terça-feira, 30 de abril de 2019

Profissão honrada.

Certa vez, um homem ligou para sua esposa da cabina telefônica de um aeroporto.

Quando as suas moedas terminaram, a telefonista o interrompeu para dizer que lhe restava apenas um minuto.

O homem se apressou para encerrar a conversa com a esposa mas, antes que eles tivessem tempo de se despedir, a linha caiu.

Com um suspiro, o homem pôs o fone no gancho e começou a sair da minúscula cabina.

De repente, o telefone tocou. Imaginando que fosse a telefonista, solicitando a colocação de mais moedas, ele pensou em não atender. Mas alguma coisa lhe disse para pegar o telefone.

De fato, era a telefonista. Contudo, ela não queria mais moedas. Tinha um recado para ele.

Depois que o senhor desligou, sua esposa disse que o amava. Achei que o senhor gostaria de saber.

                                                                       *   *   *

Em qualquer atividade que exerças, considera-te servidor de Deus.

Por mais humilde seja a tua profissão, ela é por demais valiosa no conjunto social em que te encontras.

Cumpre com os teus deveres com alegria, e consciente do seu significado, do valor que eles têm e de quanto são importantes para a comunidade.

Ilhas imensas surgem nos mares, construídas por humildes ostras.

Desertos colossais resultam de pequenos grãos de areia que se acumulam.

Oceanos volumosos são nada mais do que gotinhas de água.

A tua parcela no mundo é de grande relevância. Portanto, trabalha com disposição e nobreza.

Não explores negativamente os semelhantes, retirando proveitos imediatos indevidos, através de tua profissão.

Muitos, enquanto exercitam a sua atividade profissional, oferecem materiais e produtos de inferior qualidade, ao preço de qualidade superior.

Outros egoístas, em suas oficinas, mentem, fingem, alegam trocas de peças, substituindo-as por aquelas de inferior possibilidade, ganhando dinheiro desonestamente.

Muitos funcionários encenam enfermidades, conseguem falsos atestados médicos, abusam de prerrogativas, para não exercerem as suas horas de trabalho.

Cada profissão no mundo guarda o compromisso de forjar o bem e o progresso dos grupos humanos. Também de iluminar todos aqueles que, na qualidade de dignos profissionais, honram os deveres, como legítimos cooperadores do Criador.

Não sejas daqueles que adotam profissões visando o destaque social, o ganho rápido e o menor esforço.

Quando ouças alusões a riquezas e prestígios, pensa em tantos doentes sem médico, analfabetos sem professor, explorados sem advogados que os ajudem e tantas outras necessidades humanas, a fim de que exerças a tua profissão com o melhor de ti.

A missão do homem inteligente na Terra deverá ser fazer a vida crescer por onde sigam os seus passos.

Trabalha feliz e exerce a tua atividade profissional com honra.

                                                                     *   *   *

A profissão não deve ser encarada simplesmente como a possibilidade do ganho material. É também fator de crescimento.

É daquelas questões que, na esfera dos planejamentos reencarnatórios, antes do retorno à carne, são ajustadas no mundo invisível.

Abraça, pois, a tua profissão e exerce-a com amor, demonstrando a tua capacidade de ser útil e atender ao desenvolvimento da sociedade em que vives.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 23 de abril de 2019

Meditar...respirar.

É natural. Nossa mente sofre sede de paz, como a terra seca tem necessidade de água fria.

Por isso, venha a um lugar à parte, no país de você mesmo, a fim de repousar um pouco.

Esqueça as fronteiras sociais, os controles domésticos, as incompreensões dos parentes, os assuntos difíceis, os problemas inquietantes, as ideias inferiores.

Retire-se dos lugares comuns a que ainda se prende.

Concentre-se, por alguns minutos, em companhia do Cristo, no barco de seus pensamentos mais puros, sobre o mar das preocupações cotidianas...

Ele lavará a sua mente repleta de aflições.

