Você já reparou como é difícil, algumas vezes, ter respostas para algumas dúvidas do dia a dia? Ter respostas para essas perguntas que nos surgem quando estamos na fila do supermercado, ou escovando os dentes ou parados no sinaleiro, dentro da condução?
terça-feira, 30 de agosto de 2022
O sentido da vida.
Você já reparou como é difícil, algumas vezes, ter respostas para algumas dúvidas do dia a dia? Ter respostas para essas perguntas que nos surgem quando estamos na fila do supermercado, ou escovando os dentes ou parados no sinaleiro, dentro da condução?
terça-feira, 23 de agosto de 2022
Branca de neve e as aflições.
A rainha má queria ser a mais bela. No entanto, existia a Branca de Neve, que a ultrapassava em beleza.
Então, a rainha decidiu matá-la... Todos conhecemos essa história.
Branca de Neve a afligia. A presença dela no mundo, sua beleza faziam da vida da rainha um verdadeiro inferno.
Afinal, para ser feliz, imaginava, somente ela deveria ser bela. A mais bela.
A culpa da Branca de Neve era ser linda. Por isso, gerava o inferno no coração da rainha.
O veredicto: a morte.
* * *
Se analisarmos, profundamente, vamos encontrar uma rainha má dentro de nós, em diversas gradações.
Talvez ao ouvir isto pensemos: A minha é bem pequenininha. Mas tudo bem... já vale.
A rainha má colocou a culpa na Branca de Neve. A culpa de jogá-la para o segundo lugar e não deixá-la em primeiro, como gostaria.
Aliás, nem primeiro ela queria. Ela desejava mesmo ser a única. Tolice maior do que desejar ser a primeira.
Os primeiros deixam de ser, em algum momento.
O mais jovem perde o posto, assim como o mais velho, a melhor dançarina, o melhor cantor, o melhor atleta, a empresa mais rica, o empregado mais competente, o piloto pole position, o campeão de Fórmula Um...
Todos perdemos os primeiros lugares... A vida na Terra é isso: impermanência.
Quem quer ser o mais belo tem problemas sérios.
Deve saber que o posto é temporário. Todos somos substituídos, mais dia, menos dia, na posição que ocupamos.
Quantas moças lindas a rainha precisaria mandar o caçador assassinar?
Isso lhe daria paz?
Quem estava com o problema? Branca de Neve ou a rainha?
A menina linda não é o problema. O problema é de quem inveja sua beleza, pois se compara a ela.
Desejaria ser tanto ou mais bonita. A comparação é algo sem sentido.
Porque todos somos diferentes. Belos. Únicos.
O mesmo se dá com o ciumento, o rancoroso, o odiento, o perverso, o invejoso.
A culpa não está nos outros.
Se alguém tem um carro mais bonito do que o nosso, mais moderno, mais potente, não deve merecer nosso ódio, nem o devemos culpar pela nossa infelicidade.
O problema é nosso. O dono do carro nada tem a ver com a nossa insatisfação, ou com a nossa inveja.
Podemos trabalhar e adquirir um igual. Ou melhor ainda.
No entanto, reflitamos e aprendamos que não é de um carro último tipo que precisamos para sermos felizes.
Em verdade, perdemos um tempo enorme com amarguras ou inveja. Esse tempo poderia ser empregado em algo verdadeiramente útil para a nossa vida.
* * *
Cada pessoa é o que fez ou faz de si mesma.
Cada conquista é trabalho individual.
As faculdades de cada um são frutos de esforços continuados, de escolhas, de realizações.
Assim, se no dia a dia a nossa rainha má surgir, pensemos com lucidez.
Lembremos: a culpa não é da Branca de Neve, não é do nosso vizinho, não é de quem tem aquilo que desejamos física ou materialmente falando.
Pensemos nisso e alteremos nosso foco.
Não importa sermos o primeiro, o maior. Importante mesmo é sermos felizes com nossas conquistas individuais, aquelas perenes, que nem o tempo, nem o ladrão nos podem tirar.
Redação do Momento Espírita.
terça-feira, 16 de agosto de 2022
A construção do terceiro milênio.
Os pessimistas dizem que o mundo não tem jeito, que só se pode esperar coisas piores para o futuro.
Os saudosistas afirmam que hoje não há respeito, nem preservação dos verdadeiros valores. Enfim, tudo se encontra em declínio.
Os otimistas veem o que ocorre, as dificuldades, os desacertos, as discrepâncias sociais e assumem uma postura de quem deseja colaborar para mudar a face do mundo.
São os que saem a campo, fazendo o que possam.
