terça-feira, 25 de agosto de 2020

Lições de vida para famílias.

Em seu livro "Lições de vida para famílias," Maria Tereza Maldonado elenca diversas sugestões que têm por objetivo auxiliar as pessoas a construírem uma família harmoniosa, saudável e feliz.

Entre elas podemos ressaltar as seguintes:

Primeira: Escute com atenção antes de falar; tente entender o que a pessoa realmente está dizendo, que pode ser muito diferente do que você acha que ela quer dizer.

Segunda: Gentileza e boas maneiras são essenciais para construir um bom convívio familiar.

Terceira: Aumente as opções de atividades prazerosas com seus familiares: conversar, brincar e jogar, ver bons filmes, passear.

Quarta: Demonstre seu interesse em saber o que seus familiares estão fazendo, experimentando ou descobrindo na vida.

Quinta: Para enviar mensagens fortes e eficazes para seus familiares, procure ter coerência entre palavras, gestos e atitudes.

Sexta: Se você diz não, com muita frequência, aprenda a dizer sim, com carinho.

Se você diz sim demais, aprenda a dizer não sem culpa.

Sétima: Tente criar, junto com seus familiares, maneiras eficazes de simplificar a vida para torná-la mais pacífica e prazerosa.

Oitava: Aprender a tolerar frustrações é essencial para desenvolver paciência, compaixão e compreensão.

Nona: Cada membro da família precisa descobrir meios eficazes e saudáveis de descarregar as tensões inevitáveis do dia a dia, sem maltratar os outros.

Décima: Os laços de sangue não garantem automaticamente a existência do amor, que precisa ser constantemente criado e bem cuidado ao longo da vida.

A oportunidade de estarmos inseridos em um determinado grupo familiar é uma abençoada oportunidade que nos é oferecida pelo Pai Criador.

Os laços familiares que hoje nos envolvem são aqueles que nos são necessários ao nosso crescimento e desenvolvimento moral e espiritual.

As dificuldades de relacionamentos, tão estranhas e inaceitáveis aos olhos do mundo, podem ter causa em fatos pretéritos que escapam às nossas lembranças.

Os filhos difíceis de hoje podem ser cúmplices ou vítimas de nosso passado equivocado.

Podemos ter sido seus algozes ou aqueles que, pensando agir por amor, os tenhamos desviado do bom caminho.

Encontrarmo-nos hoje nesse grupo familiar não é obra do acaso, nem da desdita.

Em tudo há sempre a mão e a autorização de Deus.

Eis aí uma nova chance de resgate e de reparação.

Aproveitemo-la.

Façamos a parte que nos cabe, nessa nobre tarefa que é viver em família.

Sejamos dignos, honrando os compromissos que assumimos perante Deus e perante os homens, educando os pequeninos e a nós próprios.

Vençamos os vícios que ainda azedam nossos dias e infelicitam nossos companheiros de jornada.

Abandonemos a reclamação vazia e inócua.

Superemos a preguiça e a omissão.

Abracemo-nos e unamo-nos em prol desse objetivo tão importante e básico que é viver bem em família, a fim de que possamos conviver do mesmo modo com toda a Humanidade.

Pensemos  nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Do que mais sentimos falta.

 

Quando a pandemia se instalou, de repente, a insegurança tentou se aninhar em nosso ser.

Confiantes, porém, de que tudo, neste imenso Universo de Deus, está certo, confiamos. Confiamos que isso, como tudo, nesta Terra, passará.

Talvez demore alguns meses. Meses que nem sabemos ainda como iremos superar. Desconhecemos o que nos reserva o amanhã.

Mas, confiamos. Confiamos em Deus, em Jesus, nosso Governador Planetário, nas leis divinas que tudo regem com sabedoria.

Isso passará, como passaram outras calamidades. Enfrentamos duas terríveis guerras mundiais, a explosão de bombas atômicas, os desastres das usinas nucleares.

Tudo nos parecia, quando ocorreu, que jamais superaríamos. Mas superamos. Crescemos em ciência, em tecnologia. Também em moralidade.

Na atual pandemia, que abraçou o mundo inteiro, sem exceção, sentimos o quanto somos frágeis.

