terça-feira, 14 de maio de 2024

Onde realmente está o sofrimento.


Numa das belas falas do sermão do monte, o Mestre reportou-se aos aflitos, aos que choram, aos famintos, aos que buscam justiça, aos que sofrem perseguições. A partir das exortações de Jesus, dissertações consoladoras aconteceram, no transcorrer dos tempos, falando-nos da justiça das aflições, das suas causas anteriores e das causas atuais.


Em mensagem atribuída ao Espírito Fénelon, que viveu no século XVII, lemos a respeito dos tormentos voluntários, uma espécie de sofrimento muito curiosa, que provém dos nossos vícios morais, isto é, sofrimentos que causamos a nós mesmos voluntariamente.

Diz-nos assim:- O homem, como que de propósito, cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar! De imediato, pensamos que jamais criaríamos sofrimentos para nós mesmos. Afinal, todos desejamos o melhor.

No entanto, prosseguindo em sua redação, Fénelon nos dá um simples exemplo:- Haverá maiores sofrimentos do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso e o ciumento, não há repouso. Estão sempre febris, preocupados, ansiosos... O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias.

Vejamos como realmente nos incomodamos com muitas coisas que não deveriam nos perturbar. Intervimos demais na vida alheia sem necessidade. Tiramos conclusões precipitadas, construímos em nós roteiros de cinema baseados em algo que achamos que ouvimos ou numa mera especulação.

Esses são sofrimentos voluntários. Sofrimentos que criamos para nós sem necessidade. Geramos inúmeras aflições para nossa vida diariamente. Apenas porque somos invejosos, somos inseguros, maledicentes ou ciumentos.

São bem diferentes das grandes provações da vida, das experiências educativas, ou mesmo das expiações, que nos ensinam ao mesmo tempo em que nos permitem ficarmos quites com as leis maiores.

Observando as características da sociedade atual, percebamos quantos sofrimentos voluntários, quanta dor trazemos para nossas vidas sem precisar. Será que não nos bastam os desafios da encarnação? As lutas de um mundo com tantas dificuldades?

Será que alguns de nós temos prazer em sofrer? Isso demonstra certo desequilíbrio e necessidade urgente de buscarmos auxílio terapêutico.

Pensemos a respeito.
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O que mais sofremos no mundo...

Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la. Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento. Não é a doença. É o pavor de recebê-la. Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar. Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros. Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo. Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros. Não é a injúria. É o orgulho ferido. Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.

Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
Redação do Momento Espírita

terça-feira, 7 de maio de 2024

Felicidade das Mães.


No Dia das Mães, quando tantas homenagens ocorrem, uma garota escreveu: Durante toda a vida ouvi falar: “Se o filho está feliz, a mãe está feliz. Tudo que eu quero é ver meu filho feliz!”

Francamente, impossível acreditar nisso. Se fosse verdade, eu teria podido comer aquela barra de chocolate inteirinha. Isso me teria feito muito feliz. Mas ela não deixou. Cortou minha felicidade ao meio.

Quando quis virar a noite no videogame, eu estava no auge da minha felicidade. Mas ela não entendeu. Por acaso, ela pensou na minha felicidade? É claro que não. Ela disse que contaria até três e me fez desligar a TV, no meio da última fase do jogo.

Se houvesse sinceridade nesse desejo dela de me ver feliz, ela teria me deixado namorar ao invés de estudar. Como ela pôde me proibir de sair e me forçar a ficar horas com os livros, quando tudo que me faria feliz naquele momento estava lá fora?

O sol estava lá fora. O namorado estava lá fora. Os amigos estavam se divertindo. Todos... menos eu. Como sempre, o que eu ouvia era: “Você não é igual a todo mundo. Você é minha filha.”

E, naquele dia, em que cheguei chorando porque tinha sido injustiçada pelos amigos, ela disse: “Você deve ter feito alguma coisa para merecer isso!” Quanta insensibilidade!  Ela não sabia que me faria feliz se tivesse se unido a mim para dizer que eu estava certa? Até me ajudasse a encontrar mil defeitos neles.

As mães dizem que nos querem ver felizes. Na verdade, também querem que arrumemos a cama, lavemos a louça, tiremos o lixo, cuidemos dos irmãos. E, ainda, nos forçam a comer o que elas dizem que é saudável. Garanto que a maioria dos filhos pensa como eu.
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Pois é. Pensamos assim até nos tornarmos mães. Quando a vida nos presenteia com um filho, passamos a ver as coisas de forma bem diferente. O não da barra de chocolate passa a ser entendido como um sim à disciplina alimentar. O não ao videogame se torna um sim às horas insubstituíveis de sono.

O não ao namorado, não é um não ao namoro, é um sim ao futuro. Então entendemos e agradecemos por cada atitude de nossa mãe porque todas serviram para nos tornar melhores.

Hoje, quando nossa mãe nos olha com orgulho, e sorri mesmo quando as coisas não estão fáceis, conseguimos compreender o sentido daquela frase repetida incansavelmente, ao longo da vida: “Se você estiver feliz, eu estarei feliz.”

Não há nada maior do que o amor de uma mãe. Também nada mais gratificante do que descobrir, nos seus olhos, a felicidade por ver seu filho bem neste mundo.

Agradeçamos à nossa mãe o que fez por nós, por nos ter transformado num barco forte para passar por todas as tempestades.

Agradeçamos por ter nos acolhido com mesa farta quando chegamos em terra firme com a alma sedenta de amor e o coração faminto de carinho.

Agradeçamos pelo melhor colo do mundo e pelo sorriso maravilhoso de se ver!

E sim, ficamos zangadas quando ela está longe. Nós a queremos por perto para continuar dizendo os santos não para essa criança, dentro de nós, que nunca para de aprender!

Amamos você, mamãe!

Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br

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