terça-feira, 28 de julho de 2020

Deus na natureza.

A cada novo dia a natureza nos oferece espetáculos  de beleza sem fim...

Quem já não contemplou a maravilha de uma gota de orvalho a brilhar, refletindo a luz do sol?

Uma simples teia de aranha e sua engenharia perfeita...

A relva verde... O andar desengonçado de um joão-de-barro, logo ao amanhecer...

Uma folha seca bailando no ar prenunciando o inverno...

O céu de anil com suaves pinceladas brancas como se fossem nuvens de algodão.

O entardecer, quando o sol se despede deixando rastros em vários tons dourados como se fosse ouro derretido, levemente espalhado por mãos invisíveis...

A lua cheia refletida num lago calmo, transformado em grande espelho líquido...

A cantoria do vento na folhagem das árvores, qual suave melodia, convidando a sonhar...

O olhar de um cão solitário, pedindo companhia...

O balançar do salgueiro, lembrando mãos distendidas nas margens dos rios e lagos, como a protegê-los...

O ir e vir das ondas, acariciando a areia quente das praias como querendo amenizar o calor...

O cheiro do mato, após a chuva...

A água cristalina dos rios que correm por entre as montanhas, como se fossem veias transportando a vida.

O sorriso inocente na face da criança, pedindo amparo e proteção.

As pegadas do lavrador nas estradas poeirentas que conduzem à lavoura...

O galopar do cavalo evidenciando sua liberdade...

O abrir e fechar das asas da borboleta sobre a flor, a andorinha fazendo acrobacias no ar, a garça solitária à espreita do alimento.

O abraço afetuoso de um amigo. O rosto sulcado do ancião, que não teme a velhice por saber que ela não alcança o Espírito. As mãos calejadas do trabalhador...

A noite bordada de estrelas a nos mostrar a grandeza do Universo infinito...

Uma gota d'água na pétala de uma rosa, refletindo outras tantas rosas...

O tamborilar da chuva no telhado... A goteira a cantar na calha...

A araucária secular, com seus galhos esparramados, debulhando as pinhas para saciar com seus frutos a fome dos pássaros.

O cricrilar do grilo, o coaxar da rã, o piar da coruja fazendo-se anunciar na noite silenciosa.

O som melodioso do teclado extraído por mãos habilidosas.

A harmonia das cores nos canteiros floridos de ruas e praças...

O dia, que a cada amanhecer renova o convite para que vivamos em harmonia, imitando a natureza.

Essas e outras tantas belezas são a presença discreta de Deus na natureza que nos cerca, dizendo que também somos Suas criaturas e que fazemos parte desse Universo maravilhoso, e, acima de tudo, somos herdeiros desse mesmo Universo, como filhos do Criador que somos todos nós.
                                                               
                                                              *   *   *
A contemplação da natureza oferece ao homem incontestavelmente, inefáveis encantos. Na organização dos seres descobre-se o incessante movimento dos átomos que os compõem, tanto quanto a permuta constante e operante entre todas as coisas.

Justa é a nossa admiração por tudo o que vive na superfície da Terra.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 21 de julho de 2020

A bênção da vida.

Mal acordamos, pela manhã, e muitas preocupações passam a ocupar a nossa mente. São tantas as providências que temos a tomar que muitas vezes ficamos atordoados. Nem percebemos o dia acabar.

   As coisas mais simples e as mais graves são alvos de nossa atenção, ocupando-nos as horas.

   A noite nos encontra extremamente exaustos.

   Mastigamos o jantar enquanto tentamos digerir os problemas que ficaram pendentes.

   Algumas horas de sono e novamente o dia nos convida a agir... E lá vamos nós outra vez.

   As horas se sucedem, os dias se vão, os meses se transformam em anos, e passamos pela vida sem nos darmos conta das muitas bênçãos que ela nos oferece, bem como de todas as criaturas que dividem o planeta conosco.

   Entretanto, o novo dia se apresenta para ser vivido.

   Talvez seja oportuno lançarmos um olhar mais atento ao mundo à nossa volta, buscando interagir, de maneira consciente.

