terça-feira, 29 de setembro de 2020

A nossa maior conquista.

 


Foi em 1953, que Tenzing Norgay e Edmund Hillary fizeram a primeira subida oficial do Everest, usando a rota sudeste, ou seja, pelo Nepal.

Desde então, anualmente, entre os meses de abril e maio, as autoridades emitem licenças para alpinistas que desejam realizar a grande escalada.

Isso tem levado à superlotação da montanha mais alta do mundo.

Alpinistas aguardam horas, devido às filas que se formam para chegar ao topo.

Esse congestionamento é um grande perigo para os alpinistas e guias, desde que cada minuto é importante, quando dependem de cilindros de oxigênio para sobreviver.

Além disso, ficar muito tempo na zona da morte, como é chamada a região de altitude de oito mil metros, aumenta os riscos de queimaduras, doenças da altitude e da própria morte.

Há quem vença tudo isso, mas acaba sendo derrotado na descida, alcançado por alguma avalanche ou pela exaustão.

Nas últimas duas décadas, a taxa média anual de mortos tem sido de seis.

Pode parecer um número pequeno, considerando-se tantos que alcançam o cume.

No entanto, essa vontade de chegar ao pico da montanha mais alta do planeta, nos leva a pensar.

Fomos criados para grandes desafios. Não há limites para a nossa criatividade, para nossa tenacidade.

Faz parte da nossa natureza. Foi isso que nos fez sair das cavernas e chegar à era da tecnologia.

Olhamos para o passado e nos parecem quase uma miragem os registros da História, nos mostrando um mundo sem condições de higiene, sem conforto, sem as tantas comodidades e facilidades do presente.

Muitos de nós assistimos os passos dos dois primeiros homens na lua.

Acompanhamos as sondas espaciais e as imagens espetaculares enviadas, por elas, para a Terra.

Temos notícias das estações espaciais, nas quais vivem os astronautas por semanas, meses.

Sim, somos criaturas excepcionais.

Isso nos diz que não há nada que nos impeça de sermos seres melhores.

Se temos tanta garra e conseguimos proezas inimagináveis, se chegamos a colocar em risco a própria vida, para alcançar nossos propósitos, por que não investirmos os mesmos esforços na mudança de nós mesmos?

Há dois mil anos ouvimos a voz do Celeste Cantor com Seu convite irresistível.

O que nos falta para aderirmos, para nos transformarmos em homens de paz, promotores do bem, altruístas?

O que nos falta para transpormos os umbrais do comum e nos tornarmos homens que venceram a si mesmos?

Seria muito importante que o empenho que nos estimula a desejar alcançar as estrelas, fosse o mesmo para a viagem ao nosso cosmo interior.

Aos planetas da nossa intimidade, para explorarmos as grandes possibilidades do amor, da coragem. Da perseverança, da renúncia, da doação.

Então, nos tornaríamos homens portadores da fé que move a montanha, não somente heróis da escalada.

Homens que alcançam as cumeadas da glória do bem, iluminando mais do que sol de primeira grandeza.

Deixaríamos de ser homo technologicus e nos transformaríamos em homo amorosus.

Atenderíamos ao que nos exortou o Mestre Galileu: Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito.

Aceitaremos o desafio?

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Paradoxos do nosso tempo.

 


Desde as primeiras idades da Humanidade terrena até aos tempos atuais houve grandes progressos e isso é muito positivo.

O progresso tecnológico demonstra que o homem caminha a passos largos na direção de melhores condições de vida e conforto para toda gente.

Mas, apesar do progresso intelectual conquistado, muitas criaturas ainda se debatem nas sombras da miséria moral porque só levam em conta os empreendimentos materiais.

Construímos autoestradas amplas, mas não ampliamos os nossos pontos de vista.

Gastamos muito, consumimos mais e desfrutamos menos, porque nada nos satisfaz.

Temos casas maiores e famílias menores; mais ocupações e menos tempo para dedicar aos afetos.

