terça-feira, 27 de agosto de 2024

Quando seremos civilizados.


Conta-se a respeito de um estrangeiro que, certa vez, entrou numa estação de metrô em Estocolmo, na Suécia. Ele notou que havia, entre muitas catracas comuns, uma de passagem grátis e livre.

Curioso, questionou à vendedora de bilhetes o porquê daquela catraca permanentemente liberada, sem nenhum segurança por perto. Ela explicou, com naturalidade, que aquela era destinada às pessoas que, por qualquer motivo, não tivessem dinheiro para o bilhete da passagem.

Com sua mente incrédula, estranhando a resposta, não conteve a pergunta que para ele parecia óbvia: E se a pessoa tiver dinheiro, mas simplesmente não quiser pagar? A vendedora espremeu os olhos límpidos e azuis, num sorriso de pureza constrangedora, e respondeu, objetiva: Mas, por que ela faria isso?

Atônito, o estrangeiro pagou o bilhete e passou pela catraca comum, seguido de uma multidão que também havia realizado o mesmo procedimento que ele. A catraca livre continuou vazia.
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A honestidade é um valor libertador para um povo. É condição fundamental para que seja considerado civilizado. Indagados os Espíritos superiores a respeito dos sinais pelos quais podemos reconhecer uma civilização completa, responderam:

Vós a reconhecereis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens.

Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram, e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã.

Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que percorreram a primeira fase da civilização. Fica evidente que estamos construindo uma civilização na Terra. Somos apenas povo esclarecido, na grande maioria.

A corrupção, a desonestidade, ainda desonram nossas sociedades. São vícios morais graves que nos têm trazido consequências desastrosas.

Queixamo-nos de nossos líderes afirmando que são incapazes, egoístas e inescrupulosos. Porém, esquecemos que são apenas amostra do povo que os elege, que os têm como representantes.

A conquista da civilização completa se dá dentro de cada um de nós, quando, individualmente, assumimos uma nova postura.

Se o outro não mudou, a responsabilidade e as consequências são dele. Se aguardarmos a transformação do outro para realizar a nossa, nunca sairemos do estágio moral onde ainda nos encontramos.

Como nação, seremos civilizados, quando cada um de nós, como indivíduo, assim se tornar.

Agir de acordo com o bem comum e não apenas em função do que é melhor para nós; respeitar os limites do nosso próximo e enxergá-lo como irmão de caminhada, são passos iniciais na construção dessa civilização plena por todos sonhada.

Construamos um ser civilizado em nós; depois, através do exemplo, edifiquemos uma família civilizada; essa família honrada, por sua vez, influenciará mais um tanto de pessoas que desfrutam de sua convivência salutar; e assim por diante, até regenerar o mundo todo.

O mundo se transforma, quando nós somos a transformação que desejamos ver nele.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

O erro.



Quem é que nunca fez nada de errado? Naturalmente, todos nós, algumas vezes na vida, cometemos erros, seja intencionalmente ou não. O erro faz parte do aprendizado.

Por trás de todo erro está a ignorância, o orgulho, ou o egoísmo. O ignorante erra por desconhecer, o orgulhoso por se julgar mais importante do que as demais pessoas e o egoísta por pensar somente em si.

O que caracteriza o erro não são os padrões sociais ou as diretrizes éticas estabelecidas, mas sim suas consequências sobre o indivíduo e a sociedade. O que torna algum gesto desacertado são os seus efeitos malignos.

Erramos quando nossos atos ferem alguém. Quando invadimos o direito à felicidade do próximo. Quando destruímos, ao invés de construir. Numa palavra, erramos sempre que geramos sofrimento para os outros ou para nós mesmos. Por estar vinculado ao sofrimento, vemos que o erro não é um bom negócio.

Entretanto, se formos sábios, saberemos tirar frutos dele. De uma forma muito especial, Deus sempre cuida para que, dos nossos equívocos, tiremos algo de bom. Isto acontece por meio da Lei de Causa e Efeito, que faz com que todo o bem, como todo o mal realizado retorne ao seu realizador.

