terça-feira, 26 de maio de 2020

Pequenas agressões.

Importante percebermos que, quase sempre, nossos destemperos, nossas crises de desequilíbrio, esses rompantes que nos acometem no dia a dia, vão se construindo aos poucos.

Muitas vezes não é um fato isolado ou apenas uma situação que pode nos levar à mudança de humor, ou ao abalo emocional.

São pequenas e corriqueiras ocorrências que vão se acumulando e, aos poucos, desequilibram nossas emoções.

Acontece, por exemplo, de manhã, a xícara de café nos escapar da mão sujando-nos a roupa; o filho teimar em não se vestir, ignorando o tempo escasso; o trânsito nos apresentar pessoas apressadas e imprudentes.

No trabalho, encontramos o colega mal humorado e grosseiro, aliando-se ao acúmulo dos compromissos da agenda profissional.

Em família, os imprevistos que sempre acontecem, exigindo-nos uma atitude, uma providência...

Tudo isso vai se somando e fazendo o dia pesar nos nossos ombros. Também os afazeres se acumulam, sem que os consigamos vencer.

Quantas vezes despertamos com os resíduos emocionais de situações do dia anterior, que insistem em permanecer em nosso íntimo?

A isso se adicionam as situações do amanhã... E, logo mais, estamos transbordando transtornos, chegando a ser rudes com as pessoas.

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A vida é efetivamente desafiadora. É feita de mil nadas, como pequenas picadas de alfinetes que machucam, sangram, nos desequilibram.

Contudo, essa é uma análise parcial do nosso cotidiano.

Ao focarmos só nas dificuldades e impedimentos, estamos esquecendo de que a vida também é feita de alegrias e oportunidades, proteções e bênçãos.

Para que o desânimo, a fadiga ou mesmo a exaustão não determinem alterações em nosso comportamento, é necessário ponderar.

Muitos problemas deixariam de nos preocupar, se não lhes déssemos importância exagerada.

Consideremos que o filho de difícil comportamento é também quem nos adoça as horas com seus beijos e afagos. Se o trânsito é estressante, pensemos em quantos nem podem se locomover, atrelados a um leito hospitalar.

Se os colegas do trabalho são inconvenientes, recordemos dos tantos que suplicam por uma ocupação e um salário.

Existem muitos problemas que deixam de nos envolver, graças à proteção de nossos amigos espirituais que, em nome da Providência Divina, nos amparam e assistem.

Dessa forma, quando nos sentirmos a ponto de explodir, façamos uma breve pausa.

Alguns minutos isolados serão suficientes para uma prece, um momento de reflexão, de meditação, buscando o asserenamento.

Orar ao Senhor da Vida, rogando-lhe serenidade e equilíbrio, é terapia de excelência para essas situações.

Um breve momento a sós, uma leitura, uma música que acalme, nos facilitará essa conexão.

A oração, seja no início do dia, pedindo amparo e proteção, seja de agradecimento, ao findar da jornada, será sempre momento de refazimento das energias e do equilíbrio emocional.

Não deixemos de orar, sempre e constantemente.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 19 de maio de 2020

O amor que existe no mundo.

Enquanto comentamos a respeito das tantas coisas tristes que acontecem no mundo, gratificante tomarmos conhecimento de atos nobres.

Um exemplo é do engenheiro civil, de apenas vinte e oito anos, do Interior de São Paulo, que cuida de seu avô, de noventa e cinco anos.

Santino é portador de Alzheimer e há três anos ficou cego por causa do glaucoma.

O rapaz contou com a colaboração da sua mãe até dois anos atrás, quando ela morreu. Então, contratou uma cuidadora para as horas do dia, enquanto ele trabalha.

Desejando estimular outras pessoas a procederem ao acolhimento e atendimento aos seus idosos, o engenheiro Furlan costuma gravar alguns vídeos.

São cenas aparentemente normais como conversar, alimentar e fazer a barba, que ganham um ar especial na maneira como ele expressa carinho para com o avô.

