se tudo na pessoa e temos a capacidade de fornecer detalhes das atitudes de quem é o objeto do nosso amor.

Temos a capacidade de reconhecer o som inconfundível dos passos, a maneira única de falar, o timbre da voz.

Ama-se o bom, ama-se o que nos desagrada. Por vezes, na convivência diária, nos dizemos incomodados, com alguns senões, e afirmamos não suportar o barulho da colher batendo no prato, às refeições; o jeito barulhento de jogar as chaves sobre o balcão, ao chegar em casa, os sapatos no meio da sala; a bagunça do banheiro após o banho.

Referimo-nos a muitos amores: pais, avós, filhos, cônjuges, irmãos.

Quantas vezes teremos lhes chamado a atenção, nas tentativas, sempre inexitosas, de modificar certos comportamentos?

Será possível que amemos a quem nos irrita, nos incomoda? Quereremos bem a quem temos de suplicar, dezenas de vezes, para agir de outra forma, todos os dias?

Amamos, sim. Porque basta que qualquer um dos nossos amores se vá, no rumo do grande Além, para que fiquemos aguardando aquela chegada barulhenta, objetos espalhados pelos cômodos vazios, o ruído às refeições.

Íntima e exteriormente afirmamos que daríamos tudo o que temos para ouvir outra vez aquele ruído incômodo, quebrando o silêncio à mesa.

O que não daríamos para desfrutar daquela presença física, entre nós, uma vez que fosse, uma vez mais.

Como almejaríamos ouvir a sonoridade daquela voz, mesmo que fosse em tom um pouco mais elevado do que o normal.

Isso nos diz que, quando amamos, mesmo o que catalogamos como desagradável, faz parte do pacote do nosso sentimento incondicional.

O amor é assim mesmo: amplo, somente comparado ao Universo, em constante expansão. É de tal forma vigoroso que tem a capacidade de todas as renúncias, sem se perturbar.

O amor pensa no outro antes que em si próprio. A sua felicidade é propiciar felicidade ao objeto da sua afeição.

Digam isso todas as mães que se privam do alimento para garantir o dos seus filhos; os cônjuges que se devotam, de corpo e alma, no atendimento às enfermidades repentinas ou longas, que alcançam o outro, tornando-o incapacitado e dependente para as mínimas coisas.

Ateste isso os que têm os olhos úmidos pelo pranto da saudade, os que sofrem a dor da ausência física de alguém especial, alguém que deixou marcas expressivas, nas nervuras da nossa intimidade sofrida.

Sim, amamos o todo. Não há como dissociar o sentimento, fracioná-lo.

                                                 *   *   *

Com Jesus aprendemos que o amor substituirá, um dia, a agressividade humana, resolvendo todas as questões que possam constituir pontos de divergência entre as criaturas.

Mergulhemos o espírito nas correntes vibratórias do amor e deixemos que o amor nos responda aos anseios com a linguagem imperceptível da paz interior.

Amemos, portanto, esforçando-nos a princípio, mesmo que se demorem em nosso paladar afetivo os ressaibos de muitos desamores que nos atingiram, e constataremos, sorrindo, que a maior felicidade no amor pertence a quem ama.

O amor é de origem divina. Quanto mais se doa, mais se multiplica sem jamais exaurir-se.
Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 18 de junho de 2024

Burilando emoções.


Quantas vezes já afirmamos que alguém nos tirou do sério?

Sempre que nos permitimos o desequilíbrio, que elevamos muito o tom de voz, que nos exasperamos, nos desculpamos culpando o outro.

Depois de um momento de intemperança, de uma discussão acalorada, costumamos alegar que isso somente ocorreu porque Fulano nos fez perder a paciência.

E ainda completamos: Afinal, não somos de ferro!

Justificamos nossas emoções descontroladas culpando uma terceira pessoa. Será correto? Teremos razão?

Será mesmo que a causa está no outro? Será que somos vítimas do comportamento alheio para conosco?

Em verdade, cabe-nos lidar com as consequências dos nossos atos.

A simples afirmação de que alguém seja capaz de nos tirar do sério ou nos fazer perder a paciência é mera desculpa para nos isentarmos da responsabilidade pelo nosso mau comportamento, pelo desequilíbrio das nossas próprias emoções.