No campo dos sofrimentos isto se chama expiação. Mas para tornar o processo menos penoso, podemos recorrer ao arrependimento e à reparação. Arrepender-se é, portanto, o primeiro passo na correção de um desatino.

Existem pessoas que só se arrependem dos seus erros quando estão colhendo as consequências. Quanto mais demoramos a nos arrepender, mais sofremos.

O arrependimento deve provocar um desejo de reparação, que consiste em fazer o bem a quem se havia feito mal. Mas nem todas as faltas implicam em prejuízos diretos e efetivos. Quer dizer, nem sempre teremos de expiar, ou sofrer.

Nesses casos, a reparação se opera fazendo-se o que deveria e foi negligenciado. Cumprindo deveres desprezados, missões não preenchidas. Quem tem sido orgulhoso, buscará tornar-se humilde. O rude procurará ser amável. O ocioso passará a ser útil e o egoísta, caridoso.

Costuma-se dizer que errar é humano. Nós poderíamos inverter o raciocínio dizendo que corrigir erros é que é humano, pois o homem não pode desprezar a sua fantástica capacidade de racionalização ao persistir em atitudes que somente o infelicitam.

Reconhece-se, então, o homem de bem pela capacidade com que ele substitui seus defeitos por virtudes superiores. Você sabia que os efeitos dos nossos atos se estendem, muitas vezes, para além da existência atual? Isso explica os sofrimentos atuais, cujas causas não se encontram no presente.

Várias vezes estamos recebendo hoje os efeitos de nossos atos de vidas passadas. Você sabia que nenhum Espírito atinge a perfeição, sem antes reparar os erros do seu caminho evolutivo? Por isso, hoje é o dia de fazer o melhor!
Redação do Momento Espírita.                                                                                                                      www.momento.com.br   

terça-feira, 13 de agosto de 2024

O desafio do relacionamento.


Segundo orientação do nobre Espírito Joanna de Ângelis, o desafio do relacionamento é um gigantesco convite ao amor, a fim de alcançar a plenitude existencial.

Realmente, os relacionamentos nos são um grande desafio. A cada novo dia, mesmo com aqueles com quem há anos convivemos, sempre se mostram desafiadores.

Isso porque somos expostos a diversas e diferentes situações; porque vamos mudando com o tempo; porque a convivência vai sofrendo a influência dos anos.

Somente nos furtaremos a isso se optarmos por viver em solidão, em isolamento, se nos apartarmos do mundo.

No entanto, se os relacionamentos sociais nos constituem desafios, são, igualmente, um convite para o amor. Como todo convite, pode ou não ser aceito.

Dessa forma, se os relacionamentos são inevitáveis em nossa vida em sociedade, aprendermos a amar através deles, é uma questão de opção.

Podemos conviver com alguém sem que isso, em essência, nos faça amá-lo. Poderemos simplesmente ter um relacionamento de cortesia e tudo o mais que a boa educação estabeleça.

Nada além disso. A gentileza, a delicadeza por uma simples questão de urbanidade serão exercidas.

Para amar a alguém, é necessário aceitar esse convite desafiador de nos propormos a enfrentar e a vencer os obstáculos que naturalmente todo relacionamento apresenta.

Há pessoas que vivem mal humoradas, que são implicantes com tudo e com todos. A mínima contradição as faz perder o equilíbrio, e se exaltam. Podem mesmo agredir, com palavras, com gestos.

Para com essas, nada melhor do que uma boa dose de paciência, de calma para nos ajudar no exercício de aprender a amá-las.

Existem outras que são arrogantes, até mesmo prepotentes perante todas as situações. Sabem tudo, são sempre melhores, não aceitam ideias que não estejam de acordo com sua forma de pensar e agir.

Essas acabam nos exigindo humildade, compreensão e tolerância para bem conviver.