Balsamizará suas úlceras.

Basta que você se cale e sua voz falará no sublime silêncio.

Ofereça-lhe um coração valoroso na fé e na realização, e Seus braços divinos farão o resto.

Você regressará, então, aos círculos de luta, revigorado, forte e feliz.

Seu coração com Ele, a fim de que possa agir, com êxito, no vale do serviço.

Ele com você, para escalar, sem cansaço, a montanha da luz.

                                                                          *   *   *

A meditação dulcifica a aspereza da luta, harmoniza o intelecto com o sentimento e mantém acalmado o homem.

Vale esclarecer que não será por efeito de uma a outra experiência mágica que perceberemos o efeito, mas sim através de expressivo esforço.

A disciplina, a frequência do exercício, os conteúdos do pensamento, são essenciais para o êxito desse empreendimento íntimo.

Tomemos, por exemplo, de uma página do Evangelho. Leiamos pausadamente, digerindo-lhe o significado e nos concentrando nela, para fixá-la.

Retiremos a grande quantidade de informações e reflexionemos em cada mensagem revelada, na sua essência.

Insistamos em verificar a forma e o sentido de como aquelas linhas poderão nos ser úteis.

Analisemos sem pressa para que da letra retiremos seu espírito.

Habituemo-nos a esse pequeno costume e estaremos iniciando a meditação que nos levará à paz de consciência e à alegria de viver.

Mesmo que disponhamos de pouco tempo, busquemos utilizá-lo para a meditação, descobrindo, logo depois, que os benefícios serão imensos.

A meditação nos irá abrir as portas para a perfeita união com Deus que a oração proporcionará.

                                                                          *   *   *

Respiremos profundamente e com calma.

Reservemos alguns momentos do nosso dia para realizar essa singela tarefa de bem-estar.

Recordemo-nos dessa faculdade incrível que temos de fazer com que o ar externo penetre nossos pulmões.

O ar é vida e cada vez que respiramos conscientemente estamos nos ligando a ela com mais intensidade.

Respiramos automaticamente, respiramos mal, por vezes tomados pela ansiedade e nervosismo que quase nos tiram o fôlego.

Aproveitemos, a cada expiração, para retirar de nosso íntimo as preocupações, as revoltas, os sentimentos pouco elevados.

Respiremos melhor e vivamos melhor.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 16 de abril de 2019

Basta!

Até quando cairemos, sem aprender as lições da queda...

Até quando faremos escolhas egoístas, quando tudo aponta para uma vida de colaboração...

Até quando nos perderemos por tão pouco, confundindo o que é meio, com o que é fim..

Até quando afundaremos na lama... segurando o fôlego, em agonia, desejando estar em outro lugar.

Nossa vida precisa de bastas.

Estancar, interromper, ou então: começar, agir.

Algumas coisas merecem decisões drásticas de nossa parte, senão permaneceremos como estamos para sempre...

Todos colecionamos histórias valiosas dos bastas que demos em tantas situações. e como foram importantes...

A partir daquele dia eu decidi..., ou, foi naquele dia que parei; ou ainda, foi naquele momento que mudei isso ou aquilo em definitivo.

Foram instantes divisores de água, quando percebemos que a vida até então havia sido de um jeito e precisava ser de outro.

Paulo de Tarso teve seu basta na estrada de Damasco, naquele encontro inesquecível, quando decidiu mudar. e mudou.

Não foi por uma ação externa ou por imposição do Cristo. Não, ele decidiu que seria diferente.

Maria de Magdala teve seu basta no encontro com o Mestre na casa de Simão Pedro. Ouviu-lhe a proposta iluminada e deixou a humilde residência do Apóstolo dizendo:

Senhor, doravante renunciarei a todos os prazeres transitórios do mundo, para adquirir o amor celestial que me ensinastes!...

Acolherei como filhas as minhas irmãs no sofrimento, procurarei os infortunados para aliviar-lhes as feridas do coração, estarei com aleijados e leprosos...

