terça-feira, 25 de outubro de 2022

As vestes da Verdade.


A pintura A Verdade saindo do poço é um quadro idealizado pelo escultor e pintor francês Jean-Léon Gérôme.

Está ligada a uma parábola do Século XIX, que narra o encontro da Verdade com a Mentira, durante um passeio.

A Mentira elogiou o dia, o sol brilhante, sem nuvens.

A Verdade concordou, salientando a beleza dos pássaros que as rodeavam, com suas plumagens variadas.

Porque o dia estivesse muito quente, a Mentira sugeriu que se refrescassem nas águas convidativas de um lago.

Ambas se despiram, deixando suas roupas à margem e mergulharam.

Porém, logo que a Verdade se distraiu, a Mentira saiu da água às pressas, vestiu a roupa da Verdade, desaparecendo a correr.

Percebendo que tinha sido enganada e que estava sem suas roupas, a Verdade saiu do lago. No entanto, se negou a vestir as roupas da Mentira.

Decidiu que não tinha do que se envergonhar, e que, mesmo sem roupa alguma, caminharia até sua casa.

Todos os que a viram, andando despida, sequer indagaram o que poderia ter acontecido, ou porque ela se apresentava assim. Houve somente críticas para a sua atitude.

Percebeu, então, que as pessoas tinham mais facilidade em aceitar uma Mentira fantasiada de Verdade, do que ela mesma, sem nenhuma vestimenta.

Essa situação se reprisa, em nossos dias, repetidas vezes. A Mentira disfarçada atrai mais pessoas e ilude aos desavisados, que a aceitam, sem nada questionar.

A sua aceitação tão rápida se deve ao fato de que, de um modo geral, damos mais importância às aparências, que nos parecem, quase sempre, muito atraentes e sedutoras.

É assim que se acrescentam itens inexistentes a fatos, que se ilustram notícias, aumentando-lhes os detalhes. Tudo para parecer mais interessante.

                                                                  *   *   *

Importante nos indagarmos como nos comportamos, nesse mundo em que abundam as mentiras fantasiadas de verdade.

Quantos de nós, desejosos de sermos os primeiros a dar a notícia retumbante, simplesmente repassamos a terceiros o que ouvimos, lemos, ou recebemos em nossos grupos de whatsapp.

No entanto, abraçando a verdade, consideremos que ela é como o alimento, que deve ser ingerido, sem exagero, a fim de não provocar problemas.

Ou como a água, que mata a sede, mas deve ser bebida na quantidade exata, devagar.

Por isso, a verdade não deve ser aplicada com dureza, como se fosse uma arma para destruir os outros.

É necessário tato para mostrá-la. Há muitas formas de ser apresentada, sem que maltrate os outros ou fira sentimentos, sem necessidade.

Não é tanto o que se diz, que oferece resultados positivos ou desagradáveis, mas a forma como se diz.

A verdade jamais deve ser adulterada. Também não deve ser lançada como uma bomba, destruindo corações frágeis. Dosagem certa, no momento exato.

Importante nos perguntarmos: A verdade que sabemos é realmente verdade?

Se é, a quem trará benefícios a sua divulgação?

Essa medida nos dirá, exatamente, o que devemos ou não divulgar, como e quando fazê-lo.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Minha oração.


Minha oração é onde amanheço.

Onde me reconheço no que peço a vós.

Minha oração é feita de asa.

Por vezes feita em brasa, levanto a voz.

Minha oração busca o sublime.

Um pouco de sol que me anime... os passos.

 

Orar é ir à essência.

Do Pai e do filho.

Feliz experiência.

Para a alma sem brilho

Que quer algum luar.

 

Orar com paciência.

Pois quem espera sabe ouvir.

Conselho, consciência.

Que nos diz para onde ir.

E que abraça sem julgar.



Minha oração é onde amanheço.

E onde me despeço da noite e do breu.

Minha oração é feita de abraço.

                                                                   *   *   *

O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.

O pessimista se autodestrói, enquanto o otimista se autossustenta.

Aquele que acredita nas próprias possibilidades as desenvolve, aprimora e delas se serve, com segurança.

