Quando o assunto é doença, todos temos uma história para relatar. Não existe quem não a conheça, por si mesmo, ou através da experiência dos amigos, parentes, familiares, colegas.
Alguns a tememos tanto, que não nos permitimos sequer pronunciar a palavra, como se tal fato pudesse atrair a enfermidade.
De um modo geral, falamos muito a respeito das enfermidades do corpo. Conversamos sobre infecções, contágios, epidemias, traumatismos físicos, acidentes.
E, mais recentemente, todos conhecemos a pandemia que parou o mundo dos negócios, dos relacionamentos, exigindo protocolos severos de higiene e isolamento.
Sofremos perdas de toda ordem: materiais, afetivas, enchendo-nos de medo e tristeza.
Também mencionamos as várias enfermidades da mente, em seu quadro de fenômenos psicológicos e psiquiátricos, que se apresentam como insatisfações, desajustes, conflitos, alienações.
Contudo, nos esquecemos das doenças mais profundas, as do Espírito.
Enfermidades que nos permitem ouvir relatos assombrosos de dores amargas e continuarmos indiferentes.
Sabermos de crianças apartadas de seus pais, de pequeninos entregues a trabalhos árduos para sua tenra idade e não nos sensibilizarmos.
Padecemos da doença da impiedade que nos leva a arquitetar planos de vingança, espalhando dor e desesperança.
A doença do ódio que tanto mais nos consome quanto mais lhe fornecemos combustível, tornando-nos seres destruidores da paz alheia, semeando calúnias, difamações, envenenando pessoas umas contra as outras.
Enfermidade do ciúme que nos infelicita as horas e nos torna insuportáveis para aqueles a quem afirmamos amar de forma total.
É a falta de finalidade aplicada à existência que cria a ociosidade, que fomenta a maldade, que nos faz desperdiçar o tempo.
Sem ideais a perseguir não há ações nobres a realizar e as horas passam com lentidão, sem ter algo proveitoso que as preencha.
Sofremos da doença do orgulho, que nos faz acreditar que somos melhores do que os outros, que ninguém mais do que nós merece a felicidade, as compensações da vida, tudo de bom que se possa imaginar.
Portadores de tal vírus, desprezamos afeições, esquecemos da gratidão e do quanto necessitamos uns dos outros para viver.
Todas as enfermidades do Espírito, em resumo, nos levam a esquecer e desrespeitar as leis humanas e as divinas.
E seria tão fácil acabar com todas essas doenças. Bastaria que colocássemos em pauta a nossa vontade e eliminássemos do mapa dos nossos comportamentos o egoísmo, a raiva, o medo, o ódio, a ansiedade.
O conhecimento e o respeito aos mecanismos de funcionamento da vida alteram a nossa maneira de ser e nos proporcionam a saúde real, aquela que emana do Espírito para o corpo, refletindo a nossa harmonia interior.
* * *
Jesus jamais adoeceu. Mestre por excelência, a Sua vida era de amor e pelo amor.
Com Seus atos e palavras demonstrou a grandeza da verdadeira saúde convidando-nos a vencer as nossas paixões inferiores e a nos tornarmos semelhantes ao Pai que nos criou tendo como meta a perfeição.
Redação do Momento Espírita.
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