segunda-feira, 30 de abril de 2018

Dia do Trabalho.

Primeiro de maio é reservado às comemorações do Dia do trabalho.
Uma excelente oportunidade para meditarmos a respeito dessa Lei da natureza, através da qual o homem forja o próprio progresso.
Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho, da sua atividade.
Tudo trabalha em a natureza. Os animais, como o homem, trabalham, embora a sua seja a atividade pela subsistência imediata.
O homem labora criando, desenvolvendo as funções da inteligência, conseguindo meios e recursos novos para aplicação na sua vida.
Toda ocupação útil é trabalho. Trabalha a genialidade na sua expressão criativa tanto quanto os que suam no preparo da terra e muitas tarefas rudimentares.
Para outras criaturas o trabalho é considerado desonroso. Possivelmente por um atavismo, pois no passado o trabalho se apresentava para as classes nobres como uma desonra.
Os braços escravos é que se encarregavam de todas as tarefas, enquanto os dominadores permaneciam na ociosidade.
Valorizavam-se os recursos dos homens pelo número de escravos e servos de que dispunham. Até mesmo a cultura da inteligência, muitas vezes, era transmitida por escravos.
No entanto, o trabalho é meio de elevação. Por ser Lei de caráter Divino, impõe-se a todos e ninguém dela poderá fugir impunemente.
Jesus nos deu o exemplo do respeito ao trabalho, como dever primeiro para a manutenção da vida, mediante a atividade honrada.
Ele Se fez carpinteiro e Se dedicou à profissão em companhia de José, Seu pai.
Ele mesmo disse: Meu Pai, referindo-Se a Deus, trabalha incessantemente. E eu trabalho também.
Seus discípulos ofereceram o labor das próprias mãos para a subsistência orgânica, enquanto semeavam as luzes da Boa Nova.
Paulo de Tarso era tecelão. Simão Pedro, Tiago e João eram pescadores. Mateus, cobrador de impostos. Judas dedicava-se ao comércio, vendendo peixes e quinquilharias. Lucas era médico.
O trabalho é dom da vida, que dignifica e mantém o homem. Em toda parte se impõe como Lei mantenedora do equilíbrio.
Busque, pois, motivação para fazer bem o seu trabalho. Coloque nele os seus melhores empenhos, de modo a se enriquecer de gratidão por dispor de um maravilhoso meio de ganhar com nobreza o pão diário.
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Primeiro de maio é a data escolhida, na maioria dos países industrializados, para comemorar o Dia do trabalho e celebrar a figura do trabalhador.
A data tem origem em uma manifestação operária por melhores condições de trabalho, iniciada no dia 1º de maio de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos.
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Não olvide que o trabalho é o único processo de aumentar a riqueza e nem se esqueça de que o serviço é o único recurso de capitalizar a simpatia e a cooperação.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Salário ideal.

