terça-feira, 28 de maio de 2024

Elogios e críticas.


Se o sol dependesse da aprovação humana para alimentar a vida que gravita ao seu redor, certo que, desde muito, estaria reduzido a montão de cinzas.

Se a Terra sofresse com as censuras que lhe são constantemente dirigidas por todos aqueles que a categorizam por vale de lágrimas, já teria descido à condição de um cemitério no espaço.

Se a semente rejeitasse a solidão e a morte a que se vê relegada no solo, a fim de colaborar no sustento do mundo, as criaturas estariam, há muito tempo, sem a bênção do pão.

Se a fonte recusasse o regime de mudança incessante e permanente em que é chamada a servir, a vida organizada na Terra se mostraria reduzida a primitivismo e estagnação.

Se a árvore só produzisse sob aplausos, o fruto não abençoaria a mesa dos homens.

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Uma vez mais, aprendamos com as lições simples da natureza.

Agradeçamos os louvores que nos fortalecem para o desempenho das obrigações e aproveitemos com resignação a advertência que a crítica nos dá.

Elogios e críticas não podem se converter em combustível para a realização das nossas tarefas abençoadas no mundo.

Primeiro, percebamos como tanto os que destacam o bem quanto os que apontam defeitos são passageiros.

Mudam conforme as marés das pessoas que os fazem. Muitas vezes têm muito mais a ver com elas mesmas do que com uma correta avaliação de uma obra que avaliam.

Em segundo lugar, se precisamos de elogio para trabalhar e se a desaprovação nos paralisa a faculdade de servir, estamos longe de compreender o tesouro da oportunidade de aprimoramento e elevação que nos enriquece o caminho.

A bênção que nos reconforta, a luz que clareia a estrada, a força que nos sustenta e o apoio que nos escora, chegam sempre de Mais Alto e procedem tão somente de Deus.

Por isso, deixemos de dar excessivo valor às avaliações do mundo, uma vez que o mundo é instável.

Num momento, recebemos elogios sinceros, noutro são manifestações de inveja. E, em outro ainda, apenas repetição de palavras vazias.

Por outro lado, as críticas muitas vezes apontam verdades que não enxergamos. Também podem ser manifestações de complexos internos de um ser em desequilíbrio.

Não há como sustentar qualquer obra, qualquer trabalho nas asas de críticas e elogios do mundo.

Vejamos como personalidades expostas diariamente a isso nas redes sociais, nas grandes mídias, mostram-se profundamente abaladas com tais comportamentos.

Algumas ignoram tudo para poderem continuar. Outras, quando começam a ler, a ouvir, se entristecem, se revoltam, devolvem na mesma moeda. E há as que se desligam de tudo para não tomar conhecimento de mais nada.

Importante ouvir as críticas e elogios daqueles que respeitamos, dos mais próximos, daqueles que querem o nosso bem.

Nossos tutores, orientadores, serão sempre os nossos anjos de guarda na Terra. Procuremos por seus conselhos, suas palavras amigas.

Sigamos nossa proposta de amor e verdade sem medo, recordando do sol, da Terra, da semente e da fonte. Todos sendo úteis pelo bem comum.

Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br

terça-feira, 21 de maio de 2024

Busca constante.


Corre o homem diariamente de um lado para outro. Desde a aurora até bem depois do pôr do sol. Passos apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio.

Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante. Nunca tem tempo para nada. Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução de seus objetivos.

Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida? Para onde dirige seus passos? O que espera ele encontrar? Sabe, realmente, o que que
 
Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: “a busca da felicidade”. Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente.

Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito. Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece.

Quando o amor é correspondido. Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas. Quando o emprego almejado é obtido. Quando um título é alcançado. Quando tudo parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos.

Nessas ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face. Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando:

“Consegui! Venci!”. Como se o mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade.

Mas isso é apenas uma ilusão. A fragilidade daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante.

Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos. O retorno à realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória.

A luta continua. Não pode o homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir.

Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada. Nessas horas, quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo.

Tem a sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele. Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar. Sempre. Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que “a felicidade não é deste mundo.”

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O que busca você? O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero? O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?

Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo. Satisfações materiais não saciam por muito tempo o corpo, tampouco a mente que deseja a paz.

Por outro lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez. A consciência tranqüila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se repouse a cabeça no travesseiro todas as noites.

São situações em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo.
Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br

terça-feira, 14 de maio de 2024

Onde realmente está o sofrimento.


Numa das belas falas do sermão do monte, o Mestre reportou-se aos aflitos, aos que choram, aos famintos, aos que buscam justiça, aos que sofrem perseguições. A partir das exortações de Jesus, dissertações consoladoras aconteceram, no transcorrer dos tempos, falando-nos da justiça das aflições, das suas causas anteriores e das causas atuais.


Em mensagem atribuída ao Espírito Fénelon, que viveu no século XVII, lemos a respeito dos tormentos voluntários, uma espécie de sofrimento muito curiosa, que provém dos nossos vícios morais, isto é, sofrimentos que causamos a nós mesmos voluntariamente.