Buscamos o conhecimento e nos permitimos um fraco poder de julgamento. A medicina está mais avançada, mas não conseguimos manter a saúde desejada.

Bebe-se demais, fuma-se demais, se gasta de forma perdulária e não se conquista a alegria verdadeira.

Dirigimos rápido demais, mas nos irritamos com facilidade.

Raramente lemos um livro. Ficamos muito tempo diante da TV e dificilmente oramos.

Multiplicamos as posses, mas diminuímos nossos valores. Falamos demais, amamos menos e odiamos com muita frequência.

Aprendemos como ganhar a vida, mas não sabemos aproveitá-la bem.

Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida à extensão de nossos anos.

Já fomos à lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua para encontrar nosso vizinho.

Conquistamos o espaço exterior, mas desconhecemos a nossa intimidade. Fazemos coisas em quantidade, e poucas vezes nos importamos com a qualidade.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos.

Salvamos o mico-leão dourado e abortamos nossas crianças.

Falamos muito, reclamamos em demasia, mas poucas vezes prestamos atenção nas próprias palavras e, raramente, ouvimos nosso próximo.

São tempos em que planejamos mais, e realizamos menos.

Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência. Temos tido excessivo cuidado com as coisas exteriores, e dado pouco valor ao padrão moral.

Temos ajuntado bens materiais, mas não logramos construir a paz íntima.

Possuímos computadores que nos permitem viajar pela aldeia global em poucos minutos, mas diminuímos a comunicação com as pessoas que nos cercam.

Temos nos permitido múltiplos relacionamentos, mas não nos preocupamos em cultivar afetos verdadeiros.

Estes são tempos em que se almeja a paz mundial, mas não se envidam esforços para acabar com a guerra nos lares.

São dias de duas fontes de renda familiar, e de mais divórcios; de residências mais belas, e lares destruídos.

Enfim, estes são tempos de alta tecnologia que nos permite levar estas palavras até você e que lhe dá total liberdade de escolha entre refletir sobre elas, ou simplesmente ignorar.

                                                                  *   *   *

A tecnologia é prova irrecusável da capacidade do ser humano.

Por essa razão, o homem já demonstrou que é dotado de imenso poder intelectual.

Só resta agora, descobrir sua realidade de ser imortal e cocriador com Deus e fazer brilhar, de vez por todas, a sua luz interior, conforme recomendou o Homem de Nazaré.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

A felicidade da oração.

 


Quando alguém enfrenta duras dificuldades e a convidamos a orar, por vezes, escutamos, de retorno: E isso vai resolver o meu problema?

      Acaso encherá meu prato de comida ou me dará um cobertor para eu suportar melhor o frio?

      Estamos ainda muito longe de termos a ideia exata do poder da prece. Santo Agostinho teve oportunidade de afirmar: Como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora.

      Avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. São as liras dos arcanjos.

      São as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos bosques.

      A vossa linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe.

      No recolhimento e na solidão, estais com Deus. Apóstolos do pensamento, é para vós a vida.

      Lembramos que Jesus, durante a sua estada entre nós, buscava a solidão para orar. Dirigia-se ao Pai, em muitas ocasiões.

      Num dos momentos mais cruciais de Sua vida, antevendo Sua prisão, suplício e morte, Ele ora, no Jardim das Oliveiras.

      Ora e pede aos amigos Pedro, Tiago e João que orem com Ele.

      Na cruz, em Sua agonia, Sua última frase foi uma profunda e sentida oração: Pai, em tuas mãos entrego meu Espírito.

      Desconhecemos sim, o poder da oração e não a vimos utilizando tanto quanto deveríamos.

      Além de nossas preces regulares da manhã e da noite, a prece deveria ser de todos os instantes, sem mesmo que tenhamos que interromper os nossos trabalhos.

      Ante as dores, pedir ao Senhor que nos abrevie as provas, que nos conceda alegria e bens de que necessitamos para nossa subsistência.

      Também que nos conceda os recursos preciosos da paciência, da resignação e da fé.

