domingo, 20 de julho de 2025

Doutoras.


DOUTORAS.
Certo dia, uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista. Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou. Não sabia bem como se classificar.

O funcionário insistiu: O que eu pergunto é se tem um trabalho. Claro que tenho um trabalho, exclamou Anne. Sou mãe. Nós não consideramos isso um trabalho. Vou colocar dona de casa, disse o funcionário friamente.

Uma amiga sua, chamada Marta soube do ocorrido e ficou pensando a respeito por algum tempo. Num determinado dia, ela se encontrou numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente.

O formulário parecia enorme, interminável. A primeira pergunta foi: Qual é a sua ocupação? Marta pensou um pouco e sem saber bem como, respondeu:-

Sou doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas. A funcionária fez uma pausa e Marta precisou repetir pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.

Depois de ter anotado tudo, a jovem ousou indagar: Posso perguntar, o que é que a senhora faz exatamente? Sem qualquer traço de agitação na voz, com muita calma, Marta explicou:-

Desenvolvo um programa a longo prazo, em laboratório e no campo experimental. Pensando na sua família, ela continuou: Sou responsável por uma equipe e já recebi quatro projetos.

Trabalho em regime de dedicação exclusiva. O grau de exigência é em nível de catorze horas por dia, às vezes até vinte e quatro horas.

À medida que ia descrevendo suas responsabilidades, Marta notou o crescente tom de respeito na voz da funcionária, que preencheu todo o formulário com os dados fornecidos.

Quando voltou para casa, Marta foi recebida por sua equipe: uma menina com treze anos, outra com sete e outra com três anos. Subindo ao andar de cima da casa, ela pôde ouvir o seu mais novo projeto, um bebê de seis meses, testando uma nova tonalidade de voz.

Feliz, Marta tomou o bebê nos braços e pensou na glória da maternidade, com suas multiplicadas responsabilidades. E horas intermináveis de dedicação. Mãe, onde está meu sapato? Mãe, me ajuda a fazer a lição? Mãe, o bebê não para de chorar. Mãe, você me busca na escola?
                                                                     *   *   *
No mundo em que os títulos se fazem de importância, em que se exige sempre maior especialização, na área profissional, torne-se especialista na arte de amar.

Como excelente mestra, ensine aos seus filhos, através do seu exemplo, a insuperável arte de expressar sentimentos. Ensine a difícil arte de interpretação de choro de bebê e de secar lágrimas de adolescente.

Exemplifique a renúncia, a paciência e a diplomacia. E colha, vitoriosa, ao final de cada dia, os louros do seu esforço nos abraços dos seus filhos e na espontaneidade de suas manifestações de afeto.
Redação do Momento Espírita.

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