Aquele que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e se exaure, especialmente quando enfermo.

A mente que se vincula à oração, se ilumina sem desprender vitalidade. Ao contrário, mais se fortalece e expande a claridade que possui.

A alma em oração adquire resistências no campo de suas energias, conquista forças indispensáveis para a manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.

A oração revigora, a oração acalma, evitando os pensamentos viciosos e as ações impensadas que quase sempre trazem consequências infelizes.

A oração sustenta, abre possibilidades, abre horizontes novos de inspiração, de observação e sensibilidade.

A oração cura o outro, pois a rogativa sincera se faz bálsamo suave no ser que a recebe.

Também a nós mesmos, pois quem acende uma candeia se ilumina por inteiro quase sem querer.

A oração esclarece, pois quando o ser apresenta o que vai no íntimo profundo, se mostra como é, mostra seus valores e assim lança luz, sobre as áreas escuras da personalidade.

A oração é uma conexão do Espírito com sua essência e, por isso, a mais bela forma de contato com Deus.

Orar é se perceber frágil, em construção, humilde. Ao mesmo tempo, se sentir forte, vivo, pertencente a um Universo grandioso e mergulhado em amor infinito.

Quem tem o hábito de orar e ora do fundo do coração, permanece mais tempo nas sintonias benfazejas, nos pensamentos elevados que, de muitas formas, vão purificando os hábitos mentais, a própria criatura.

Quem ora está habitando o mundo de dentro e não apenas o de fora.

Quem ora encontra forças para prosseguir na marcha, não importa a gravidade da batalha ou a delonga da guerra.

Quem ora se prepara melhor para agir, pois entende que tem na prece um manancial de equilíbrio e sabedoria que o faz melhor nas ações.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Diferentes aspectos.


Observando a imensa diversidade de capacidades que encontramos na Humanidade, nos perguntamos como, afinal, fomos criados.

Terá Deus outorgado alguns dons a uns e a outros não? Há privilégios na natureza, sendo uns melhores que outros?

Considerando a coerência da Justiça Divina, chegamos naturalmente à resposta: todos fomos criados iguais, isto é, simples no sentir, e ignorantes no intelecto.

Assim, tudo o que dispomos e que nos distancia dessa simplicidade e ignorância, é conquista individual, resultante do esforço e das escolhas efetuadas a partir do livre-arbítrio, o que determina para cada qual um nível diferente na escala evolutiva.

Nessa caminhada, grande parte dos Espíritos que habitamos a Terra, já conquistamos a capacidade de discernir o bem do mal, o certo do errado, conforme os parâmetros das leis divinas.

É por essa razão que a maioria de nós não pratica deliberadamente o mal, evita prejudicar ou agir de maneira violenta para com os demais.

Porém, mesmo com esse nível de consciência e com a vontade de acertar que já nos caracterizam, é comum nos descobrirmos cometendo erros.

Nós nos propomos ser indulgentes para com os erros alheios, e nos pegamos tecendo comentários críticos, dando asas à fofoca e à maledicência.

Comprometemo-nos a ser mais pacíficos, e nos flagramos irritados, insultando os outros no trânsito e nas lides cotidianas.

Propomo-nos a ser pacientes e compreensivos e, no primeiro atrito familiar, erguemos a voz e chegamos a agressões verbais.

Desejamos ouvir mais e falar menos e, no entanto, não conseguimos ouvir toda a fala do outro, que nos parece não ter fim e o interrompemos para apresentar nossa opinião.

Por que agimos assim? Por que essa dificuldade em nos corrigirmos, em superarmos a nós mesmos?

Essa mesma angústia afligia o Apóstolo Paulo, a tal ponto que declarou para a comunidade cristã de Roma: Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço.

Esses diferentes aspectos que percebemos em nós, são resquícios de hábitos e valores que um dia alimentamos em nossa intimidade.

Acontece que, diante dos longos milênios do nosso existir, faz pouco tempo que passamos a direcionar os nossos esforços para valores mais nobres.

Amadurecemos intelectualmente e a razão nos esclarece a respeito dos caminhos a percorrer.

Porém, ainda não conseguimos mudar nossos hábitos milenares.