Em um vídeo recente, Juliano oferece um copo de leite ao avô que registra a presença do neto, embora o considere uma criança.

Diante da problemática decorrente do Alzheimer, ele insiste para que o netinho tome o leite, mesmo que seja somente um pouquinho.

A tonalidade da voz de um para com o outro, a paciência são demonstrações que dizem do amor verdadeiro.

O jovem engenheiro conta que as noites são muito difíceis. Noites em claro que fogem das contas, afirma.

Apesar de, em chegando da atividade profissional, precise atender o avô no banho, no corte da barba, Juliano enfrenta o segundo turno com bom humor e disposição.

Uma forma rara e especial de tratar quem vive desconectado da realidade e exige muita, muita paciência.

Nessa casa o lema é Amar para viver e viver para amar.

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O amor entre os membros da família é riqueza que podemos desfrutar na face da Terra.

Quando impera o amor, não importam quais sejam as condições dos que compõem a família. Ou o que necessitem.

Tudo passa a ter o sabor de boa vontade, de atenção, do prazer na convivência, e até mesmo das risadas que surgem nas horas mais difíceis.

A doença fica menos complicada, os limites se transformam em desafios, as conversas mais descontraídas.

A família é a associação terrena concedida por Deus como oportunidade para o aprendizado em ambiente seguro e protegido.

É o local onde podemos exercitar a prática do respeito, do perdão, do carinho e da compaixão, como forma de amar verdadeiramente.

Isso tudo nos leva a abrir mão de nossos interesses, para enfrentar as adversidades, quando surjam.

Sementes de amor verdadeiro desabrochando em nós, permitindo enxergar o próximo, antes de vermos a nós mesmos.

É dessa forma que o lar se constitui no porto seguro, onde o aconchego e a confiança diluem as mágoas, e tudo é tratado na linha do respeito e da compaixão.

Exige apenas a busca sincera da simplicidade e da humildade, para que se concretize o auxílio mútuo e a afeição legítima.

E o amor será sempre o conforto para as almas sofridas que se encontram unidas na sociedade chamada família.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Quando a dor é mundial.

O que fazemos quando vemos serem atingidos os membros da família humana?

Sofrem as nações, os governos. Sofremos todos nós porque estamos no mesmo lar Terra, separados apenas por linhas demarcatórias de fronteiras.

Quando a pandemia ultrapassou fronteiras, todos nos demos conta disso. Somos uma única e enorme família.

E o que é bom para uns é para todos. O que atinge a uns, alcança a todos.

Assim, nos vimos envolvidos nas dores de ver enfermar e morrer muitos dos nossos irmãos.

Em meio ao caos, percebemos como somos, verdadeiramente, a imagem e semelhança do nosso Criador.

Deus acende luzes brilhantes na lava destruidora. Deus renova os ares após a tormenta devastadora.

Deus borda a campina de flores e renova as paisagens depois dos furacões avassaladores.

Seus filhos, nós, conseguimos acender lamparinas nas trevas. Esperanças em meio à tragédia. Cantamos enquanto as lágrimas abundam em nossos corações.

Erguemos nossas preces, em todas as línguas e em todos os credos.

Utilizamos a tecnologia para nos unirmos. Apresentamos shows virtuais, encontramos os amigos, organizamos salas de reencontros, de estudos, de compartilhamento de orações.

Amenizamos a saudade. Aprendemos a nos abraçar virtualmente, renovando o desejo de tornar a nos encontrarmos, quiçá, em breve tempo.

Na Itália, um dos países mais atingidos pelo coronavírus, que se espalhou, de forma rápida, ceifando vidas, o coro Internazionale lirico sinfonico deu uma lição de altruísmo e gratidão.

Num ensaio virtual, reuniu os componentes do coro e executou Vá, pensiero, da Ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi.

Para os italianos o coro dos escravos hebreus, terceiro ato da Ópera, se tornou símbolo de patriotismo. Isso porque ela foi composta por Verdi, durante a ocupação austríaca, no norte do país, em 1842.

