Dia da Independência. Feriado nacional. Nas grandes cidades, ao som de marchas militares, desfilam os integrantes das forças armadas: Exército, Marinha, Aeronáutica.
O tremular da bandeira nacional, com suas cores vibrantes, permitindo-se dobrar, estender, espreguiçar, pelo vento que a balança, enquanto os acordes do hino pátrio se elevam em muitas vozes, nos falam ao coração.
E há chuva nos olhos, que descem, silentes, pelas faces, ao ritmo do coração em quase disparada. Sentimos vibrar um sentimento diferente em nosso âmago. Algo que nos fala que pertencemos a esta terra generosa, na qual, conforme escreveu Pero Vaz de Caminha, em nela se plantando, tudo dá.
Um sentimento de filho desta nação, em que se mesclam o índio, o negro, o imigrante de tantos países, nos fala ao mais íntimo de nós mesmos. São emoções de momentos que se sucedem, ganhando algumas horas.
No entanto, quando tudo cessa, quando o desfile acaba, a banda silencia, as vozes se calam, o que nos resta como atestado de ser brasileiro? Cabe-nos pensar que nossa cidadania deve ser exercida trezentos e sessenta e cinco dias no ano e se reprisar a cada doze meses, sem cessar.
Ser brasileiro é ser cidadão que contribua com o bem. Que se preocupe em educar os filhos, legando-lhes valores morais de honra, dignidade, honestidade. Colocar-lhes a mente nos livros, o coração no próximo e as mãos no trabalho. Trabalho que produza o bom, o útil, o belo.
Ser brasileiro é honrar a pátria, conhecendo os próprios deveres e direitos, a fim de bem cumprir suas obrigações. É exercer o direito do voto, com a consciência plena da melhor escolha, não porque o candidato é simpático, amigo ou conhecido.
Exercer o direito dessa escolha tão importante, com a certeza de nossa contribuição para a administração pública, em qualquer dos seus escalões.
Ser brasileiro é conhecer o idioma pátrio, em todas as suas delicadas e belas nuances. Se importante se faz falar outras línguas, imprescindível falar bem o nosso idioma, essa flor inculta e bela, conforme a denominou o poeta Olavo Bilac.
Esse idioma no qual Camões chorou, no exílio amargo, o gênio sem ventura e o amor sem brilho! Ser brasileiro é zelar pelas tradições, conhecendo-as a fim de melhor as cultivar.
Ser brasileiro é preservar a memória de tantas lutas, conquistas, batalhas e heróis. É, enfim, honrar os heróis anônimos de todos os dias que, com seu trabalho, seu intelecto, sua força e sua bravura tornam este imenso país um lugar melhor para vivermos e educarmos nossos filhos.
Pensemos nisso, hoje, enquanto morrem na garganta os últimos versos do hino nacional.
Redação do Momento Espírita. www.momento.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário