terça-feira, 24 de outubro de 2023

Sementes do jardim de Deus.


A semente é um dos mais belos símbolos da Criação, exemplificando, com simplicidade e perfeição, profundos conceitos filosóficos em todos os tempos.

Nela podemos enxergar, por exemplo, um Universo latente que, encontrando as condições propícias de temperatura, umidade e recursos orgânicos, desabrocha e realiza plenamente o seu potencial adormecido.

Nos serviços da natureza, ela se mostra como sacerdotisa do Criador e da vida. Gloriosa herdeira do poder divino. Cooperadora na evolução do mundo, transmitindo silenciosa e sublime lição aos seres humanos.

Geratriz da vida, exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados, segundo suas aptidões e as condições em que se desenvolve.

Há sementes que brotam rápido, diante das mínimas condições favoráveis. Em semanas ou meses se transformam em plantas adultas.

Basta uma breve chuva e elas florescem, frutificam, geram outras sementes, deixando no solo seu legado para a preservação da espécie.

Outras se demoram no aconchego da Terra, pacientemente, esperando o momento certo e as condições exatas para germinarem.

Algumas, não raro, levam anos para se tornarem adultas, como ocorre aos carvalhos, às oliveiras e aos baobás, que vivem por séculos.

Podemos conceber a semente, também, como símbolo do sacrifício, ao imolar-se para um propósito maior, pois somente morrendo ela vive nos seus descendentes, transmitindo-lhes seu código genético.

A semente pode ser ainda símbolo de autodomínio, realizando o seu propósito sem pressa, no seu tempo, ao sabor do curso natural da existência.

Transportemos esses conceitos para a Humanidade e concluiremos que, de igual forma, somos como as sementes. Estamos neste mundo, como se fora o jardim de Deus, destinados a realizar, fatalmente, nosso potencial de perfeição.

Para isso, Espíritos, criados simples e ignorantes, vamos adquirindo e equilibrando conquistas intelectuais e morais, em sucessivas experiências de vida.

Como a semente, damos frutos segundo as estações da nossa maturidade espiritual.

Alguns o fazemos rapidamente, em contraste com outros que demoram a amadurecer, capacitando seu livre-arbítrio, no ritmo de suas próprias necessidades e em repetidas experiências.

Quando nos oferecemos em sacrifício para atender nossos amores ou, mais meritoriamente, estranhos ao nosso convívio, anulando o nosso querer para atendê-los, nos assemelhamos à semente que morre para dar vida.

Como cooperadores do Pai na evolução do mundo, a silenciosa e sublime lição da humildade de saber começar, constitui serviço muito importante.

Dessa maneira, é indispensável que não percamos de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palavra, uma hora, uma frase, que podem representar sementes gloriosas para edificações imortais.

Imprescindível que nos façamos atentos para não perder a oportunidade da germinação pessoal.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

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