      Então, em momentos de tormenta, de caos, oremos. Busquemos esse amparo superior que, mesmo não nos fornecendo o alimento material, nos repletará a alma de bênçãos, abastecendo-nos de energias espirituais.

      E, com certeza, encaminhada aos mensageiros de Deus, que cumprem a Sua Vontade, na Terra, inspirarão alguém para nos socorrer a fome. Também o frio.

      Acionemos a prece pois ela é a filha primogênita da fé.

      Quando os ventos soprarem, inclementes, quando a tempestade nos alcançar, que poder senão o Divino, de imediato, nos poderá socorrer?

      A quem pediremos clemência, senão ao Pai de todos nós?

      Recordamos as palavras do Mestre, anotadas por Mateus: Porquanto haverá nessa época grande tribulação, como jamais aconteceu desde o início do mundo até agora, nem nunca mais haverá.

      E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne seria salva. Mas, por causa dos eleitos, aquele tempo será encurtado.

      Quem são os eleitos, senão os filhos do Deus bom, generoso, que levanta as ondas e aplaca os ventos?

      O Deus que nos sustenta a vida, oferecendo-nos diariamente Seu hálito, que absorvemos no ar que respiramos.

      Por isso, não nos esqueçamos igualmente de orar, louvando a generosidade Divina, agradecendo pelo dom da vida, a maravilha da Criação.

      Exercitemos a felicidade da oração. Oremos em pensamento, palavras e atos.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Meu Brasil de tantas dores.

 


Pátria amada, no dia em que evocamos a tua Independência dos laços portugueses, desejamos orar por ti.

      Por ti e por todos nós, os teus filhos, aqui nascidos ou adotados por tua grandeza.

      Vemos-te tão sofrida, tão aviltada, que somente podemos nos ajoelhar no altar do coração e rogar ao Governador Planetário por ti.

      Rogar a esse Jesus, todo amor, que se apiade de ti, nação amada.

      Cantamos os hinos que te exaltam e aspiramos a ver-te, verdadeiramente grande entre as demais nações.

      Grande em amor, em esperança, em trabalho e honra.

      Entristecemo-nos ao verificar, todos os dias, mesmo ante a pandemia que te castiga, prosseguir a corrupção e os interesses mesquinhos.

      Como é possível, Brasil, que não nos unamos todos para te tornar o maior dentre todos os países?

      Um país honrado, fraterno, pleno de paz. Por que não nos esmeramos em sermos honestos nas pequenas como nas grandes coisas?

      Por que nosso interesse deve suplantar o interesse comum? Por que não nos sentimos todos irmãos e nos auxiliamos?

      Quando tantos padecem fome, como podemos pensar em nosso próprio bolso?

      Quando o ciclone arrasa a paisagem e causa tantos prejuízos, como podemos prosseguir em nosso egoísmo, engendrando formas de lucrarmos com o caos?

      Quando a morte nos espreita, sorrateira, buscando o próximo alvo, por que ainda insistimos em ajuntar tesouros aqui, sem pensarmos que ela pode estar mirando em nós, para nos levar, logo mais?

      Brasil de todos nós, Brasil de todos os povos, pedimos a Jesus por ti, pelos filhos que ainda não entendemos que o teu propósito é ser o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho.

      Destino que somente será efetiva realidade se nós, os teus filhos, deixarmos pulsar os nossos corações irmanados.

      Amado Brasil, esperamos que nossa prece alcance as esferas superiores e que bênçãos jorrem do alto sobre ti.

      Energias espirituais elevadas nos alcancem, despertando-nos para esse futuro que podemos construir juntos, bastando que pensemos em nosso irmão.

      Que nos olhemos uns aos outros como filhos de um mesmo torrão e nos esforcemos por te tornar um país diferente.

      Que tenhamos responsabilidade para eleger homens públicos que se importem contigo, que honrem tua História de tantas glórias. Que tenham compromisso com a verdade, com o bem comum.