E, mais uma vez, constatamos que, por mais que o queiramos, não podemos ter o controle de tudo.

Então, nos isolamos, como medida preventiva, para evitar ainda mais a disseminação da doença tão insidiosa.

Isolados, voltamo-nos para a tecnologia. E nos servimos das redes sociais para nos comunicarmos.

Utilizamos plataformas diversas para nos encontrarmos de forma virtual. As reuniões esparsas, de início, foram adquirindo um tom de cidadania diária.

Reuniões com amigos, com familiares, com companheiros da profissão, do trabalho voluntário. Passamos a tratar de quase tudo em reuniões virtuais.

Bate-papo informal, troca de receitas, sugestões para entreter as crianças que também ficaram em casa.

Acabaram-se nossas idas ao cinema, com pipoca e refrigerante. Acabaram-se nossos passeios nos bosques, agora fechados ao público.

Acabaram-se nossas idas ao shopping, o peregrinar pelas lojas, o comprar roupas e calçados novos.

Saídas de casa somente para as questões prioritárias: o trabalho profissional indispensável à sociedade, a aquisição do alimento, da medicação, do combustível.

Passados tantos dias, acabamos por nos dar conta de que o que temos de mais precioso, além da vida, é o amor.

Estamos sentindo falta do abraço forte, dos encontros com os amigos, todos juntos, sentindo o calor do outro.

Sentimos falta de ir ao templo religioso, sentimos falta daquela atmosfera de paz que nos envolvia, mal adentrávamos pela porta.

Sentimos falta dos almoços em família, com a criançada correndo para todo lado, o vozerio de todos falando quase ao mesmo tempo.

Sentimos falta do bate-bola com os amigos, na pracinha ao lado de casa.

Demo-nos conta, enfim, de que estamos aprendendo o que realmente importa para nossas vidas: o amor que partilhamos, a companhia do outro, o abraço amigo, o trabalho voluntário.

Descobrimos que podemos ficar sem tantas coisas. Mas, como nos faz falta a liberdade de ir e vir, de andar pelas ruas, com sol ou com chuva.

De convidar amigos para nossa casa, de promover encontros, simplesmente para nos abraçarmos e conversarmos sobre o que faz a nossa felicidade. 

Ah, quando passar esse flagelo mundial, haveremos de viver de forma diferente.

Aguardemos, confiantes, esses dias do amanhã.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

O mundo está melhorando.


Sempre ouvimos falar que, para o mundo melhorar, é preciso que as pessoas melhorem.

Embora seja um processo lento, é uma realidade da qual não se pode fugir.

Quanto mais pessoas se dispuserem a colaborar nessa melhoria, olhando com mais atenção ao seu redor, identificando situações onde possam agir em favor do bem, mais rápida se fará essa transformação.

Diariamente, temos exemplos de que a face do mundo está se modificando.

Basta ter olhos de ver. Como aquele rapaz que passava pela rua e se surpreendeu com o que viu. Parou, fotografou, compartilhando, posteriormente, em seu perfil, em rede social.

Explicou depois o que vira: uma enfermeira, moradora na cidade do México, saindo de seu plantão, viu um homem em uma cadeira de rodas.

Todos passavam e ninguém lhe prestava atenção. Talvez seja essa uma conduta de autodefesa. Se fingirmos não ver o problema, não temos compromisso com qualquer tentativa de solução.

Sabemos que as condições de pobreza, da falta de moradia, da fome e da saúde têm sido um grande desafio em quase todos os lugares.

Contudo, nada nos impede de colocarmos uma gota de bálsamo, de amor e atenção fraterna no coração daquele que sofre.

Não resolvemos o problema mas, se nos aproximarmos, quiçá possamos descobrir que a ajuda de que a pessoa necessita não é tão grande e que podemos oferecê-la.

Certamente, com essa disposição, Marycarmen se aproximou e verificou que aquele cadeirante sofria muito. Trazia os pés feridos.

Sem pensar em seu cansaço, depois das horas de trabalho, ela se prontificou, ali mesmo, a tratar dos ferimentos, com o material que trazia em sua maleta.