Você está satisfeito com o seu salário?
Provavelmente não, pois são contínuas as reclamações a respeito da baixa remuneração que, como dizem, não dá para nada.
Ouve-se dizer que o dinheiro que se ganha, ao final do mês, mal dá para quitar débitos anteriormente assumidos.
O estranho em tudo isso é que, se as reclamações pela melhoria dos salários provêm de todas as classes trabalhistas, o que se verifica em questão de qualidade de trabalho é quase o caos.
Não se percebe, falando de forma generalizada, que as pessoas se preocupem em realizar bem a sua tarefa.
Contrata-se um jardineiro para colocar em ordem o jardim. E o que se obtém é uma poda mal feita, grama mal aparada e a terra mal espalhada pelos canteiros.
Entrega-se uma criança aos cuidados de uma babá e se percebe a má vontade com que segue os passos vacilantes do pequeno, inquieto e vivaz.
Recomenda-se um idoso enfermo a determinado atendente e nos surpreendemos com a forma com que ele é tratado, às pressas, sem atentar para detalhes.
Balconistas apressados, servidores desatenciosos, vendedores impacientes.
Em todos os lugares nos deparamos com criaturas que somente pensam em olhar para o relógio, no aguardo do final do expediente, atendendo suas tarefas com descuido e até desleixo.
À conta disto, decai a qualidade e trabalhos contratados são concluídos e entregues de forma afoita.
Se digno é o trabalhador do seu salário, como nos alerta o Evangelho, é também muito justo que o trabalhador execute o seu trabalho com disposição e cuidado.
Que nos custará, na qualidade de jardineiros, atender à poda devidamente, afofar a terra com carinho? Afinal, as plantas dependem de nós.
Quantos minutos despenderemos a mais se nos detivermos, junto ao idoso ou ao enfermo, e estendermos a colcha com cuidado, interessando-nos pelo seu bem-estar?
E poderemos acaso nos dar conta da responsabilidade que é zelar pelos passos de um bebê?
Podemos avaliar o quão emocionante é acompanhar o desenvolvimento de um ser tão pequeno, e vê-lo a cada dia vencer mais um obstáculo?
Não importa qual seja nossa profissão, qual seja a nossa tarefa.
O que importa, e muito, é que a realizemos com amor, aprimorando-nos na sua execução.
Quer se trate de lavar uma simples peça de roupa ou lidar com sofisticados aparelhos computadorizados, é necessário que nos conscientizemos de que, tanto quanto desejamos receber dos demais o melhor, compete-nos doar o melhor.
Portanto, antes de prosseguirmos a reclamar da nossa remuneração, revisemos a qualidade dos nossos serviços.
Preocupemo-nos muito mais em nos tornarmos excelentes profissionais, o que significa criaturas responsáveis, ativas, competentes.
*   *   *
Sejam quais forem as tuas possibilidades sociais ou econômicas, trabalha!
O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto conquista valores incalculáveis com que o Espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Somos todos irmãos.


Em tempos de tantas lutas por igualdade, por inclusão social; em tempos que quase tudo é levado à conta de discriminação sexual, social, racial, é bom recordar Albert Schweitzer.
Esse pianista, cirurgião, um trabalhador do bem, nos deixou, com suas letras e com seu exemplo, lições extraordinárias.
Na África, onde foi servir aos seus irmãos, ele foi carpinteiro, construtor, capataz da turma de pá e picareta.
Construiu um hospital, em grande parte, com as próprias mãos. Alegremente, o reconstruiu quando, após longa ausência, o encontrou tomado pela selva.
O escritor, o pianista, levantava cercas, pintava de cal as paredes, gastava dias numa canoa, de aldeia em aldeia, para obter folhas de palmeira para cobrir casas.
Arrastando grandes toras, certa feita, chamou um nativo vestido de branco para ajudá-lo. Recebeu como resposta: Eu sou intelectual. Não arrasto madeira pelo mato.
Sem se perturbar, retrucou Schweitzer: Você é um felizardo. Eu também quis ser um intelectual, mas não tive jeito.
E era assim. Os próprios negros, que ele alimentava e tratava, se estendiam à sombra das árvores, descansando, numa indiferença de enlouquecer.
E à pergunta Como gostamos deles, apesar dos aborrecimentos que nos dão? – Dizia que era preciso ter amor e paciência bastante para compreendê-los.
Ele se identificava com cada paciente, sofria com seu sofrimento, atormentava-se com suas ansiedades.
Um deles, depois de submetido a uma cirurgia, recuperando a consciência, olhou com espanto ao redor e exclamou, repetidas vezes: Não sinto mais dor! Não sinto mais dor!
Sua mão procurou a do benfeitor e a segurou, com força.
Então, pacientemente, Schweitzer se deixou ficar ali, tendo entre as suas as negras mãos agradecidas.
Aproveitou a oportunidade e começou a dizer a ele e a todos os demais que estavam no mesmo dormitório escassamente iluminado:
Foi o Senhor Jesus quem me mandou para cá, e a minha mulher, que é minha auxiliar. E quem dá o dinheiro para que possamos ficar aqui, tratando todos os doentes, é gente branca da Europa.
Os nativos ficaram espantados e o crivaram de perguntas. Desejavam saber mais sobre essa tal gente branca. Onde vivia, o que fazia e como sabia que os nativos sofriam tantas doenças e precisavam de tratamento.
O sol africano brilhou, inclemente, lá fora e penetrou na escura barraca, onde todos se encontravam.
Ali estavam sentados, lado a lado, brancos e negros. Uns desejavam saber, outro explicava, informava, esclarecia, como um pai amoroso ensinando aos filhos coisas básicas, corriqueiras.
Algo especial parecia a todos envolver. Uma atmosfera de amizade, de compaixão, de compreensão.
Naquele momento, naquele ambiente, todas aquelas almas sentiram, por experiência própria, o alto significado das palavras: Somos todos irmãos.
*   *   *
Somos todos irmãos! Irmãos porque descendentes de um único Pai Criador, amoroso e bom.
Irmãos porque vivemos no mesmo único lar que nos abriga: o planeta Terra.
Irmãos, independente da cor da pele, da crença religiosa, do partido político, do status social, da nação onde vivamos.
Oxalá em breve todos nos conscientizemos firmemente dessa grande verdade: somos todos irmãos. E vivamos dessa forma.
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Sabedoria na doação.