   Descubramos o valor das dádivas que o Senhor nos faz pelas mãos da vida e ofereçamos alegria e reconhecimento por toda a parte.

   Observemos a natureza a nos abençoar a existência na Terra. Nascem frutas saborosas em árvores cujas raízes se prendem à lama...

   Correm brisas leves, entoando melodias suaves, em apertados vales, transportando o delicioso perfume das flores.

   Cai o orvalho da noite sobre o solo ressequido e misérrimo, castigado pelo sol.

   Voam borboletas delicadas nos rios de ar ligeiro qual festival de cor flutuante sobre campina pontilhada de flores miúdas.

   Desabrocham, além, espécies variadas da flora que o pólen feliz fecunda em todo lugar.

   Cintilam constelações no manto da noite salpicando a treva de diamantes preciosos.

   Em cada madrugada renasce o sol dourado, purificando o pântano, vitalizando o homem, atendendo à flor sem indagar da aplicação que lhe façam dos raios beneficentes.

   Não nos detenhamos e recordemos os tesouros com que o bem nos enriquece o coração, através dos valiosos patrimônios da saúde e da fé, da alegria e da paciência, e vamos em frente.

   Indiferença é enfermidade.

   Medo é veneno que mata lentamente.

   Acendamos a luz da coragem na alma, a fim de que não fiquemos embaraçados nas dificuldades muito naturais que seguem ao lado dos nossos compromissos em relação à vida.

   Confiança em nossos atos é fortalecimento para a coragem alheia.

   Otimismo nas realizações também é aliança de identificação com as esferas superiores.

                                                                              *   *   *

   Não nos encontramos no mundo sem propósitos elevados.

   Aproveitemos a oportunidade, valorizemos as bênçãos que recebemos, todos os dias,difundamos gratidão e alegria por onde passarmos, com quem estivermos, com o que possuímos, justificando em atos edificantes a nossa passagem pela Terra.

   Não somos simples figurantes nos palcos da vida terrestre. Somos protagonistas, lições vivas, peças importantes nesta imensa engrenagem chamada sociedade.

   Pensemos nisso, e nos movimentemos produzindo o melhor para nós e para a grande família humana à qual pertencemos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Nossa dádiva.

O sol buscava a linha do horizonte e o manto escuro da noite já se espalhava pelos campos, quando o trabalhador deixou a lavoura e tomou o caminho de volta para casa.

Caminhava a passos largos com a colheita do dia às costas, quando notou que, em sentido contrário, vinha luxuosa carruagem revestida de estrelas.

Contemplando-a fascinado, viu-a parar junto dele e, quase assustado, reconheceu a presença do Senhor do Mundo, que saiu dela e estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas...

O quê? Refletiu espantado. O Senhor da Vida a rogar auxílio a mim, que nunca passei de mísero escravo na aspereza do solo?

Mas, como o Senhor continuava esperando, mergulhou a mão no alforje de trigo que trazia e entregou ao Divino Pedinte apenas um grão da preciosa carga.

O Senhor agradeceu e partiu.

Quando, porém, o pobre homem do campo voltou a si do próprio assombro, observou que doce claridade vinha do alforje poeirento...

O grão de trigo, do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola transformado em uma pedra de ouro luminescente...

Deslumbrado gritou:

Louco que fui!... Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?

                                                           *   *   *

O apólogo retrata um pouco da atual realidade da Terra.

Quando o materialismo compromete edificações veneráveis da fé, no caminho dos homens, o Cristo pede cooperação para a sementeira do Seu Evangelho, junto ao Seu rebanho sofrido.

No entanto, nós costumamos agir como o lavrador.

Não estamos dispostos a ofertar a nossa dádiva em benefício do bem comum. E quando fazemos, damos apenas uma pequena migalha.

O Senhor da Vida não necessita das coisas materiais porque todas lhe pertencem, no entanto, solicita a nossa autodoação em prol da edificação de um mundo moralmente melhor.

Assim como o verme executa sua tarefa embaixo do solo, a chuva e o vento fazem seu papel no contexto da natureza.

Assim como o sol, a lua e os demais astros trabalham para que haja harmonia no Universo...