Em momentos graves, o coro é lembrado. Possivelmente, quase todos os italianos o tragam na memória e no coração.

É um lamento, uma prece que chora a pátria sofrida e perdida. Um clamor aos céus. Nada mais apropriado para os dias atuais.

O que emociona, ademais, não é somente o recado de esperança de dias que serão superados, vencidos.

É a homenagem e o preito de gratidão que é feito a todos os servidores da saúde.

Cremos que jamais eles foram tão homenageados e recordados, como nestes dias.

Esses servidores que estão sempre a postos nas tragédias, tanto quanto no cotidiano sofrido dos hospitais, das clínicas, dos lares. Eles formam o pelotão que se encontra no front da batalha.

Um front em que utilizam as armas da ciência médica, da sua coragem para diagnosticar, tratar.

Eles também têm família e saúde para preservar. Mas estão ali, a postos, lutando cada dia, todos os dias, pelas vidas alheias.

Nada mais justo do que recordá-los, envolvê-los em nossas preces.

Oxalá esses dias sirvam para todos nós meditarmos na fragilidade da existência e do quanto devemos aproveitar cada minuto que nos é dado sobre a Terra.

Que aprendamos que o melhor é ser bom, prestativo, fraterno, útil.

Afinal, precisamos e dependemos imensamente uns dos outros, membros da mesma grande família.

Redação do Momento Espírita.

domingo, 10 de maio de 2020

FELIZ DIA DAS MÃES.

No Dia das Mães, quando tantas homenagens ocorrem, uma garota escreveu: Durante toda a vida ouvi falar: “Se o filho está feliz, a mãe está feliz. Tudo que eu quero é ver meu filho feliz!”

Francamente, impossível acreditar nisso.

Se fosse verdade, eu teria podido comer aquela barra de chocolate inteirinha. Isso me teria feito muito feliz.

Mas ela não deixou. Cortou minha felicidade ao meio.

Quando quis virar a noite no videogame, eu estava no auge da minha felicidade. Mas ela não entendeu. Por acaso, ela pensou na minha felicidade? É claro que não.

Ela disse que contaria até três e me fez desligar a TV, no meio da última fase do jogo.

Se houvesse sinceridade nesse desejo dela de me ver feliz, ela teria me deixado namorar ao invés de estudar.

Como ela pôde me proibir de sair e me forçar a ficar horas com os livros, quando tudo que me faria feliz naquele momento estava lá fora?

O sol estava lá fora. O namorado estava lá fora. Os amigos estavam se divertindo. Todos... menos eu.

Como sempre, o que eu ouvia era: “Você não é igual a todo mundo. Você é minha filha.”

E, naquele dia, em que cheguei chorando porque tinha sido injustiçada pelos amigos, ela disse: “Você deve ter feito alguma coisa para merecer isso!”

Quanta insensibilidade!  Ela não sabia que me faria feliz se tivesse se unido a mim para dizer que eu estava certa?

Até me ajudasse a encontrar mil defeitos neles.

As mães dizem que nos querem ver felizes. Na verdade, também querem que arrumemos a cama, lavemos a louça, tiremos o lixo, cuidemos dos irmãos. E, ainda, nos forçam a comer o que elas dizem que é saudável.

Garanto que a maioria dos filhos pensa como eu.

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Pois é. Pensamos assim até nos tornarmos mães. Quando a vida nos presenteia com um filho, passamos a ver as coisas de forma bem diferente.

O não da barra de chocolate passa a ser entendido como um sim à disciplina alimentar. O não ao videogame se torna um sim às horas insubstituíveis de sono.

O não ao namorado, não é um não ao namoro, é um sim ao futuro.

Então entendemos e agradecemos por cada atitude de nossa mãe porque todas serviram para nos tornar melhores.

Hoje, quando nossa mãe nos olha com orgulho, e sorri mesmo quando as coisas não estão fáceis, conseguimos compreender o sentido daquela frase repetida incansavelmente, ao longo da vida: “Se você estiver feliz, eu estarei feliz.”