Há ainda aquelas que se apresentam pessimistas, derrotistas ou mesmo depressivas, em tudo o que fazem na vida.

Acabam nos exigindo o bom humor, o otimismo, a alegria e a gratidão como tônica de convívio.

A cada pessoa que encontramos em nosso caminho, um novo desafio.

Porém, se os que cruzam nossas vidas nos desafiam, também nos oferecem oportunidades de aprendizado.

O exercício das virtudes que a convivência com eles nos exige talvez não acontecesse, se não estivessem ao nosso lado.

E não importa se não conquistamos ainda as virtudes que nos são exigidas. Iremos aprendendo enquanto trilhamos os mesmos caminhos.

O importante é perceber que cada um que se aproxima de nós apresenta o convite da vida para o bom relacionamento, para a convivência saudável.

Dessa forma, a cada virtude que conquistamos em nossa intimidade, vamos ampliando nossa capacidade de amar.

Porque o amor é feito de pequenas virtudes. Como um mosaico multicolorido, vai desenhando dentro de nós a capacidade de nos amarmos e de amarmos ao nosso próximo.

Afinal, o amor, conforme nos ensinou Jesus, deve ser a meta maior da nossa existência. 

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br

terça-feira, 6 de agosto de 2024

O equilíbrio da saúde.


É comum, em relação à questão da saúde, vivermos, quase sempre, procurando combater a doença, haja vista o número de remédios, farmácias, hospitais equipados com alta tecnologia para diagnóstico e tratamento, planos de saúde.

Por esses meios buscamos a libertação de nossos males. No entanto, continuamos doentes e mais ansiosos em nos vermos livres das doenças.

Novas doenças aparecem a cada dia, doenças milenares ressurgem com toda a força. Tudo isso acontece num momento em que a medicina conta com recursos avançadíssimos de diagnóstico e tratamento. Por que isso acontece?

Em uma abordagem profunda, querer se livrar da doença não significa a mesma coisa que buscar a saúde.

Desenvolver a saúde requer um movimento do indivíduo em direção a ela. Não é possível nos livrarmos da doença de fora para dentro.

Muito menos, através de uma atitude de ansiedade e inquietação no sentido de arrancá-la de nós, por meio de recursos externos.

Arrancá-la só nos trará um alívio temporário para que, posteriormente, possamos agir de outra maneira.

A causa das doenças, tanto as mentais quanto as físicas, está no Espírito doente que ainda somos, comprometidos com a ignorância e a ilusão, a rebeldia e a violência, o egoísmo e a negação do dever.

Todos esses fatores são geradores de sofrimentos, de enfermidades e dores.

O ser, então, sem a ética necessária ou o sentimento de superior eleição, atira-se nos cipoais dos conflitos que geram a desarmonia das defesas orgânicas.

Essas, então, cedem à invasão de micróbios e vírus que lhes destroem a imunidade, instalando-se, insaciáveis, devoradores.

Certamente, as terapias convencionais ajudam na recuperação da saúde, na sua relativa manutenção.

Todavia, somente os fatores internos que respondem pelo comportamento emocional e social podem criar as condições permanentes de bem-estar, erradicando as causas penosas e promovendo o equilíbrio estrutural do ser.

Encobrir uma ferida não impede que ela permaneça decompondo a área, na qual se encontra instalada.

Jesus sintetizou no amor a força poderosa para a anulação das causas infelizes do sofrimento e para a sua compensação pelo bem.

Na fé, a canalização de todas as possibilidades psíquicas alterando a ação das forças habituais.

A fé tudo pode, pois aciona inexplorados mecanismos íntimos do homem, geradores de forças não utilizadas, modificando por completo a paisagem interna e, posteriormente, a paisagem externa do ser.

É na transformação moral do indivíduo para melhor e na ação da caridade que a cura se processa e o sofrimento se dilui, cedendo lugar à paz e ao equilíbrio psicofísico.

Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br

Doe Sangue

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