Não terá resolvido o problema da fome dele, da ausência de família, de abrigo. Mas, diminuiu-lhe a dor, o que ele mais precisava, naquele momento.

                                                                  *   *   *

Felizmente multiplicam-se as pessoas, de espírito nobre, capazes de sentir empatia.

São gestos dessa ordem que arrastam outros à solidariedade, na tentativa salutar de imitá-los.

Isso faz parte do mundo melhor, que estamos construindo. Um mundo que reflete fraternidade, semeadura de paz.

Essa paz que almejamos para nós, para nossos amores, para o mundo.

Buscar saber quem realmente somos, de onde viemos, porque estamos aqui, e para onde vamos, nos auxiliará a clarear o caminho para a instalação dessa paz tão falada, tão desejada.

O Evangelho de Jesus, como um processo educativo do ser espiritual que somos, nos auxilia a nos percebermos como construtores desse mundo almejado.

Pessoas espiritualizadas fazem a diferença em nossa sociedade, agindo conforme a lei de amor e promovendo o bem onde se encontrem.

O Mestre Jesus foi quem nos afirmou que o que fizermos a um faminto, a um doente, a um necessitado de qualquer ordem, a Ele mesmo o estaremos fazendo.

Que coisa grandiosa se assim pensarmos. Servir ao Rei dos reis na pessoa do mais humilde cidadão.

Isso mais nos deve incentivar à prática das boas ações, ao atendimento aos pequenos do mundo.

Será com o amor que trazemos em nós, que alimentaremos a chama do amor no mundo.

Pensemos: tudo começa em cada um de nós.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 8 de agosto de 2020

FELIZ DIA DOS PAIS.

Homenagem a um pai ausente.

Pai, você sempre zelou pela minha segurança, buscando pessoas e lugares que pudessem ajudá-lo a me fazer viver. Eu era seu filho e passei a ser a razão do seu viver. Do seu jeito, você me amou.

Nossos parentes que o admiravam tanto, pessoas que não o conheceram, meus amigos, alguns vizinhos, todos desejam que você faça uma boa viagem e que nos espere um dia, pois você tomou o ônibus da frente. O próximo talvez seja o nosso...

Você nunca demonstrou, mas se angustiava quando precisava ir trabalhar, viajar, e queria estar comigo para me dar segurança. Quando estava longe pensava com carinho em mim.

Você nunca falou “Amo você”, mas tudo o que fez para mim provou que você me amava. Lembro das broncas que levei quando fazia algo errado... Dos causos que você me contava... Dos seus conselhos, dos incentivos para as boas ideias...

Aprendi a confiar em seus conselhos, a respeitar sua autoridade de experiência de vida, a buscar sua opinião antes de fazer algo. E, sempre que não o escutei, eu errei.

Mas o que eu mais gostei, foi a liberdade que tive com você. Com a liberdade que você me deu, aprendi a ter responsabilidade. Você me ensinou a viver e a me cuidar no mundo. A assumir minhas atitudes. A errar menos para sofrer menos, e nunca prejudicar alguém.

Aprendi que não se deve viver por viver, mas ajudar as pessoas e fazer um mundo melhor, começando por nós.

Lembro-me de como você fazia seu serviço... Os problemas que passou na vida... Você me contou sua vida. E com sua vida aprendi que existem pessoas e fatos que nem sempre nos fazem felizes, mas que precisam ser rapidamente superados porque devemos seguir em frente.

Aliás, seguir em frente foi a coisa mais importante que aprendi com você, porque nunca o vi reclamando de alguma situação, mas, sim, tomando atitudes para modificar e melhorar. Você sempre me dizia: “Se não der certo aqui, tente ali, nunca desista.”

E hoje, pensando em você, quero celebrar a vida. Vida que você teve. Vida que você me deu. Vida que vivemos juntos. Fiquei muito triste com a sua viagem.

Ao chegar em casa não vou vê-lo sentado na sala ouvindo as notícias pelo rádio ou vendo televisão... Não vou mais, ao banco, receber a sua aposentadoria, contar novidades para você, fazer as compras que me pedia... O pão, o leite, a margarina. Agora a casa está vazia, sem vida, sem a sua vida.

