terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Deixe o outro falar.

 




Deixar o outro falar ajuda em situações familiares e profissionais.

Barbara Wilson relacionava-se muito mal com sua filha Laurie. O relacionamento se deteriorava pouco a pouco.

Laurie, que fora uma criança serena e complacente, tornou-se avessa à cooperação, às vezes provocadora.

A sra. Wilson passava-lhe sermões, ameaçava-a, punia, sem sucesso.

Certo dia, contou a sra. Wilson, simplesmente desisti.

Laurie tinha me desobedecido e fora para a casa de uma amiga antes de terminar seus afazeres domésticos.

Quando voltou, eu estava prestes a estourar com ela pela milésima vez, mas não tive forças para isso. Limitei-me a fitá-la e a dizer:

"Por quê, Laurie, por quê?"

Laurie percebeu o estado em que eu me encontrava e, com uma voz calma, perguntou:

"Quer mesmo saber?"

Fiz que sim com a cabeça e Laurie contou-me, primeiro hesitando, depois com uma fluência impressionante.

Eu nunca lhe prestara atenção. Nunca a ouvira.  Sempre lhe dizia para fazer isso ou aquilo.

Quando sentia necessidade de conversar comigo sobre as coisas dela, sentimentos, ideias, interrompia-a com mais ordens.

Comecei a compreender que ela precisava de mim - não como uma mãe mandona, mas como uma confidente, uma saída para suas confusões de adolescente.

E tudo o que fazia era falar, falar, quando deveria ouvir. Nunca a ouvira.

A partir daquele momento, fui uma perfeita ouvinte. Hoje ela me conta o que lhe passa pela cabeça, e nosso relacionamento melhorou de maneira imensurável. Ela se tornou, de novo, uma colaboradora.

                                                                          *   *   *

Quantos pais neste mundo têm problemas similares com seus filhos. Problemas que seriam amenizados se soubéssemos apenas ouvir um pouco mais.

Como pais, como educadores, por vezes temos a falsa impressão de que precisamos falar, ensinar, proferir lições etc, e eles, os filhos, precisam apenas ouvir.

Quantos pais reclamam que seus filhos não os ouvem e tudo parece que entra por um ouvido e sai pelo outro.

Mas será que esses pais sabem ouvir seus filhos?

Será que esses pais não sabem que o aprendizado não se dá apenas por sermões, por conselhos?

O processo de aprendizado, e mais, o processo de construção de uma boa relação familiar, tem que passar pelo diálogo.

E quando estamos no campo do diálogo, precisamos entender que este é uma via de mão dupla. No diálogo fala-se, mas também se ouve, e muito...

Ouvir exige autocontrole, disciplina, respeito ao outro e humildade. Por isso, talvez, ainda seja tão difícil para a Humanidade.

Ouvir nos pede reflexão, paciência e empatia.

Desta forma, procuremos sempre deixar o outro falar. Ouçamos as razões do outro, suas explicações etc.

Elas podem não justificar certos atos, mas explicam as razões da outra alma e nos fazem compreendê-la melhor.

Pais, deixemos nossos filhos falarem! Filhos, deixemos nossos pais falarem!

O amor e a paz familiar sairão lucrando sempre.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Seja amigo de si mesmo.

 


Por onde nos movemos no mundo, vemos almas atormentadas pelo sentimento de solidão, pela sensação de abandono em que se veem, ansiosas por conseguir formar vínculos de amizade, embora não saibam como fazê-lo.

Em casos assim, faz-se necessário maior cuidado, uma vez que a ansiedade costuma precipitar negativamente as coisas na vida.

É comum que, na ânsia por fazer amigos, a pessoa se envolva com gente de maus costumes morais, viciada ou portadora de graves complicações.

É assim na procura de amizades como na busca de par para o casamento.

De nenhum modo vale a pena.

Muito coerente o dito popular que afirma: Antes só do que mal acompanhado.

Quando alguns ansiosos preferem a má companhia à solidão, acabam por envolver-se em tormentos de tal monta que não tardam a se arrepender do mau investimento.

Por isso, quando, apesar da sua boa vontade, apresentar-se a dificuldade em conseguir bons amigos, aguarde um pouco mais, sem desanimar.

