Ana foi a um grande pet shop comprar ração para seu cão. Ao chegar ao caixa, para efetuar o pagamento, cumprimentou a jovem atendente, desejando-lhe uma boa tarde.
A funcionária, surpreendida, comentou:
Faz oito meses que trabalho aqui e a senhora é a primeira cliente que me olha, sorri e cumprimenta.
Ana ficou chocada.
Como assim? – Perguntou.
Os clientes não costumam nos olhar. Alguns ficam falando ao celular, outros são impacientes, passam apressados. É como se fôssemos parte da caixa registradora, e não seres humanos.
Nesses oito meses, a senhora, realmente, foi a primeira pessoa que me olhou de verdade, e gentilmente me cumprimentou.
Ana saiu do local, refletindo sobre a responsabilidade que temos uns para com os outros, e sobre nossa postura diária perante o próximo.
* * *
Em outra oportunidade, depois de almoçar num restaurante em cidadezinha turística, Ana dirigiu-se ao caixa para pagar a conta. Como sempre fazia, sorriu e cumprimentou a funcionária, elogiando a comida e o serviço.
Aproveitou para sugerir a colocação de uma nova placa na entrada do banheiro, pois a atual era pequena e não possibilitava a identificação com clareza.
Até comentou, divertida, que vira alguns senhores se equivocarem com a sinalização.
A moça sorriu e agradeceu. Disse que poucas pessoas elogiavam e faziam sugestões de maneira educada, pois a maioria reclamava com agressividade.
Ante a surpresa de Ana, ela continuou:
Alguns clientes não ficam satisfeitos com a comida, o preço ou o serviço e reclamam ao pagar. Nem sempre posso resolver o problema na hora, e quando as coisas não saem como eles querem, vão dizendo que farão com que eu seja demitida.
Ao sair, Ana ficou pensando no quanto a arrogância deteriora as relações entre as pessoas.
Quando, por conta do orgulho exacerbado, acreditamos ser superiores aos outros, olhando-os com desdém e tratando-os com menosprezo, humilhando-os por conta da posição que ocupamos, esquecemos que quem está à nossa frente é um irmão. E que responderemos pela forma como o tratamos.
É preciso ter sempre em mente o que nos ensinou o Mestre Jesus.
“Amar o próximo como a si mesmo; fazer aos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume nossos deveres para com o próximo.
Não se pode ter, neste caso, guia mais seguro, do que tomando como medida do que se deve fazer aos outros, o que se deseja para si mesmo.
Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor tratamento, mais indulgência, benevolência e devotamento para conosco, do que lhes damos?
A prática dessas máximas leva à destruição do egoísmo. Quando as tomarmos como normas de conduta e como base de nossas instituições, compreenderemos a verdadeira fraternidade, e faremos reinar a paz e a justiça entre nós.
Nesse dia, não haverá mais ódios, nem dissensões, mas união, concórdia e mútua benevolência.
Redação do Momento Espírita