terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Obediência.

Em sua Carta aos Hebreus, o Apóstolo Paulo de Tarso escreveu sobre a obediência de Jesus a Deus.

Salientou que o Cristo manifestou Sua submissão à vontade do Criador até o extremo sacrifício.

E que, após a crucificação, tornou-se o meio de salvação para todos os que O seguissem.

                                                                          *   *   *

É interessante refletir a respeito da obediência.

Todos obedecemos a alguém ou a alguma coisa. Vivemos no mundo, sujeitos a normas e regras que nos ditam a maneira adequada de nos conduzirmos, de agirmos.

Obedecemos a normas a toda hora: no trânsito, na profissão, na escola, na sociedade, no trato com os outros.

Contudo, muitos de nós não conseguimos entender que o respeito às leis constitui virtude e traz benefícios para nós mesmos.

Não entendemos a necessidade de nos submetermos com dignidade ao cumprimento dos deveres que a vida nos apresenta.

Ressentimo-nos com os encargos que nos competem e buscamos abandoná-los.

Com essa atitude, atendemos aos impulsos inferiores da natureza e, por resistirmos ao trabalho íntimo de auto elevação, nos tornamos rebeldes.

Quase sempre, em nosso coração, transformamos a obediência que, no dizer do Apóstolo, nos salvaria, na escravidão que nos condena.

O Senhor da Vida estabeleceu as gradações do caminho.

Instituiu a lei do próprio esforço, na aquisição dos supremos valores da vida.

Em Sua extrema bondade, elaborou formosos roteiros para que encontremos a felicidade e nos plenifiquemos.

Determinou que o homem, para ser verdadeiramente livre, aceite os Seus sagrados desígnios.

Contudo, frequentemente, preferimos atender à nossa condição de inferioridade e determinamos para nós uma verdadeira escravidão às nossas paixões.

Importante que examinemos atentamente o campo em que desenvolvemos nossas tarefas e nos perguntemos a quem verdadeiramente obedecemos.

Será que estaremos atendendo, em primeiro lugar, às vaidades humanas?

Estaremos, antes e acima de qualquer coisa, agindo conforme as opiniões alheias?

Ou conseguimos acomodar o nosso sentimento no tranquilo cumprimento dos deveres que nos competem?

São frequentes as tentações que o mundo apresenta no caminho de quem deseja viver retamente.

E temos desculpas para quase tudo, seja o abandono do lar, a traição conjugal, a sonegação de impostos ou a pouca dedicação aos filhos.

Sempre é possível achar alguma justificativa, ainda que insignificante, para podermos passar livremente pela porta larga da perdição.

O problema é que nesse processo comprometemos não só a própria dignidade mas também nosso futuro espiritual.

Cada um de nós, através de suas ações, constrói o seu próprio destino e sempre chegará o momento de assumirmos as consequências dos atos praticados.

Em termos morais, não existem atos sem consequências.

O sacrifício das próprias fantasias e vaidades em favor do bem rende plenitude e luz, logo adiante.

Já a vivência de paixões, em clima egoísta, traz uma inevitável cota de dores e desilusões.

Jesus ensinou e exemplificou a vivência do amor, em regime de pureza.

Apenas a obediência aos Seus ensinamentos permite quebrar a escravidão do mundo em favor da libertação eterna.

Pensemos nisso e nos disponhamos a segui-lO, nosso Modelo e Guia.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Convite à juventude.

Narra-se que, entre a Judeia e a Síria, na cidade de Sebastes, também chamada a Rainha do Ponto, pelos anos trezentos, quarenta jovens deram sua vida por amor à verdade.

Eram todos legionários e cristãos. Recrutados pelas ordens romanas.

Vestiam os uniformes, os capacetes e as capas vermelhas. Em seus corações, porém, serviam a Jesus, e somente a Ele.

Muito antes que as vozes de Roma se fizessem ouvir, nas ordens de recrutamento, eles haviam acedido, vindos de variadas partes do globo, à doce voz do Rabi Galileu.

Porque as perseguições se fizessem intensas, reuniam-se às escondidas em local ermo e abandonado.

Após o recrutamento, raramente podiam estar todos juntos, ao mesmo tempo, pois que diferentes eram os dias das suas folgas.