Assim como as abelhas e outros insetos fazem a tarefa da polinização, possibilitando a fecundação da vida... assim também o Senhor da Vida espera de nós a dádiva da polinização do Seu amor junto aos Seus filhos.

A pequena dádiva da paciência e da tolerância...

A esmola convertida em salário justo, dignificando o homem...

Uma migalha de afeto doada com sinceridade...

O sorriso capaz de despertar a alegria em alguém....

Um minuto de atenção a um enfermo solitário...

A palavra sincera capaz de esclarecer e consolar...

Uma semente de esperança plantada no coração de alguém que sofre... São nossas pequenas dádivas que se converterão em luz a iluminar nossa própria caminhada.

                                                              *   *   *

O Senhor da Vida está sempre a solicitar a nossa colaboração para que Seus objetivos nobres se concretizem na face da Terra.

Sabedores de que nossas pequenas dádivas se converterão em tesouros eternos, não as economizemos como o lavrador. Agindo assim não teremos que dizer:

Louco que fui!... Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Família - Usina de Amor.

Os pais são executivos muito requisitados, sempre envolvidos com reuniões, atividades sociais, congressos pelo mundo.

Quase nunca estagiam em casa, onde mais parecem visitantes que entram e saem a horas certas.

Dessa forma, dificilmente conseguiam estar junto aos dois filhos, no decorrer dos dias.

A adolescente se ressentia dessas ausências, enquanto o pequeno parecia administrar um pouco melhor a carência.

A babá e a doméstica eram as pessoas mais próximas a eles.

Foi quando se anunciou o inesperado.

Um vírus se espalhou pelo mundo e a pandemia se instalou.

Por questões de colaboração, quanto de preservação da própria vida, a quarentena se impôs.

Os auxiliares domésticos entraram em férias, considerando que também deveriam permanecer em isolamento social.

Pai e mãe ficaram em casa. Foram canceladas reuniões presenciais, viagens para congressos internacionais, as ausências diárias.

A rotina da casa foi totalmente alterada.

Foi quando as surpresas começaram a aparecer, com as sequentes admirações mútuas.

Mãe, você sabe cozinhar. Acho que nunca comi uma comida tão gostosa.

Olha só o papai varrendo o quintal. Pensei que ele nem soubesse segurar uma vassoura.

Filha, conseguiu colocar a roupa na máquina sozinha?

Filhote, que linda ficou a prateleira dos calçados!

Mais encantado ficava o pequeno quando a mãe se punha a passar roupas. Aquilo era mesmo algo bem diferente.

E vieram os filmes com pipoca, os doces e bolos que preparavam juntos.

Também o estudo das matérias escolares acompanhados pelos pais.

As revelações de amor e carinho ficaram intensas e significativas:

Pai, sempre amei você, mas agora aprendi a admirar você.

Não sabia que você pudesse ser tão legal em casa e nas brincadeiras.

Mãe, agora vi que você também faz o que fazem as mães dos meus amigos.

Sempre tive orgulho da executiva que você é. Agora descobri que você é uma mãe muito especial.

As surpresas se desdobraram, no transcorrer dos dias e das semanas. Pais e filhos se descobriram como criaturas que tinham muito a ser apreciado e valorizado.

                                                                  *   *   *

A família é um ninho de amor, de reconstruções impensáveis.

Ao conceber a família, Deus nos presenteou com um espaço de construção pessoal, que tem a função de enriquecer a sociedade à qual pertencemos.

Quando o carinho, o amor, a amizade, o respeito aos direitos e limites acontece dentro do lar, esses valores automaticamente passam a integrar a sociedade.

Por isso, é sempre útil cultivarmos esses momentos de crescimento entre nossos amores mais próximos, pois o que nesse ninho construímos será para sempre vivenciado.

Construções de amor espalharão amor.

Construções de solidariedade espalharão solidariedade.

Construções de respeito, amizade e lealdade darão seus frutos no momento certo.

E, se ao convívio, aos processos educativos, associarmos as bênçãos do Evangelho, o lar se transformará em luz, traçando roteiro seguro para todos!

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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