Fique atento e tranquilo, pois o tempo não decepciona a quem sabe esperar trabalhando.

Seja você o melhor amigo de si mesmo.

Não se corrompa. Não crie problemas para remorsos depois. Leia bons livros. Cultive boa música, artes e esportes.

Viva em contato mais amplo com a natureza. Alimente-se e beba o que lhe convenha à saúde, sem guardar remorsos.

Você verá que, com essa pauta de comportamento levada a sério, será muito difícil não encontrar em seus caminhos outras pessoas que cultivem os mesmos bons ideais, e que estejam dispostas a estreitar laços e se tornarem suas amigas.

Tudo terá que começar por você.

                                                                        *  *   *

Onde quer que você esteja, descubra na convivência dos dias os corações transparentes ou as almas simples, a fim de aproximar-se delas.

Procure distender o bem que leva em si na direção de outros seres, lembrando-se de que, conforme afirmou Jesus, é do bom tesouro do nosso íntimo que conseguimos extrair as coisas boas que dizemos e fazemos.

Quem deseja ter bons amigos precisa ser, antes de tudo, um bom amigo.

A relação de amizade é uma via de mão dupla, certamente, onde ofertamos e recebemos. Porém, a postura do homem de bem tem que ser sempre aquela de quem deseja ofertar ao outro em primeiro lugar.

A retribuição será consequência natural para o coração desvelado e bom, sem haver necessidade deste persegui-la como objetivo.

Reflita sobre suas relações de amizade, perguntando a si mesmo: Estou sendo um bom amigo? Estou pensando no outro antes de pensar em mim, nas minhas necessidades e aflições?

É sempre tempo de mudar, de melhorar, sem medo, sem constrangimento.

Surpreenda seus amigos hoje com um gesto inesperado, com uma pergunta jamais feita, com um abraço mais forte do que o usual.

A amizade é um tesouro que carregamos no coração.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Esse incrível amor

 


Dizem que é este arroubo que faz o coração disparar, o sangue fluir ao rosto, as pernas tremerem ante a visão do ser amado.

Afirmam que amar é abraçar forte e, abraçados, assistirem o sol se aconchegar no poente, para adormecer até ser despertado pela manhã.

Falam que o amor é este sentimento que estimula o ser a escrever poemas, a declamar sonetos e compor serenatas...

Sim, tudo isto são expressões do amor. Do amor de um ser para o outro.

Mãos que se entrelaçam, corpos que se aproximam, que se movimentam ao som da música que os embala. Abraços, beijos.

Mas o amor verdadeiro é quando tudo isso persiste após anos de convivência.

Amar é sentir prazer de estar com o outro, ouvi-lo, acalentá-lo.

Nos dias tristes, o amor é a nota melódica que cantarola esperança em ouvidos atentos.

É fazer uma declaração de amor, cantando versos, depois que as rugas fizeram arabescos na face e os cabelos se tingiram de neve e prata, ao toque dos delicados dedos do tempo.

Amar é, depois de filhos crescidos, netos à vista, dançar à luz do luar, no jardim da casa, na varanda do apartamento, observados por um céu de estrelas.

Amar é surpreender o outro com uma flor, um mimo em data qualquer.

É sair para tomar um suco, um só, no mesmo copo, com dois canudinhos. Só para poder encostar o nariz um no outro e os olhos sorrirem.

É repartir a pizza, para dividir as calorias. É tantas coisas pequenas, grandes, imensas...

É dizer: Deixe que eu faço. Você está tão cansada.

É buscar as crianças, banhá-las, dar-lhes o lanche e quando ele chegar, estar pronta para convidar: Vamos jantar só nós dois, em algum lugar?

É descobrir o que pode fazer o outro mais feliz. É preocupar-se com ele.

É comentar o novo penteado, elogiar a roupa nova.

É segurar a mão, no hospital, enquanto o ser amado convalesce.

É falar de esperança, acenando melhores dias, quando as sombras do desalento comparecem no céu familiar.

Amar é ter tempo para assistir juntos um filme, comentar depois e... assistir outra vez, para reviver as emoções positivas da primeira vez.

