Manhã que desperta num bairro simples da cidade grande.
Neblina amena, fria, mostrando que o sol irá se apresentar radiante logo mais.
Dos casebres, meia-águas e barracos elas começam a surgir. Algumas adormecidas, carregadas nos braços; umas despertas, caminhando com firmeza em direção ao seu destino.
Outras, ainda numa espécie de sono acordado, dormindo de olhos abertos.
São crianças de todas as idades que se dirigem para a escola do bairro para mais um dia de aula.
Esse vem abraçado ao pai, ainda com o pequeno cobertor que usou para dormir. Aquela, bem animada, vem puxando a mala colorida de rodinhas. Aqueloutro vem apertado entre o guidão e o banco da bicicleta da mãe.
O que escapa, porém, ao comum é a beleza por detrás da cena corriqueira. Homens e mulheres de rostos marcados, ânimo firme, conduzindo seus filhos para aquilo que acreditam ser um futuro melhor.
Deixarão seus tesouros ali, com toda fé do mundo na educação, e irão ganhar o sustento material tão difícil, tão custoso...
Quero que meu filho frequente uma escola, pois eu nunca pude...
Desejo que ele tenha um futuro melhor do que o meu, que seja bem sucedido.
Quero que minha filha seja alguém na vida, que seja inteligente, educada.
E assim se multiplicam as frases e ideias deles, sempre pensando no que há de melhor para seus pequenos amores.
Tudo isso nos leva a questionar com seriedade e preocupação:
Será que estamos cuidando de nossas escolas?
Será que não são, muitas vezes, apenas depósitos de crianças enquanto seus pais trabalham?
Será que damos o devido valor a essa instituição sagrada?
Estamos cuidando de nossas escolas?
Estamos cuidando de nossos educadores? Damos-lhes formação emocional, espiritual, além da formal?
Será que poderíamos transformar a escola num lugar de convivência saudável, de troca de experiências, de auxílio mútuo? Algo parecido com um segundo lar?
Será que deixamos tudo se transformar em apenas mais um negócio?
A educação formal, a dos livros, é apenas uma parte do que nos faz melhores.
Obviamente, a formação moral de nossos filhos vem primeiramente do lar. Mas, e se os lares estão despedaçados, se os lares não têm boas referências morais?
É aí que a segunda família poderia preencher o vazio da primeira, com bons orientadores, com profissionais que olhassem além das notas.
Que tivessem atenção para uma educação familiar.
Muitas escolas precisam ser adotadas pela comunidade, adotadas pelo amor dos que pensam nos filhos dos outros que irão conviver com seus próprios filhos.
Escolas podem ser muito mais do que lugares onde se ensina o que está nos livros.
Professores podem ser muito mais do que repetidores. Podem ser segundos pais, podem ser amigos, anjos de guarda de toda uma família.
* * *
Nesse contexto todo, não esqueçamos de cuidar da escola Terra que nos ensina tanto todos os dias.
Aproveitemos cada período bendito de aula, de aprendizado, de provas.
E benditos sejam os que nos ensinam, que nos conduzem para as lições, os que nos amam e querem nosso bem.
Redação do Momento Espírita.
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