Diz-nos assim:- O homem, como que de propósito, cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar! De imediato, pensamos que jamais criaríamos sofrimentos para nós mesmos. Afinal, todos desejamos o melhor.

No entanto, prosseguindo em sua redação, Fénelon nos dá um simples exemplo:- Haverá maiores sofrimentos do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso e o ciumento, não há repouso. Estão sempre febris, preocupados, ansiosos... O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias.

Vejamos como realmente nos incomodamos com muitas coisas que não deveriam nos perturbar. Intervimos demais na vida alheia sem necessidade. Tiramos conclusões precipitadas, construímos em nós roteiros de cinema baseados em algo que achamos que ouvimos ou numa mera especulação.

Esses são sofrimentos voluntários. Sofrimentos que criamos para nós sem necessidade. Geramos inúmeras aflições para nossa vida diariamente. Apenas porque somos invejosos, somos inseguros, maledicentes ou ciumentos.

São bem diferentes das grandes provações da vida, das experiências educativas, ou mesmo das expiações, que nos ensinam ao mesmo tempo em que nos permitem ficarmos quites com as leis maiores.

Observando as características da sociedade atual, percebamos quantos sofrimentos voluntários, quanta dor trazemos para nossas vidas sem precisar. Será que não nos bastam os desafios da encarnação? As lutas de um mundo com tantas dificuldades?

Será que alguns de nós temos prazer em sofrer? Isso demonstra certo desequilíbrio e necessidade urgente de buscarmos auxílio terapêutico.

Pensemos a respeito.
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O que mais sofremos no mundo...

Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la. Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento. Não é a doença. É o pavor de recebê-la. Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar. Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros. Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo. Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros. Não é a injúria. É o orgulho ferido. Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.

Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
Redação do Momento Espírita

terça-feira, 7 de maio de 2024

Felicidade das Mães.


No Dia das Mães, quando tantas homenagens ocorrem, uma garota escreveu: Durante toda a vida ouvi falar: “Se o filho está feliz, a mãe está feliz. Tudo que eu quero é ver meu filho feliz!”

Francamente, impossível acreditar nisso. Se fosse verdade, eu teria podido comer aquela barra de chocolate inteirinha. Isso me teria feito muito feliz. Mas ela não deixou. Cortou minha felicidade ao meio.

Quando quis virar a noite no videogame, eu estava no auge da minha felicidade. Mas ela não entendeu. Por acaso, ela pensou na minha felicidade? É claro que não. Ela disse que contaria até três e me fez desligar a TV, no meio da última fase do jogo.

Se houvesse sinceridade nesse desejo dela de me ver feliz, ela teria me deixado namorar ao invés de estudar. Como ela pôde me proibir de sair e me forçar a ficar horas com os livros, quando tudo que me faria feliz naquele momento estava lá fora?

O sol estava lá fora. O namorado estava lá fora. Os amigos estavam se divertindo. Todos... menos eu. Como sempre, o que eu ouvia era: “Você não é igual a todo mundo. Você é minha filha.”

E, naquele dia, em que cheguei chorando porque tinha sido injustiçada pelos amigos, ela disse: “Você deve ter feito alguma coisa para merecer isso!” Quanta insensibilidade!  Ela não sabia que me faria feliz se tivesse se unido a mim para dizer que eu estava certa? Até me ajudasse a encontrar mil defeitos neles.

As mães dizem que nos querem ver felizes. Na verdade, também querem que arrumemos a cama, lavemos a louça, tiremos o lixo, cuidemos dos irmãos. E, ainda, nos forçam a comer o que elas dizem que é saudável. Garanto que a maioria dos filhos pensa como eu.
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Pois é. Pensamos assim até nos tornarmos mães. Quando a vida nos presenteia com um filho, passamos a ver as coisas de forma bem diferente. O não da barra de chocolate passa a ser entendido como um sim à disciplina alimentar. O não ao videogame se torna um sim às horas insubstituíveis de sono.

O não ao namorado, não é um não ao namoro, é um sim ao futuro. Então entendemos e agradecemos por cada atitude de nossa mãe porque todas serviram para nos tornar melhores.

Hoje, quando nossa mãe nos olha com orgulho, e sorri mesmo quando as coisas não estão fáceis, conseguimos compreender o sentido daquela frase repetida incansavelmente, ao longo da vida: “Se você estiver feliz, eu estarei feliz.”

Não há nada maior do que o amor de uma mãe. Também nada mais gratificante do que descobrir, nos seus olhos, a felicidade por ver seu filho bem neste mundo.

Agradeçamos à nossa mãe o que fez por nós, por nos ter transformado num barco forte para passar por todas as tempestades.

Agradeçamos por ter nos acolhido com mesa farta quando chegamos em terra firme com a alma sedenta de amor e o coração faminto de carinho.

Agradeçamos pelo melhor colo do mundo e pelo sorriso maravilhoso de se ver!

E sim, ficamos zangadas quando ela está longe. Nós a queremos por perto para continuar dizendo os santos não para essa criança, dentro de nós, que nunca para de aprender!

Amamos você, mamãe!

Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br

Doe Sangue

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