segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

FELIZ ANO NOVO.

Oração para o Ano Novo.

Senhor Jesus,

Permita-me, neste novo ano que ora se inicia, louvar a glória imensa que Te envolve.

Louvar a Tua grandeza, o Teu amor, o carinho que ofereces ao rebanho que o Pai Te confiou.

Louvar a perseverança, a atenção, o acompanhamento que dedicas a todos os Teus irmãos.

Agradecer-te a bênção da espera, da paciência, e da confiança, frente a tanta demora de nossos passos, tão lentos.

Agradecer-te o olhar, a mansidão com que conduziste Tua missão, nos servindo de exemplo.

Agradecer-te o Evangelho que nos legaste, trazendo consolação, nos mostrando o Caminho, a Verdade, e a Vida verdadeira.

Deixa-nos, no entanto, pedir-te com humildade, do fundo d’alma, que jamais desistas de nós, Teus irmãos menores.

Perdoa-nos, Senhor, tanto tempo sem compreender Teus chamados para o caminho do bem, do amor e do perdão.

Ante a presença valiosa do Consolador Prometido por Ti, reconhecemos não poder mais ignorar Teu chamado amoroso.

Tu nos cientificaste da existência de Deus, Pai de amor maior. Tão grande amor, que não conseguimos mensurar.

Um Pai Criador, um Pai possuidor de imensa sabedoria.

Um abençoado educador, que estabeleceu leis sábias que regem o Universo. Inteligência suprema e início de tudo o que existe.

Senhor dos céus, da Terra, e dos mundos imensuráveis.

Maestro dos astros e das estrelas brilhantes,ensinaste que a Justiça Divina se revela na oportunidade da volta ao corpo, quando podemos resgatar nossos erros, graças à lei de ação e reação.

Senhor Jesus!
Vieste das estrelas e te fizeste homem na Terra, envergando um corpo de matéria rústica.

Carinhosamente, devolveste saúde e movimentos aos excluídos pela miséria e a dor.

Possuindo imenso amor e sabedoria, espalhando paz, colheste sofrimento e a morte na cruz.

Apesar disso, continuas a nos abençoar com o Teu amor...

Bendito sejas, Senhor! Louvado sejas, Senhor!

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Deus ama vocês.

No espaço de alguns anos, a família Bice tinha recebido mais do que um quinhão de sofrimento.

O motor do carro de Perry fundiu. Um incêndio destruiu a casa em que morava a família. E ele perdeu o emprego.

Problemas mais graves logo vieram se somar a esses. Os especialistas conseguiram diagnosticar o que havia de errado com a filha caçula.

Ela sofria de um distúrbio genético e morreu logo após o diagnóstico.

A mesma doença foi diagnosticada na filha mais velha. E na outra. Somente dois dos filhos eram sadios.

Durante meses, o casal observou a doença destruir a vida das suas crianças.

Perry sentia, por vezes, revolta contra Deus. Contudo, logo retornava às preces, junto com a esposa, Kathrine, acreditando que Deus deles cuidava com carinho.

Duas semanas antes do Natal, um homem, que se identificou apenas como chefe de um grupo de voluntários, foi ao apartamento deles.

Perguntou se podia levar presentes para as crianças. O casal concordou. Elas iriam adorar a surpresa.

O que a família não sabia é que aquele grupo de voluntários se deslocara até a casinha que o casal conseguira comprar recentemente.

Perry estranhara que, mesmo tendo fechado o negócio, dois dias antes, não recebera a chave.

É que o corretor de imóveis fora procurado pelos voluntários.

E o carpete velho foi retirado e novos tapetes foram colocados. Vinte e seis voluntários passaram uma demão de tinta nas paredes.

Horas depois, outros vinte e seis deram a segunda demão. Oito carpinteiros pregaram portais e rodapés. Uma equipe construiu uma rampa para cadeira de rodas.

Os presentes foram embrulhados. Uma árvore de Natal foi enfeitada.