Posso imaginar você escutando isto... Talvez tenha vontade de chamar minha atenção, alertando: “Meu tempo já passou... O que você está fazendo do seu tempo?” Talvez me perguntasse se já pintei a casa... Se aluguei o ponto comercial... Se cortei a grama...

Você concluiu sua caminhada. Neste momento, em respeito a sua memória, eu afasto a tristeza e qualquer sentimento negativo. Sinto saudades porque a falta continua. Não sei dizer ao certo se eu vim para lhe fazer feliz ou se fui feliz por ter vindo ao mundo através de você.

Acredito que foi bom para você ter a mim como filho. Porém, com toda certeza deste mundo, foi muito melhor ter tido você como pai...

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

No reino das borboletas.

À beira de um pântano, uma borboleta pousou sobre um ninho de larvas e falou para as pequenas lagartas:

Olá. Sou irmã de vocês. Venho lhes dizer para ter esperança. Nem sempre ficarão coladas às ervas do pântano!

Esforcem-se para não sucumbir aos golpes da ventania que, de quando em quando, varre a paisagem.

Esperem! Depois do sono que as aguarda, todas acordarão com asas de puro veludo, refletindo o esplendor solar...

Então, não mais se arrastarão, presas ao solo úmido e triste. Adquirirão preciosa visão da vida, pois poderão subir muito alto e seu alimento será o néctar das flores...

Viajarão deslumbradas, contemplando o mundo, sob novo prisma!

Enquanto a mensageira fez ligeira pausa, ouviam-se exclamações admiradas:

Que misteriosa criatura!

Será uma fada milagrosa?

Nada possui de comum conosco...

Irradiando o suave aroma do jardim de onde viera, a linda visitante sorriu e continuou:

Não se iludam! Não sou uma fada celeste! Minhas asas são parte integrante da nova forma que a natureza lhes reserva.

Ontem, eu vivia com vocês. Amanhã viverão comigo! Flutuarão no imenso espaço, em voos sublimes em plena luz. Libertas do lodaçal, se elevarão felizes.

Conhecerão a beleza das copas floridas e o saboroso néctar das pétalas perfumadas. Contemplarão a altura e a amplitude do firmamento...

Logo após, lançando carinhoso olhar à família alvoroçada, abriu as asas coloridas e, voando com graciosidade, desapareceu no infinito azul.

Nisso, chegou ao ninho a lagarta mais velha do grupo e, ouvindo os comentários empolgados das companheiras jovens, ordenou irritada:

Calem-se e escutem! Tudo isso é insensatez, mentiras, divagações...

Não nos iludamos! Nunca teremos asas!

Somos lagartas, nada mais que lagartas. Sejamos práticas, no imediatismo da própria vida. Esqueçam-se de pretensos seres alados que não existem.

Precisamos simplesmente comer e comer... Depois vem o sono, a morte... E o nada... Nada mais...

As lagartas calaram-se, desencantadas.

Caiu a noite e, em meio à sombra, a lagarta chefe adormeceu, sem despertar no outro dia. Estava completamente imóvel.

As irmãs, preocupadas, observavam curiosas o fenômeno...

Depois de algum tempo, para espanto de todas, a ignorante e descrente orientadora surgiu como veludosa borboleta, de asas leves e ligeiras, a bailar no ar...

                                                                          *   *   *

À semelhança da formosa borboleta que desceu às faixas escuras onde rastejavam suas irmãs lagartas, um dia, a Humanidade também recebeu a visita de um Ser Sublime, que veio trazer consolo e esperança.

Falou da vida triunfante para além do casulo físico.

Ele próprio, após desvencilhar-se do corpo físico, surgiu mais livre e mais brilhante que antes, mostrando-se aos discípulos, aos amigos.

Depois, com leveza, desapareceu na imensidão azul, diante de quinhentas testemunhas, admiradas, na distante Galileia...

Apesar do tempo transcorrido, ainda existem aqueles que preferem acreditar que o que nos espera para além da morte é o nada.

Não nos iludamos. Somos imortais. Viveremos.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

Doe Sangue