Não se discute que muitas pessoas são de difícil lida, exigindo muitos esforços para a boa convivência.

Porém, não são elas que nos desnorteiam, que nos desorientam.

Elas podem armar situações difíceis, criar dificuldades e constrangimentos.

Mas seremos nós que demonstraremos, na ação ou na reação, se temos ou não estrutura emocional para bem administrarmos o que nos alcança.

Dessa maneira, muito mais apropriado seria declararmos que o familiar, o colega, o funcionário cria situações que nos incomodam em demasia e temos dificuldades para suportá-las devidamente.

Ou podemos admitir que Beltrano gera complicações que nos atingem de tal forma que não temos equilíbrio suficiente para bem enfrentá-los.

Quando agirmos assim, estaremos demonstrando a plena consciência da responsabilidade que nos cabe em aprimorar nossas emoções.

Quando dizemos que o problema está no outro, pode até acontecer dele se afastar de nossa convivência. Ou nós mesmos podemos providenciar que isso aconteça, nos distanciando dele.

Porém, a vida é dinâmica, somos bilhões sobre a face da Terra e precisamos viver em sociedade. Isso nos diz que devemos conviver com muitas pessoas.

E será bem provável que, logo mais, alguém substitua aquele que se foi, registrando idêntico comportamento.

O problema, portanto, voltará a se apresentar porque a limitação não está no outro, mas em nós, que precisamos amadurecer.

Essas pessoas somente nos demonstram que temos dificuldade em lidar com certas atitudes, que temos limites emocionais.

Elas nos apontam as fronteiras de nossas capacidades, alertando-nos para a urgência de um aprimoramento emocional.

Então, quando esses embates surgirem em nosso convívio, aproveitemos para agilizar o aprendizado.

Mesmo que eles se façam recorrentes, busquemos em nós outras possibilidades para contornar tais situações com a serenidade necessária.

Procedendo nesse sentido iremos, aos poucos, percebendo que a paciência, a tolerância, a compreensão irão se alargando, em nós, tornando-nos pessoas melhores e mais pacificadas.

Isso significa progresso. Isso significa melhor convivência. Bem-estar para nós e para os outros.

Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 11 de junho de 2024

Viver é ser outro.


Sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir. É lembrar hoje o que se sentiu ontem, afirma categoricamente o poeta Fernando Pessoa, em um de seus versos.

Segundo ele, viver é ser outro, é apagar tudo do quadro de um dia para outro, ser novo com cada madrugada.

Nunca houve esta hora, nem esta luz, nem este meu ser.

Será que já refletimos dessa forma? Que viver é ser algo novo a cada instante?

Começando pela encarnação, pelo renascer. Somos Espíritos antigos, sem dúvida, mas não somos os mesmos. A cada momento que passa vamos nos transformando e toda experiência vai mudando algo em nós.

Por isso nunca somos os mesmos que fomos uma hora atrás.

O quanto de novo cada um de nós escolhe ser é de cada um.

Alguém poderia perguntar: Mesmo aqueles que aparentemente não saem do lugar estão vivendo? Estão sendo outros?

Curiosamente, não sair do lugar, permanecer onde está, é também uma escolha. Então, sim, estamos sendo outro. Um outro que anda de lado muitas vezes, mas que não deixa de estar experimentando a vida de formas diferentes.

Percebamos que, mesmo quando desejamos permanecer parados por anos e anos, séculos, o Universo, que está em constante movimento, em constante revolução, encontra uma forma de nos mover. As leis divinas são irresistíveis.

Viver é ser outro.

Pensemos em como isso se aplica em cada novo dia.

Hoje acordamos outro. Então, demo-nos a chance de agir assim, com mais lucidez, percebendo tudo à nossa volta de uma maneira um pouco diferente do que percebemos ontem.

Se dormimos, em nossa cama, por umas sete horas, estivemos viajando mais de setecentos e cinquenta mil quilômetros pelo espaço!

Isso significa que não estamos mais nem no mesmo lugar do Universo. Em sete horas viajamos o correspondente a dezenove voltas no planeta Terra inteiro ou cerca de quarenta voos entre São Paulo e Tóquio.

