terça-feira, 27 de outubro de 2020

As preces dos nossos irmãos.

 


Nos dias de tristeza, quando a alma se veste de luto e tudo parece desencanto, buscamos o Senhor da Vida.

Nossa rogativa se transforma em lamúrias porque há muita dor em nossa intimidade.

E, ainda assim, guardamos reservas para com o irmão que ora ao nosso lado.

Mesmo em meio ao cenário triste da pandemia que arrebata vidas, ao lado de outras tantas enfermidades que, há anos, vem retirando do mundo os seres humanos, alguns de nós olhamos de forma diferenciada os irmãos de outras crenças.

Esquecemos que Jesus nos afirmou que o Pai vê o que se passa em secreto, ou seja, no profundo da criatura, e recebe toda súplica, providenciando o socorro.

Os ensinos do Mestre de Nazaré prosseguem a nos esclarecer como O fez para a samaritana, no poço de Jacó.

Naquela época, a discussão era em torno do local em que deveriam ser proferidas as preces a Yaweh.

Seriam melhores as que fossem ditas no suntuoso templo de Jerusalém? Seriam essas as ouvidas pelo Pai Celeste?

Ou, aquelas pronunciadas no Monte Garizim, mesmo após a destruição do templo ali erguido, seriam ouvidas igualmente?

Qual delas revelaria, enfim, a verdadeira adoração?

Jesus, o Mestre Incondicional, com Seu pensamento universal e atraindo todas as Suas ovelhas para o mesmo redil, pronunciou-se, elucidando:

Está chegando a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Os verdadeiros adoradores, adorarão o Pai em espírito e verdade.

De fato, esses são os adoradores que o Pai procura. Deus é Espírito e aqueles que O adoram devem adorá-lO em espírito e verdade.

O ensino era para aqueles dias. Também para os do futuro. Para todos os homens. Deus é um só. Criador. Pai Celeste.

Infinitamente amoroso, acolhe as súplicas que lhe dirigem os Seus filhos, residam nas grandes metrópoles ou nas terras áridas.

Realizem as suas rogativas em suntuosos templos ou em plena natureza. Ou em um casebre, à beira da estrada.

O verdadeiro altar é o do coração. Por isso, o ensino crístico recomenda, quando orarmos, nos retirarmos para nosso quarto, fecharmos a porta e nos dirigirmos ao Pai em secreto.

Isso quer dizer, mergulharmos em nossa intimidade, cerrar os olhos e ouvidos a tudo que nos possa distrair do propósito de dialogarmos com Aquele que alimenta as aves, levanta as ondas do mar e veste a erva do campo.

Seja a prece esse encontro mais íntimo com Deus.

Como fazia o Mestre, que buscava o silêncio para se ligar mais intimamente ao Pai.

Servia a todos, horas e horas. Depois, refazia-se, unindo-se em prece Àquele cujo pensamento Ele interpretava na Terra.

Para isso, o silêncio. De fora. A tranquilidade de dentro.

Ante o sacrifício que logo mais lhe seria exigido, entregue às mãos dos homens que O temiam, ou não O desejavam entender, Ele ora.

E, outra lição de valor, pede aos amigos que estão com Ele, que O acompanhem na prece.

Isso nos diz da importância de, ante as provações que nos alcançam, pedirmos aos nossos amigos que se irmanem conosco na oração em nosso favor.

Oração. Hoje, amanhã, sempre. Verdadeira escada de Jacó que une a criatura aos céus.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Um recurso inigualável.

 


A prece é um matrimônio de amor.

A alma fala ao Criador, cantando sua alegria, chorando a sua dor ou, simplesmente desejando sintonizar com a linfa cristalina das energias superiores.

Ainda nos servimos muito pouco dela, por não termos consciência do quanto é poderosa.

Ao orarmos, movimentamos energias que nos envolvem, e a todos os que nos estão próximos.

Quando cultivamos o hábito da oração, criamos uma aura ao nosso redor, e a emitimos, de forma que beneficiamos a quem nos esteja próximo.

Nossa simples presença, em algum local, tem o condão de impregná-lo dessas benesses, graças a esse halo que criamos, com a oração constante.

A oração harmoniza o ambiente onde se manifesta e é exercida, criando uma psicosfera balsâmica, agradável, calmante.

Costumamos acionar os canais da prece quando a dor nos chega, o desespero toma conta de nós, ante problemas graves que tenhamos a enfrentar.