Uns vão ao encontro dos enfermos para lhes proporcionar alívio. Outros resolvem amenizar o frio e a fome do seu próximo.
Outros elegem o caminho mais árduo. Investem na educação das novas gerações.
Sem medir esforços, como professores contratados ou como educadores voluntários, vão acender luzes nos cérebros e semear sensibilidade nos corações.
Numa dessas manhãs, em que nos decidimos conhecer benemérito trabalho junto à infância carente, comparecemos à veneranda instituição que, há sessenta e três anos, acende archotes de saber nas ruelas da ignorância.
A classe era de meninos de cinco a seis anos. Falava-se a respeito das profissões: a dignidade do labor de cada dia, o enobrecimento da criatura através do trabalho.
Desejando estabelecer um diálogo com os garotos, depois de alguns minutos de explanação, a professora passou a indagar a respeito da profissão que cada um desejaria seguir.
Eu quero ser ladrão! – Disse um menino, convictamente.
Eu quero ser assassino, como meu pai.
Chocamo-nos com as respostas. Não a experiente mestra que, sem demonstrar enfado ou surpresa, a todos ouviu, aduzindo uma palavra aqui, outra ali.
E agora? – Pensamos. Verificamos que aqueles meninos, apesar de tudo que recebiam, ali, em termos de valores individuais, tinham suas próprias e precisas ideias.
Contudo, logo mais, nos dirigimos a uma outra ala da instituição. Duas casas de bonecas estavam montadas.
Casas que são para meninos e meninas. Casas com mesas, cadeiras, armários, com muitas bonecas, carrinhos, bolas, brinquedos de montar.
E vimos a continuidade das mensagens do bem. Atendentes ensinando a meninos e meninas tomarem das bonecas e as acarinharem, abraçarem.
Vimos a criançada com os brinquedos de montar, incentivados a criar bonecos, móveis, utensílios, carros... em vez de revólveres, tanques de guerra e apetrechos agressivos.
Vimos meninos com bonecas ao colo, brincando de pai, num conceito diverso do que vivem, muitos deles, em seus próprios lares.
Vimos meninas brincando de preparar o almoço e servir aos colegas e às bonecas.
Vimos tanto amor, tanto cuidado, tanta dedicação. A resposta pacífica a um mundo violento. O ensinar, brincando, àqueles pequeninos, que o mundo não é somente o mal, que o amor pode tudo transformar.
E eles aprendem porque abraçam seus professores e se deixam abraçar, longamente, na chegada e na saída da instituição.
Sorriem aos visitantes, espontaneamente vão ao seu encontro e abraçam.
Vimos ali o mundo novo. Mundo que está sendo construído a pouco e pouco, naquelas mentes infantis que levarão a mensagem para onde quer que se encaminhem, na vida.
Tornar-se-ão homens de bem? Só o futuro dirá. Mas a boa semeadura está sendo realizada, dia após dia, semana após semana.
A Construção do Terceiro Milênio...
Redação do Momento Espírita.
terça-feira, 9 de agosto de 2022
Oração à Terra.
Terra, perdoa minha passagem pelo teu solo!
Somente agora, livre das algemas orgânicas, me dou conta da dívida que tenho para contigo.
Bebi das tuas águas transparentes e puras, comi de teus frutos, provei o pão que teus campos me ofertaram no trigal em festa e atravessei teus prados em êxtase, como o poeta que busca inspiração para o verso ligeiro.
Pisei tuas areias e esqueci de te agradecer as praias serenas.
Banhei-me em teus salgados oceanos e não proferi uma rogativa de gratidão.
Deslumbrei-me com tuas noites estreladas e deixei fugir o instante de estesia.
Terra amada, perdoa teu filho ingrato!
Quantas sementes tive nas mãos e não depositei em teu solo fértil?
Deixei de cantar tuas belezas e me vi perdido nas madrugadas de melancolia.
Quando as criaturas me negavam socorro, teu vento me trouxe o alento da esperança, tuas manhãs inundadas de sol dissiparam minhas tristezas noturnas e teus poentes de fogo me otimizaram a existência descolorida.
Descobri, tarde, quanto te devo e nada tenho para te devolver tantas foram as bênçãos que recebi de ti.
Tuas ervas medicaram minhas feridas.
Teu silêncio aquietou a minha ansiedade.
Terra bendita, desculpa se não te valorizei!
Tenho um tributo não pago para com tua generosidade.
Agora, livre na pátria invisível, cercado dos amores do ontem, te vejo com outros olhos.
Busco teus montes altaneiros, teus desertos áridos, tuas geleiras imponentes, teu céu muito azul, ajoelhando-me em prece de gratidão.