É lembrar do dia do aniversário, é surpreender.

Enfim, o amor verdadeiro é aquele que solidifica nos anos, amadurece no tempo e se perpetua pela vida afora.

Pense nisso e se pergunte se você ama de verdade.

Pense quando foi a última vez que fez uma declaração de amor, fez um elogio, deu um presente.

Quando foi a última vez que saiu para jantar, para dançar, para passear?

Quando foi a última vez que saíram de mãos dadas, que assistiram a um show de cabeças coladas uma à outra...

Pense.

E se descobrir que faz muito tempo, surpreenda seu amor ainda hoje.

Convide. Invente, mostre que em seu coração o sentimento sublime ainda vigora, forte, rijo, maravilhosamente presente.

Mas, faça isso, hoje.

Não estanque o gesto, nem perca a chance.

O amanhã poderá ser o momento que não chegue.

 Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Uma incrível história de amor.

 


Quando a madrugada se entrega aos braços do dia, e toda a grandiosidade de um nascer do sol torna a acontecer, recebemos, outra vez, a mensagem de que Deus nos ama.

Ele borda caprichosamente as campinas de flores miúdas e planta floreiras exuberantes nas encostas dos morros para que, em nossas andanças, possamos descansar os olhos, extasiando-nos de prazer.

Ele trança, com delicadeza, os ramos da parasita na galharia abundante da árvore envelhecida, e escolhe lugares seguros, entre os galhos, para que os pássaros possam construir seus ninhos.

O Evangelista afirmou que Ele é Amor. E porque o amor não se satisfaz senão amando intensamente, Deus criou para os Seus filhos um lugar de intensas belezas, a fim de que pudessem debelar o cansaço das lutas, na sua contemplação.

Por isso, idealizou para as noites um extraordinário sistema de iluminação, sofisticado e único, onde abundam sóis de variadas grandezas, de brilhos e cores diversificadas, dispersos no espaço, a distâncias fabulosas uns dos outros. Brilhando todos.

Para o encanto dos ouvidos humanos, concedeu vozes às cachoeiras, a fim de que se unissem ao cantarolar dos riachos e das fontes, criando harmonias.

Na garganta dos pássaros dispôs instrumentos sonoros para que abrindo os bicos, fizessem vibrar suas gargantas, compondo sinfonias em pleno palco da natureza.

Para atender a fome dos homens, Ele criou um mercado inigualável, abundante, diferente em cada recanto do globo.

Para os homens altos, colocou frutos saborosos pendentes de ramos e para as crianças, esparramou-os em plantas rasteiras, estimulando a uns e outras se servirem de ambos, no compasso da ajuda mútua e da fraternidade.

Em Sua perfeição, Deus estabeleceu a noite e o dia, as alternâncias de frio e calor, as alegrias do sol e as lágrimas das chuvas.

Deu ao homem as mais amplas possibilidades de engenhosidade, a fim de que ele vencesse a gravidade e se lançasse ao espaço, descobrindo a grandeza do Universo e a pequenez do seu próprio lar.

Também condições para que descesse às profundezas dos oceanos, das grutas e cavernas para descobrir a infinidade das formas de vida.

Analista dos sistemas mais complexos, Deus teve o cuidado de criar a maquinaria humana de tal forma aprimorada que pode realizar coisas inimagináveis.

Da mesma forma que se agiganta na expressão da arte, da dança, tem a capacidade de se adaptar às situações mais adversas e sobreviver.

Enfim, Deus ama de tal forma as Suas criaturas que, sem lhes cobrar nada, lhes fornece o mais extraordinário plano de saúde.

Um plano de saúde sem carência, sem restrições, sem cotas específicas de utilização. Um plano de saúde que lhes garante vida inesgotável, pelos séculos dos séculos. Um extraordinário legado que se chama Imortalidade.

                                                                     *   *   *

Deus te ama e tu percebes. Seu hálito te vitaliza e sua voz silenciosa chega aos teus ouvidos, com bênçãos, com esperanças e com orientações.

Deus vive, manifesta e dilata o Seu amor através de ti. Tu o sabes. E onde tu estiveres, Ele estará sempre contigo.

Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

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