Um dos voluntários doou uma van adaptada para cadeira de rodas, que foi deixada na frente da casa, com um enorme laço de fita vermelha e dourada.

Alguns outros doaram várias prestações da hipoteca da casa.

Cada prestação foi presa a um bilhete pendurado nos galhos da árvore.

Na manhã de Natal, uma menina de onze anos bateu à porta dos Bice e lhes entregou uma chave, sem nada dizer. Somente sorriu e se foi.

Perry pensou: Talvez eles tenham deixado os presentes na casa nova.

Pegou a esposa e os filhos e foi para lá.

Quando abriram a porta, mal puderam acreditar nas paredes iluminadas pelo sol, nos pisos e tapetes novos.

As luzes da árvore os atraíram. Viram, então, as prestações quitadas da hipoteca, pendendo dos galhos.

O menino de nove anos não conseguia entender porque o pai chorava tanto.

Perry se afastou e tornou a olhar para a árvore de Natal. Foi quando notou um envelope apoiado num galho. Abriu.

Ali estava um último gesto de carinho: um cartãozinho, onde haviam sido impressas, em letra cursiva, três palavras preciosas: Deus ama vocês.

                                                                         *   *   *

Cada criatura, na Terra, pode se tornar um mensageiro de Deus, estendendo a mão ao seu irmão.

O Natal é a mais excelente das oportunidades para exercitar essa possibilidade de participar da construção de um mundo melhor, doando a pequena cota de seu amor, para que alguém se torne um pouco mais feliz.

Não deixe escapar essa chance, porque você pode fazer a grande diferença, na vida de alguém.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Cântico de imortalidade.

Naquele dia, algo parecia diferente. O ar estava leve. As águas mansas imitavam um leito macio.

O cisne arqueou seu pescoço flexível em direção à água e mirou longamente seu reflexo.

Compreendeu o motivo de seu cansaço e do frio que invadia seu corpo, fazendo-o tremer como se fosse inverno. Soube, com absoluta certeza, que sua hora era chegada, e que devia preparar-se para a morte.

Suas penas ainda eram tão alvas como em seu primeiro dia de vida. As estações do ano e o tempo haviam passado sem deixar marca alguma em sua plumagem branca como a neve.

Agora podia partir. Sua vida terminaria em plena beleza.

Endireitando seu lindo pescoço, nadou lenta e majestosamente em direção a um salgueiro sob o qual habituara-se a descansar quando fazia calor.

Anoitecia, e o pôr do sol coloria de vermelho e roxo as águas do lago.

No grande silêncio que caía em torno, o cisne pôs-se a cantar.

Jamais, até então, encontrara tons tão cheios de amor pela natureza, pela beleza do céu, da água e da terra.

Sua doce canção atravessou os ares com um leve toque de melancolia até, finalmente, sumir, lenta, muito lentamente, com os últimos raios de luz no horizonte.

“É o cisne”, disseram os peixes, os pássaros e todos os animais dos bosques e dos prados.

Profundamente emocionados, disseram:

“O cisne está morrendo.”

                                                                            *   *   *

Deveríamos aprender com o cisne. Viver a vida em abundância, produzir beleza, oferecer ao mundo o nosso melhor.

Constituir família e legar aos filhos as lições da honra, da honestidade, do trabalho nobre de cada dia.

Escrever um livro, uma carta, um bilhete. Algo que fale de amor, de dedicação.

Semear um jardim, plantar uma árvore, cultivar um campo.

Libertar alguém da ignorância das letras e dos números.

Oferecer um abrigo a quem padece frio. Alimentar a quem tem fome. Ofertar um copo d´agua fresca a quem tem sede.

Em suma, fazer a diferença no mundo.

Se brindado com privilegiado intelecto, dele se servir para ofertar o que de melhor ele possa produzir, no campo das ciências, das letras, do progresso humano.