Mas não descuidavam do estudo dos ditos do Senhor e dos Atos dos Apóstolos, das Epístolas de Pedro e Paulo.

Serviam na Décima Segunda Legião todos eles.

Um dia, uma denúncia anônima os colocou frente a um teste terrível.

Para salvar suas vidas deveriam oferecer sacrifícios ao deus Júpiter. Porque se recusassem, receberiam a pena máxima.

Desejosos seus superiores que suas mortes servissem de lição a outros ou quem sabe, com o intuito de que fraquejassem e voltassem atrás em sua decisão, escolheram uma forma lenta de agonia para eles.

Foram conduzidos até a beira de um lago, cujas águas frias tornavam-se geladas nas noites de inverno.

Ao som dos tambores, os quarenta jovens perfilados, robustos na sua fé, avançaram para o lago. A água foi lhes chegando às virilhas, depois às cinturas, finalmente aos ombros.

Foram horas e horas de imersão nas águas negras e salgadas. A chama da fé os aquecia ao ponto de cantarem.

E o canto era como uma cascata de esperanças feita em sons de ternura e renúncia.

Na madrugada, um a um, eles foram morrendo, hirtos de frio, congelados.

                                                                           *   *   *

Lembrando os legionários, heróis da fé, recordamos da mocidade dos dias atuais.

Observando tantos moços a descerem pelas ladeiras escuras do vício e da desesperança, pensamos na mensagem do Cristo que se dirige, esperançosa e viva a todos os homens.

Muito poderiam esses jovens, se portassem Jesus em suas vidas, desde que dispõem da agilidade mental, do vigor físico, de energias!

Crescer para a luz, e na sua ascensão, arrastar outros tantos, pois toda vez que um homem se ergue no mundo, centenas se erguem com ele.

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Jovem! Ouve a mensagem de Jesus que te chega, límpida e pura e afeiçoa-te ao bem.

Não permitas que passe o tempo e fujam as horas. Enquanto a juventude canta em teu corpo, estuda e trabalha. Executa tarefas no bem, semeia luzes em tuas veredas.

Mais tarde, as haverás de perceber como estrelas luminescentes que aclararão os dias da tua madureza e da tua velhice.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

O segundo casamento.

Ele concluíra o curso de contabilidade. Então, a vontade de ser médico, de fazer algo mais pelo semelhante, o levou a entrar para a Faculdade de Medicina.

E foi ali que, um dia, ele viu uma jovem morena, que lhe chamou a atenção. Ela parecia ser do Nordeste, e tinha um jeitinho de japonesa.

Enfim, alguém que lhe fez bater o coração de forma diferente.

O tempo foi passando. Ele descobriu o nome dela, falou com seus colegas ou seja, foi chegando devagar, mas com certeza.

Em julho de 1970, ele fez o que considerou a sua mais importante aquisição: um par de alianças. Também uma geladeira, já pensando no futuro próximo.

E naquele mesmo ano, antes mesmo dela terminar o curso, se casaram. Isso permitiu que ao conquistar o diploma ostentasse o sobrenome de casada.

Foram anos maravilhosos. Vieram os filhos, somaram-se genros, noras e netos.

As alegrias foram se sucedendo. De vez em quando, uma surpresa, um pequeno susto. Uma cirurgia cardíaca, um problema de saúde adiante.

Quando 2018 quase estava para se despedir, foi que o inusitado aconteceu.

O casal viajou para outro Estado, na casa de um dos filhos, para a comemoração do primeiro aniversário de mais uma netinha.

Foi quando Laertes se deu conta de que estava casado há cinquenta anos. Meio século.

Que coisa incrível. Como o tempo passara. Parecia-lhe que ontem ainda estava propondo casamento para Célia. E, agora, eram avós.

Ele pensou que precisava tomar uma atitude. Cinquenta anos é um bocado de tempo. Teve uma ideia brilhante. Sem nada confidenciar a ninguém, foi comprar um par de alianças, mandou gravar os nomes.

Então, em plena festa de aniversário da menina, com a presença dos familiares, amigos, conhecidos, ele fez o inesperado.

