terça-feira, 29 de março de 2022

O subconsciente e os sonhos.

 


Ninguém espere milagres de ocasião, no que diz respeito à programação da própria vida, cada qual respira, no clima onde reside, o ar que elabora.

A mudança psíquica de uma paisagem perniciosa, para outra de qualidade superior, demanda tempo e esforço, algumas vezes, durante a reprogramação, ocorrem as invasões das ideias-hábitos, interferindo negativamente e desviando o centro de atenção que se quer preservar.

Amorosamente, deve-se retornar ao pensamento inicial motivador da experiência em desenvolvimento, até criar novos padrões de conduta mental, que se estabelecem naturais, fomentando o equilíbrio psíquico e emocional.

Dessa forma, poder-se-á, parafraseando o velho ditado popular, assegurar:- "Dize-me o que sonhas e eu te direi quem és e qual futuro terás."

É necessário, portanto, tomar conhecimento da mente, aprofundar recordações, eliminar temores e angustias, corrigir a preferência de modelos, ser positivo, afeiçoando-se ao ético e ao saudável.

Cada um é o construtor da sua realidade, afirmando-se e desembaraçando-se das amarras prejudiciais a que se deixou atar.

Esse trabalho de libertação tem início no pensamento, sob a ação do desejo continuado, vitalizado pela certeza do êxito próximo.

Para a superação dos limites, autossatisfação e realizações felizes, é que o Espírito se reencarna na terra, crescendo a esforço pessoal com tenacidade e valor moral.

Redação do Jornal Mundo Maior.

terça-feira, 22 de março de 2022

Omissão.

 


As notícias veiculadas pelos meios de comunicação costumam impressionar negativamente.

Elas atendem a uma demanda um tanto mórbida das massas, que gostam de saber detalhes de acontecimentos funestos.

Fala-se muito em roubos, fraudes, estupros e assassinatos.

Esse contínuo bombardear de manchetes tristes pode produzir resultados bastante negativos no imaginário popular.

Talvez alguém conclua ser virtuoso, apenas porque não comete os desatinos noticiados pela mídia.

Ocorre que esse pensamento implica eleger a omissão como conduta desejável.

O panorama do mundo é dinâmico e está em constante evolução.

O progresso surge de atos humanos positivos, que são agentes de transformação.

Nesse contexto, a omissão, enquanto roteiro de vida, é um escândalo.

Em um mundo em perpétuo movimento, quem não avança se atrasa.

Assim, não basta deixar de praticar o mal.

Importa primordialmente fazer o bem.

Os contextos mudam com rapidez e talvez a oportunidade de agir corretamente não se repita facilmente.

Se um amigo necessitado cruzar o seu caminho, não hesite.

Auxilie-o como pode, pois a vida é muito dinâmica.

Talvez amanhã você não mais consiga vê-lo com os olhos da própria carne.

Perante um sofredor que surge à sua frente, evite pensar em excesso antes de estender seu auxílio.

É provável que o abraço de hoje seja o início de um longo adeus.

Não adie o perdão e nem atrase a caridade.

Abençoe de imediato os que o injuriam.

Ampare sem condições os que lhe comungam a experiência terrena.

Se seus pais, velhos e enfermos, parecem um problema, supere-se e apoie-os com mais ternura.

Se seus filhos, intoxicados de ilusão, causam-lhe amargas dores, bendiga a presença deles.

Em caso de discórdia, seja o que tenta imediatamente a conciliação.

Não hesite perante o trabalho que aguarda suas mãos.

Jamais perca a divina oportunidade de estender a alegria.

Tudo o que você enxerga entre os homens, usando a visão física, é moldura passageira de almas e forças em movimento.

Faça, em cada minuto, o máximo que puder.

Qualquer que seja a dificuldade, não deserte do dever.

Talvez a oportunidade não se repita.

É possível que você esteja perante seu familiar, seu amigo ou seu companheiro de jornada pela derradeira vez.

É melhor dar o melhor de si, a fim de não ter motivos de arrependimento.

Em termos de vida imortal, não fazer o mal é muito pouco, quase nada.

O que dignifica e habilita a novas experiências é o bem que se constrói, dentro e fora de si.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 15 de março de 2022

Águas cristalinas.

 


As tão almejadas férias chegaram.

Reservara para si algumas semanas num chalé, a fim de se distanciar da balbúrdia da cidade grande.

Quando lá chegou, deitou-se no confortável sofá e começou a ler um romance que trouxera consigo.

Em certo momento, interrompeu a leitura para preparar um chá. Nesse instante, observou, em cima da lareira, um livro.

Tomou-o em suas mãos. Na capa, escrito em letras douradas, lia-se Bíblia Sagrada.

É bem verdade que nunca fora apreciador de religiões. Não se julgava ateu, não negava a existência de uma força maior que rege o Universo. Porém, não se sentia capacitado para compreendê-la.

Assim, depois de abrir o livro e de ler alguns trechos, sem maior interesse, devolveu-o no mesmo local no qual o encontrara.

Dias depois, decidiu fazer um passeio pela floresta próxima ao chalé.

Encontrou cachoeiras, animais, flores belíssimas, os mais doces cheiros. Uma profunda paz.

Entretanto, por ter se distanciado muito, acabou por se perder mata adentro.

Horas se passaram. Estava exausto. Todos os caminhos que tomava pareciam idênticos.

Num instante de desespero, pensou: Meu Deus, que faço agora?

Lembrou-se do trecho bíblico, que lera poucos dias antes: O Senhor é meu pastor, nada me faltará.

Sentindo-se um pouco desconfortável, pois pouquíssimas vezes orara em sua vida, pediu a Deus que o ajudasse a encontrar o caminho de volta.

