No espaço de alguns anos, a família Bice tinha recebido mais do que um quinhão de sofrimento.
O motor do carro de Perry fundiu. Um incêndio destruiu a casa em que morava a família. E ele perdeu o emprego.
Problemas mais graves logo vieram se somar a esses. Os especialistas conseguiram diagnosticar o que havia de errado com a filha caçula.
Ela sofria de um distúrbio genético e morreu logo após o diagnóstico.
A mesma doença foi diagnosticada na filha mais velha. E na outra. Somente dois dos filhos eram sadios.
Durante meses, o casal observou a doença destruir a vida das suas crianças.
Perry sentia, por vezes, revolta contra Deus. Contudo, logo retornava às preces, junto com a esposa, Kathrine, acreditando que Deus deles cuidava com carinho.
Duas semanas antes do Natal, um homem, que se identificou apenas como chefe de um grupo de voluntários, foi ao apartamento deles.
Perguntou se podia levar presentes para as crianças. O casal concordou. Elas iriam adorar a surpresa.
O que a família não sabia é que aquele grupo de voluntários se deslocara até a casinha que o casal conseguira comprar recentemente.
Perry estranhara que, mesmo tendo fechado o negócio, dois dias antes, não recebera a chave.
É que o corretor de imóveis fora procurado pelos voluntários.
E o carpete velho foi retirado e novos tapetes foram colocados. Vinte e seis voluntários passaram uma demão de tinta nas paredes.
Horas depois, outros vinte e seis deram a segunda demão. Oito carpinteiros pregaram portais e rodapés. Uma equipe construiu uma rampa para cadeira de rodas.
Os presentes foram embrulhados. Uma árvore de Natal foi enfeitada.
Um dos voluntários doou uma van adaptada para cadeira de rodas, que foi deixada na frente da casa, com um enorme laço de fita vermelha e dourada.
Alguns outros doaram várias prestações da hipoteca da casa.
Cada prestação foi presa a um bilhete pendurado nos galhos da árvore.
Na manhã de Natal, uma menina de onze anos bateu à porta dos Bice e lhes entregou uma chave, sem nada dizer. Somente sorriu e se foi.
Perry pensou: Talvez eles tenham deixado os presentes na casa nova.
Pegou a esposa e os filhos e foi para lá.
Quando abriram a porta, mal puderam acreditar nas paredes iluminadas pelo sol, nos pisos e tapetes novos.
As luzes da árvore os atraíram. Viram, então, as prestações quitadas da hipoteca, pendendo dos galhos.
O menino de nove anos não conseguia entender porque o pai chorava tanto.
Perry se afastou e tornou a olhar para a árvore de Natal. Foi quando notou um envelope apoiado num galho. Abriu.
Ali estava um último gesto de carinho: um cartãozinho, onde haviam sido impressas, em letra cursiva, três palavras preciosas: Deus ama vocês.
* * *
Cada criatura, na Terra, pode se tornar um mensageiro de Deus, estendendo a mão ao seu irmão.
O Natal é a mais excelente das oportunidades para exercitar essa possibilidade de participar da construção de um mundo melhor, doando a pequena cota de seu amor, para que alguém se torne um pouco mais feliz.
Não deixe escapar essa chance, porque você pode fazer a grande diferença, na vida de alguém.
Redação do Momento Espírita.
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