Sentados um de frente ao outro, em alto e bom som, ele perguntou para a esposa:

Célia, você quer casar comigo?

Ela ficou surpresa. Olhou para os filhos, os netos, todos que no salão haviam parado para contemplar a cena.

Foram alguns segundos de silêncio quase constrangedor. O coração dele parecia saltar do peito.

Finalmente, ela sorriu e estendeu a mão esquerda. E, com o mesmo nervosismo de cinquenta anos atrás, Laertes colocou-lhe no dedo a aliança de ouro reluzente.

Ela repetiu o gesto dele, rindo, feliz. Um sorriso, como disse ele, jamais visto tão iluminado.

E, ante o aplauso dos presentes, eles se beijaram.

Foi assim que eles se casaram pela segunda vez.

                                                                             *   *   *

Em tempos nos quais os relacionamentos adquiriram foro de rapidez, desfazendo-se pela manhã o prometido da véspera, contemplar um matrimônio de meio século é emocionante.

Emocionante por se verificar uma vida rica, plena, uma vida construída e alicerçada no tempo.

Uma vida de tantos frutos. Uma família. Que belo exemplo a seguir.

E o seguem os filhos, um a um, pois para cada um deles, já se somam igualmente anos de consórcio com a multiplicação dos filhos.

Isso se chama amor. Amor que não arrefece porque alguns arabescos estão enfeitando a face do outro. Ou porque o cônjuge tem alguns problemas de saúde.

Ou porque o passo se tornou mais lento e a memória prodigiosa empalideceu.

Amor. Sublime amor, que mantém apertados os laços e enfloresce, no transcorrer dos anos.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Mensagem para o amanhã.

Quem observa esses frágeis seres que abrem seus olhinhos curiosos para o cenário do mundo, logo percebe como eles dependem dos adultos.

Bebês, pequeninos, com o aroma da inocência aureolando suas ações, andam na Terra em busca de carinho. Parecem aves implumes, tal sua delicadeza e fragilidade.

Às vezes, as vemos colocando suas mãozinhas nas pernas dos adultos, batendo de leve com seus dedinhos miúdos, erguendo os bracinhos a dizer sem palavras: Quero colo.

As crianças expressam assim seu desejo de serem carregadas. Desejo que às vezes é repelido com expressões grosseiras como: Não pego no colo, não. Vai andar! Quis vir junto, agora ande. Do contrário, poderia ter ficado em casa.

Isso cai sobre a cabecinha da criança como uma bomba. Não percebem, os que assim agem, que o pequeno tem menos resistência.

Dirão que a criança pula, corre, e brinca o dia todo, que, se tem energia para brincadeira, também deverá ter para andar.

Ora, na brincadeira a criança tem a recompensa do prazer. Ela brinca até cansar e ao se sentir exausta, para.

Até mesmo o bebê de poucos meses parece, por vezes desligar. É o período de calmaria, de repouso que ele busca.

A caminhada contínua, onde não lhe é permitido parar para observar o cachorro que late, o brinquedo colorido na vitrine, o movimento das pessoas que circulam rápido, faz com que ela se canse com maior rapidez.

Sem falar que, normalmente, os adultos esquecem que os pequenos estão juntos, e andam a passo acelerado, obrigando-os a quase correr para os acompanhar.

Outra situação que se repete com constância é a de crianças, no seu período de imitação, desejarem ser a cabeleireira da mãe.

Munidas de escova e pente, elas tentam criar o penteado que sua mente cataloga como maravilhoso. O que conseguem, em verdade, é despentear.

Mas elas insistem, põem a ponta da linguinha para fora da boca, demonstrando esforço, e alisam os cabelos com suas mãos. Satisfeitas, exclamam: Pronto.

Quantas vezes todo esse cuidado é repelido com as desculpas de: Vai estragar o meu penteado. Ou: Não tenho tempo para perder.

Atitudes dessa natureza, repetidas, terminam por passar para a criança que o sofrimento do outro, como o seu cansaço, não importa. O lema é: Cada um por si.

Não nos admiremos se, no futuro, nos depararmos com adolescentes frios e adultos indiferentes.

Pessoas que pensarão somente no seu bem-estar, no seu conforto, não se importando com a família, amigos ou colegas.