Enquanto andava a esmo, repetia aquilo que se tornara um mantra frente ao desespero: O Senhor é meu pastor, nada me faltará.

Pouco tempo depois, avistou a lâmpada da varanda do chalé brilhando longe.

Correu aliviado, abriu a porta e exclamou, com toda a sinceridade de seu coração: Obrigado, meu Deus!

Então, tomou a Bíblia novamente em mãos, procurou ansioso o delicado poema e leu para si todos os versos, bebendo cada palavra:

O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.

Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.

Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida. E habitarei na casa do senhor por longos dias.

                                                            *     *       *

Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida, sentenciou o Mestre Nazareno.

Não obstante o Cristo tenha deixado pegadas seguras em nosso caminho para que O sigamos, é tão fácil nos perdermos na senda que nos conduz ao progresso, à felicidade, à paz.

Imperioso que façamos um profundo mergulho em nós mesmos, ouvindo a voz divina que está em colóquio incessante conosco.

Tenhamos a humildade e a coragem de segui-La, pois, embora nos percamos nos vales das sombras de nossas mazelas morais, o Senhor é o pastor que nos guia em direção às águas tranquilas e cristalinas de Seu puro e infinito amor.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 8 de março de 2022

 


AS LÁGRIMAS DE UMA MULHER.

Um menino perguntou à sua mãe: Por que você chora? "Por que eu sou mulher, ela respondeu. 

Eu não entendo, disse ele. "A mãe o abraçou e disse: você nunca vai entender.

O menino perguntou ao pai: por que a mamãe chora? "As mulheres choram sem motivos, foi a única resposta que recebeu.

Quando adulto, ele perguntou à Deus: "Deus, por que as mulheres choram com tanta facilidade?

E Deus respondeu: "Quando eu criei a mulher, ela precisava ser especial.

Eu fiz seus ombros fortes o suficiente para aguentar o peso do mundo, mas suaves o suficiente para serem confortáveis.

Eu dei a ela a força para dar sua própria vida por um filho.

Eu dei a ela a força para continuar quando todos os outros desistem e para cuidar da sua família, mesmo quando ela mesma está doente e cansada.

Eu dei a ela a sensibilidade para amar seus filhos incondicionalmente, mesmo quando eles a machucam.

Eu dei a ela a força para suportar os defeitos do seu marido, e para ficar a seu lado.

E, por fim, eu dei a ela lágrimas para derramar quando ela precisa.

Meu filho, a beleza de uma mulher não está nas roupas que usa, nem no seu rosto ou no seu cabelo.

A beleza real de uma mulher está nos seus olhos. Eles são a porta para o seu coração, para onde o amor reside.

Mulher, obrigado por me mostrar um mundo melhor.

Texto de autor desconhecido.

terça-feira, 1 de março de 2022

Os dias de nossa infância.

 


Aprendemos, com os instrutores espirituais, que a infância se constitui em período de repouso para o Espírito.

Vindos do mundo espiritual, retornamos à cena no palco da vida física. Trazemos as conquistas realizadas, em existências anteriores.

E todos passamos pelo período da infância, que se reveste de muita importância.

É nesse período que se nos alicerçam as virtudes e que a educação realiza o seu grande papel.

O Espírito é mais acessível durante esse tempo às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.

É também um período mágico em que acreditamos que tudo é possível. Por isso sonhamos tanto, por isso a magia, o encanto são companhias constantes.

Quem de nós não recorda de lances desse período e, ao mesmo tempo, das peraltices, das brincadeiras, no tempo em que os celulares e os games não faziam parte do universo infantil.

O poeta Casimiro de Abreu cantou em versos as saudades da sua infância. As tardes fagueiras, à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais.

Ia colher as pitangas; trepava a tirar as mangas; brincava à beira do mar.

De um modo geral, são salutares as lembranças desse período em que achamos o céu sempre lindo, em que adormecemos sorrindo e despertamos a cantar.

Interessante notarmos que quanto mais avançam os anos, mais nos afloram as lembranças daqueles dias de despreocupação, em que corríamos pelas campinas, cabelos soltos ao vento.

Tempo em que andávamos descalços, sentindo a terra molhada, a grama fazendo cócegas nos pés.

Tempo em que subíamos em árvores, em muros, sem nos importarmos com a altura.

Tempos em que vivíamos com o joelho ralado, o braço esfolado, as mãos machucadas.

O nosso desejo era explorar, conhecer, experimentar. Segundo Jean Piaget a infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano.

Possivelmente, nenhum de nós tenha pensando que chegaria onde se encontra.

Sonhamos, idealizamos, mas, no final, a vida nos conduz para outros caminhos e trilhamos outras estradas.

O importante é que aqui nos encontramos, vivendo o hoje. Vencemos os dias primeiros da infância e os vivemos com intensidade.

Correndo ao sol ou debaixo da chuva, divertindo-nos na tentativa de fugir aos pingos grossos, como se pudéssemos andar entre eles.

Dias gloriosos cujas lembranças nos sustentaram através dos anos da juventude, da madureza.

Dias lembrados, com certa nostalgia. Uma saudade cálida, doce, de algo intensamente vivido.

E com imensa gratidão.

Gratidão por todos aqueles que fizeram a diferença em nosso caminho.

Os que nos desvendaram o mistério das letras, dos números, os que nos ilustraram em outro idioma além do pátrio.

Aqueles que nos ensinaram a reverenciar os símbolos nacionais, a amar esta terra que, no dizer do poeta Olavo Bilac, não veremos outra igual!

Os que nos ensinaram que, acima de todos nós, a imensa família universal, há um Pai Amoroso e Bom, cujo Amor nos criou e nos sustenta.

Um Pai que nos ama e que aguarda nosso retorno ao lar paterno, com o livro da vida assinalado: Vitória!

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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