A orar sem esquecer o trabalho;
A dar sem olhar a quem;
A servir sem perguntar até quando;
A sofrer sem magoar seja a quem for;
A progredir sem perder a simplicidade;
A semear o bem sem pensar nos resultados;
A desculpar sem condições;
A marchar para a frente sem contar os obstáculos;
A ver sem malícia;
A escutar sem corromper os assuntos;
A falar sem ferir;
A compreender o próximo sem exigir entendimento;
A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração; a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento.
Senhor, fortalece em nós a paciência para as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades.
Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós.
Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será, invariavelmente, aquela de cumprir-Te os desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre.
* * *
Por que ainda relutamos tanto em seguir o Modelo seguro de conduta e sentimento que nos foi ofertado há mais de dois milênios?
Por que O chamamos de Mestre e Senhor, compreendendo Sua grandeza e superioridade, mas teimamos em agir de acordo com nossa acanhada compreensão das coisas?
Por que somos tão relutantes... Tão fracos e frágeis?
Não nos parece ser tempo de despertar? De seguir adiante? De utilizar a tal inteligência que, supostamente temos, em pleno século XXI, e fazer opções mais felizes?
Julgamos que conquistamos tanto desde que saímos das cavernas, pois vivemos com mais conforto e facilidades.
Mas será esse nosso único objetivo na Terra? Seriam essas as únicas conquistas que deveríamos alcançar?
É curioso, pois saímos das cavernas, mas em alguns aspectos as cavernas ainda não saíram de nós.
Há escuridão na alma que não encontra o sentido existencial. Há breu no íntimo dos que tornaram a existência uma luta apenas pela sobrevivência material.
Há um escuro enorme no espelho dos que ainda não se conhecem.
Por isso a oração nossa pede auxílio ao mais sábio que já existiu, ao que nos conhece como ninguém mais, ao que esteve entre nós e percebeu nossas mazelas de muito perto.
Senhor, que Tuas lições ecoem pelo mundo íntimo de todos nós, que nos lembrem dos caminhos do amor e nos tragam a coragem de mudar.
Senhor, recita em nosso coração o canto das bem-aventuranças mais uma vez, pois ele nos acalma, nos consola e nos impulsiona.
Senhor, olha-nos com Teus olhos de compreensão, mas também de motivação, fazendo-nos entender que somos frágeis, mas que podemos ser grandes!
Diz-nos mais uma vez que somos a luz do mundo, a luz do mundo de dentro em primeiro lugar, que depois explode para fora, levando a manhã ensolarada a quem ainda vive na madrugada.
Diz-nos, por fim, uma vez mais:
Não vos deixareis órfãos; voltarei para vós.
Guardemos isso em nossa mente e em nosso coração.
Redação do Momento Espírita.