Se agraciado com a sensibilidade para a música, encher de sons harmoniosos os espaços por onde andam os filhos de Deus, muitos deles cansados e desalentados.

E, dessa forma, recompor-lhes as energias.

Se dispuser da habilidade da construção, edificar o que haja de mais útil e bom para a comunidade: pontes que unam as pessoas, casas que abriguem as criaturas, hospitais, escolas, institutos de pesquisa.

E, mais do que tudo, amar. Amar intensamente a natureza, os seres. Eleger amigos, afetos e com eles dividir o que tenha de melhor.

Finalmente, quando descobrir que os tempos são chegados, que tudo fez e ofertou, que os anos somados lhe apontam o final da vida física, cantar.

Cantar o Hino da Imortalidade e se entregar, sem medo, sem revolta.

Tudo que havia a ser feito, já o foi.

E como um missionário que se dá conta de que cumpriu toda sua missão, que fez além do que o dever lhe determinara, não temer a morte que se aproxima.

Como o cisne, exalar o último canto nesta vida para adentrar, louvando ao Senhor, na outra vida, a espiritual.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Honestidade incondicional.

A educação informal acontece no lar, nas situações mais inesperadas. Sábios são os pais que delas tiram o melhor proveito.

Mildred era uma garotinha, quando o mundo mergulhou na Primeira Grande Guerra.

Seu pai havia construído um imenso apiário, que era a maior fonte de renda da família.

Todo apicultor sabe que uma colmeia pode morrer de fome durante o inverno, se a sua provisão de mel não durar até o florescimento das plantas.

Por isso, constitui rotina que ele ajude as abelhas, nos meses de frio, alimentando-as com um xarope feito de água e açúcar.

No período da Primeira Guerra Mundial, vários alimentos ficaram escassos. E um deles foi o açúcar, que foi racionado pelo governo.

O pai de Mildred, como apicultor, recebia uma cota extra de açúcar, especialmente para as abelhas. E tal ração passou a ser criteriosamente guardada no porão da casa, separada da cota familiar.

Certo dia, a família recebeu a notícia de que parentes distantes viriam para uma visita, no dia seguinte.

A mãe desejava fazer um bolo, mas não havia açúcar suficiente. As crianças queriam o doce, mais que tudo, e acabaram por convencer a mãe que, se ela apanhasse a medida necessária no barril das abelhas, o governo jamais ficaria sabendo.

E assim foi feito. O bolo amarelo, assado no forno à lenha, ficou maravilhoso. Principalmente depois de coberto artisticamente com merengue.

Todos se deliciaram. As crianças estavam exultantes, como se tivessem ganhado um grande prêmio.

Quando chegou o dia da família receber a sua ração mensal de açúcar, o pai foi ao armazém, entregou os seus cupons e trouxe para casa um saquinho marrom, que colocou sobre a mesa.

A mãe o olhou por alguns instantes. Pegou-o e com o mesmo medidor que usara para o açúcar do bolo, separou exatamente a quantidade que utilizara.

Então, ante o olhar estarrecido das crianças, que a acompanharam, ela se dirigiu ao porão e despejou a quantia no barril das abelhas.

O que sobrou no saquinho teve que ser muito economizado naquele mês, por aquela família de sete pessoas. Para Mildred, que adorava doces, foi uma lição extra de sobriedade.

No entanto, a mãe não fez o menor discurso sobre o acontecido. Nada disse sobre honestidade.

Para ela, aquele fora um ato natural, de acordo com a integridade com a qual seu marido e ela viviam as suas vidas.

Aos noventa anos de idade, tendo deixado de ser aquela criancinha que olhava por cima da mesa da cozinha, na pontinha dos pés, já contara a história sobre a honestidade incondicional de sua mãe inúmeras vezes, para seus filhos, seus netos e até mesmo para os bisnetos.

Comparava sua mãe a uma abelha que traça uma reta, quando se encaminha para sua colmeia, após os seus voos em busca do néctar.