Não há nada maior do que o amor de uma mãe. Também nada mais gratificante do que descobrir, nos seus olhos, a felicidade por ver seu filho bem neste mundo.

Agradeçamos à nossa mãe o que fez por nós, por nos ter transformado num barco forte para passar por todas as tempestades.

Agradeçamos por ter nos acolhido com mesa farta quando chegamos em terra firme com a alma sedenta de amor e o coração faminto de carinho.

Agradeçamos pelo melhor colo do mundo e pelo sorriso maravilhoso de se ver!

E sim, ficamos zangadas quando ela está longe. Nós a queremos por perto para continuar dizendo os santos não para essa criança, dentro de nós, que nunca para de aprender!

Amamos você, mamãe!

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Os animais em nossas vidas.

Tudo o que existe na natureza merece nosso cuidado: as árvores, os rios, os oceanos. Todas as formas de vida.

Os animais se constituem, possivelmente, em interessante capítulo à parte.

Desde os tempos mais recuados, a relação entre os seres humanos e os animais se estabeleceu.

Com o passar do tempo, o vínculo foi se estreitando e o animal deixou de ser apenas uma ferramenta de trabalho. Ou o provedor do alimento, da vestimenta.

Tornou-se um membro da família. Passou a ser alguém com destaque em vários setores.

Estudos mostram que crianças com acesso a animais de estimação tendem a diminuir a ansiedade e se tornam mais responsáveis.

Crianças com dificuldades de relacionamento e problemas de aprendizagem também se beneficiam com a presença de mascotes.

A presença de um animal em casa tem o poder de reduzir a pressão sanguínea de pacientes cardíacos, bem como estimular idosos a caminhadas e interações com outras pessoas.

O contato com o animal traz sensação de bem-estar. Terapias feitas com animais garantem inúmeros benefícios mentais, físicos e psicológicos aos pacientes.

Ter contato com animais proporciona a aceleração em processos de cura.

Em síntese, em nossa sociedade, os animais são como um sopro de esperança.

Com eles aprendemos solidariedade, amor ao próximo, tolerância, a celebração da vida.

Os famosos doutores de quatro patas levam alegria às crianças nos hospitais, e aos idosos em casas de repouso.

Cães guias proporcionam segurança na locomoção de seus donos, tornando-os mais independentes.

Os farejadores, por seu turno, auxiliam bombeiros e policiais na localização de vítimas e entorpecentes.

As ações e a presença dos animais são muito importantes em nossas vidas.

Quando convivemos com animais de estimação desenvolvemos amor por eles. É um sentimento que não pode ser explicado e que nem todos entendem.

Esses pequenos amigos alegram nosso dia a dia, nos fazem companhia, seguem-nos por toda parte.

Quando os protegemos, amparamos, estamos praticando um dever. São nossos irmãos menores.

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É atribuída a Madre Teresa de Calcutá uma mensagem que traduz o valor dos animais em nossas vidas.

Os animais dão tudo sem pedir nada.

São eternas crianças, não sabem nem de ódios nem de guerras.

Não conhecem o dinheiro e se conformam só com um teto onde se refugiar do frio.

Sem palavras, eles se fazem entender. Dizem das suas vontades, das suas necessidades, atestam seu companheirismo.

Seu olhar é puro, não sabem nem de invejas, nem de rancores. O perdão é algo natural neles.

Sabem amar com lealdade e fidelidade.

Não compram amor, simplesmente esperam e, porque são nossos eternos amigos, nunca nos traem.

Por isso, e muito mais, eles merecem o nosso amor.

Então, se não temos animais próximos a nós, pensemos em como podemos auxiliar a instituições que abrigam animais abandonados, machucados, enfermos.

Existem pessoas que se devotam a abrigar um cão, a tratar uma ave ferida, um animal na velhice.

Toda vida é preciosa e nos merece cuidados. Toda vida pertence a Deus. Colaboremos com Ele.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

Doe Sangue