Terra, acolhe minhas madressilvas como singela lembrança do muito que recebi de ti.
* * *
Muitos de nós, como pais, lembramos de colocar, na oração que ensinamos nossos pequenos a fazer, o agradecimento especial pela escola que os recebe.
Pois bem, a Terra é uma escola toda especial. Dessas que enchem os olhos de quem a visita, pela primeira vez, observando o capricho do Arquiteto que a desenhou.
Tudo nela funciona para nos educar, tudo trabalha para nos servir. Ao mesmo tempo, para nos consolar e nos dar forças.
Se ainda não notamos isso, é que nos falta sensibilidade. Falta-nos educar o olhar.
Que possamos enxergar todas essas magnitudes da escola Terra ainda enquanto estamos por aqui, nas suas salas de aula.
A Terra tem belíssimas salas de aula, que conhecemos como família, onde todos são alunos e professores, ao mesmo tempo.
Que possamos valorizar os instantes de trabalho e descanso percebendo o que a Terra tem a nos oferecer para nos abraçar, seja enquanto nos sacrificamos, seja enquanto respiramos o ar do amor e da esperança.
Gratidão nos gestos de cuidado com o planeta.
Gratidão nas orações por tudo e por todos.
Gratidão nas mãos que auxiliam os outros alunos da instituição abençoada de ensino.
Gratidão nos pensamentos e palavras destinados a esse astro de amor espacial, esculpido pelas mãos do Celeste Arquiteto, há bilhões de anos, e que hoje nos serve incansavelmente.
Gratidão, planeta Terra!
Redação do Momento Espírita.
terça-feira, 2 de agosto de 2022
De onde não se espera.
É comum esquecermos datas importantes. Quando se trata de datas nacionais, internacionais, as mídias se encarregam de nos lembrar.
Mas, datas de aniversário de casamento, de namoro, de nascimento, esquecemos.
Alguns postamos tudo no perfil do face book, para que os amigos, ou nossos seguidores se lembrem.
Convenhamos, não é tão espontâneo e tão emocionante como ser surpreendido, no dia do aniversário, com mensagens de cumprimentos?.
Pela própria lembrança. Porque isso nos diz que não fomos esquecidos. Que alguém, que nos quer bem, se lembrou da data.
Nesses dias de pandemia, alguns fatos nos surpreendem. Como o de prepararmos bolos, manjares deliciosos, esperando cumprimentos presenciais e eles não acontecerem na quantidade que esperávamos.
Aquele senhor, habituado a ter a casa cheia, com familiares e amigos, no dia do seu aniversário, percebeu que, passadas as horas, nem todos o tinham vindo abraçar.
Entre a conversa descontraída, foram repartidos os doces deliciosos.
No dia seguinte, verificando as generosas sobras, condicionou o bolo, o manjar, em vários potes e saiu a procurar a quem oferecer.
Imaginando sua figura, andando pelas ruas, nos lembramos daquele rei que preparou o banquete para o casamento do filho e, porque os convidados recusassem o convite, despachou seus servos a convidar os pobres, os mendigos.
Pois o amigo encontrou, numa rua, encostados a um carrinho de lixo reciclável, um homem maduro e uma menina. Ela não deveria ter mais do que cinco anos.
Estacionou o carro, foi até eles e perguntou: Vocês aceitariam bolo do meu aniversário?
O pai da menina, imediatamente, respondeu de forma positiva.
Então, quando as sacolas, com os potes, foram entregues a ambos, a garotinha, um semblante delicado e olhos brilhantes, olhou o benfeitor e disse:
Muito obrigada. E parabéns pelo seu aniversário.
Contou-nos o aniversariante que aquelas palavras, brotadas de um coração infantil, totalmente fora do seu círculo de afetos, o levaram às lágrimas.
Aquele cumprimento lhe alcançou a alma, e ele se sentiu abraçado por um halo de ternura.
De volta ao carro, retornando ao próprio lar, ainda emocionado, foi pensando: Foi o mais doce cumprimento recebido. Um presente dos céus para o meu coração.
E orou, agradecido, ao Senhor da Vida, convencido mais uma vez que não importa o bem que façamos, por mais insignificante que possa ser, a recompensa é enorme.
* * *
Longe estamos, com certeza, de avaliar como o bem gera fontes iluminadas de bênçãos.
Aprendemos, com Jesus, que o bem deve ser feito sem que ninguém o saiba. Ninguém, no mundo.
Porque os olhos da Espiritualidade estão atentos e um coração agradecido gera vibrações inigualáveis, que alcançam o benfeitor. Mesmo que um do outro nem saiba o nome.
Redação do Momento Espírita.