Não é raro que, na ânsia de fazer o bem, nos disponhamos a dar coisas, distribuir alimentos.
Não é raro também se ouvir frases de decepção, do tipo: As pessoas nunca estão satisfeitas.
Se ofereço sopa, elas perguntam se não há algo mais. Se distribuo roupas, reclamam da cor e do modelo.
Ou ainda: Acredita que o andarilho falou que não queria o cobertor?
Essas situações nos remetem a uma outra, vivida no século passado, durante a revolução cultural da China.
Fang era uma pessoa compreensiva e receptiva a novas ideias.
Uma das grandes realizações dos Guardas Vermelhos fora a criação de escolas noturnas, cujo objetivo era transmitir aos camponeses as ideias comunistas de Mao.
Todos recebiam cópias do Livro Vermelho.
Fang era analfabeta. Por isso, dois jovens e entusiasmados Guardas Vermelhos decidiram ensiná-la a ler.
Ela nunca chegou a reconhecer palavras isoladas. Mas conseguiu memorizar parágrafos inteiros dos ensinamentos de Mao.
Enquanto lavava a roupa, limpava a casa, costurava ou cozinhava, seus lábios se moviam.
Ela recitava, em silêncio, passagens do Livro Vermelho. Por isso, foi considerada uma aluna-modelo.
Pouco tempo passado, duas jovens da Brigada Vermelha foram visitá-la. Desejavam verificar seus progressos na leitura.
Fang disse que estava ocupada, que elas voltassem depois.
Naquela manhã, o carvão usado se recusava a acender e o pequeno cômodo estava tomado pela fumaça.
As moças se foram mas voltaram logo depois, insistindo que era preciso verificar se a senhora entendera os ensinamentos do Livro Vermelho de Mao.
Tinham de entregar, naquela noite, um relatório ao líder do grupo.
Fang ficou impaciente. Ela pediu que uma das moças assumisse seu lugar na cozinha, que a outra tentasse acender o fogo.
Elas se entreolharam confusas. Então, a camponesa desabafou:
Eu poderia passar todos os dias, por todo o resto da minha vida, decorando os ensinamentos de Mao.
Mas quero saber: quem vai arrumar, limpar e cozinhar?
Quem vai dar banho nos meus sete filhos, costurar as roupas deles, preparar três refeições por dia, todo santo dia?
Quem vai fazer mágica para conseguir cozinhar?
Vocês pensam que as palavras do presidente Mao enchem barriga?
Se vocês vierem aqui todos os dias para me ajudar nas minhas tarefas, eu aprendo o que quer que queiram me ensinar. E muito mais.
As moças foram embora, sem dizer nada. E nunca mais voltaram àquela casa.
*   *   *
Desejando fazer o bem, analise o que, especialmente, as pessoas que você pensa auxiliar, necessitam.
Algumas carecem de pão, outras necessitarão agasalho. Alguém pedirá que você lhe decifre o alfabeto.
Outro mais desejará dinheiro para se locomover a determinado local. Aquele sonha em frequentar bancos escolares.
Pense nisso: o importante não é dar. É dar com sabedoria a cada um aquilo de que carece e anseia.
Dessa forma, o seu benefício alcançará superiores objetivos, suprindo a real necessidade.

terça-feira, 3 de abril de 2018

O pior inimigo.