Francisco de Assis deu seu basta na solidão de seus pensamentos, quando, ao retornar, enfermo, de uma guerra, aceitou o convite do Cristo que lhe falava em pensamento.

São todos exemplos grandiosos de personagens que receberam missões grandiosas.

Contudo, somente se fizeram grandes porque tomaram decisões.

É certo que as grandes mudanças da alma vêm, paulatinamente, são construídas com as experiências, as encarnações.

No entanto, há muitos momentos em que necessitamos mudar de direção subitamente, tomar atitudes enérgicas em relação a nós mesmos.

Se assim não fizermos, o comodismo nos manterá inertes e mais, nos levará ao sofrimento desnecessário.

Assim, que possamos nos autoanalisar e verificar qual é o basta que precisamos dar, neste momento.

Algum vício? Alguma situação familiar que incomoda? Algo importante que precisemos dizer e não consigamos?

Algo que sentimos, no fundo da alma, que não está certo? Algo que sabemos que precisamos fazer e ainda não fizemos?

Acreditemos em nossa força, contando com o auxílio do Alto, que sempre está presente, quando nos dispomos a gestos de nobreza e vitória pessoal.

Acreditemos que o que não está certo pode ser transformado. Por vezes, tudo que falta é um sonoro e imponente basta!

                                                                            *   *   *

O basta é um choque que damos na própria alma, quando percebemos que está passando da hora de mudar.

O basta é convite à ação imediata, no campo da intimidade ou da vida de relação.

Não nos permitamos permanecer apenas no campo do remorso ou da indignação. É necessário agir, com os instrumentos que temos. E agir agora.

Basta!
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Eu te amo.

O que é o amor? Os poetas o definem em versos, os compositores tecem canções.

Os filósofos têm sua própria definição. Também as pessoas comuns, cada qual à sua maneira.

Nenhum de nós ama de forma idêntica ao outro porque o amor vem da intimidade da criatura e cada um de nós é um ser único na face da Terra.

Exatamente porque o Criador não se repete e, ainda, porque cada um de nós edifica a própria personalidade, a partir das suas experiências, das suas vivências.

Contudo, em se falando de amor, algo muito importante é sabermos que somos amados por alguém: um pai, um filho, um esposo, um amigo.

Por isso mesmo esperamos, em algum momento, ouvir as palavras: Eu te amo.

Nem sempre nos damos conta disso, acreditando que a outra pessoa sabe que a amamos.

Pode até saber, mas precisa dessas palavras poderosas, que alimentam a chama do sentimento: Eu te amo.

Lembramos daquele homem que internou a esposa em uma clínica. Joana estava em estágio final de um câncer dilacerador.

Nos primeiros dias, ele ficava no quarto, assistindo aos programas de que ela gostava.

Joana era uma romântica. Gostava de novelas, de histórias e filmes com sabor de romance, de finais felizes.

Certo dia, confidenciou à enfermeira que faria qualquer coisa para que o marido lhe dissesse Eu te amo.

Sei que ele me ama – falou - mas nunca foi do seu feitio mandar cartões ou fazer declarações de amor.

Depois de algum tempo, Joana passou a ficar menos tempo acordada, por conta das altas doses de medicamento que lhe ministravam.

Então, o marido passeava pelo jardim da clínica, ia à lanchonete, triste, amargurado.

Numa dessas vezes, a enfermeira se aproximou.

Ele agarrava, com força, a xícara de café, com suas mãos calosas de carpinteiro. Notava-se-lhe a angústia que lhe tomava a alma.

A moça então lhe falou de como as mulheres precisam de romance em suas vidas, como gostam de receber cartões, cartas de amor, ouvir declarações.

Minha mulher sabe que a amo, foi a resposta imediata.

Sim, reforçou a enfermeira, mas precisa ouvir isso.

Dois dias depois, Joana partiu.