Nesses momentos, nossa mente em desequilíbrio não ora verdadeiramente. Mais reclamamos, exigimos, desconcertados pela ansiedade que deseja ver resolvida a problemática que nos ocorre.

Quase sempre, nessas horas, nos faltam a confiança, o amor e a submissão à Vontade Superior.

Deveríamos nos habituar a orar, utilizando-nos desse mecanismo que é ponte entre nós e nosso Pai Celeste. E valorizarmos muito a oração espontânea, aquela que brota generosa do coração, que se inflama de devoção.

São esses versos da espontaneidade que se dirigem à Entidade Máxima do Universo e nos retornam carregados de entusiasmo, revigoramento.

Por isso, podemos dizer que a prece nos sustenta. Orar é nos banharmos de luz. É nos inundarmos das forças poderosas do mundo invisível.

E a questão não é orarmos muito mas orarmos bem.

Não será a multiplicidade das palavras que conferirão maior valor à nossa oração. O que importa é o sentimento de que ela se reveste.

A prece também propicia resultados imunológicos e terapêuticos. Isso porque harmoniza o nosso tom vibratório.

Ela atua, revitalizando o nosso metabolismo, rearmonizando o campo das células, numa ação benfazeja.

Podemos nos eximir de alguns males, gerando essa aura de vibrações especiais.

Naturalmente, não nos desvincularemos de todos os cuidados com o corpo, buscando a orientação médica, a medicação apropriada, o diagnóstico preciso.

Contudo, poderemos evitar muitos mal-estares, enfermidades corriqueiras, sustentados pela prece, quando a tornamos constante em nosso cotidiano.

                                                                   *   *   *

Está no pensamento o poder da prece. Por isso, não depende de palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita.

Podemos orar em toda parte, a qualquer hora. A sós ou em conjunto.

A influência do lugar somente tem importância nas circunstâncias em que favoreçam o nosso recolhimento.

Habituemo-nos a orar. Recordemos que o Senhor Jesus nos disse: Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis e concedido vos será o que pedirdes.

Aprendamos a dinamizar a prece em nossas vidas.

Veremos que nos chegarão a coragem, a paciência, a resignação, o bom ânimo para tudo sofrer, tudo vencer, tudo superar.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Oremos sempre.

 


A oração pode ser considerada como um grito pedindo auxílio, um canto de gratidão, um ato de louvor, um poema de amor, dirigidos a Deus.

De um modo geral, pensamos que para orar precisamos assumir uma determinada postura, nos distanciar de tudo que acontece ao nosso redor. Isso também.

No entanto, a oração pode ser uma constante em nossas horas. Quando abrimos a janela e cumprimentamos o dia que surge, radioso, anunciando sol, calor, quem de nós não extravasa a alma, dizendo: Que dia maravilhoso!

Quantas vezes, admirados pela beleza das flores que, no jardim, disputam perfume, cor e encanto, exclamamos: Meu Deus, que maravilha!

São preces espontâneas que brotam do nosso coração.

Quando, depois de longa estiagem, as nuvens se avolumam e trazem a chuva generosa, junto com o clamor da terra, que sorve a água, com sofreguidão, dizemos: Graças a Deus!

São orações formuladas de forma espontânea. Clamores da alma que alcançam as alturas.

Quando nos empenhamos em atender o necessitado, em socorrer o caído, em oferecer nossos ouvidos para as lamentações de quem sofre, estamos orando.

Porque orar não é somente exteriorizar pensamentos pelos lábios. É também agir em nome do amor.

Amparar o animal abandonado, providenciar alimento às aves que visitam nosso jardim.

E quando cantamos, dizendo da alegria de viver, estamos igualmente orando.

A música tem o condão mágico de exteriorizar os mais excelsos sentimentos. Por isso, quando alguém canta versos que exaltam a Criação, a Divindade, está orando.

Enquanto canta, os que ouvimos, nos associamos à sua prece.

Algumas canções são de extrema sensibilidade e mais do que outras, nos elevam a alma, como a que diz:

Foi Deus que deu luz aos olhos, perfumou as rosas, deu ouro ao sol e prata ao luar.

Foi Deus que me pôs no peito um rosário de penas, que vou desfiando e choro a cantar.

Pôs as estrelas no céu e fez o espaço sem fim.

Deu o luto às andorinhas e deu-me esta voz a mim.

Se canto, não sei o que canto, misto de ventura, saudade, ternura. Talvez amor.

Mas sei que cantando sinto o mesmo quando se tem um desgosto e o pranto no rosto; nos deixa melhor.

