Se o sol dependesse da aprovação humana para alimentar a vida que gravita ao seu redor, certo que, desde muito, estaria reduzido a montão de cinzas.
Se a Terra sofresse com as censuras que lhe são constantemente dirigidas por todos aqueles que a categorizam por vale de lágrimas, já teria descido à condição de um cemitério no espaço.
Se a semente rejeitasse a solidão e a morte a que se vê relegada no solo, a fim de colaborar no sustento do mundo, as criaturas estariam, há muito tempo, sem a bênção do pão.
Se a fonte recusasse o regime de mudança incessante e permanente em que é chamada a servir, a vida organizada na Terra se mostraria reduzida a primitivismo e estagnação.
Se a árvore só produzisse sob aplausos, o fruto não abençoaria a mesa dos homens.
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Uma vez mais, aprendamos com as lições simples da natureza.
Agradeçamos os louvores que nos fortalecem para o desempenho das obrigações e aproveitemos com resignação a advertência que a crítica nos dá.
Elogios e críticas não podem se converter em combustível para a realização das nossas tarefas abençoadas no mundo.
Primeiro, percebamos como tanto os que destacam o bem quanto os que apontam defeitos são passageiros.
Mudam conforme as marés das pessoas que os fazem. Muitas vezes têm muito mais a ver com elas mesmas do que com uma correta avaliação de uma obra que avaliam.
Em segundo lugar, se precisamos de elogio para trabalhar e se a desaprovação nos paralisa a faculdade de servir, estamos longe de compreender o tesouro da oportunidade de aprimoramento e elevação que nos enriquece o caminho.
A bênção que nos reconforta, a luz que clareia a estrada, a força que nos sustenta e o apoio que nos escora, chegam sempre de Mais Alto e procedem tão somente de Deus.
Por isso, deixemos de dar excessivo valor às avaliações do mundo, uma vez que o mundo é instável.
Num momento, recebemos elogios sinceros, noutro são manifestações de inveja. E, em outro ainda, apenas repetição de palavras vazias.
Por outro lado, as críticas muitas vezes apontam verdades que não enxergamos. Também podem ser manifestações de complexos internos de um ser em desequilíbrio.
Não há como sustentar qualquer obra, qualquer trabalho nas asas de críticas e elogios do mundo.
Vejamos como personalidades expostas diariamente a isso nas redes sociais, nas grandes mídias, mostram-se profundamente abaladas com tais comportamentos.
Algumas ignoram tudo para poderem continuar. Outras, quando começam a ler, a ouvir, se entristecem, se revoltam, devolvem na mesma moeda. E há as que se desligam de tudo para não tomar conhecimento de mais nada.
Importante ouvir as críticas e elogios daqueles que respeitamos, dos mais próximos, daqueles que querem o nosso bem.
Nossos tutores, orientadores, serão sempre os nossos anjos de guarda na Terra. Procuremos por seus conselhos, suas palavras amigas.
Sigamos nossa proposta de amor e verdade sem medo, recordando do sol, da Terra, da semente e da fonte. Todos sendo úteis pelo bem comum.
Redação do Momento Espírita.
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