Assim como, nas mãos dos primeiros rebeldes se desmoronou a ordem no caos, nas mãos do homem tudo continua a fragmentar-se, repetindo-se o mesmo processo originário no tempo com o mesmo resultado de destruição.
Por isso, se se pretende novamente a elevação à ordem, reconstruindo-se na unidade do sistema, é imprescindível saber dominar este "eu" egoísta e prepotente, enquadrá-lo na ordem, coordenando-lhe as funções no Todo.
É necessário retificar o seu inicial estado de revolta, mantendo-o na obediência ao plano de Deus, porque só assim, em obediência à Sua ordem é possível de novo unir laboriosamente uma a uma as partes do edifício desmoronado, reconstruindo-o na sua grandeza.
Este esforço exigido para a reconquista do paraíso perdido é justamente a condenação da nossa humanidade. Justa condenação, mas também salutar remédio, pois é a via de salvação para a criatura a quem o Amor de Deus, apesar da ingratidão dela, oferta a possibilidade de redenção.
No fundo da natureza humana está a tragédia da queda, em razão da qual a alma, centelha divina, desceu para a ilusão da matéria e dos sentidos, num corpo vulnerável a tudo e num ambiente ingrato, em que a conquista do progresso lhe custa esforço permanente.
Eis a razão de ser da ignorância a vencer com o esforço do pensamento, com as descobertas científicas, com o sacrifício dos mártires e com o Amor de Deus que, manifestando-se pela revelação, vem ao nosso encontro inspirativamente, permitindo que levantemos os véus do mistério.
Eis O Cristo, o mais perfeito filho de Deus, fazendo-se homem em nossa dor para nos ensinar a via da redenção.
No livro:- Deus e Universo.
Pietro Ubaldi.
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