Sua mãe, dizia, sempre tomava o caminho mais honesto, uma linha reta, precisa como uma flecha.

E foi por isso que moldou, sem alardes, a consciência de quatro gerações de uma mesma família.

                                                                        *   *   *

O coração da mãe é a sala de aula de uma criança.

As lições mais profundas nascem dos momentos preciosos de dificuldades, quando é preciso ofertar o ensino, com ampla visão de quem semeia para o futuro.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Você é Deus?

Narra Charles Swindoll que, logo depois do término da Segunda Guerra Mundial, a Europa começou a ajuntar os cacos que restaram.

Grande parte da Inglaterra estava destruída. As ruínas estavam por todo lugar. E, possivelmente, o lado mais triste da guerra tenha sido assistir as criancinhas órfãs morrendo de fome, nas ruas das cidades devastadas.

Certa manhã de muito frio, na capital londrina, um soldado americano estava retornando ao acampamento. Numa esquina, ele viu um menino com o nariz pressionado contra o vidro de uma confeitaria.

Parou o veículo, desceu e se aproximou do garoto. Lá dentro, o confeiteiro sovava a massa para uma fornada de rosquinhas.

Os olhos arregalados do menino diziam da fome que lhe devorava as entranhas. Ele observava todos os movimentos do confeiteiro, sem perder nenhum.

Através do vidro embaçado pela fumaça, o soldado viu as rosquinhas quentes e de dar água na boca sendo retiradas do forno. Logo mais, o confeiteiro as colocou no balcão de vidro com todo o cuidado.

Ele ouviu o gemido do menino e percebeu como ele salivava. Comoveu-se diante daquele órfão desconhecido.

Filho, você gostaria de comer algumas rosquinhas?

O menino se assustou. Nem percebera a presença do homem a observá-lo, tão absorto estava na sua contemplação.

Sim, respondeu. Eu gostaria.

O soldado entrou na confeitaria e comprou uma dúzia de rosquinhas. Colocou-as dentro de um saco de papel e se dirigiu ao local onde o menino se encontrava, na gélida e nevoenta manhã de Londres.

Sorriu e lhe entregou as rosquinhas.

Virou-se para se afastar. Entretanto, sentiu um puxão em sua farda. Olhou para trás e ouviu o menino perguntar, baixinho:

Moço... Você é Deus?

                                                                     *   *   *

Existem gestos pequenos, mas que significam muito para algumas vidas.

Para uma criança faminta, um pedaço de pão é a glória. Para uma criança com fome e desejosa de doces, conseguir ter alguns para saciar sua vontade, é a suprema delícia.

Aprendamos a observar o de que necessitam as pessoas, ao nosso redor. Quase sempre, são coisas pequenas que podemos realizar, ocasionando pequenas ou grandes alegrias.

E sempre, em todas as ocasiões, a nossa atitude estará obedecendo, com certeza, ao desejo do Pai Criador na atenção aos Seus filhos na Terra.

Pensemos nisso e não permitamos que as chances se percam, nas vielas do mundo.

Sejamos, neste planeta azul, as mãos de Deus atendendo os Seus filhos. E, para isso, não se fazem necessários extraordinários feitos, nem saciar a fome de todos. Por vezes, basta alimentar uma criança ou satisfazer a enorme necessidade de alguém de comer um prato bem feito, um pãozinho bem quente ou tomar um copo de leite.

                                                                   *   *   *

Não és um observador distante da vida. Estás na condição de membro do organismo universal, investido de tarefas e responsabilidades, de cujo desempenho, por ti, resultarão a ordem e o sucesso de muitas coisas.

Considera-te pessoa valiosa no conjunto da criação, tornando-te cada dia, mais atuante na obra do Pai.

Não te permitas andar pela vida como quem observa de fora, mas, ao contrário, participa de forma consciente e ativa das ações que iluminam e enriquecem outras vidas.

Doe Sangue

Doe Sangue