Viver é ser outro, é estar sempre em outro lugar.

O poeta ainda complementa dizendo que o amanhã será ainda uma outra coisa, e o que eu vir será visto por olhos recompostos, cheios de uma visão nova.

Tudo na natureza está em constante renovação. Estamos incluídos nessa lei.

Não acreditemos nas ideias pessimistas, comodistas, que pregam a incapacidade de evoluir do ser humano. São visões limitadas sobre questões que precisam ser vistas do Alto.

O Espírito muda, sim. Há evolução das almas, quando nos comparamos com o que éramos alguns séculos atrás.

Somente a visão espiritualista, imortalista da vida consegue explicar com exatidão essas questões.

Viver é ser outro. É receber a oportunidade de refazer caminhos, de começar de novo, de começar melhor.

Viver é redenção. É poder devolver ao mundo o que tiramos dele, através do nosso trabalho e esforço pelo bem comum. É devolver o mal que praticamos em alguma fase da jornada, com uma boa dose de amor.

Viver é ser outro. É apagar tudo do quadro de um dia para outro. Ser novo com cada madrugada.

Redação do Momento Espírita.
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terça-feira, 4 de junho de 2024

Aquilo que realmente é importante.


Certa manhã, Carl Coleman estava indo de carro para o trabalho e bateu no para-lama de outro veículo. Ambos pararam, e a mulher que dirigia o outro carro desceu para ver o estrago.

Ela ficou angustiada. Algumas lágrimas lavavam seus olhos preocupados, discretamente. Assumiu a culpa e disse que seu carro era novinho em folha. Fazia dois dias que havia saído da loja, e ela estava com medo de enfrentar o marido e a reação que ele teria.

Coleman agiu com simpatia, mas precisava apresentar seus documentos e ver os dela. Ela, um tanto trêmula, retirou do porta-luvas um envelope contendo os documentos. Na frente dos documentos, escritas com a letra característica de seu marido, estavam as seguintes palavras:

"Em caso de acidente, lembre-se, querida: é você quem eu amo, e não o carro".

                                                           *   *   *

A narrativa nos traz uma reflexão de muita importância para nossas vidas. Qual o valor que atribuímos às coisas? Será que, por vezes, nossas reações perante a ameaça de perda dessas coisas, não mostra que parecemos valorizar mais nossos bens do que nossos amores?

Em acidente semelhante ao relatado, quantos escândalos, gritos e repreensões são ouvidos antes da simples pergunta: Você está bem? Ou: Aconteceu alguma coisa com você? Será que lembramos daquilo que realmente é importante?

É claro que o zelo, o cuidado pelo que temos é necessário, porém, nosso materialismo excessivo leva-nos a colocar os bens em primeiro plano. Acidentes ocorrem e podem acontecer com qualquer um de nós.

Podemos ser motoristas hábeis, previdentes e cuidadosos e, mesmo assim, o risco desses incidentes ainda será grande, pois eles fazem parte do mundo em que vivemos.

É triste perceber que algumas pessoas chegam a perder suas vidas, defendendo bens, acreditando que a reação a um assalto, por exemplo, evitaria o prejuízo. Ledo engano. O prejuízo é muito maior do que imaginamos, quando se trata de vidas humanas, de nossas vidas.

Será que estamos lembrando daquilo que realmente é importante? Será que o pai de família não pensa que, numa pequena discussão de trânsito, num desaforo que ele não deseja levar para casa, está pondo em risco a sua vida, e todo o futuro de seus familiares?

Podemos chamar de irresponsável a pessoa que acredita na reação violenta para resolver suas questões. Não nos deixemos enganar, valorizando mais um carro novo do que uma esposa, um marido. Valorizando mais um enfeite caro de nossa casa do que um filho, um amigo.

Se por ora perdermos os bens, ou se formos atingidos por um prejuízo financeiro, lembremos de que sempre poderemos conquistar tudo novamente, e que não estamos aqui na Terra para acumular bens e fortuna. Estamos aqui para aprender a amar, para crescer como Espíritos.

Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br

Doe Sangue

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