Um homem, admirável pelas qualidades de trabalho e pelas virtudes do caráter, foi percebido pelos inimigos da Humanidade que conhecemos por ignorância, calúnia, maldade, discórdia, vaidade, preguiça e desânimo.
Juntos, eles tramaram agir contra ele, conduzindo-o à derrota.
A ignorância começou a sua perseguição, apresentando-o ao povo como mau observador das obrigações religiosas.
Dizia que ele se isolava cuidando da terra, cheio de ambições desmedidas para enriquecer à custa do alheio suor. Não tinha fé, nem respeitava os bons costumes.
O lavrador ativo recebeu as notícias da adversária, sorriu calmo e falou com sinceridade: A ignorância está desculpada.
Surgiu, então, a calúnia e o denunciou às autoridades por espião de interesses estranhos. Aquele homem vivia, quase sozinho, para melhor comunicar-se com vasta quadrilha de ladrões.
O serviço policial tratou de minuciosas averiguações e, ao término do inquérito vergonhoso, a vítima afirmou sem ódio: A calúnia estava enganada.
E trabalhou com dobrado valor moral.
Logo veio a maldade, que principiou incendiando-lhe o campo. Destruiu-lhe milharais enormes, prejudicou-lhe a vinha, poluiu-lhe as fontes.
O operário incansável tudo refez, respondendo: Contra as sombras do mal, tenho a luz do bem.
Os perseguidores, reconhecendo que haviam encontrado um Espírito robusto na fé, instruíram a discórdia, que passou a assediá-lo dentro da própria casa.
Provocações o cercaram de todos os lados e, em breve, irmãos e amigos o abandonaram.
O bom homem sofreu bastante mas, ergueu os olhos para o céu e falou:
Meu Deus, estou só. No entanto, continuarei agindo e servindo em Teu nome. Esquecerei a discórdia.
Apareceu, então, a vaidade que foi lhe dizendo:
Você é um grande herói... Venceu aflições e batalhas! Deverá ganhar a auréola dos justos e dos santos!
O trabalhador sincero continuou imperturbável:
Sou apenas um átomo que respira. Toda glória pertence a Deus!
Foi a vez da preguiça lhe acariciar a fronte, com mãos traiçoeiras:
Seus sacrifícios são excessivos. Repouse. Você já perdeu as melhores forças!
Vigilante, o interpelado replicou sem hesitar:
Meu dever é o de servir em benefício de todos, até ao fim da luta.
Afastando-se a preguiça, o desânimo compareceu.
Não atacou de longe, nem de perto. Não se sentou na poltrona para conversar, nem lhe cochichou aos ouvidos. Entrou no coração do operoso lavrador e, depois de se instalar, começou a lhe perguntar:
Para que se esforçar? Por que servir? Não vê que o mundo está repleto de colaboradores mais competentes? Que razão justifica tamanha luta?
Não será melhor deixar tudo por conta de Deus? Que espera? Tudo é inútil... Não se lembra de que a morte destruirá tudo?
O homem forte e valoroso, que triunfara de tantos combates, começou a ouvir aquelas interrogações, deitou-se e passou anos sem se levantar.
*   *   *
Não permitamos que o desânimo nos impeça de viver, de agir e de sonhar. Sempre que o percebamos por perto, coloquemo-nos em oração, afirmando: Minha alma é maior e mais forte do que você.
 Redação do Momento Espírita

Doe Sangue

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