Por isso, inúmeras vezes, nas lutas cotidianas, nos vemos fazendo o que não gostaríamos de fazer.

Nós nos envergonhamos de algumas atitudes, nos arrependemos de outras, gostaríamos de nunca ter feito tantas coisas...

É natural que assim ocorra. Estamos todos em processo de aprendizado.

Dessa forma, não permitamos que esses tropeços nos desanimem ante a luta de nos tornarmos seres humanos melhores.

Entendamos que errar, sem satisfazer-se com o erro, é processo de crescimento.

Logo mais, com o continuado esforço e a disciplina de bem agir, as dificuldades de hoje se dissiparão e novas conquistas se apresentarão em nossa jornada.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

VAMOS ORAR PELO BRASIL.


Poema Divino.

 Pai nosso, que estás no céu, na terra, no fogo, na água e no ar. Pai nosso, que estás nas flores, no canto dos pássaros, no coração a pulsar; que estás na compaixão, na caridade, na paciência e no gesto de perdão.

Pai nosso, que estás em mim, que estás naquele que eu amo, naquele que me fere, naquele que busca a verdade. Pai nosso, que estás naquele que caminha comigo e naquele que já partiu, deixando-me a alma ferida pela saudade.

Santificado seja o Teu nome por tudo o que é belo, bom, justo e gracioso, por toda a harmonia da Criação. Sejas santificado por minha vida, pelas oportunidades tantas, por aquilo que sou, tenho e sinto e por me conduzir à perfeição.

Venha a nós o Teu reino de paz e justiça, fé e caridade, luz e amor. Reino que sou convocado a construir através da mansidão de espírito, reflexo da grandeza interior.

Seja feita a Tua vontade, ainda que minhas rogativas prezem mais o meu orgulho do que as minhas reais necessidades.

Ainda que muitas vezes eu não compreenda mais do que o silêncio em resposta às minhas preces, não Te ouvindo assim dizer: Filho aguarda, tua é toda a eternidade.

O pão nosso de cada dia me dá hoje e que eu possa dividi-lo com meu irmão. As condições materiais que ora tenho de nada servem se não me lembro de quem vive na aflição.

Pão do corpo, pão da alma, pão que é vida, verdade e luz. Pão que vem trazer alento e alegria: é o Evangelho de Jesus.

Perdoa as minhas ofensas, os meus erros, as minhas faltas. Perdoa quando se torna frio meu coração; quando permito que o mal se exteriorize na forma de agressão.

Que, mais do que falar, eu saiba ouvir. Que, ao invés de julgar, eu busque acolher. Que, não cultivando a violência, eu semeie a paz. Que, dizendo não às exigências em demasia, possa a todos agradecer.

Perdoa-me, assim como eu perdoar àqueles que me ofenderem, mesmo quando meu coração esteja ferido pelas amarguras e dissabores da ingratidão.

Possa eu, Senhor da Vida, lembrar de que nenhuma mágoa é eterna e de que o único caminho que me torna sublime é a humilde estrada da reconciliação.

Não me deixes cair nas tentações dos erros, vícios e egoísmo, que me tornam escravo de minha malevolência.

Antes, que Tua luz esteja sobre mim, iluminando-me, para que eu te encontre dentro de minh’alma, como parte que és de minha essência.

E livra-me de todo o mal, de toda violência, de todo infortúnio, de toda enfermidade. Livra-me de toda dor, de toda mágoa e de toda desilusão.

Mas ainda assim, quando tais dificuldades se fizerem necessárias, que eu tenha força e coragem de dizer: Obrigado, Pai, por mais esta lição!

                                                                         *  *   *

Tudo o que nos cerca é poesia Divina. Há um traço de Deus em cada ser da Criação.

Busquemos por Ele no desabrochar das flores, no correr das águas, no canto do vento, no cintilar das estrelas.

Mas, acima disso, busquemos por Ele em nosso interior. Basta que, por um instante, fechemos os olhos e O sintamos: lá Ele está, dando rima aos versos de nossas vidas...

 Redação do Momento Espírita.

Doe Sangue

Doe Sangue