Foi Deus que deu voz ao vento, luz ao firmamento e deu o azul às ondas do mar.

Fez poeta o rouxinol, pôs no campo o alecrim, deu as flores à primavera.

E deu-me esta voz a mim.

                                                               *   *   *

É uma oração de louvor, reconhecimento ao Criador, e profunda gratidão.

Enquanto a melodia e os versos nos envolvem, oramos juntos. Se repetimos a canção, vamos espalhando essas vibrações pelo mundo.

E, a cada vez, elas alcançarão outros corações e se elevarão aos céus.

Sim, há muitas formas de orar.

Quando somos filhos gratos pela vida que temos, neste planeta, pelos amigos, pela família, pelo lar, ou por coisa alguma, oramos sempre.

A oração é o canal desimpedido para falar com Deus e ouvi-lO.

Nunca será demasiado, no cotidiano de todos nós, orarmos para nos inspirarmos, a fim de agir bem.

Para agradecer as bênçãos recebidas.

Por amor, louvando o Excelso Criador.

Isso equivale a orarmos sempre que possível e mesmo quando as circunstâncias conspirarem contra.

Oremos.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Poema Divino.

 


Pai nosso, que estás no céu, na terra, no fogo, na água e no ar. Pai nosso, que estás nas flores, no canto dos pássaros, no coração a pulsar; que estás na compaixão, na caridade, na paciência e no gesto de perdão.

Pai nosso, que estás em mim, que estás naquele que eu amo, naquele que me fere, naquele que busca a verdade. Pai nosso, que estás naquele que caminha comigo e naquele que já partiu, deixando-me a alma ferida pela saudade.

Santificado seja o Teu nome por tudo o que é belo, bom, justo e gracioso, por toda a harmonia da Criação. Sejas santificado por minha vida, pelas oportunidades tantas, por aquilo que sou, tenho e sinto e por me conduzir à perfeição.

Venha a nós o Teu reino de paz e justiça, fé e caridade, luz e amor. Reino que sou convocado a construir através da mansidão de espírito, reflexo da grandeza interior.

Seja feita a Tua vontade, ainda que minhas rogativas prezem mais o meu orgulho do que as minhas reais necessidades.

Ainda que muitas vezes eu não compreenda mais do que o silêncio em resposta às minhas preces, não Te ouvindo assim dizer: Filho aguarda, tua é toda a eternidade.

O pão nosso de cada dia me dá hoje e que eu possa dividi-lo com meu irmão. As condições materiais que ora tenho de nada servem se não me lembro de quem vive na aflição.

Pão do corpo, pão da alma, pão que é vida, verdade e luz. Pão que vem trazer alento e alegria: é o Evangelho de Jesus.

Perdoa as minhas ofensas, os meus erros, as minhas faltas. Perdoa quando se torna frio meu coração; quando permito que o mal se exteriorize na forma de agressão.

Que, mais do que falar, eu saiba ouvir. Que, ao invés de julgar, eu busque acolher. Que, não cultivando a violência, eu semeie a paz. Que, dizendo não às exigências em demasia, possa a todos agradecer.

Perdoa-me, assim como eu perdoar àqueles que me ofenderem, mesmo quando meu coração esteja ferido pelas amarguras e dissabores da ingratidão.

Possa eu, Senhor da Vida, lembrar de que nenhuma mágoa é eterna e de que o único caminho que me torna sublime é a humilde estrada da reconciliação.

Não me deixes cair nas tentações dos erros, vícios e egoísmo, que me tornam escravo de minha malevolência.

Antes, que Tua luz esteja sobre mim, iluminando-me, para que eu te encontre dentro de minh’alma, como parte que és de minha essência.

E livra-me de todo o mal, de toda violência, de todo infortúnio, de toda enfermidade. Livra-me de toda dor, de toda mágoa e de toda desilusão.

Mas ainda assim, quando tais dificuldades se fizerem necessárias, que eu tenha força e coragem de dizer: Obrigado, Pai, por mais esta lição!

                                                                        *  *   *

Tudo o que nos cerca é poesia Divina. Há um traço de Deus em cada ser da Criação.

Busquemos por Ele no desabrochar das flores, no correr das águas, no canto do vento, no cintilar das estrelas.

Mas, acima disso, busquemos por Ele em nosso interior. Basta que, por um instante, fechemos os olhos e O sintamos: lá Ele está, dando rima aos versos de nossas vidas...

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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