      Que nos empenhemos para que a justiça seja para todos, que haja pão nas mesas, que não falte o agasalho a quem padece frio.

      Que nos eduquemos para que nos lares existam pais e mães preocupados em conduzir seus filhos para o bem.

      Que a honestidade não seja uma nota dissonante, soando solitária, mas seja a sinfonia executada por todo o povo, todos os dias.

      Ao ver-te a bandeira tremulando ao vento, Brasil amado, que o verde signifique esperança de dias melhores.

      Que o amarelo nos diga das riquezas do teu solo, das tuas veias. Porém, muito mais, da prosperidade deste povo que abrigas.

      Que o azul nos fale de dias de céu de anil para todas as vidas.

      E que o branco seja nossa bandeira de paz. Paz nos lares. Paz nas escolas. Paz na sociedade. Paz em todo lugar.

      Que este dia, Brasil, possa assinalar o teu ingresso no caminho do teu verdadeiro destino.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

O valor do tempo.

 


É impressionante constatar como alguns de nós invertemos a escala de valores.

Uma dessas inversões é a que se refere ao tempo.

Costumamos afirmar que tempo é dinheiro.

Quando pensamos assim, corremos o risco de nos transformarmos em máquinas de produzir lucros. Cada minuto é importante para cumprir metas estabelecidas, visando apenas resultados financeiros.

Acabamos por nos dedicarmos ao trabalho em demasia, entendendo que feriados, férias, repouso são total e absoluta perda de tempo.

Consequentemente, de dinheiro.

É importante lembrar que somos gente, seres humanos. Somos pais, esposos, filhos, amigos.

A vida não deve se resumir em conseguir títulos, dinheiro, propriedades.

Existem outros valores mais preciosos que não podemos, de forma alguma, desprezar ou desconsiderar.

Muitos de nós somente nos damos conta da riqueza do casamento depois da separação, quando descobrimos que perdemos o grande amor da nossa vida por causa das muitas horas dedicadas exclusivamente ao trabalho.

Tempo também existe para ser investido na conquista e manutenção das amizades, que nos garantem um ombro amigo quando dele necessitamos.

Será que já paramos para aquilatar o valor de um amigo verdadeiro?

Precisamos avaliar, de fato, quais as metas pelas quais estamos lutando.

É importante pensar na conquista da felicidade, que nem sempre o dinheiro proporciona.

É importante repensar o valor do tempo.

A autorrealização é uma meta indispensável que pode ser alcançada com a boa utilização do tempo.

Trabalhar é importante e necessário para o progresso geral e individual. Contudo, imprescindível é sentir prazer no que fazemos.

Muitos de nós passamos a vida procurando nos sentir importantes para termos a sensação do sucesso.

Porém, sucesso sem qualidade de vida não é sucesso, é ilusão.

E qualidade de vida é ter a consciência tranquila por não violar as leis, por não trapacear, por não nos corrompermos nem corromper a ninguém.

Qualidade de vida é conviver em harmonia com a família, com os amigos, consigo mesmo.

Importante avaliarmos, com muita atenção, essa proposta enganosa de que tempo é dinheiro, que nos leva a programar formas de enriquecer os bolsos e engordar as contas bancárias.

Não caiamos nessa armadilha. Usemos o tempo que Deus nos empresta para construir a nossa verdadeira felicidade e a daqueles que nos rodeiam.

                                                                             *   *   *

A profissão é instrumento de progresso e realização do ser humano. Deve servir para a construção de algo bom e útil em prol da sociedade em que vivemos.

Nem sempre ganhar dinheiro proporciona essa realização.

O médico sanitarista Oswaldo Cruz não estava preocupado com o contracheque quando travou uma batalha com a febre amarela e descobriu sua vacina.

O compositor Villa Lobos não compôs suas melodias de olho na conta bancária.

E se Albert Einstein tivesse a ilusão de que tempo é dinheiro, jamais teria legado à Humanidade o fruto de suas pesquisas científicas.

Pensemos nisso e lembremos: Tempo é oportunidade.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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