Nas relações humanas, como tudo na vida, a questão é de aprendizado e de semeadura.

*   *   *

Até aos sete anos de idade a criança é mais suscetível às mensagens que recebe dos adultos.

A educação integral compreende, não somente o comportamento social, as boas maneiras, a conduta reta, mas também a questão afetiva, emocional e espiritual.

Assim, não desprezemos as carícias da criança. Dia virá, quando os anos se forem, que ansiaremos por quem se aproxime de nós e nos acaricie os poucos cabelos brancos.

Alguém que disponha de seu tempo para colocar sua cabeça junto da nossa e diga: Como vai minha velhinha, hoje?

Está cansada? Quer um carinho?

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Ano novo, não basta desejar, é preciso construir.

Ontem foi o dia que dá início a um Novo Ano.

Todos queremos iniciar mais um ano com esperanças renovadas. É um momento de alegria e confraternização.

As rogativas, em geral, são para que se tenha muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender.

Mas será que se tivermos tudo isso teremos a garantia de um Ano Novo cheio de felicidade?

Se Deus nos dá saúde, o que normalmente ocorre é que tratamos de acabar com ela em nome das festas. Seja com os excessos na alimentação, bebidas alcoólicas, tabaco, ou outras drogas não menos prejudiciais à saúde.

Não nos damos conta de que a nossa saúde depende de nós.

Dessa forma, se quisermos um bom ano, teremos que fazer a nossa parte.

Se pararmos para analisar o que significa a passagem do ano, perceberemos que nada se modifica externamente.

Tudo continua sendo como na véspera. Os doentes continuam doentes, os que estão no cárcere permanecem encarcerados, os infelizes continuam os mesmos, os criminosos seguem arquitetando seus crimes, e assim por diante.

Nós, e somente nós podemos construir um ano melhor, desde que um Feliz Ano Novo não se deseja, se constrói.

Poderemos almejar por um ano bom se desde agora começarmos um investimento sólido, desde que no ano que se encerra tivemos os resultados dos investimentos do ano imediatamente anterior e assim sucessivamente.

Poderemos construir um ano bom a partir da nossa reforma moral, repensando os nossos valores, corrigindo os nossos passos, dando uma nova direção à nossa estrada particular.

Se começarmos por modificar nossos comportamentos equivocados, certamente teremos um ano mais feliz.

Se pensarmos um pouco mais nas pessoas que convivem conosco, se abrirmos os olhos para ver quanta dor nos rodeia, se colocarmos nossas mãos no trabalho de construção de um mundo melhor, conquistaremos, um dia, a felicidade que tanto almejamos.

Só há um caminho para se chegar à felicidade. E esse caminho foi mostrado por Quem realmente tem autoridade, por tê-lo trilhado. Esse alguém nós conhecemos como Jesus de Nazaré, o Cristo.

No ensinamento Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo está a chave da felicidade verdadeira.

Jesus nos coloca como ponto de referência. Por isso recomenda que amemos o próximo como a nós mesmos nos amamos.

Quem se ama preserva a saúde. Quem se ama não bombardeia o seu corpo com elementos nocivos, nem o Espírito com a raiva, a inveja, o ciúme.

Quem ama a Deus acima de todas as coisas, respeita Sua criação e Suas leis. Respeita seus semelhantes porque sabe que todos fomos criados por Ele e que Ele a todos nos ama.

Enfim, quem quer um Ano Novo repleto de felicidades, não tem outra saída senão construí-lo.

Importa que saibamos que o novo período de tempo que se inicia, como tantos outros que passaram, será repleto de oportunidades. Aproveitá-las bem ou mal, depende exclusivamente de cada um de nós.

*  *  *

O rio das oportunidades passa com suas águas sem que retornem nas mesmas circunstâncias ou situação.

Assim, hoje logo passará e o chamaremos ontem, como o amanhã será em breve hoje, que se tornará ontem igualmente.

E, sem que nos demos conta, estaremos logo chamando este ano que se inicia de ano passado e assim sucessivamente.

Que todos possamos aproveitar muito bem o tesouro dos minutos na construção do amanhã feliz que desejamos, pois a eternidade é feita de segundos.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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