Na mesa de cabeceira estava um grande cartão de Dia dos Namorados que o marido lhe dera. Estava escrito: Para minha esposa maravilhosa... Eu te amo!

Quando a enfermeira entrou no quarto, entre lágrimas, ele lhe disse:

Tenho que lhe contar. Quero que saiba como me sinto bem em ter dito a ela.

Esta manhã falei o quanto a amava. Disse-lhe como era maravilhoso estar casado com ela. Devia ter visto o sorriso dela!

                                                                   *   *   *

Alguns poderão pensar que são supérfluas as palavras, que os atos valem mais.

Naturalmente, demonstrações de afeto são marcantes. Também as declarações de amor. O som da voz do amor é inesquecível.

Pensemos nisso. E não detenhamos a vontade de dizer uma, duas, muitas vezes, à pessoa que está ao nosso lado, o quanto ela é importante para nós, o quanto a amamos.

Como sua presença nos faz bem. Pode ser a esposa, a filha, um dos pais, um amigo. Um amor.

Não deixemos de nos assegurar que eles saibam que os amamos.

Façamos isso, agora, enquanto podem nos ouvir, sorrir e ficar felizes, imensamente felizes.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Progredir moralmente.

Todo o viver é um exercício de aprendizagem. E a vida será sempre rica de oportunidades para que a alma se enriqueça no saber das coisas de Deus.

A oportunidade do estudo, de desenvolver-se intelectualmente é possibilidade de alcançar conhecimento das leis do mundo físico, obra de Deus.

Estudar botânica, química ou astronomia, seja qual for o ramo das ciências, é sempre uma oportunidade de progredir intelectualmente, de aumentar o entendimento a respeito das leis do Criador.

E é claro que quanto mais estudamos, mais progredimos intelectualmente.

Porém, a vida também é rica de oportunidades para que cresçamos moralmente, para que possamos entender as coisas de Deus no campo da moral.

Assim como podemos crescer intelectualmente durante uma vida, podemos progredir moralmente.

Sabendo-se que moral é a regra de bem proceder, a regra de agir conforme as leis de Deus, será o entendimento dessas regras, pelas vias do coração a grande conquista para todos nós.

Logo, é natural que a vida oportunize também esse aprendizado, que nos possibilita crescer moralmente.

Se o progresso intelectual se dá pelos bancos da Academia, pelos livros, pelo exercício da mente e do raciocínio, o progresso moral se dá pelo enfrentamento do mundo, nos desafios de relacionamento com o próximo e conosco mesmos.

Sempre que nos deparamos com um parente difícil, é oportunidade de progresso moral, ao desenvolver a paciência e a indulgência.

Se o chefe irascível é nossa grande dificuldade, ou o ambiente de trabalho desequilibrador, que nos consome em preocupações, serão essas também oportunidades de desenvolvermos valores de paciente coleguismo.

Se situações difíceis da corrupção e do afrouxamento dos valores morais sucederem sob nossos olhos, ser-nos-ão convite ao exercício da retidão de caráter e da consolidação da honestidade.

Nenhuma situação que nos ocorra será descuido da Providência divina ou cochilo de nossos anjos tutelares.

Tudo está previsto pelo amor de Deus, a proporcionar as situações mais adequadas para que possamos progredir, intelectual e moralmente.

Dessa forma, jamais desejemos uma vida tranquila, sem desafios e dificuldades a transpor.

Essa vida que muitos desejam, e não poucos se esforçam para assim viver, consome-se no vazio de si mesma, pela falta do objetivo maior, que é o progresso do ser humano.

Jamais devemos malquerer os dias desafiadores. Serão sempre esses os que provocarão em nós o crescimento de novas capacidades, o amadurecimento moral, o despertar para valores mais sólidos e perenes em relação à vida.

Nunca deveremos nos esquecer que Deus nos proporciona penas e desafios somente na intensidade e no montante que nossa estrutura emocional será capaz de enfrentar.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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